A conversa não terminou ali.
- "Bêbada o suficiente para ser sincera, não o suficiente para me arrepender” - retrucou Verônica, sua voz firme.
Foi quando notaram que Juliana havia voltado e estava parada, imóvel, na entrada da sala, a nova garrafa de vinho tinto nas mãos. Ela havia ouvido tudo. Seu rosto não mostrava surpresa, mas uma aceitação serena e excitada.
- "Mamãe tem razão Neto” - disse ela, aproximando-se e ajoelhando-se suavemente no tapete, diante deles - "Eu quero muito isso. Quero ser... iniciada... por você. E quero a minha mãe presente. Ela me criou, me mostrou a beleza do corpo, da liberdade. Não seria justo, ou completo, sem ela”
Neto, olhando para aquela jovem deslumbrante que lhe pedia para fazer parte de sua iniciação sexual, sentiu todas as suas defesas desmoronarem. Ele olhou para Verônica, uma mulher que sempre admirou e que agora se oferecia de uma forma tão profunda e complexa Neto resolveu responder Verônica.
- "Não... não depende só de nós Verônica” - ele finalmente conseguiu dizer, sua voz rouca - "Depende da Juliana. Depende se ela realmente quer um homem mais velho, se...”
- "Eu quero” - interrompeu Juliana, enchendo as taças de vinho com mãos firmes - "Eu quero muito ser iniciada por você Neto. E eu quero a minha mãe presente porque ela também merece. Eu quero assistir você com ela também. Quero ver tudo”
A franqueza era intoxicante. Verônica sorriu, com um som baixo e sensual.
- "Acho que criamos um monstro Neto. E temo que você não seja homem para aguentar as duas”
Juliana, então, colocou a taça de vinho na mão de Neto, seus dedos tocando os dele deliberadamente.
- "Ele tem o final de semana todo para tentar mamãe. E se depender de mim...” - ela olhou nos olhos de Neto - “... ele pode ficar para sempre”
Verônica olhou para a filha, e depois para Neto, um amor profundo e um desejo lascivo misturando-se em sua expressão.
- "Por mim, ele pode. Esta casa é grande o suficiente para a felicidade de todos nós”
Não havia mais o que dizer. As palavras haviam esgotado seu poder. O que se seguiu foi um movimento natural, gravitacional. Neto, puxado pela força do desejo e da emoção daquele momento único, inclinou-se primeiro para Verônica, selando seus lábios com os dela em um beijo regado a vinho, a fogo e a anos de espera reprimida. Foi profundo, lento, cheio de uma história compartilhada. Quando se separaram, ele se virou para Juliana. Seu beijo foi diferente: mais doce, mais exploratório, mas igualmente ardente, carregado da promessa de descobertas.
Então, Verônica puxou a filha para perto e beijou sua boca, um beijo de afirmação e permissão final, selando o pacto entre as três almas. Na penumbra da sala, iluminados pelo fogo da lareira, os três se perderam em um emaranhado de braços, pernas e lábios, a bermuda de Neto sendo finalmente, e alegremente, descartada no chão. A fronteira entre mãe, filha e amante dissolvia-se, dando lugar a algo novo, puro e profundamente sensual.

