Dudu estava na varanda. Não o Dudu desengonçado que eu lembrava. Este era mais forte, com os braços torneados expostos e um olhar pesado que parecia me examinar da cabeça aos pés.
"Demorou, pra caralho," Dudu me cumprimentou, sem sorriso, mas com a voz grave que me fez sentir um arrepio. "Pensei que tinha desistido."
Eu forcei um sorriso, sentindo estranhamente exposto. "Trânsito. E aí, cara? Que lugarzão, hein? Isolado pra caralho."
"É pra isso mesmo que serve," Dudu respondeu, pegando a minha mochila com uma facilidade que o fez parecer pequeno. "Aqui quem manda sou eu. E você é visita. Entendeu a regra, baitola?"
O tom não era de brincadeira. Eu engoli em seco. "Acho que sim."
A tarde passou lenta. Enquanto eu tentava relaxar na rede, Dudu se ocupava, a camisa molhada de suor colada no corpo. O silêncio do mato amplificava cada barulho: o som da água pingando, o balanço da rede, e a respiração pesada de Dudu enquanto ele picava lenha. Eu não conseguia desviar o olhar do balanço dos músculos do meu amigo.
À noite, a eletricidade da casa principal falhou. Ficaram apenas à luz fraca de um lampião. A atmosfera ficou densa, quente. Dudu se aproximo, servindo um copo de cachaça artesanal.
"Você tá inquieto," Dudu sussurrou, o hálito quente de álcool no meu ouvido. "Tá com medo do escuro, é, viado?"
Eu senti o corpo estremecer com a proximidade. A negação estava presa na garganta. Eu tentei me afastar, mas Dudu colocou o copo na mesa com um baque surdo e me segurou pelo pulso, firme.
"Não se afaste. Passou a viagem toda me olhando. Não adianta fingir agora," Dudu ditou, apertando mais. "Eu sou seu amigo, mas você vai ser minha mulherzinha aqui no sítio. Vai me obedecer. Vai me servir."
A palavra "servir" me atingiu com força. A resistência sumiu. Em seu lugar, veio uma onda de submissão e desejo.
Dudu não deu tempo para pensar. Ele o empurrou para o chão rústico da varanda. O cheiro de mato, suor e desejo ficou insuportável.
"De quatro," Dudu ordenou, puxando meu corpo pela cintura. "Você já sabe qual é o seu lugar, não sabe? De puta."
Eu obedeci sem questionar, sentindo a calça ser puxada e o ar fresco atingir sua pele. Estava agora naquela posição de total entrega, com a cabeça baixa e o coração disparado.
Dudu buscou o que parecia ser um pote de óleo de coco caseiro, com um cheiro doce e forte. Ele espalhou uma quantidade generosa, o toque frio e pegajoso contrastando com o calor do meu corpo. A mão de Dudu era grande e pesada, e o movimento de espalhar o lubrificante era firme, quase violento na intenção.
"Essa porra é só minha agora," Dudu rosnou, a voz rouca de excitação.
Ele se posicionou. A visão do corpo forte de Dudu atrás de mim, naquela luz bruxuleante, me fez gemer. Dudu não usou palavras doces, mas comandos rápidos e diretos, me chamando de puta e vadia a cada toque, a cada entrada, forçando-o a clamar a posição que ele agora ocupava.
A dor inicial foi rapidamente substituída por uma aceitação ardente, impulsionada pelo uso das palavras sujas e pelo domínio absoluto de Dudu. Eu percebi que não era apenas o prazer físico, mas a total e completa rendição ao desejo do "amigo" que me fazia me sentir a cadelinha que Dudu queria.
No auge, Dudu me segurou com força, ditando mais uma ordem, mais uma gazada. garantindo que eu soubesse exatamente para quem eu pertencia ali, naquele sítio isolado, sob a escuridão da noite.


