Naquela noite, o apartamento estava mais escuro que o de costume.
As cortinas fechadas, velas acesas — o cheiro de canela e algo doce no ar. Fanny estava com um robe de seda vinho, mas logo tirou, como quem não carrega pudor nenhum diante de mim.
“Hoje, você vai ficar só pra mim”, ela sussurrou.
Eu assenti sem perguntar nada.
Deitei na cama como ela mandou. De bruços. Nu. Coração acelerado, respiração pesada.
Ela começou devagar.
Primeiro, as costas. Suas unhas passeando da nuca até a base da minha lombar. Depois os beijos — suaves, úmidos, lentos. Descia pela minha espinha como quem marca território.
Eu gemia baixo, contido, mas Fanny percebia.
"Relaxa, Marcos. Confia em mim."
Então, suas mãos firmes afastaram minhas pernas.
A língua veio logo depois.
Quente. Macia. Umedecendo minha pele com um gesto que eu nunca imaginei sentir — nem desejar.
Ela me lambeu por completo. Desceu pelas minhas coxas, subiu outra vez até a curva mais íntima do meu corpo. Beijou. Beijou de novo. E então… explorou com a boca como se cada parte minha tivesse um segredo a ser revelado.
A sensação me rasgou.
Não de dor. Mas de prazer.
Um prazer novo, quase indescritível. Uma entrega que eu não sabia que era capaz de oferecer.
Minha pele arrepiava com cada movimento da língua dela.
A face dela molhada, quando ela se afastava e voltava, me lambendo como se saboreasse cada segundo da minha entrega.
Eu gemia sem controle. Me agarrava ao lençol, o rosto pressionado no travesseiro, o corpo tremendo.
Ela não dizia nada.
Só me possuía com a boca.
E cada segundo era um universo novo dentro de mim.
Eu deixava. Eu queria. Eu implorava em silêncio.
E ali, de bruços, submisso ao toque e ao domínio de Fanny, descobri um limite que até então era tabu.
E o ultrapassei sem medo.
Porque ela me conduzia.
Porque com ela… tudo era permitido.
Depois, ela deitou ao meu lado. Encostou os lábios na minha nuca e disse, com um sussurro que ainda arrepia:
“Agora você é meu. Inteiro. E eu ainda nem comecei.”