Meu anjo (5/5)



Oi, Anjo.
Você acha que já viu o pior de mim, né?
Eu também achava que já tinha ido longe demais.
Mas hoje… hoje eu descobri que ainda tinha espaço pra afundar mais.
Começou no fim da tarde, com uma chuva fina batendo na janela.
Eu tava de cueca no sofá, enrolado num lençol, tentando não pensar em Vinni, quando alguém bateu na porta.
Abri e dei de cara com Victor, ele já conseguia subir, sem precisar se identificar na portaria.
Ele tava molhado, com o cabelo desgrenhado, e os olhos… vermelhos.
— Mano… ele terminou comigo.
Meu peito apertou, e eu tive que não mostrar como isso me deixava feliz.
— Como assim? — perguntei, encenando surpresa. — Vem cá, entra.
Ele entrou, largou a mochila no chão, e desabou no sofá.
Eu sentei do lado e deixei ele encostar a cabeça no meu ombro.
— Ele disse que não tava feliz… que precisava de um tempo. — Victor fungou, tentando segurar o choro. — Eu não entendo, cara. A gente tava bem.
Eu passei a mão no cabelo dele, como sempre fazia quando ele tava mal.
— Você fez tudo certo, Vick. Às vezes as pessoas só… mudam.
Ele suspirou fundo e fechou os olhos por alguns segundos.
A mão dele apertou meu braço, como se eu fosse a âncora dele.
E, por um momento, eu quase senti tristeza de verdade.
Quase.
A gente ficou em silêncio.
Ele respirava pesado. Eu sentia o calor do corpo dele contra o meu.
Depois de um tempo, ele se levantou.
— Eu… acho que vou pra casa. Tô acabado.
Eu fiz aquela cara de amigo preocupado.
— Quer que eu vá com você?
— Não… eu preciso ficar sozinho hoje. — Ele pegou a mochila, respirou fundo e me abraçou forte. — Valeu por tudo, mano. Você é meu anjo mesmo.
Eu quase ri do apelido.
Se ele soubesse.
Victor saiu, e só depois que o carro dele sumiu na rua eu percebi que ele tinha deixado a carteira em cima da estante.
Eu pensei em mandar mensagem, mas algo dentro de mim disse pra esperar.
E eu tinha razão.
Menos de meia hora depois, outra batida na porta.
Abri e lá estava ele.
Vinni.
O cabelo molhado de chuva, camiseta colada no corpo, olhos escuros e intensos.
— Gabriel… eu terminei com ele. — Ele entrou sem pedir permissão. — Eu não aguentava mais, cara.
Eu fechei a porta devagar, sentindo meu coração acelerar.
— Por quê? — perguntei, mesmo já sabendo.
— Porque eu tava traindo ele na minha cabeça… e no meu corpo. — Ele veio na minha direção, molhando o chão da sala. — E porque eu não consigo ficar longe de você.
Eu senti meu pau pulsar na cueca só de ouvir aquilo.
Ele encostou a testa na minha e sussurrou:
— Eu tentei resistir, mas toda vez que penso em você… eu fico duro.
Eu agarrei ele pelo pescoço e o beijei com força, como se o mundo tivesse acabado.
O gosto de chuva, saliva e desejo misturados.
Ele gemeu na minha boca e apertou minha bunda com força.
As roupas voaram pelo caminho até o quarto.
Ele tirou a camiseta molhada, e eu fiquei hipnotizado pelo peito definido, eu ajoelhei e chupei o pau dele ali mesmo.
— Caralho, Gabriel… — Ele gemeu, segurando meu cabelo.
— Eu tava com saudade da tua boca.
Chupei devagar, depois rápido, sentindo ele tremer. Passei a língua na cabeça do pau, desci até as bolas, enquanto ele rebolava levemente, perdido no prazer.
Ele me puxou pra cima e me jogou na cama, de barriga pra cima.
Arrancou minha cueca de um jeito quase agressivo e começou a me chupar também.
A língua dele quente, molhada, deslizando pela minha glande, me fazendo gemer alto.
— Vem cá — eu disse, ofegante. — Quero você dentro de mim.
Ele colocou a camisinha com pressa, passou lubrificante e me penetrou devagar.
O corpo dele sobre o meu, pesado, quente, perfeito.
Eu senti cada centímetro entrando, me preenchendo, e gemi alto sem medo.
— Porra, que tesão… — Ele gemeu no meu ouvido, acelerando as estocadas.
A cama rangia, a chuva batia na janela, e o som dos nossos corpos se chocando tomava o quarto.
Eu agarrei as costas dele com força, deixando as marcas das minhas unhas ali, sentindo a pele suada, e o tesão que emanava daquele corpo.
Gozei primeiro, gozando na barriga e no peito, com o corpo tremendo.
Ele gozou logo depois, gemendo meu nome, desabando sobre mim.

Agora é noite, Anjo.
A chuva continua caindo lá fora, e Vinni tá deitado no meu peito, dormindo, respirando devagar.
O quarto cheira a sexo, suor e prazer.
E eu… eu tô sorrindo.
Porque agora eu posso te contar meu segredo mais obscuro:
Nada disso foi acaso.
As “coincidências”?
O café onde ele me encontrou lendo?
A corrida em que ele apareceu do nada?
O barzinho em que Victor faltou de última hora e o deixou sozinho?
Tudo foi eu.        
Eu descobri a rotina dele.
Eu sabia onde ele passava.
Eu sabia como manipular o Victor — uma ligação de um conhecido do escritório, um favor que eu pedi, tudo calculado pra afastar ele na hora certa.
E cada encontro que parecia destino era só eu puxando as cordas.
Cada vez que Victor confiou em mim, eu sorria por dentro.
Porque eu nunca fui anjo nenhum.
Olho pro Vinni dormindo agora, satisfeito, e não sinto arrependimento.
Nem uma gota.
Eu consegui o que eu queria desde o início.
Hoje é noite em que eu finalmente parei de fingir. A noite em que eu mostrei pra você — e só pra você — quem eu sempre fui.
E foi isso, Anjo.

-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

Epílogo

O dia seguinte amanheceu cinza, e chuvoso.
Victor tomou o café da manhã sozinho, sentindo um vazio estranho no peito. Enquanto passava a mão no bolso, percebeu que sua carteira não estava ali.
A lembrança veio como um estalo: ele tinha deixado na casa do Gabriel.
Pegou o carro e dirigiu em silêncio. Quando chegou, Gabriel abriu a porta de cueca e camiseta amarrotada, com um sorriso preguiçoso.
— Oi amigo, ta tudo bem? — perguntou Gabriel.
— Sim, só esqueci carteira — respondeu Victor, forçando um sorriso.
Gabriel apontou pro aparador.
— Tá ali, em cima da estante.
Victor pegou a carteira, mas não foi embora imediatamente.
— Posso esperar um pouco aqui? Tá chovendo de novo lá fora.
— Claro. — Gabriel deu de ombros. — Só um minuto, preciso atender essa ligação.
O celular tocava sem parar.
Gabriel foi para o quarto, fechando a porta atrás de si. Victor ficou sozinho na sala, ouvindo a chuva fina bater na varanda.
Foi então que notou uma ponta de caderno saindo de trás da almofada do sofá.
Algo simples, de capa azul-marinho, com letras brancas na frente:
“Meu Anjo”.
A curiosidade venceu qualquer resquício de ética.
Victor olhou para o corredor — Gabriel ainda falava no telefone — e puxou o caderno devagar.
As páginas estavam cheias de letras apertadas, datas, e parágrafos longos que pareciam conversas com alguém invisível.
Ele abriu na primeira que encontrou e começou a ler. Victor sentiu o estômago embrulhar.
Virou a página com as mãos trêmulas. A sala pareceu girar. Victor sentiu as pernas bambas e o coração acelerar.
As palavras queimavam na retina, cada frase um golpe seco.
O seu melhor amigo.
O “anjo da guarda”.
Era tudo mentira.
Ele fechou o caderno num estalo, o barulho da porta do quarto abrindo fez Victor esconder o diário de volta no sofá com mãos trêmulas.
Gabriel apareceu sorrindo, com o celular na mão.
— Tava falando com a minha mãe, ela te mandou um beijo. Quer um café antes de ir?
Victor respirou fundo.
— Melhor não… acho que vou embora.
Saiu para a chuva com o coração pesado, o gosto amargo da traição ainda subindo pela garganta. A imagem de Gabriel sorrindo na porta ficou gravada na memória dele, e no peito um único sentimento:
Vingança.

FIM... (?!)

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Ficha do conto

Foto Perfil Conto Erotico escritos

Nome do conto:
Meu anjo (5/5)

Codigo do conto:
239340

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
01/08/2025

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