Fantasias do J.C. - Sofia - Capítulo 6



A Submissão ao Estrangeiro

A revelação no Baile dos Sentidos trouxe uma crise silenciosa. Descobrir que podia ser tantas mulheres sob a máscara de prata foi libertador, mas também profundamente desorientador. Se sua essência era tão fluida, tão moldável, então o que restava de Sofia? As múltiplas versões de si mesma que se revelaram nas catacumbas agora ecoavam em sua mente, cada uma reivindicando legitimidade, deixando-a se perguntar se alguma identidade era mais verdadeira que outra, ou se a única verdade era a própria falta de um eu fixo.
O reencontro com Almeida sem as máscaras, após o clímax do baile, foi carregado de uma nova dinâmica. Ele ainda era seu mestre, ela sabia, mas algo havia mudado irrevogavelmente. Ele a olhava agora não como um artista olha para sua obra em progresso, mas como um explorador olha para um território recém-descoberto que ainda guarda seus próprios segredos. Ela percebeu, com um misto de medo e empolgação, que sua educação havia atingido um ponto em que ele não poderia mais simplesmente instruí-la; ele só poderia expô-la a experiências cada vez mais complexas e observar como ela responderia.
Foi nesse contexto de identidade fragmentada que a viagem à Suíça foi proposta. A fachada acadêmica era perfeita, mas Sofia não era mais a ingênua que acreditava que seminários eram apenas sobre palestras. Ela via a jornada pelo que era: a próxima lógica e aterrorizante etapa. Não se tratava mais de explorar facetas de si mesma sob anonimato em seu próprio país, mas de ser apresentada a um conhecedor internacional, um connoisseur de "raridades humanas". A palavra "Barão" soava pesada e antiga, evocando um mundo de tradições seculares e perversões refinadas onde ela seria a peça central em uma nova avaliação.
Nos dias que antecederam a viagem, enquanto arrumava sua mala com roupas comuns que sentiam como disfarces, uma pergunta persistia: ela estava sendo apresentada como uma estudiosa ou como o objeto de estudo? Ao cruzar as fronteiras não apenas geográficas, mas também as do conhecido, ela estaria se aproximando do ápice de sua transformação ou se tornando permanentemente um artefato na coleção de outro? O avião que a levaria sobre o oceano parecia simbolizar o voo cego que sua vida havia se tornado — destinada a um território estrangeiro, tanto físico quanto espiritual, do qual não havia mais um caminho claro de volta.
A viagem à Suíça foi apresentada como um prêmio. Um seminário de pós-graduação em História da Sexualidade Renascentista, em um instituto privado nos Alpes. Almeida, é claro, era um dos palestrantes convidados. Para Sofia, foi a justificativa perfeita para sua família – uma oportunidade acadêmica única. Mas ela e o professor sabiam a verdadeira natureza daquela jornada. Eles estavam a caminho do Château de la Nuit, uma propriedade isolada nos vales mais profundos, pertencente a um colecionador e conhecedor de raridades humanas, o Barão Klaus von Edelberg.
O voo foi uma provação de fogo. Sentados na primeira classe, separados por um corredor, eles não podiam se tocar. Almeida, impecável em seu terno de viagem, lia um tratado sobre alquimia. Sofia, usando um vestido discreto de malha que se moldava a cada curva de seu corpo, tentava se concentrar na paisagem das nuvens. Mas cada turbulência, cada movimento do avião, era um lembrete do corpo treinado que carregava. Sua boceta latejava com a memória de todas as lições, umedecendo sua calcinha de seda. Ela cruzava e descruzava as pernas, sentindo o olhar pesado de Almeida sobre ela, mesmo quando ele parecia absorto em seu livro. Era parte do jogo – a antecipação, a frustração, o desejo cultivado como uma flor rara e venenosa.
O Barão os recebeu no saguão do castelo, uma sala com tetos abobadados e tapeçarias que contavam histórias de caça e devassidão. Ele era um homem de meia-idade, de cabelos prateados e olhos azuis gelados, que pareciam avaliar Sofia não como uma pessoa, mas como uma peça de sua coleção.
“Professor Almeida,“ele disse, com um sotaque suave e preciso. “Finalmente me traz sua obra-prima. A Donzela de Fogo. Sua reputação a precede, minha cara.“Seu olhar deslizou por ela, e Sofia sentiu-se despida ali mesmo, no saguão frio.
O jantar foi uma cerimônia opulenta e perturbadora. Sofia foi instruída a usar um vestido decotado, cor de vinho, que a deixava com os seios quase totalmente expostos. Ela servia o vinho, ajoelhando-se ao lado da cadeira do Barão, sentindo o olhar dos criados sobre sua nuca. Almeida e Klaus conversavam sobre arte, história e, inevitavelmente, sobre ela, como se fosse um objeto de estudo fascinante.
“A submissão é a mais alta forma de liberdade, você não acha?“ o Barão perguntou a Almeida, enquanto os dedos dele brincavam com os cabelos de Sofia. “Liberta-nos da tirania da escolha.“
“Desde que o mestre seja digno,“ Almeida respondeu, seus olhos encontrando os de Sofia. “E que a submissão seja uma oferenda, não uma imposição.“
Mais tarde, na suíte que compartilhavam, com vista para os picos nevados iluminados pela lua, Almeida a preparou. Ele a banhou em uma banheira de mármore, esfregando óleos aromáticos em sua pele. Suas mãos, conhecedoras de cada centímetro do seu corpo, a fizeram gemer de desejo, mas ele a negou o clímax.
“Klaus é um conhecedor de nuances, Sofia,“ ele sussurrou, enxugando-a com uma toalha macia. “Ele não quer uma escrava quebrada. Ele quer uma rainha que escolhe se ajoelhar. É essa a sua prova final. Mostrar a ele que a sua submissão é um ato de poder.“
Ele a vestiu com um body de renda negra, tão fino que era quase uma ilusão. Por cima, um roupão de seda branca, que ele deixou deliberadamente aberto na frente. “Vá até ele. O aposento de hóspedes no final do corredor leste. Ofereça-se. E não olhe para trás.“
O coração de Sofia batia como um tambor de guerra quando ela caminhou pelos corredores silenciosos do castelo. Os retratos de ancestrais severos pareciam segui-la com os olhos. Cada passo era um eco na escuridão, um passo mais fundo no abismo que ela mesma escolhera explorar. Ela parou diante da porta pesada de carvalho. Por um momento, a dúvida a assaltou. Ela poderia voltar. Poderia fingir que não entendera as instruções. Mas então ela sentiu o latejar úmido de sua boceta, a memória de todas as dores transformadas em prazer, e soube que não havia voltada. Ela era a Donzela de Fogo. E o fogo anseia por ser alimentado.
Ela bateu na porta.
Klaus abriu. Vestia um roupão de veludo escarlate. Seus olhos azuis percorreram seu corpo semi exposto sem surpresa, como se ele soubesse que ela viria.
“Entra, minha donzela,“ ele disse, afastando-se para deixá-la passar.
O quarto era enorme, dominado por uma lareira onde as chamas dançavam. Ele a levou até o centro do tapete persa.
“Tira o roupão.“
Sofia obedeceu, deixando a seda cair no chão. Ela ficou diante dele, vestindo apenas a renda ilusória, seu corpo um contorno pálido e dourado à luz do fogo.
“Ajoelha.“
Ela se ajoelhou, a lã macia do tapete sob seus joelhos. Ele circulou-a, como um leão ao redor de sua presa.
“O Professor me disse que a sua boceta é um instrumento afinado para o prazer. É verdade?“
“Sim, Senhor,“ ela sussurrou, sua voz estável.
“E o seu cuzinho? Já aprendeu a gostar de ser possuído ali?“
“Sim, Senhor.“
Ele parou atrás dela. Suas mãos, frias como o mármore do castelo, pousaram em seus ombros.
“Então me mostre. Mostre-me que você não é apenas uma pupila obediente. Mostre-me que você é uma sacerdotisa do prazer.“
Ele a orientou a deitar-se de costas no tapete, com a cabeça voltada para a lareira. Ele pegou um travesseiro de veludo e colocou sob seus quadris, elevando sua pélvis, expondo-a completamente. Da mesa ao lado, ele pegou um objeto – um consolo de cristal lapidado, com veios de ouro, que parecia capturar a luz do fogo em seu interior.
“O Barão de Gelo para a Donzela de Fogo,“ ele sussurrou, lubrificando a peça com um óleo quente de rosas.
A primeira penetração foi um choque. O cristal era incrivelmente liso, mas frio, tão frio. Ele a preencheu com uma lentidão excruciante, e Sofia gritou, seus dedos se enterrando no tapete. A sensação do objeto gelado dentro de sua boceta quente e latejante era uma tortura divina. Ele moveu o consolo para dentro e para fora, e cada movimento era uma onda de frio e calor, uma expansão dolorosa e prazerosa.
Enquanto isso, suas mãos não paravam. Ele beliscou seus mamilos até ficarem roxos, acariciou sua garganta, segurou sua mandíbula com força. Ele falava em alemão, baixo e gutural, e embora ela não entendesse as palavras, entendia a intenção – de posse, de dominação, de prazer extraído como um recurso precioso.
Ele então substituiu o consolo de cristal por sua boca. Sua língua, habilidosa e implacável, encontrou seu clitóris. Ele a lambeu, chupou e mordiscou com uma expertise que a fez gemer e se contorcer. Foi um ataque sensual calculado para destruir qualquer resistência remanescente. Ele a fez chegar à beira do orgasmo repetidas vezes, apenas para parar e deixá-la suspensa no abismo do desejo insatisfeito.
“Por favor,“ ela suplicou, sua voz um gemido. “Por favor, me come.“
Ele ergueu-se, seu rosto iluminado pelas chamas. Ele despiu o roupão. Seu corpo era esguio e pálido, seu pau ereto e imponente. Ele a penetrou num único movimento, possuindo-a com uma intensidade que fez com que o ar escapasse de seus pulmões. Ele a fodeu com uma fúria controlada, cada estocada uma afirmação de seu domínio, cada gemido seu um tributo ao seu poder.
Ele a virou de bruços, enterrou o rosto em seu pescoço e sussurrou: “Agora, o cuzinho. É isso que eu quero.“
Ele lubrificou-se e a ela com o mesmo óleo, e então, com uma paciência infinita, começou a penetrar seu cuzinho. A dor era aguda, uma ardência que rasgava, mas Sofia respirou fundo e abriu-se para ela, lembrando-se das lições. A dor se transformou em plenitude, em uma sensação de preenchimento tão profundo que beirava o espiritual. Ele moveu-se dentro dela, e era como se estivesse reivindicando a própria alma dela.
Foi nessa posição, com ele possuindo seu cuzinho por trás, suas mãos agarrando seus seios, seu rosto pressionado contra o tapete, que ela finalmente se permitiu quebrar. O orgasmo foi uma explosão silenciosa e violenta, um tremor que começou no núcleo mais profundo de seu ser e se espalhou para cada fibra de seu corpo. Ela não gritou; um soluço rouco e profundo saiu de sua garganta, e lágrimas quentes escorreram de seus olhos, não de tristeza, mas de pura e absoluta liberação.
Sentindo suas contrações, o gemido final de Klaus foi um rugido abafado. Ele enterrou-se nela até o fim, e ela sentiu o jorro quente de sua semente em seu cuzinho, uma marca de sua conquista.
Ele saiu dela e se deitou ao seu lado, ofegante. Por um longo momento, o único som era o crepitar do fogo. Então, ele se virou e, com um gesto surpreendentemente gentil, enxugou suas lágrimas.
“Perfeito,“ ele sussurrou. “Perfeita.“
Na manhã seguinte, no café da manhã, Klaus cumprimentou Almeida com um aperto de mão respeitoso.
“Você tinha razão, Professor,“ disse o Barão. “Ela não é uma estudante. Ela é uma mestra na arte da rendição. Um prazer ter… hospedado… tal obra-prima.“
Sofia, sentada à mesa, vestindo um robe simples, manteve o rosto sereno. Ela sentia cada músculo dolorido, cada marca roxa, a lembrança fantasma do cristal e do pau dele em seus orifícios. Ela bebeu seu suco de laranja, o sabor doce e ácido explodindo em sua língua. Ela não se sentia usada. Sentia-se completa. A submissão ao estrangeiro não a havia diminuído. Pelo contrário, expandira as fronteiras do seu próprio eu. Ela olhou para Almeida e sorriu, um sorriso pequeno e secreto. Ela era a Donzela de Fogo, e havia sobrevivido ao gelo. E agora, ela estava pronta para queimar o mundo.


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Ficha do conto

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Nome do conto:
Fantasias do J.C. - Sofia - Capítulo 6

Codigo do conto:
246783

Categoria:
Sadomasoquismo

Data da Publicação:
09/11/2025

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