Ser corno não é uma escolha. Não é preferência, gosto ou vontade. É vocação. Uma sentença anatômica escrita no corpo desde o nascimento. Para homens como eu, nascidos com menos de 13cm de rola – essa medida mágica e cruel que separa os homens "completos" dos condenados à cornitude – o destino está selado. É lei da natureza. Falta-nos virilidade, abundância de esperma. Gozamos pouco, gozamos rápido, um jato curto e quase vergonhoso. Somos, por definição biológica, menos que a metade de um homem. A percepção vem cedo, na tenra idade da descoberta sexual. Enquanto os colegas gabavam-se de proezas e medidas, o aspirante a corno sente uma excitação diferente, tortuosa. O ápice não está em possuir, mas em ver possuído. É sentir o ciúme corroer o peito ao ver um olhar cobiçoso sobre a namorada e surpreender-se com o pau duro, um membro pequeno e traidor que reage à humilhação como se fosse elogio. É o primeiro sinal: seu prazer está na cobiça alheia. Por isso, o sujeito que entendeu sua inclinação busca a parceira certa. Não a moça recatada, mas a ousada. Aquela que se veste como convite, cujos decotes e saias curtas são bandeiras. A comentada na faculdade, que sensualiza nas redes sociais, colecionando curtidas e desejos virtuais. O corno busca, instintivamente, a chifradeira em potencial. Aquela que fala abertamente dos ex, compara o pau minúsculo do corno com os maiores e mais grossos que teve antes, que só goza sendo chamada de puta enquanto imagina sendo possuída por outro. Ela é a materialização do seu desejo secreto: a mulher que precisa de mais, que ele não pode satisfazer. E aqui entra o elemento crucial, o ponto que define a ritualística do corno: o prazer na produção da parceira. Não é apenas tolerar, é promover. Ele sugere roupas ousadas com entusiasmo quase feminino. Compra a lingerie mais provocante, com preferência absoluta pela calcinha fio dental – esse fio mínimo que é quase um aviso. Escolhe blusas decotadas ou transparentes, calças jeans justas (minha preferência é pelas da marca Colcci, que moldam e arrebitam o bumbum como nenhuma outra) e sapatos de salto alto que transformam o andar em um convite erótico. Ele banca o salão de beleza, as unhas, os cabelos, a maquiagem impecável. Cada real gasto é um investimento no seu próprio tesão. Porque, em algum nível profundo e distorcido, ele faz isso para si mesmo. A namorada, a esposa, a hotwife, é seu espelhamento. Ao vesti-la, ele está vestindo o corpo que deseja ter – ou o corpo que deseja que desejem. Ao exibi-la bem produzida, ele está exibindo a própria fantasia de feminilidade e desejabilidade que lhe falta. Cada elogio que ela recebe, cada olhar guloso que ela atrai, é um elogio indireto ao gosto dele, ao poder dele de transformá-la nesse objeto de desejo universal. É uma compensação narcísica. Afinal, ele é apenas um homem de pau pequeno, uma anatomia incompleta. Mas ela… ela é sua obra-prima. Sua extensão. Seu avatar no mundo da virilidade que ele não pode habitar. Há quem diga que todo corno é viado. Provavelmente sim. O corno busca no corpo violado da parceira as pistas do uso sexual dela pelo macho viril. Ele quer sentir o gosto de esperma na calcinha da namorada infiel, não só como prova da traição, mas como relíquia do poder masculino que ele não possui. Ele sente o prazer da atitude infiel, mas também fantasia com o homem que a deflorou, com o pau desse homem - quer saber dela o tamanho, a grossura, a força. É um desejo por substituição, por fusão. Ao beijá-la após ela ter sido de outro, ele está, de forma simbólica e perversa, provando da virilidade alheia. Está tentando absorver, através do corpo dela, o que lhe falta anatomicamente. O corno, então, vive uma geometria perversa. Ele é o centro, mas não como sujeito ativo, mas como curador do desejo. Sua parceira é a tela em que ele pinta suas fantasias de adequação. As roupas que ele escolhe, a beleza que ele banca, são as tintas. O olhar cobiçoso dos outros homens é a luz que ilumina a obra. E a traição consumada? É a assinatura no quadro. A prova de que sua vocação foi cumprida. Que ele, o homem de pau pequeno, o menos que metade de um homem, conseguiu, através do espelhamento em sua mulher produzida, sentir-se, por alguns instantes fugazes, inteiro. Um homem completo, não pelo que tem, mas pelo que concede. Pelo que espelha. Mesmo que seja um espelho partido, refletindo apenas fragmentos de uma masculinidade que nunca foi sua.
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Porra.. vc descreveu exatamente oque somos e nossos desejos !
Eu falo que ser corno manso é um "dom", não é pra qualquer homem não. O prazer e orgulho de ver a esposa que tanto amamos dar a boca e buceta pra outro macho, gemer e gozar na melhor na melhor pica que encontrar e depois chuparmos a porra escorrendo sendo humilhado pelo macho alpha. Amo ser corno manso submisso !
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