Foi então que o vi. Não na água, mas sentado à sombra de um quiosque de palha, lendo um jornal. Cinquenta anos, talvez. Cabelos sal-e-pimenta, bem cortados. Óculos de grau finos. Um corpo que, sob a camisa de linho branca, sugeria não o abdômen flácido de um turista comum, mas a disciplina silenciosa de quem malha em hotéis pelo mundo. Ele estava com sua família – uma mulher da mesma idade, conversando animadamente, e dois adolescentes mergulhados em seus celulares. O típico quadro de férias em família. Mas seus olhos, sempre que podia, encontravam os meus. E não eram olhos de pai de família. Eram olhos de caçador em licença.
Nosso primeiro contato foi casual, quase um acidente. À tarde, enquanto eu me esticava na esteira ao lado do quiosque da família dele, pingando óleo de coco, ele se aproximou sob o pretexto de pedir um isqueiro emprestado.
“Desculpe incomodar,” disse, sua voz era surpreendentemente suave, culta, com um sotaque carioca. “É que você… brilha. Dificulta a concentração.”
Sorri, sentada, deixando meus seios quase saltarem do biquíni minúsculo. “A companhia deve ser muito chata, então.”
“Terrivelmente,” ele concordou, os olhos fixos no vale entre meus seios. “Eduardo,” apresentou-se.
“Pri.”
O olhar que trocamos naquele momento durou menos de cinco segundos, mas foi um contrato assinado. Nele, li solidão, tédio conjugal e um desejo profundo, contido. E ele leu em mim disponibilidade, experiência e uma sede por algo sujo.
No dia seguinte, sua família foi fazer um passeio de buggy pelas falésias. Ele “preferiu descansar”. Encontramo-nos como combinado, sem uma palavra no celular, apenas a promessa silenciosa do olhar. Era noite. As estrelas pareciam pingar no céu úmido, refletindo-se no mar negro e quente, que respirava com uma lentidão sensual. Ele estava no quiosque, sozinho, vestindo apenas uma bermuda de sarja clara e uma camiseta branca. Dois copos de caipirinha já nos aguardavam.
“Ninguém te espera em casa?” perguntei, sentando-me próxima a ele, minha perna roçando a dele.
“Minha família acha que estou no spa do hotel,” ele respondeu, seu olhar percorrendo meu corpo no vestido de verão leve, que deixava pouco à imaginação. “E você?”
“Estou sozinha no mundo. Por enquanto.”
Ele sorriu, um sorriso que chegava aos olhos. “Que sorte a minha.”
A conversa foi um prelúdio curto. As mãos se encontraram primeiro sobre a mesa de madeira rústica. Seus dedos, longos e com veias salientes, envolveram os meus com uma posse que fez um calafrio percorrer minha espinha. Aos poucos, sua mão direita se aventurou sob a mesa, subiu por minha coxa, encontrou a barra do meu vestido e a franzido dele. Não havia barreira de tecido por baixo. Eu não usava calcinha.
Um gemido baixo escapou de seus lábios quando seus dedos encontraram minha carne nua, já quente e umedecida pelo simples ato de estar ali, àquela hora, com ele. Ele esfregou o montinho do meu púbis, sentiu os pelos loiros e macios, e então deslizou para o sulco já escorregadio.
“Deus do céu, você é um sonho molhado,” ele sussurrou, enquanto seu dedo médio, lento e certeiro, deslizava pela abertura de meus lábios menores, já inchados de tesão, e encontrava meu clitóris.
Arqueei as costas no banco, um suspiro preso na garganta. Ele massageou o botãozinho de nervos com uma pressão circular e experiente, enquanto seu polegar se apoiava no meu ânus, fazendo uma pressão suave através do tecido do vestido. Era um toque de mestre, que falava de décadas de prática.
“Não aqui,” ele rosnou, retirando a mão. Seus dedos brilhavam à luz fraca do quiosque, cobertos do meu mel transparente. Ele os levou à boca e chupou, olhando fixamente para mim. “Vamos para a água.”
O mar noturno na Praia de Ponta Verde não é frio. É um abraço tépido, salgado, que envolve o corpo como um segundo útero. Caminhamos para dentro, as ondas quebrando suavemente em nossos tornozelos, joelhos, coxas. Quando a água nos atingiu a cintura, ele me puxou contra si. Seu corpo era duro, angular sob a camiseta molhada que grudava nele. O beijo foi devorador, com língua, com dentes, com o sabor da caipirinha e do desejo reprimido. Suas mãos agarraram minhas nádegas através do vestido encharcado, puxando-me com força contra ele. E então, eu senti.
Através da bermuda de sarja molhada, o volume era inegável. Não era apenas uma ereção. Era um monumento. Longo, grosso, pulsando contra o meu ventre baixo com uma insistência que fez minha buceta dar um salto de ansiedade.
“Meu Deus, Eduardo…” gemi, roçando-me contra ele.
“Quer ver?” sua voz era um rosnado contra meu pescoço. Sem esperar resposta, ele guiou minha mão para dentro da bermuda. A elasticidade da cintura cedeu e meus dedos se fecharam em torno dele.
Era, de fato, uma rola de deixar qualquer mulher sem ar. Longa, provavelmente mais de vinte centímetros, e de uma espessura que minha mão mal conseguia circundar. A pele do pau era aveludada e quente, e a veia saltada na parte inferior pulsava como um coração independente. A cabeça, já exposta e lubrificada por seu próprio precum, era enorme, um cogumelo perfeito e sensível que estremeceu sob meu toque.
“É isso que você queria, Pri? Uma pica de verdade para encher essa bucetinha linda?” ele sussurrou, enquanto sua própria mão subia meu vestido e entrava em mim, dois dedos afundando de uma vez no meu canal, que já estava escorregadio e contraído de expectativa.
“Sim… por favor…,” era tudo que eu conseguia dizer, me afundando nos seus dedos.
Ele me virou, de costas para ele, minha coluna pressionada contra seu peito. Com uma mão, segurou meu queixo, forçando meu rosto para cima, para as estrelas. Com a outra, abaixou sua bermuda e encostou seu membro na entrada da minha xoxota. Senti a ponta colossal de seu pau, quente como um carvão aceso, pressionando a entrada da minha buceta por cima do tecido fino do vestido molhado.
“Vou te foder aqui, na frente de todo mundo que puder ver da areia,” ele rosnou, e era verdade; estávamos a apenas cinquenta metros da orla iluminada. “Vou te marcar com essa pica até você não conseguir andar amanhã.”
E então, ele empurrou.
A entrada foi um espetáculo de dor e prazer dilacerantes. Sua cabeça era tão larga que me abriu de uma forma que parecia um rompimento, uma conquista violenta. Eu gritei, mas o grito se perdeu no som das ondas. Ele não parou. Afundou centímetro após centímetro, numa invasão lenta e implacável, até que eu senti os pelos do púbis dele contra as minhas nádegas. Estava completamente enfiada nele, impalada por uma vara de carne que parecia chegar ao meu estômago.
“Caralho… que boceta apertada… que delícia,” ele gemeu, e começou a se mover.
Eduardo não fodia. Ele cultivava. Cada arremetida era longa, profunda, retirando-se quase completamente antes de enterrar-se novamente com uma força que fazia a água espirrar em torno de nós. O atrito do seu pau colossal dentro de mim, já inundado pelo meu mel e pela água salgada, criava uma sensação de fogo líquido. Ele atingia um ponto profundo, um lugar que nem papai com sua fúria possessiva alcançava, e a cada vez que ele batia lá, um choque elétrico de puro êxtase percorria minha espinha.
Uma de suas mãos agarrou meu seio por cima do vestido, esmagando-o, beliscando o mamilo endurecido. A outra desceu para o meu clitóris, e seus dedos, agora ajudados pela água salgada, encontraram um ritmo frenético em sincronia com as estocadas do seu quadril.
“Vai gozar, sua putinha de praia? Vai gozar tomando rola de homem casado dentro do mar?” ele sussurrava, suas palavras obscenas sendo levadas pela brisa.
Eu estava além das palavras. Meu corpo estava em um estado de rendição total. As ondas batiam em nós, tentando nos derrubar, mas ele era uma âncora, firme, forte, me fodendo com uma estabilidade que era ainda mais excitante. Meu orgasmo começou a se construir a partir daquele ponto profundo que ele martelava, uma onda de calor que se espalhou pelo meu ventre, pelas minhas pernas, pelas pontas dos meus seios.
“Eu vou… Eduardo, eu vou gozar… não para… por favor, não para…,” supliquei, em delírio.
“Goza,” ele ordenou, sua voz rouca de esforço. “Goza nessa minha pica.”
Foi a senha. Um turbilhão de sensações explodiu dentro de mim. Meu canal se contraiu em espasmos violentos e involuntários ao redor da monstruosidade que ele cravava em mim, tentando em vão apertá-la. Gritei, um grito rouco e primitivo que se fundiu com o barulho do mar. O prazer era tão intenso que beirava a dor, uma convulsão de êxtase que me fez tremer incontrolavelmente nos seus braços.
Meu orgasmo, e a maneira como minha buceta se apertou em torno dele, foi o gatilho. Ele deu três últimas arremetidas, profundas e descontroladas, e então enterrou-se até o talo. Senti o jorro quente e abundante de sua ejaculação disparando dentro de mim, jato após jato, enchendo meu útero com uma sensação de marcação, de posse temporária. Seu gemido foi um rugido abafado contra meu ombro, e seus dedos se cravaram na carne dos meus quadris com força brutal.
Ficamos assim por um tempo imenso, unidos, ofegantes, com o mar nos embalando. A água salgada lavava nossas pernas, mas não a essência do que havíamos feito.
Quando ele se retirou, foi com um som úmido e obsceno. Senti seu esperma, misturado com meus fluidos, começando a escorrer pelas minhas coxas, sendo levado pela água salgada. Ele se virou, colocou a bermuda no lugar. Seu pau, agora flácido e impressionantemente grande mesmo assim, foi guardado.
Ele me beijou, um beijo agora mais suave, quase melancólico. “Nunca vou esquecer dessa noite, Pri.”
“Nem eu,” respondi, minhas pernas ainda tremendo.
Ele saiu da água primeiro, desaparecendo na escuridão em direção ao calçadão, de volta para o hotel, para a família, para a vida real. Eu fiquei, deixando as ondas me limparem por fora, sabendo que por dentro, a marca dele, a memória daquela rola que me redefiniu por dentro, ficaria por muito, muito mais tempo. E, enquanto caminhava de volta para meu apartamento alugado, ainda pingando água salgada e o esperma de um estranho, soube que, quando voltasse para Londrina e para os braços de papai, nada mais seria a mesma coisa. O mar de Maceió me trouxera uma nova fome, e uma nova medida para o prazer.