O Garçom
Por volta de 2010, eu vivia a noite de Curitiba com intensidade, já na faixa dos 30 anos, frequentando botecos meio suspeitos na Rua XV de Novembro. A cidade tinha seus encantos noturnos, e o madrugueiro, aquele ônibus da madrugada, tornava tudo mais fácil: saía, bebia, me divertia e voltava para casa sem complicações.
No centro, na XV, havia um bar que eu conhecia desde os tempos de escola. De um lado, um karaokê barulhento; do outro, uma sinuca com mesas gastas. Numa sexta-feira de verão, por volta da meia-noite, eu e uma amiga, já animados por umas doses, resolvemos ir até lá. O calor grudava a roupa no corpo, mas o clima era leve. Cantamos mal, rimos muito e flertamos sem compromisso com quem passava. Entre uma cerveja e outra, notei um garçom. Alto, uns 1,85, magro, cabelo loiro, curto e cacheado, na casa dos 25 anos. Não era marcante, mas tinha um jeito despojado, equilibrando bandejas com facilidade. Não perguntei o nome, nem rolou flerte. Ele era só parte do cenário, trazendo bebidas enquanto a noite seguia seu curso barulhento e quente.
Depois de horas no bar da Rua XV, a noite já estava avançada, e eu e minha amiga decidimos esticar a farra em outro boteco, um lugar meio suspeito, mas onde conhecíamos praticamente todo mundo. O calor do verão curitibano ainda pesava, e o ar cheirava a cerveja e rua. Lá pelas tantas, com a madrugada já rindo de nós, resolvemos encerrar. Minha amiga morava no centro, mas eu não quis dormir na casa dela e decidi pegar o madrugueiro para voltar ao Boqueirão. Acreditava ser o último ônibus da noite.
Cheguei à praça, o ponto de ônibus estava quase deserto, com umas dez pessoas espalhadas, esperando em silêncio. O madrugueiro encostou, barulhento como sempre, e embarquei, indo direto para a última fileira. Sentei perto da janela, enquanto a maioria dos passageiros se acomodou mais à frente, deixando o fundo praticamente vazio. O ônibus já estava prestes a sair quando ele entrou: o garçom do primeiro bar. Camiseta branca justa, destacando o corpo magro, e uma calça de moletom cinza, daquelas largas. Ele sentou na última fileira, do outro lado do corredor, sem dizer nada. O motor roncou, e o ônibus seguiu pela noite.
O ônibus mal tinha avançado algumas quadras, sacolejando pelas ruas escuras do centro, quando olhei na direção do garçom. Ele já estava me encarando. Sob a luz fraca do madrugueiro, percebi melhor: a camiseta branca, justa, marcava o corpo magro, e a calça de moletom cinza, larga, caía de um jeito que o deixava absurdamente atraente — bem diferente da camisa branca engomada e da calça preta do bar. Meus olhos desceram por instinto, e o volume no moletom confirmava o ditado: homem alto e magro não decepciona. A rola pulsava sob o tecido, evidente, e ele, sem desviar o olhar, enfiou a mão dentro do cós, apertando o pau duro com uma ousadia que me pegou desprevenido. Mordi o lábio, sentindo o tesão subir.
Ele se levantou, atravessou o corredor e sentou ao meu lado, na última fileira, onde o vazio do ônibus nos dava uma privacidade perigosa. Sem dizer nada, ele puxou a calça para baixo, e a rola saltou: grande, branca como ele, com a cabeça rosada, grossa, veias saltadas e uma leve curva que a tornava ainda mais provocante. Peguei com a mão, sentindo o calor e o peso, e comecei a masturbá-lo. Ele soltou um gemido baixo, quase inaudível, enquanto o pau babava muito, melando meus dedos. Minha boca salivava, e não resisti: abaixei a cabeça até o colo dele, lambendo a baba com a ponta da língua, sentindo o gosto salgado. Ele mexia o quadril devagar, empurrando a rola contra minha boca, enquanto eu a engolia com calma, acompanhando o ritmo do balanço do ônibus na madrugada.
O ônibus seguia seu trajeto, mas as quadras seguintes passaram como um borrão. Eu não via mais nada além do que estava acontecendo ali, na última fileira. De repente, percebi que o madrugueiro tinha parado no primeiro terminal, ainda escuro, provavelmente para passageiros descerem ou embarcarem — não prestei atenção. Nossos olhares se cruzaram, e, sem pensar muito, descemos juntos naquele terminal vazio, envolto pela penumbra da madrugada.
Caminhamos rápido até o banheiro ao lado, um lugar mal iluminado, com a luz dos postes da rua vazando por uma janelinha pequena. Mal entramos, ele puxou a camiseta para trás da cabeça, expondo o torso magro, mas firme, com uma barriga lisa que pedia toque. Minhas mãos deslizaram por aquele corpo, sentindo a pele quente sob a luz fraca. Ele me puxou com força, colando meu corpo ao dele, e me beijou — um beijo úmido, quente, enquanto sua mão apertava minha bunda com vontade.
Desci a boca pelo peito dele, mordiscando o mamilo, sentindo ele tremer. Minha língua traçou o caminho até a barriga, e logo voltei àquela rola, dura como pedra. Engoli com calma, saboreando, completamente tomado pelo tesão. Num movimento rápido, ele me puxou para cima, me virou de costas e me encostou na pia do banheiro. Sua mão direita subiu por dentro da minha camiseta, apertando meu peito, enquanto a esquerda explorava minha bunda, os dedos rodeando meu anel. Senti a rola dele pressionando meu rego, quente, buscando passagem. Com a boca no meu pescoço, ele encaixou a cabeça da rola, lubrificada pela baba que escorria e pelo meu próprio tesão. Sem cerimônia, ele entrou, me preenchendo de uma vez. O prazer foi tão intenso que, por incrível que pareça, não senti dor, só uma onda de calor e desejo. Ele puxava meu quadril, metendo fundo, as bolas encostando na minha bunda a cada estocada. Meu corpo tremia, pedindo mais. Gozei na bancada da pia, enquanto sentia a rola dele engrossar, alargando ainda mais meu cuzinho, até ele esporrar tudo lá no fundo. Nossos corpos ainda tremiam, engatados, enquanto recuperávamos o fôlego. Quando ele saiu, senti um vazio imediato.
Nos arrumamos em silêncio, trocamos alguns beijos, e ele se foi, sumindo na madrugada. Fiquei ali, esperando o primeiro ônibus do dia, com o corpo ainda quente e a cabeça perdida naquele momento. Nunca mais o vi.
(imagem meramente ilustrativa)