Aquele sábado parecia normal. Eu tinha aceitado o convite do Daniel, colega da faculdade de economia, para conhecer o clube de polo onde o pai dele era sócio. — Bora, Vitor, tu precisa conhecer. É outro mundo. Piscina, churrasco, cerveja, até cavalo tem. — ele insistiu, rindo. Eu fui. Precisava relaxar depois de uma semana puxada de estágio e provas. Mas não fazia ideia de que aquele dia mudaria algo dentro de mim. O clube era enorme, cheio de gramados impecáveis, gente elegante com taças na mão, carros importados no estacionamento. Eu, de bermuda e camisa polo, me sentia deslocado, mas tentava disfarçar. E foi lá que vi ele. Gilson. Estava de uniforme simples, camiseta justa, calça jeans e boné. Era caddie, carregava os tacos, ajeitava equipamentos, acompanhava os sócios nos treinos. Um trabalhador no meio da elite. Mas o que me chamou atenção não foi o serviço: foi o homem. Negro, 41 anos, 1,80m, mãos grandes, braços fortes, bunda arredondada que preenchia a calça, cavanhaque bem feito. Ele não passava despercebido. E naquele instante, não passou por mim. Eu estava sentado perto do campo, acompanhando uma conversa que nem prestava atenção, quando senti o olhar dele sobre mim. Não foi rápido, foi direto, daqueles que parecem atravessar a pele. Meu coração acelerou. Eu desviei, fingi olhar pro celular, mas já sabia: Gilson tinha me notado. Durante a tarde, enquanto os sócios jogavam, vi ele andando pra lá e pra cá, sempre atencioso. Mas toda vez que passava perto, eu sentia — não era imaginação — o olhar dele me acompanhando. Eu, por outro lado, fingia normalidade, mas me ajeitava na cadeira, esticava a perna, mostrava sem querer a coxa grossa, a bunda marcando a bermuda. Estava me exibindo, mesmo sem admitir. Mais tarde, precisei ir buscar uma garrafa d’água no bar. Ele estava lá, encostado, ajeitando tacos de polo. — Quer uma? — perguntou, já pegando uma garrafa gelada. — Quero sim, valeu. — respondi, quase engasgando com o sorriso dele. — Você é novo aqui, né? Nunca te vi. — a voz grave me arrepiou. — Tô de carona com um amigo. Primeira vez que venho. — falei, tentando soar casual. — Ah, saquei. — ele assentiu, olhando de cima a baixo. Aquele olhar me queimou por dentro. Rápido, mas intenso. O evento terminou no fim da tarde. Os sócios se despediam, o Daniel sumiu pra resolver coisas com o pai, e eu fiquei sozinho, andando até o estacionamento. Foi lá que Gilson apareceu de novo, agora sem boné, com o cigarro aceso, suado, a camiseta colada no peito másculo.— Vai ficar esperando muito tempo? — perguntou, soltando fumaça. — Acho que sim, o Daniel ainda tá enrolado lá dentro. — respondi. — Tô indo embora. Moro em Japeri, mas te deixo até a ponte. É caminho. — ofereceu. — Sério? Por mim, perfeito. Moro em Niterói. — aceitei, tentando disfarçar o nervosismo. No carro dele, um sedã simples, o rádio tocava baixo, e a tensão era palpável. Ficamos alguns minutos em silêncio até que ele quebrou o gelo: — Você não parece muito desse mundo aí... dos sócios. — Não sou mesmo. — ri. — Só vim acompanhar o Daniel. — É. Mas... — ele soltou devagar, me olhando de canto — você me chamou atenção hoje. Minha respiração falhou. Olhei rápido, e ele estava sério, encarando a estrada, como se tivesse soltado aquilo sem medo. Engoli seco e devolvi: — Você também me chamou atenção. Ele sorriu de lado, tragou o cigarro e deixou o silêncio pesar. Mas agora era outro silêncio: carregado, quente. Quando chegamos em Niterói, na frente da minha casa, ele não desligou o carro. Ficou olhando pra frente, respirando fundo. Eu arrisquei, colocando a mão na coxa dele: — Gilson... obrigado pela carona. Mas acho que a gente não parou aqui só por isso, né? Ele virou lentamente, segurou meu queixo com firmeza e me beijou. Beijo de macho. Forte, molhado, língua dominando a minha. A barba arranhava minha pele, eu gemi baixo. Minha mão já apertava a coxa dele, sentindo o volume enorme por baixo da calça jeans.— Moleque safado... — ele sussurrou, ofegante. — Vai me fazer trair minha mulher. — Hoje eu vou ser a sua traição mais gostosa. — respondi, mordendo o lábio. Ele riu, excitado, me puxou pra outro beijo ainda mais intenso. As mãos dele apertaram minha coxa, subiram perigosamente perto da minha virilha. Eu já estava duro, latejando.— Vamos subir... — falei, com a voz rouca. — Antes que a gente faça aqui mesmo. Gilson desligou o carro sem pensar. E eu sabia: aquela noite seria o começo de algo que eu nunca esqueceria.
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É impressionante como, sem querer, a gente descobre coisas surpreendentes. Jamais imaginei encontrar um conto desse autor aqui, esperaria um convite para ler. De qualquer forma foi uma belíssima descoberta por acaso. Fiquei muito feliz com isso. O Texto está excelente. Parabéns!!!