Não entendi de imediato.
Mas como sempre fazia, confiei.
Fanny tinha um jeito de olhar que desmontava qualquer armadura em mim. Quando mandava, eu obedecia — não por submissão cega, mas porque ela me fazia querer ir. Me fazia querer me perder nela, e em mim mesmo.
Subimos quatro lances de escada, por trás do último andar.
Uma porta velha, meio emperrada.
Ela a destrancou com uma chave que — não pergunte como — ela conseguiu.
O telhado era amplo, com estruturas de concreto, caixas d’água e um canto esquecido onde ninguém passava. Ali, Fanny havia improvisado algo… lençóis estendidos, velas pequenas escondidas entre blocos, e um colchonete forrado com um tecido preto aveludado.
“O céu aberto. A cidade assistindo. E você, só meu”, ela disse.
Mandou que eu tirasse a roupa.
Fiz.
O vento noturno tocava minha pele como um novo tipo de provocação.
“Deita”, ordenou.
Deitei.
Ela então me vendeu. Tecido grosso, justo, abafando a luz e aguçando o resto. Meu corpo ficou mais sensível. Cada sopro de ar era um toque. Cada toque dela, um incêndio.
Fanny ajoelhou-se entre minhas pernas e começou com o mesmo carinho perigoso de sempre.
Beijos.
Lambidas.
Mãos firmes, deslizando do peito até a parte mais íntima de mim.
“Hoje, vamos brincar com algo novo”, ela sussurrou.
Ouvi o som de uma embalagem abrindo.
O silêncio depois.
Meu coração batendo como um tambor.
Senti primeiro um gelado entre minhas nádegas, seguido de um toque lubrificado.
“Relaxa, é pequeno. Só pra te fazer sentir mais... meu.”
Ela tinha o dom de fazer palavras entrarem como dedos — profundos, certos, certeiros.
Com cuidado, ela introduziu o pequeno consolo.
Lento.
Carinhoso.
Controlado.
Eu arqueei o corpo, gemi, senti o arrepio subir dos pés até o pescoço.
Ela não parava.
Ao mesmo tempo em que me penetrava com o brinquedo, usava a língua para me provocar, para me enlouquecer.
Ora beijava meu pescoço, ora mordiscava a parte de trás da minha orelha, ora sussurrava obscenidades que faziam meu pau pulsar sozinho, sem nenhum toque direto.
Ali, vendado, deitado no concreto forrado, com o céu acima de mim e Fanny entre as minhas pernas, eu não sabia mais onde terminava o prazer e começava o êxtase.
Cada movimento dela era como se escrevesse meu corpo com gestos novos.
O brinquedo dentro de mim não machucava — ele me preenchia.
Não doía — me libertava.
“Você está lindo assim, vulnerável sob as estrelas”, ela disse.
E eu senti.
Me senti visto.
Desejado.
Possuído.
E quando ela finalmente tocou meu sexo, eu já estava prestes a explodir — não apenas de prazer, mas de entrega total.
Gozei sem pedir.
Sem pensar.
Sem vergonha.
Com o corpo tremendo e a alma entregue.
Fanny deitou ao meu lado.
Me beijou no rosto, devagar.
Tirou a venda com cuidado.
“Isso é só o começo do que posso fazer com você... quando você me deixa guiar”, disse.
E eu, ainda ofegante, sorri.
Porque no fundo, era exatamente isso que eu queria.
delicia... deu vontade de ser dominado dessa forma.