Desejo no Caminho de Casa



Na manhã seguinte àquela noite avassaladora, eu e Ricardo tivemos uma conversa séria. Eu precisava colocar as coisas em ordem dentro de mim. Disse a ele que amava meu marido, que nossa relação era sólida e feliz, e que o que havia acontecido jamais poderia ter ocorrido.
Ele ouviu em silêncio, sem me interromper. Quando terminei, apenas respondeu que entendia, que não se preocupasse. Disse que sempre seria discreto, que jamais ousaria fazer algo que pudesse prejudicar a confiança que tínhamos depositado nele, afinal, foi eu e Rubens que lhe demos uma chance no momento em que ele mais precisava.
Naquele instante tive certeza: Ricardo era mesmo um homem de caráter. Decidimos, então, deixar as coisas rolarem naturalmente. Eu deixei bem claro a situação, e ele respeitou. Mas dentro de mim eu sabia que havia uma chama acesa, e que o simples fato de termos essa conversa já mostrava o quanto as coisas tinham mudado.
Alguns dias depois, era sexta-feira. Recebi um telefonema da Karol, a mais atrevida de todas nós. Ela sugeriu sairmos para um barzinho, só para beber e fofocar um pouco. Além dela, queria chamar também a Raquel e a Fernanda. Éramos quatro, se eu aceitasse.
Meu marido ainda estava em viagem, então aceitei na hora. Mas logo pensei em Ricardo. Eu sabia que não ficaria à vontade sem ele por perto, afinal, nesses lugares sempre apareciam engraçadinhos querendo se aproximar. Disse a Karol:
— Faz o seguinte, liga lá e reserva duas mesas. Uma para nós quatro e outra para o Ricardo.
Do outro lado da linha, ela riu alto, como sempre fazia quando queria provocar.
— Ah, Vi, mas aí perde a graça, né? Nosso deus grego vai ficar sozinho enquanto a gente se diverte? E se aparecer uma piriguete e cair em cima dele?
Sorri com a ousadia dela. Respondi com ironia:
— E se der? Qual o problema?
Karol deu uma gargalhada e concordou, mas logo emendou:
— Tá bom, mas você sabe… aquele homem chama atenção demais.
E ela tinha razão. Eu já sabia que Ricardo não passava despercebido em lugar nenhum.

Chegamos ao barzinho por volta das nove da noite. Era um lugar que sempre frequentávamos, música ao vivo, mesas de madeira e aquele clima aconchegante. Eu tinha reservado duas mesas: uma para nós, perto da pista, e outra um pouco afastada, para Ricardo. Ele, como sempre, impecável. Camisa preta justa, calça bem cortada, postura ereta. Assim que entrou, não teve como não notar os olhares femininos se voltando para ele.
Nós nos acomodamos e logo vieram as primeiras taças de vinho. A conversa começou leve, sobre viagens, filhos e trabalho. Mas não demorou para Karol trazer o nome de Ricardo para a roda.
— Vi, pelo amor de Deus, você já reparou bem naquele homem? — disse com aquele tom provocador de sempre. — Parece que foi esculpido à mão. O jeito dele abrir a porta, segurar a bolsa, tudo parece cena de filme.
Raquel riu e completou:
— Concordo. Eu quase perdi o fôlego quando ele me cumprimentou na porta. Ele tem uma presença que intimida e atrai ao mesmo tempo.
Fernanda, mais discreta, comentou:
— É raro ver um homem tão educado e ao mesmo tempo tão… másculo. Ele passa segurança, sabe?
Todas riram e brindaram. Eu apenas sorri, tentando manter a naturalidade. Mas Karol, claro, não parou ali.
— Agora fala sério, Vi. Você nunca olhou para ele de outro jeito? — disse, me encarando com aquele olhar maroto.
Senti o calor subir pelo meu rosto, mas mantive o controle.
— Claro que não, Karol. Ele trabalha comigo e com o Rubens. Sempre foi tudo muito respeitoso.
Ela arqueou a sobrancelha, desconfiada.
— Respeitoso demais até… às vezes até parece apaixonado pela patroa.
Raquel entrou na brincadeira:
— E você, Vi, como se sente perto dele? Porque eu, se tivesse um homem daqueles à disposição todos os dias, não sei se teria esse autocontrole.
Eu ri, buscando parecer leve.
— Me sinto segura, só isso. Ele nunca me deu motivos para pensar diferente.
Mas Karol insistiu:
— Ah, não me engana, Vi. Você sabe que ele tem dotes… — fez uma pausa dramática, olhando em direção à mesa dele. — E não estou falando só de elegância.
Todas caíram na risada, e eu tentei acompanhar, mas por dentro senti um leve incômodo. Um ciúme discreto, impossível de admitir até para mim mesma. Karol não tirava o assunto dele, e cada comentário parecia cutucar algo que eu tentava esconder.
Ricardo, do outro lado, se mantinha calmo, sério, atento. Às vezes erguia o olhar na minha direção, rápido, quase imperceptível. Mas eu notava. E isso bastava para meu coração acelerar.
A conversa entre as meninas seguiu, sempre voltando para ele, como se Ricardo fosse o centro secreto da nossa noite. Eu sorria, desconversava, mas dentro de mim a chama só aumentava.

A noite seguia animada, taças de vinho iam e vinham, e o nome de Ricardo não saía da boca da Karol. Ela não parava de provocar.
— Gente, vocês já repararam no tamanho da mão dele? — disse, com aquele olhar malicioso. — Homem de mão grande nunca decepciona.
Raquel gargalhou.
— Pelo visto, você já estudou até demais, Karol.
— Estudar? Eu observo — respondeu, rindo. — Olha a postura dele, olha aquele jeito sério. Aposto que se uma de nós desse uma chance, ele saberia exatamente o que fazer.
Todas riram, e eu tentei acompanhar, mas meu coração disparava. Fingindo calma, apenas balancei a cabeça e disse:
— Vocês não têm jeito. Ele está aqui para trabalhar, só isso.
Mas Karol não se contentava. Quanto mais eu tentava encerrar o assunto, mais ela insistia.
— Ai, Vi, você fala isso, mas olha só como ele não tira os olhos de você.
Aquilo me atravessou. Eu sabia que era verdade, mas não podia admitir. Mantive o sorriso educado, sem entregar nada.
Foi então que Karol, no auge da sua ousadia, se levantou de repente.
— Chega! Eu não aguento mais ver aquele homem sozinho numa mesa. Isso é pecado! — disse, piscando para nós.
Antes que eu pudesse reagir, ela atravessou o salão e foi até a mesa de Ricardo. Conversou com ele por alguns segundos, gesticulando como quem não aceitava um “não” como resposta. Então, para minha surpresa, ela voltou puxando-o pela mão.
— Ricardo, vem sentar aqui com a gente. Você faz parte dessa noite também — anunciou em voz alta, atraindo olhares das mesas próximas.
Ricardo hesitou por um instante, mas a insistência dela venceu. Ele se sentou bem no meio de nós quatro. Eu, por dentro, estava em chamas. Não queria demonstrar nada, mas a proximidade dele, o perfume, o calor da sua presença tão perto das minhas amigas… me deixaram em alerta.
Karol, claro, aproveitou.
— Agora sim! Essa mesa está completa.
Ela fez questão de puxar assunto com ele, elogiando sua elegância, perguntando de onde vinha tanta postura. Raquel e Fernanda riam, entrando na brincadeira, mas eu sabia: Karol estava me testando. Cada palavra dela parecia uma cutucada no meu ciúme, um desafio velado para ver até onde eu deixaria ir.
E Ricardo? Mantinha-se educado, sério, respondendo pouco, mas sua proximidade me deixava com o corpo em estado de alerta. Eu respirava fundo, tentando parecer natural, mas sabia que meu disfarce era fino. Por dentro, o ciúme ardia, misturado ao desejo que só crescia.

Assim que Ricardo se sentou entre nós, percebi como a energia da mesa mudou. Até as pessoas ao redor lançavam olhares curiosos, e não era para menos. Ele, de camisa preta, braços fortes à mostra, sério e elegante, parecia deslocado naquele ambiente barulhento, como se fosse um convidado especial em um cenário comum.
Karol se inclinou na direção dele, apoiando o cotovelo na mesa, com aquele sorriso atrevido.
— Ricardo, fala pra gente… você sempre foi assim? Todo educado, todo elegante… ou aprendeu depois?
Ele respondeu com calma, em tom grave:
— Sempre fui ensinado a respeitar as pessoas. A discrição faz parte do meu trabalho.
Raquel riu e provocou:
— Trabalho? Desculpa, mas parece mais vocação. Olha a postura desse homem.
Fernanda, que era a mais reservada, completou:
— Ele transmite uma segurança rara. Dá a sensação de que nada de ruim acontece se ele estiver por perto.
Eu apenas sorri, tentando acompanhar, mas meu corpo inteiro estava em alerta.
Karol, como sempre, não parava.
— Mas me diz, Ricardo… com esse tamanho de mão, esse braço, esse porte todo… você acha mesmo que alguém aqui vai acreditar que é só postura profissional? — disse, mordendo o lábio e olhando de cima a baixo para ele.
Senti meu estômago revirar. Fiz questão de beber mais um gole do vinho, escondendo meu incômodo atrás da taça.
Ele sorriu de leve, mas manteve o tom sereno.
— Estou aqui para cuidar da senhora Viviane. Esse é o meu trabalho.
Karol então lançou a bomba, olhando direto para mim.
— Ai, Vi… e você? Não sente nada diferente com um homem desses por perto o tempo todo? Ele nunca te deu nem um… sinalzinho?
As outras riram, mas meu coração acelerou. Segurei a expressão firme e respondi rápido:
— Nunca. Ele é extremamente profissional.
Karol arqueou a sobrancelha, maliciosa, e retrucou:
— Ah, eu não sei não… se fosse comigo, acho que já teria perdido a cabeça.
A mesa caiu na risada, e eu acompanhei, fingindo leveza. Mas por dentro, o ciúme queimava. Não queria admitir, mas a maneira como ela olhava para Ricardo, como o provocava sem pudor, me corroía em silêncio.
Ele, no entanto, se mantinha calmo. Sempre que respondia, seu olhar passava por mim, rápido, quase imperceptível. Mas suficiente para me fazer tremer por dentro. Era como se, mesmo rodeado por provocações, a conexão dele fosse só comigo.
E isso, paradoxalmente, só aumentava meu desejo.

Em determinado momento, Ricardo pediu licença com sua voz grave e educada.
— Com licença, preciso ir ao banheiro.
Quando ele se levantou, foi impossível não notar o movimento ao redor. O porte dele chamava atenção, e não só da nossa mesa. Outras mulheres acompanharam discretamente seu caminhar até desaparecer no corredor.
Minhas amigas suspiraram quase em uníssono.
— Meu Deus… — disse Raquel, abanando-se com a mão.
— Que homem, viu… — completou Fernanda, rindo baixinho.
Mas Karol foi além. Com aquele olhar atrevido e o sorriso malicioso, declarou em voz baixa, mas firme:
— Hoje vai ser o meu dia. Me aguardem.
Todas riram alto, e eu forcei um sorriso. Por dentro, meu coração disparou. Era como se uma chama de ciúmes queimasse no fundo da minha alma, mas eu me controlei. Não podia dar na vista.
Enquanto esperávamos Ricardo voltar, Karol não parava.
— Vi, você é uma santa mesmo. Porque eu, se tivesse esse homem por perto todos os dias, não estaria aqui agora. Já teria dado um jeito de provar cada pedacinho dele.
Raquel gargalhou.
— Você não tem vergonha na cara, Karol. Mas confesso que entendo.
Fernanda, sempre mais contida, apenas sorriu de canto. Mas eu sabia que, no fundo, até ela estava impressionada.
Karol, excitada pelo vinho e pela própria ousadia, foi se insinuando ainda mais. Se ajeitou na cadeira, cruzou as pernas devagar, mordeu o lábio olhando para o corredor por onde Ricardo havia saído.
— Meninas, prestem atenção. Se esse homem voltar e eu quiser, eu derrubo ele aqui mesmo, só no olhar.
Todas riram, cúmplices da brincadeira. Eu também soltei uma risada discreta, mas por dentro sentia meu sangue ferver. A ideia de vê-la tentando seduzir Ricardo me perturbava, mas eu não podia transparecer. Fingia indiferença, quando na verdade cada palavra dela me atravessava como uma provocação pessoal.
E foi nesse clima, entre risadas, insinuações e provocações, que aguardamos o retorno dele. Eu, por fora calma. Mas por dentro… em chamas.

Alguns minutos depois, Ricardo voltou do banheiro. O salão parecia mudar quando ele entrou de novo. Alto, imponente, cada passo dele atraía olhares. Outras mulheres o seguiram com os olhos, discretamente, mas para nós era impossível não notar.
Karol foi a primeira a reagir. Endireitou-se na cadeira, cruzou as pernas devagar, passando a mão pelo cabelo solto, e sorriu com malícia. Assim que ele se aproximou, ela bateu com a mão no assento ao lado dela.
— Senta aqui, Ricardo. Essa mesa precisa de mais charme.
Ele hesitou por um instante, olhando para mim de relance, antes de se acomodar. O perfume dele invadiu o espaço e, junto, um silêncio breve, carregado de algo que só eu parecia sentir.
Karol se inclinou para frente, os olhos fixos nele.
— Me diz, Ricardo… como é que um homem como você ainda não tem alguém? Não é possível que viva sozinho.
Ele respondeu educadamente, em tom baixo:
— Estou focado no trabalho. Não costumo misturar as coisas.
Karol riu, provocando.
— Ah, mas se misturasse… ia dar problema, né? Tenho certeza que mais de uma mulher já perdeu a cabeça por você.
Raquel e Fernanda riram, entrando na brincadeira. Eu também sorri, tentando parecer natural, mas meu coração batia forte. Sentia um calor estranho no peito, um misto de ciúmes e desejo, como se a qualquer momento eu fosse perder o controle.
Karol continuou, implacável.
— Você sabe que não precisa se preocupar tanto, não é? Às vezes a vida é curta demais pra ficar só na postura profissional.
Ricardo manteve o semblante sério, mas seus olhos, por um instante, buscaram os meus. Foi rápido, quase imperceptível, mas senti. Era como se, no meio das provocações, ele me lembrasse em silêncio que a ligação dele era comigo, e não com ninguém mais naquela mesa.
Mesmo assim, Karol não parava. Tocava no braço dele enquanto falava, inclinava-se para perto demais, deixava claro que o queria provocar. As meninas se divertiam, riam alto, achavam graça. Eu, por dentro, ardia.
Mas por fora, mantive a compostura. Bebi mais um gole de vinho, cruzei as pernas e disfarcei meu incômodo com um sorriso leve. Só eu sabia a tempestade que acontecia dentro de mim naquele instante.

O vinho já havia deixado Karol ainda mais atrevida do que de costume. Ela não tirava os olhos de Ricardo, rindo de tudo que ele dizia, tocando em seu braço com frequência. Até que, de repente, senti a mudança no ar.
Sob a mesa, discretamente, ela deixou a mão deslizar até o colo dele. Eu percebi na hora. Ricardo se enrijeceu, o olhar fixo à frente, tentando disfarçar. Mas Karol não parou. Quando sua mão encontrou o volume evidente em suas calças, ela deixou escapar um suspiro alto, exagerado, que fez Raquel e Fernanda caírem na risada.
— Ah, meu Deus… — disse Karol, provocando, com um brilho malicioso nos olhos. — Agora entendi porque você é tão sério, Ricardo. Tem coisa aí que não dá pra brincar.
O sangue subiu ao meu rosto. Um misto de raiva e ciúmes me atravessou, mas engoli em seco e mantive a expressão serena. Sorri de leve, como se fosse apenas parte da brincadeira, mas minhas mãos tremiam sob a mesa.
Ricardo respirou fundo e, pela primeira vez naquela noite, quebrou a postura calma. Segurou a mão de Karol com firmeza, afastando-a discretamente, e disse em voz baixa, mas firme:
— Com todo respeito, senhorita… eu estou aqui para trabalhar.
A mesa silenciou por alguns segundos. Karol riu para disfarçar, mas ficou evidente que tinha sido repreendida. Raquel e Fernanda trocaram olhares, meio constrangidas, meio divertidas com a ousadia da amiga.
Eu, por dentro, sentia duas coisas ao mesmo tempo: orgulho da postura de Ricardo e um ciúme queimando como fogo. Porque, mesmo tendo colocado limites, a imagem da mão dela sobre ele já estava gravada em mim, latejando em cada canto do meu corpo.
Ricardo, no entanto, manteve a dignidade. Ergueu a taça de água, bebeu calmamente e voltou a olhar em minha direção, rápido, discreto, como quem queria me tranquilizar. Foi nesse instante que percebi: apesar de todas as provocações, era a mim que ele respondia. Sempre a mim.

Depois que Ricardo afastou a mão de Karol, a mesa ficou em silêncio por alguns segundos. Era como se todas tivessem percebido que ela tinha ido longe demais. Karol, no entanto, não gostava de perder a pose. Deu uma gargalhada alta, ergueu a taça de vinho e disse:
— Ai, gente, calma… foi só uma brincadeirinha.
Raquel e Fernanda se entreolharam, meio sem graça, e sorriram amarelo. O clima tinha mudado, e todas sabiam. Eu me mantive firme, com um sorriso discreto nos lábios, como se não tivesse dado importância. Mas por dentro, meu coração estava acelerado. O ciúme queimava, misturado ao orgulho de ver Ricardo manter-se digno e respeitoso, mesmo diante de tanta provocação.
Ele, por sua vez, ajeitou-se na cadeira, sério como sempre. Não falou mais nada sobre o assunto, mas sua postura bastava. Cada gesto dele parecia dizer sem palavras: “Meu lugar não é com ela. Meu respeito é outro.”
Karol ainda tentou retomar o clima, puxando conversa sobre assuntos banais, mas sua ousadia havia deixado uma marca naquela noite. Eu observava tudo em silêncio, disfarçando, mas por dentro sabia que a chama entre mim e Ricardo estava ainda mais acesa.
Ele não me olhou diretamente outra vez, mas eu sabia que estava consciente da minha reação. Era como se estivéssemos conectados por um fio invisível: bastava um gesto, um silêncio, para entendermos o que se passava um com o outro.
A noite seguiu, mas já não era a mesma. O vinho perdeu parte do gosto, as risadas ficaram mais contidas, e, em mim, crescia uma certeza: quanto mais o mundo ao redor tentasse aproximar Ricardo de outras mulheres, mais eu percebia o quanto já o tinha para mim.

Quando a noite terminou, levantamos juntas, ainda com as risadas soltas, mas o clima um pouco diferente depois do episódio na mesa. Ricardo nos esperava já do lado de fora, abrindo a porta do carro com a mesma postura impecável.
Entramos, e no caminho, uma a uma foi sendo deixada em casa. Raquel desceu primeiro, depois Fernanda, sempre agradecendo a noite e comentando como Ricardo era atencioso. Por fim, sobrou Karol.
Ela estava mais animada do que nunca, talvez pelo vinho, talvez pelo prazer de provocar. Antes de sair, se inclinou até ele. Tirou da bolsa um pequeno bilhete dobrado e colocou discretamente na mão de Ricardo. Mas não parou aí. Aproximou-se e, de forma ousada, encostou os lábios nos dele, num beijo rápido, atrevido.
Eu fiquei paralisada. Por dentro, uma raiva e um ciúme explodiram, mas por fora mantive o silêncio absoluto. Ricardo não retribuiu, apenas recebeu, sério, e esperou que ela fechasse a porta. Karol sorriu maliciosa, acenando para mim pela janela, como se tivesse vencido um jogo.
O carro partiu. Agora éramos só eu e ele. O silêncio era pesado, tão denso que quase podia ser tocado. Eu olhava pela janela, mas sentia os olhos dele de vez em quando no retrovisor. Minhas mãos suavam, meu peito ardia, e a imagem de Karol o beijando me consumia.
Foi mais forte do que eu.
— Me mostra o que ela te deu — disse, quebrando o silêncio.
Ele tirou o bilhete do bolso e estendeu. Peguei sem olhar e amassei na mesma hora, jogando-o no porta-luvas. Me virei para ele, minha voz saindo quase como um sussurro:
— Ela não sabe… mas você é meu.
Foi nesse instante que perdi o controle. Toquei seu braço, deslizei minha mão firme até sua coxa. Ele desviou o carro discretamente, estacionando em uma rua silenciosa, meio escondida. Virou-se para mim, e antes de qualquer palavra, nossos lábios se encontraram.
O beijo foi voraz, cheio de raiva, ciúme e desejo acumulado. Subi em seu colo ali mesmo, no banco do carro. Senti seu corpo duro contra o meu, suas mãos segurando minha cintura com força.
Quando ele me penetrou, o mundo inteiro sumiu. Meus gemidos abafavam o silêncio da madrugada, minhas unhas arranhavam seus ombros, meu corpo se entregava como se fosse a primeira vez de novo. Eu me movia sobre ele com fome, perdida no calor do momento, enquanto ele me segurava firme, me possuindo com a intensidade que só ele sabia dar.
O orgasmo veio como uma explosão, avassalador, me fazendo gritar seu nome dentro do carro fechado. Caí em seus braços, ainda tremendo, ainda ardendo. E ali percebi: não importava o quanto eu tentasse lutar contra, Ricardo já fazia parte de mim.
Quando finalmente me levou para casa, nos despedimos com um último olhar profundo, carregado de tudo que tínhamos vivido naquela noite. Entrei em silêncio, mas meu corpo ainda pulsava, marcado pela força do que acabara de acontecer.
Essa história… estava apenas começando.

Fotinha comigo a Karol e outra do meu Deus Grego,
E uma comigo de amarelinho

Beijos… e ainda há muitas histórias por vir.

Foto 1 do Conto erotico: Desejo no Caminho de Casa

Foto 2 do Conto erotico: Desejo no Caminho de Casa

Foto 3 do Conto erotico: Desejo no Caminho de Casa


Faca o seu login para poder votar neste conto.


Faca o seu login para poder recomendar esse conto para seus amigos.


Faca o seu login para adicionar esse conto como seu favorito.


Twitter Facebook

Comentários


foto perfil usuario mauricio50tao

mauricio50tao Comentou em 04/09/2025

Sexo por sexo, ok! Cuidado com a paixão...

foto perfil usuario fernando1souza2

fernando1souza2 Comentou em 04/09/2025

Q tesão!

foto perfil usuario yeonin

yeonin Comentou em 03/09/2025

Oie. Ahhhh a competição... Nunca gostei e sempre evitei. Porque se eu for entrar não vai ser pra perder. Igual você fez. Parabéns. Bxos.




Atenção! Faca o seu login para poder comentar este conto.


Contos enviados pelo mesmo autor


241682 - Ricardo, meu eterno - Categoria: Poesias/Poemas - Votos: 2
241641 - Parte 2 – O Segredo do Nosso Pecado - O Peso da Escolha - Final - Categoria: Traição/Corno - Votos: 9
241637 - Parte 1 – O Segredo do Nosso Pecado - Categoria: Traição/Corno - Votos: 7
241520 - Entre Segredos e Desejo Minha cunhada me confessou - Categoria: Traição/Corno - Votos: 16
241444 - Quando o Motorista Despertou a Mulher em Mim - Categoria: Traição/Corno - Votos: 24

Ficha do conto

Foto Perfil vivianebeatriz
vivianebeatriz

Nome do conto:
Desejo no Caminho de Casa

Codigo do conto:
241517

Categoria:
Traição/Corno

Data da Publicação:
02/09/2025

Quant.de Votos:
14

Quant.de Fotos:
3