Meu chefe e eu



 

 

O ar-condicionado do escritório sussurrava um zumbido constante, tentando, em vão, refrescar o calor opressivo que se instalara não só na cidade, mas dentro de mim. Era sexta-feira, tarde, e o escritório estava deserto, exceto por nós dois. A luz do fim de tarde, dourada e pesada, entrava pelas janelas de vidro, iluminando o pó que dançava no ar como partículas de um segredo prestes a ser revelado.

Ele estava atrás de sua mesa de mogno, impecável como sempre, o paletó cinza pendurado cuidadosamente na cadeira, os punhos de camisa branca enrolados até os antebraços. Eu via os tendões de suas mãos se movendo enquanto ele assinava um documento, a força contida naquela solenidade que sempre me intimidou e, confesso, me excitou. Eu estava parado na porta, relatando o fechamento do projeto daquela semana, mas minha mente estava longe dali.

Havia uma tensão entre nós que ia além da hierarquia profissional. Era algo químico, animal, um jogo de olhares que durava meses. Um toque de mãos ao passar uma xícara de café que durava um segundo a mais, o modo como seus olhos escuros percorriam meu corpo quando pensava que eu não notava. Naquele dia, porém, a tensão estava insustentável. O escritório vazio era um convite perigoso.

Quando terminei de falar, ele não disse nada. Apenas ergueu os olhos e me fitou. Aquele olhar não era o do meu chefe. Era escuro, intenso, cheio de uma promessa não dita. O silêncio se esticou, elástico e quente, até quebrar.

_"Feche a porta", ele ordenou, sua voz mais forte do que o habitual.

Meu coração disparou contra as costelas. Obedeci, o clique da tranca ecoou na sala como um tiro. Quando me virei, ele estava de pé, vindo em minha direção. Não havia mais dissimulação. O desejo nítido em seu rosto era um espelho do meu.Sem uma palavra, ele chegou até mim, suas mãos encontraram meu rosto e sua boca capturou a minha em um beijo que não era de conquista, mas de posse. Era um beijo faminto, devorador, cheio do sabor do café e de uma raiva contida que finalmente explodia. Seus dentes roçaram meu lábio inferior, sua língua invadiu minha boca e eu me deixei dominar, minhas mãos agarrando seus ombros, sentindo os músculos duros sob o tecido fino da camisa.Ele me empurrou contra a porta, seu corpo todo comprimindo o meu. Eu podia sentir a linha dura de sua ereção contra minha coxa, e um gemido baixo escapou da minha garganta. Suas mãos desceram das minhas costas, agarrando minhas nádegas com força, puxando-me ainda mais contra ele."Hoje", ele sussurrou contra minha boca, o hálito quente em meu ouvido me fez estremecer, "não você não vai para casa cedo."Ele me guiou até a mesa grande e imponente, varreu documentos e um monitor de tela plana para o lado com um braço, sem qualquer cerimônia. O som do vidro e do metal se chocando contra a madeira foi obscenamente excitante. Ele me colocou sobre a mesa, a superfície lisa e fria contra as minhas costas, um contraste brutal com a pele em chamas.Ele se posicionou entre minhas pernas, afastando-as com seus joelhos. Seus dedos trabalharam febrilmente no meu cinto, no zíper da minha calça. Quando sua mão finalmente me tocou, envolvendo meu membro já latejante de desejo, eu arquei as costas e gritei baixo. Seu toque era firme, experiente, seu polegar esfregando a cabeça já úmida com uma precisão que me fez ver estrelas Mas eu não queria apenas receber. Eu queria tomar.Com um impulso que veio das entranhas, rolei por cima dele, invertendo nossas posições. Agora era ele deitado sobre a mesa, surpresa e desejo ardendo em seus olhos. Eu o imobilizei, meus joelhos pressionando suas coxas, e me curvei para morder seu pescoço, saboreando o sal de sua pele, a pulsação selvagem de sua veia jugular. Minhas mãos rasgaram a camisa dele, botões voando, revelando um torso definido, coberto por uma camada de pelos escuros. Minha boca desceu, lambendo, mordiscando seus mamilos, até ele gemer e arquear-se sob meu peso. Desci mais, libertando-o de suas calças e boxer. Seu pau era imponente, duro e veiúdo, pulsando contra o ventre. Eu o envolvi com os lábios, engolindo-o profundamente, afundando a face até sentir os pelos púbicos contra meu nariz. Seus quadris se contorceram, e seus dedos se enterraram em meus cabelos, não guiando, mas se agarrando, enquanto eu o devorava com uma sede que parecia inesgotável. O sabor dele, puro e masculino, era o néctar que eu não sabia que precisava. Ele me puxou para cima, seus olhos implorando, suplicando por mais. "Preciso te dentro de mim", ele ofegou, e foram as palavras mais lascivas que já ouvi.Tirei minhas roupas completamente enquanto ele se virava de bruços, apoiando-se nos cotovelos sobre a mesa, suas nádegas arredondadas e pálidas oferecidas a mim como um tributo. Cuspi em minha mão, lubrifiquei minha haste inchada e dolorida de desejo, e então cuspi diretamente no seu centro, observando o líquido escorrer por seu sulco. Posicionei a cabeça em sua entrada, apertada e convulsiva. Coloquei minhas mãos em seus quadris, e com um empurrão lento, mas inexorável, entrei. O calor foi avassalador. Um gemido gutural escapou de nós dois. Ele estava incrivelmente apertado, quente, um punho de veludo me envolvendo, me consumindo. Fiquei parado por um momento, deixando-nos nos acostumar com a intrusão, sentindo cada pulso, cada contração muscular interna dele. Então, comecei a me mover. Devagar no início, cada enfiada uma agonia de prazer. Mas logo a lentidão deu lugar a uma fúria primal. Agarrei seus quadris com força, meus dedos deixando marcas em sua pele, e comecei a fudê-lo  com uma intensidade que eu não sabia ser capaz. A mesa rangia e batia contra a parede em um ritmo obsceno, uma percussão para nossos gemidos, nossos gritos abafados.Ele empurrava o corpo de volta contra mim, cada impacto dos meus quadris contra suas nádegas ecoava na sala silenciosa. "Sim! Assim! Porra, assim!" ele gritava, sua voz grave , quebrada, nada da autoridade habitual.Eu me curvei sobre suas costas, mordendo seu ombro, enfiando cada centímetro dentro dele, sentindo-o se abrir para mim, me receber, me pertencer. Era mais do que sexo. Era uma conquista, uma rendição, uma fusão. O suor escorria pelo meu peito e costas, misturando-se ao dele. O cheiro era intoxicante: sexo, poder, suor masculino e aquele perfume caro que ele sempre usava.Eu senti o orgasmo se construindo na base da minha coluna, uma tempestade de fogo. Minha mão encontrou seu pau, bombeando-o em sincronia com minhas enfiadas. Ele gemeu mais alto, seu corpo começou a tremer violentamente."Goza para mim", eu urrei  em seu ouvido, minha voz irreconhecível. "Goza agora."Foi a ordem que o levou ao limite. Com um grito abafado contra o braço, ele explodiu, jorrando quente e abundante sobre a mesa de mogno e minha mão. O espasmo de seu orgasmo contra meu pau foi a minha sentença. Enterrei-me até o fim nele, com um rugido, e jorrei minha própria essência profundamente em seu interior, onda após onda de um prazer tão intenso que beirava a dor, meu corpo tremendo incontrolavelmente, minha visão escurecendo nas bordas.

Despenquei sobre suas costas, ofegante, meu suor grudando em seu suor. Ficamos ali por um tempo que pareceu uma eternidade, apenas respirando, os dois tentando compreender o terremoto que havia acabado de acontecer. Quando me retirei, delicadamente, ele se virou e me puxou para outro beijo, desta vez lento, profundo, quase terno. Descansamos nossas testas uma contra a outra, ofegantes.

A luz do entardecer havia dado lugar ao crepúsculo, envolvendo o escritório desarrumado em sombras roxas. Olhei para ele, para o homem que eu pensava ser apenas meu chefe, e vi alguém completamente diferente. E eu também era outro.

Sem uma palavra, ele se arrumou, pegou o paletó e, antes de sair, parou na porta, me olhando ainda sentado na sua mesa, nu e marcado por ele.

"Segunda-feira", ele disse, sua voz recuperando um traço da velha autoridade, mas com um brilho novo nos olhos, "não se atrase."E saiu, deixando-me ali, na quietude pós-tempestade, com o cheiro dele impregnado em minha pele e a lembrança indelével do dia em que, finalmente, comi meu chefe.


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Ficha do conto

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Nome do conto:
Meu chefe e eu

Codigo do conto:
242864

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
20/09/2025

Quant.de Votos:
2

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