A faxineira dominadora e o belo arquiteto



Relato longo, mas vale cada palavra... pura excitação. Deliciem-se!

O Audi A5 cinza escuro de Vicente virou na esquina da Alameda Santos às 19:27 de uma sexta-feira no final de janeiro que se recusou a se refrescar. O termômetro do painel marcava 30 graus. Ar condicionado a todo. Camisa de grife azul marinho - Armani, comprada em Milão no ano anterior - grudando em suas costas suadas apesar do frio artificial.

Estacionou em sua vaga reservada no estacionamento subterrâneo. Motor desligado. Silêncio repentino quebrado apenas pelo tique-tique do motor esfriando.

Ele ficou sentado por um momento, com as mãos ainda no volante, olhando para a parede de concreto manchada de óleo à sua frente.

"Você não deveria estar aqui. Você deveria estar em casa. Com Cristina. Com as crianças. É sexta-feira à noite, porra.»

Mas o cliente do hotel Windsor - aquele idiota exigente com muito dinheiro e muitas opiniões sobre restauração arquitetônica - precisava da documentação completa até segunda-feira. Reunião às nove da manhã. Apresentação de orçamentos. Renderizações finais. Planos detalhados da intervenção estrutural.

Tudo perfeito. Tudo impecável.

Como sempre.

Porque Vicente M. V. não entregava trabalhos pela metade. Não chegava a reuniões importantes sem estar 100% preparado. Isso era exatamente o que o separava dos arquitetos medíocres que se contentavam com o "bom o suficiente".

"E é por isso que você ganha duzentos mil por ano enquanto eles lutam para chegar aos sessenta. Porque você nunca se conforma.»

Ele saiu do carro. Pasta de couro italiano na mão - presente de Cristina em seu aniversário, quando ainda se preocupava em comprar presentes para ele que não fossem gravatas genéricas. Elevador para o quarto andar. As portas se abriram com um ding suave.

O corredor do prédio de escritórios estava silencioso. Mocassim cinza absorvendo seus passos. Luzes fluorescentes projetando aquele brilho frio e institucional que fazia tudo parecer ligeiramente morto.

Sexta-feira, 19:30. O prédio deve estar vazio. As empresas de contabilidade, as assessorias fiscais, os escritórios de advocacia - todos os vizinhos corporativos de "Mendonça & Asociados" - fechavam religiosamente às 18:00 às sextas-feiras. Fim de semana sagrado. Famílias esperando. Cervejas em terraços. Normalidade burguesa.

Mas então ele viu a luz.

Seu andar, o quarto, que ele alugou completo para seu estúdio, tinha luzes acesas no final do corredor. Nem todas. Apenas as da área comum. Onde estavam as grandes janelas que davam para a cidade.

«Merda. Deixei algo aceso esta manhã?

Ela se aproximou, tirando as chaves do bolso da calça de terno cinza Oxford.

E então ele a viu.

Lali.

De costas para ele, esticando-se para alcançar o topo de uma das janelas, braço estendido completamente para cima, movendo o pano em círculos amplos e metódicos. A camisa polo branca de seu uniforme de limpeza se esticava em suas costas a cada movimento, revelando a linha de seu sutiã esportivo por baixo. A calça azul marinho se moldava em suas nádegas quando ela ficava na ponta dos pés para ficar mais alta.

Ele usava fones de ouvido sem fio. Vicente podia ver o fio branco desaparecendo sob seu rabo de cavalo alto. Cantarolou algo. Uma música que ele não reconheceu, mas que tinha um ritmo cativante. Seus quadris se moviam levemente no ritmo enquanto ele limpava.

Ele parou, observando-a.

Não deveria. Foi inapropriado. Ela era sua funcionária — tecnicamente funcionária da empresa de limpeza terceirizada, mas o princípio era o mesmo.

Mas foda-se.

Os músculos de seus braços estavam marcados sob a pele bronzeada a cada passagem do pano. Braços finos, mas definidos. Fortes. O tipo de força que vinha de anos de trabalho físico, não de academia pretensiosa.

O cabelo preso naquele rabo de cavalo alto revelava sua nuca. Pele do mesmo tom mediterrâneo que o resto, com algumas sardas espalhadas. Os fios que haviam escapado do rabo de cavalo — aqueles fios brancos característicos que saíam de suas têmporas — brilhavam sob a luz fluorescente como fios de prata.

"Sessenta e dois anos."

Ela mesma havia mencionado isso há seis meses, quando Vicente perguntou sobre seus filhos. Lali tinha sorrido com aquele orgulho maternal que atravessava gerações.

"O mais velho tem quarenta. Quarenta, você pode acreditar? Acabou de ser pai. Agora tenho sessenta e dois anos e ele vai me fazer avó novamente."

Sessenta e dois. E essa mulher estava melhor do que metade das clientes de quarenta anos que tentavam seduzi-lo com calças de ioga de marca e seios operados.

Ele se assustou visivelmente. Uma mão foi ao seu peito naquele gesto universal de susto. Então ela sorriu — aquele sorriso instantâneo, genuíno, que iluminava todo o seu rosto e fazia as rugas ao redor de seus olhos ficarem mais marcadas.

Ela tirou os fones de ouvido. O fio branco agora pendurado em seu pescoço.

—Dr. Vicente! —Sua voz rouca encheu o corredor silencioso. Que susto. Eu não esperava ninguém a esta hora.

"Dr. Vicente. Sempre Dr. Vicente. Estou há três anos tentando fazer com que ela me chame apenas de Vicente e ela nunca consegue.»

Ele se aproximou, deixando a pasta em uma das cadeiras na área de espera.

—Lali, por favor, já te disse mil vezes para me chamar de Vicente. O Dr. me faz sentir como meu pai.

Ela riu. Aquele som grave que sempre o confundia um pouco porque vinha de uma mulher tão pequena. Eu tinha certeza de que não chegaria a 1,60 metros de altura e uma voz que poderia pertencer a alguém quinze centímetros mais alto.

—É expontâneo. A educação dos antigos, você sabe. — Ela encolheu os ombros, o gesto fazendo seus seios pequenos se moverem sob a camisa. Além disso, você é o chefe. Temos que guardar a formalidade.

O "você" deliberado. Quase zombando. Como se estivesse brincando com ele.

Vicente franziu a testa ligeiramente. Havia algo diferente em Lali hoje. Ele não conseguia identificar exatamente o quê, mas seu cérebro - treinado para perceber detalhes, para ver o que os outros estavam negligenciando - registrava pequenas anomalias.

A maquiagem.

Leve. Muito leve. Mas aí. Lali nunca usou maquiagem trabalhando. Nem mesmo no Natal, quando limpava depois do jantar da empresa. Mas hoje... hoje estava com rímel nos cílios. Um toque de blush nas bochechas. Lábios levemente brilhantes com algo que pode ser bálsamo ou brilho labial discreto.

O pólo.

Mais apertado do que o normal. Os uniformes da empresa de limpeza vinham em tamanhos genéricos — pequeno, médio, grande. Lali sempre usava mediano, que ficava folgado, escondendo sua figura. Mas este... este parecia pequeno. Se moldava em seus ombros, em seus seios, em sua cintura.

"Ele mudou de pólo. Por que diabos ele teria trocado de camisa polo para limpar uma sexta-feira à noite?

E o cheiro.

Produtos de limpeza, sim. Aquele aroma químico de limão e amônia que sempre a acompanhava. Mas por baixo... perfume. Algo floral. Discreto mas presente.

Perfume. Para limpar escritórios vazios. Definitivamente algo estranho está acontecendo.»

— Você já não deveria ter terminado? — perguntou, olhando para seu relógio Rolex. São quase 20h.

Lali colocou o pano no balde de água perto da janela. Ela se virou completamente para ele, encostando-se no vidro recém-limpo com um quadril.

—Fiquei um pouco mais. —Sua voz desceu meio tom, tornando-se mais íntima. Queria deixar isso impecável para segunda-feira.

Mentira.

Vicente soube imediatamente. Lali terminava às seis da tarde. Todos os dias. Religiosamente. Ele tinha que pegar dois ônibus para voltar para sua casa na cidade dormitório onde morava. Sair mais tarde significava chegar em casa depois das 21h.

Ele nunca ficou atrasado.

Até hoje.

«Interessante.»

Uma ideia começou a se formar. Ridículo. Impossível. Mas lá estava ele, germinando em algum canto de seu cérebro que ainda funcionava com a lógica masculina básica.

"Ela ficou... por mim?"

Não. Absurdo. Lali era a faxineira. Avó. Casada. Respeitável. Não o tipo de mulher que...

Mas então ela sorriu. E havia algo naquele sorriso. Algo que não era apenas gentileza profissional. Algo... cúmplice?

"Tenho que preparar alguns documentos", disse Vicente, apontando para seu escritório ao fundo. Cliente importante. Você sabe como é.

— Sim, sim. — Lali assentiu, mas não se moveu de sua posição encostada na janela. Você sempre tão trabalhador. A esta hora, uma sexta-feira...

Pausa.

—Sua senhora não fica brava?

A pergunta foi casual. Muito casual.

—Cristina está acostumada. —Vicente deu de ombros. O trabalho de arquiteto não entende de horários.

—Claro. —Lali olhou diretamente para ele. Aqueles olhos castanhos claros com tons dourados cravando nos dele. O trabalho.

A ênfase na última palavra foi quase imperceptível. Quase.

Silêncio.

O ar condicionado do prédio estava desligado — medidas de economia de energia fora do horário de trabalho — e o calor começava a se acumular. Vicente sentiu uma gota de suor escorrendo por suas costas, sob a camisa de Armani.

—Quer um café? —Ouviu-se dizer, surpreendendo-se. Já que estamos os dois aqui...

Lali piscou. Surpresa genuína em seu rosto.

Eu nunca lhe ofereci café antes. Bom dia, sim. Conversa educada, sempre. Mas convites para compartilhar espaço... nunca.

— Sério? — perguntou ela.

—Tenho uma Nespresso na cozinha do estúdio. —Ele encolheu os ombros, tentando fazer soar casual. Café decente. Muito melhor do que a merda da máquina da área comum.

Ela sorriu. Mais amplo desta vez.

—Está bem. Sim. Um café seria bom.

A cozinha do estúdio era ridiculamente pequena. Armários brancos minimalistas. Bancada de granito preto. Nespresso rosto em uma extremidade. Mini-geladeira embaixo. Duas xícaras penduradas em ganchos.

Vicente e Lali mal cabiam sem se tocar.

Ele fez café. Cápsula na máquina. Botão. O som familiar da água sendo pressionada através do café moído preencheu o silêncio constrangedor.

Lali se encostou na bancada, observando-o. Braços cruzados sob seus seios pequenos, o gesto fazendo com que eles se realçassem ligeiramente sob a camisa pólo apertada.

—Oxi, Que calor, da pega—comentou, abanando-se com uma mão.

Vicente passou-lhe uma xícara fumeguente. Seus dedos roçaram na transferência. Breve contato. Elétrico. Quase derrubando a xícara.

—Desculpe —disse Lali imediatamente, referindo-se ao seu sotaque.

— Tudo bem. — Vicente bebeu seu próprio café. Muito quente. Ele queimou a língua. Eu gosto de ouvir você falar valenciano.

Ela olhou para ele surpresa.

—Sério? A maioria das pessoas daqui me olham estranho quando eu misturo minha fala com sotaque. Como se fosse uma anomalia.

—A maioria das pessoas são umas idiotas estúpidas.

Lali riu. Genuíno. O som encheu a pequena cozinha.

—rsrs, Dr. Vicente falando palavrões. Isso eu nunca imaginava.

—Me chame de Vicente, porra.

—Você vê. —Ele apontou com a xícara. Lá está ele de novo.

Eles beberam em silêncio. O calor aumenta no espaço pequeno. Sem janelas. Sem ventilação. Apenas dois corpos gerando temperatura em proximidade forçada.

Vicente afrouxou sua gravata. Primeiro botão da camisa. Precisava de ar.

Lali o observou com aqueles olhos que pareciam ver demais.

—Dia ruim? —perguntou.

— Longo. — Bebeu mais café. Cliente pesado. Reunião importante na segunda-feira. O típico.

—E sua senhora? Você não se importa que eu trabalhe em uma sexta à noite?

Segunda vez que mencionei Cristina. Segunda vez com aquele tom casual que não era nada casual.

—Cristina está acostumada —respondeu Vicente, e era verdade—. Eu faço isso há anos. Ela nem pergunta mais.

—Que conveniente.

A maneira como ele disse isso. Com aquele meio sorriso. Aquele brilho nos olhos.

Vicente olhou para ela com mais atenção.

"Sabe alguma coisa. Porra. Sabe alguma coisa.»

—Conveniente? —Tentou, tentando parecer neutro.

Lali colocou sua xícara no balcão. Ela se virou para ele completamente. Tão perto agora que eu podia sentir o cheiro de seu perfume por cima dos produtos de limpeza. Algo com jasmim. Barato provavelmente. De supermercado. Mas nela cheirava... bem.

"Meu Genaro também se foi esta semana", disse ele. Para Santos. Com seus amigos aposentados.

—Ah. Que bom. Umas férias...

— Uma semana. — Lali o interrompeu. Cinco velhos jogando dominó e bebendo cerveja barata em um apartamento que cheira a mofo. Muito glamoroso.

Vicente não sabia o que responder a isso.

— E você não foi? — perguntou finalmente.

Lali soltou uma risada. Sem humor. Amarga.

—Eu? Para quê? Para vê-los ficar bêbados e reclamar do calor? Prefiro ficar trabalhando.

Ele bebeu o resto de seu café de uma só vez. Ele o deixou no balcão com um clique final.

—Além disso, meu Genaro e eu... —Pausa. Escolhendo palavras. Não somos mais um casal nesse sentido. Somos colegas de quarto que compartilham o sobrenome.

Vicente piscou.

"Você acabou de dizer o que eu acho que você acabou de dizer?"

—Eu não sabia que... —começou, mas parou—. Bem, não é da minha conta.

— Tudo bem. — Lali encolheu os ombros com uma naturalidade que o confundiu. Não é segredo. Não nos tocamos... quanto tempo? Dez anos? Mais talvez. Perdi a conta.

Ele olhou diretamente para ele. Sem vergonha. Sem desculpas.

—Sabe o que é pior? Que eu nem sinto falta dele. Para ele especificamente, eu digo. Mas sinto falta... você sabe. Isso.

O coração de Vicente deu um salto estúpido. Adolescente.

"Ele está falando de sexo. Ele está falando abertamente sobre sexo. Comigo. Na cozinha do meu estúdio. Que porra está acontecendo?

— Com certeza... — Ele tentou manter o tom profissional, neutro. Bem, uma mulher como você...

Lali riu novamente. Mais forte desta vez.

— Uma mulher como eu? — Ele levantou uma sobrancelha. Uma faxineira madura com cabelos grisalhos e rugas?

— Uma mulher atraente. — As palavras saíram antes que eu pudesse pará-las. Inteligente. Com senso de humor.

Ela o estudou por um momento. Cabeça ligeiramente inclinada. Como um pássaro avaliando se o verme vale a pena.

—Como você é legal, Vicente. —Sorriso pequeno—. Mas você não precisa encher minha bola. Eu sei o que sou.

Pausa deliberada.

—E eu também sei... —deu um passo em direção a ele, fechando a distância a centímetros— ...que você não é exatamente um santo.

O ar deixou seus pulmões.

—O quê?

O sorriso de Lali ficou malicioso. Quase predador.

—Quarte-feira passada. Eu vi você sair daquele bar na Consolação. Aquele que tem o terraço com as luzes coloridas. — Seus olhos brilharam com diversão. Com aquela loira. A jovem arquiteta do estúdio da competição. Como se chamava? Patricia? Paula?

O pânico atingiu Vicente como um soco no estômago.

«Merda. Merda. Merda.»

— Lali, eu... — ele começou, mas as palavras ficaram presas em algum lugar entre seu cérebro paralisado e sua boca seca.

—Calma. —Lali levantou uma mão, gesto apaziguador—. Não vou dizer nada a ninguém. Não sou fofoqueira. E menos vou te julgar. Cada um vive como pode.

Ele bebeu o último gole de café que sobrou em sua xícara. Ele a deixou na pia pequena.

—Mas me fez pensar... —continuou, a voz descendo para aquele tom rouco que fazia coisas estranhas na virilha de Vicente— ...se você pode... por que eu não?

O silêncio que caiu foi denso. Carregado. O tipo de silêncio em que o próprio ar parecia prender a respiração.

Vicente olhou para ela. Ele realmente olhou para ela. Pela primeira vez em três anos, não como a funcionária alegre que mantinha seu estúdio impecável. Mas como mulher.

Lali segurou seu olhar. Sem baixar os olhos. Sem timidez. Esperando.

E então Vicente entendeu.

"Isso não é coincidência. Ela não ficou até tarde por acidente. A maquiagem. A camisa polo ajustada. O perfume. Tudo deliberado. Tudo planejado. Está... porra. Ele está me seduzindo.»

Seu pau respondeu antes de seu cérebro. Aquele puxão familiar na virilha. Sangue se aglomerando. Iniciando o processo de endurecimento contra sua vontade.

Lali percebeu. Claro que ele percebeu. Seu olhar desceu brevemente para sua virilha, depois voltou para seu rosto. Sorriso se ampliando.

—Não tenho ninguém me tocando há anos. —Sua voz apenas um sussurro agora. Sem me sentir... desejada. Desejável. Como mulher, sabe? Não como funcionária. Não como esposa. Como mulher.

Deu outro passo. Não havia mais espaço entre eles. Vicente podia sentir o calor irradiando de seu corpo. Eu podia ver cada sarda em seu rosto. Cada linha de expressão. Cada aba com rímel.

—E você... —sua mão pousou em seu peito, sobre a camisa Armani, diretamente em seu coração acelerado— ...você sempre me tratou diferente. Com respeito. Como se fosse... pessoa. Não só a que limpa seu escritório.

O contato foi como um choque elétrico. Vicente teve que fazer um esforço consciente para não recuar.

"Isso está acontecendo. Porra. Isso está realmente acontecendo.»

—Lali, não sei se isso é... —ele começou, mas ela o interrompeu.

—Apropriado? —Sorriso mais amplo—. Claro que não é apropriado. Mas faz anos que parei de me importar com o apropriado.

Sua mão ainda em seu peito. Ela podia sentir o calor de sua palma através do tecido fino da camisa.

—Só quero saber uma coisa, Vicente. —O olhou diretamente para ele. Eu te atraio? Mesmo que seja um pouco. Seja honesto.

A pergunta flutuou entre eles como algo físico. Tangível. Aguardando resposta.

Vicente poderia ter mentido. Eu deveria ter mentido. Um "não" educado. Uma desculpa sobre mal-entendidos. Uma retirada digna que preservaria a relação profissional.

Mas Lali o chamou de Vicente. Não Dr. Vicente. Vicente.

E sua mão ainda estava em seu peito, sentindo cada batida acelerada de seu coração traiçoeiro.

— Sim. — A palavra saiu simples. Direto. Sem elaboração.

Os olhos de Lali se iluminaram. Vitória pequena, mas significativa.

—Sim o quê? —pressionou.

—Sim, você me atrai. —Vicente respirou fundo. Há muito tempo, se sou honesto.

—Desde quando?

"Por que estou respondendo isso? Por que não estou parando essa loucura?

Mas sua boca continuou a traí-lo:

—Você se lembra daquele dia que chegou encharcada pela chuva? Há dois anos. Fevereiro. Sua camisa polo branca grudava no seu corpo e...

Ele parou, percebendo o que estava prestes a admitir.

Lali terminou por ele:

—E você podia ver meu sutiã. E provavelmente mais.

Não havia vergonha em sua voz. Apenas afirmação de fato.

—Sim, eu me lembro. —Ele sorriu. Você ficou vermelho como um tomate. Quase me fez rir. O grande arquiteto corando ao ver o sutiã de uma faxineira.

— Não foi só o sutiã.

As palavras saíram antes que eu pudesse vazá-las.

Lali inclinou a cabeça, curiosa.

—Não? O que foi então?

—Seu rosto. —Vicente desistiu, as palavras fluindo agora sem censura. Quando tirei seu casaco molhado e te dei minha jaqueta para você se secar. Você sorriu. E foi... foda-se. Foi o sorriso mais genuíno que eu tinha visto em meses. Sem cálculo. Sem agenda. Apenas... puro agradecimento.

Silêncio.

Lali processando isso.

—Nossa. —Murmurou finalmente. Eu não esperava isso.

—O que você esperava?

—Que você dissesse algo sobre minha bunda. —Risos. Ou meus peitos. Os homens sempre vão direto ao físico.

"Eu também notei sua bunda", admitiu Vicente, e porra, por que ele estava sendo tão honesto? E nos seus peitos. Mas não foi só isso.

—Não?

—Não. —Ele olhou diretamente para ela. Foi... você. Completa. A maneira como você se move. Como você fala. Como você ri das minhas piadas ruins. Como você se lembra que eu gosto de café só sem açúcar, embora eu nunca tenha pedido diretamente.

Pausa.

— E sim, sua bunda também. Isso é bom pra caralho para uma mulher de sessenta e dois anos.

Lali riu. Forte. Genuíno. O som ecoou na pequena cozinha.

—Bem, algo é algo. —Ele se aproximou, eliminando o último centímetro de distância. E o que você fez com essa atração por dois anos?

—Nada.

—Nada?

—Nada. —Vicente se forçou a segurar seu olhar—. Você é... você não é o tipo de mulher com quem eu...

Ele parou, percebendo tarde demais como soava.

O rosto de Lali não mudou. Mas algo passou por seus olhos. Flash de... dor? Resignação?

— Com a qual você dorme? — Ela terminou por ele. Diga. Não me ofendo.

Sua voz ainda era leve, mas havia um fio ali agora.

— Suas aventuras são com mulheres da sua classe. — Ele continuou, enumerando com os dedos. Clientes com dinheiro. Arquitetas elegantes. Designers de interiores que usam roupas de grife. Mulheres que podem pagar hotéis caros e jantares em restaurantes que não têm preço no cardápio.

Pausa.

—Não com faxineiras. Verdade?

Vicente sentiu uma vergonha autêntica queimando em seu peito. Vergonha porque ela estava certa. Completamente puta razão.

—Não é exatamente isso... —começou, mas soou falso até para seus próprios ouvidos.

—Claro que é. —Lali não parecia brava. Apenas... cansada—. E eu entendo. De verdade. As pessoas se reúnem com seu igual. É assim. Sempre foi assim.

Bebeu mais café.

—Mas hoje... —Ele se aproximou, seu corpo quase tocando o de Vicente agora— ...hoje eu não me importo exatamente com a classe social. Ou a idade. Ou o mais apropriado que seja.

Sua mão livre — aquela que não segurava a xícara — pousou no peito de Vicente novamente. Diretamente em seu coração batendo como se quisesse escapar de sua caixa torácica.

—Hoje só sei quantos anos tenho. Que não tenho ninguém para foder comigo há uma década. E que você... —seu dedo traçou uma linha descendente, do esterno até o abdômen— ...você me deixa molhada toda vez que te vejo com esses ternos italianos e esse sorriso de bom menino.

"Foda-se. Porra. Porra."

O pau de Vicente atingiu sua ereção completa. Instantaneamente. Pressionando obscenamente contra suas calças de terno. Impossível esconder no espaço apertado.

Lali olhou para baixo. Ele viu a evidência. Ele sorriu com pura satisfação.

— Vejo que pelo menos uma parte de você concorda comigo.

Vicente tentou falar. Ele tentou raciocinar. Ele tentou ser o adulto responsável, o profissional, o homem que não transava com empregadas em seu local de trabalho.

Ele falhou miseravelmente.

—Lali, se fizermos isso... —Sua voz saiu rouca, áspera. Se cruzarmos essa linha... não há como voltar atrás. Não posso te prometer nada além de...

— De quê? — Lali o interrompeu, levantando uma sobrancelha. De sexo? De encontros discretos? De manter isso em segredo?

Ele assentiu, incapaz de vocalizar a sordidez do que estava oferecendo.

— Não estou te pedindo promessas, querido. — Lali largou sua xícara, liberando as duas mãos. Não espero que você deixe sua esposa. Não espero jantares românticos ou presentes caros. Não espero nada, exceto...

Suas mãos alcançaram seu cinto. Dedos roçando a fivela.

— Estou pedindo para você me foder. Aqui. Agora. No seu lindo escritório com vista para a cidade.

Ele virou a cabeça, apontando o queixo para seu escritório particular no final do corredor.

— Ou você prefere que eu vá embora e continuemos fingindo que isso não está acontecendo?

O desafio em sua voz. A promessa em seus olhos. A evidência de seu desejo - podia ver seus mamilos pressionando contra o pólo, duros como pedras - se combinando em uma tempestade perfeita que destruiu qualquer pretensão de profissionalismo que Vicente tivesse tentado manter.

Ele a agarrou pela cintura. Firme. Decidido. Ele a puxou para si até que seus corpos colidiram completamente. Seios de Lali pressionando contra seu abdômen. Sua ereção pressionando contra sua barriga.

"Não finja que não sabe exatamente o que está fazendo", ele rosnou em seu ouvido.

Lali estremeceu. Mas foi de prazer, não de medo.

— Eu sei exatamente o que faço. — Sua voz rouca vibrou contra seu pescoço. Pela uma vez na minha vida, eu sei exatamente o que eu quero.

Vicente a beijou.

Não foi gentil. Não foi romântico. Foi puro desespero condensado no choque de lábios e língua. Dois anos de tensão não reconhecida explodindo em um beijo que tinha gosto de café e algo mais escuro. Uma decisão. A transgressão. Para cruzar linhas que não deveriam ser cruzadas.

Lali respondeu com igual ferocidade. Suas mãos subiram em seu cabelo, agarrando, puxando. Sua boca se abrindo, língua invadindo, tomando o máximo que dava.

Quando eles finalmente se separaram — a necessidade de oxigênio superando a necessidade de contato — ambos estavam ofegantes.

— Escritório — falou Lali. Agora.

Vicente assentiu, incapaz de articular palavras.

Ele a pegou pela mão — um gesto estranhamente terno após a brutalidade do beijo — e a guiou para fora da cozinha, pela área comum do estúdio, passando pelas mesas dos arquitetos juniores, as pranchechas, as prateleiras cheias de amostras de materiais.

Seu escritório particular estava ao fundo. Porta de vidro esmerilhado com seu nome gravado em letras douradas: Vicente Mendonça Villar - Sócio Principal.

Abriu. Ele deixou Lali passar primeiro. Gesto automático de cavalheirismo que havia sido programado nele desde a infância.

Lali entrou, olhando em volta com curiosidade indisfarçada.

O escritório de Vicente era seu reino pessoal. Três vezes maior que o de seus parceiros. Janelas do chão ao teto mostrando São Paulo banhada pela luz dourada do pôr do sol. Mesa de design escandinavo - madeira clara, linhas limpas, nada de ornamentação desnecessária. Cadeira ergonômica cara que custou mais do que o salário mensal de Lali. Estantes com livros de arquitetura, maquetes iluminadas de projetos passados, prêmios discretamente exibidos.

Sofá de couro preto em um canto. Mesa auxiliar com cafeteira própria —porque a Nespresso da cozinha comum nunca era boa o suficiente. Tapete persa debaixo da mesa. Autêntica. Comprado em uma viagem a Istambul. Custou três mil euros.

Tudo controlado. Tudo no lugar. Tudo perfeito.

Como sua vida. Como seu casamento. Como sua fachada.

—Belo escritório. —Lali caminhou até a janela, observando a vista. Muito você. Tudo controlado. Tudo no lugar.

A maneira como ele disse isso. Não foi cumprido. Foi... observação. Quase diagnóstico.

Vicente fechou a porta. O som era suave, mas definitivo. Então ele puxou a trava.

Clique.

O ferrolho de encaixe ecoou no silêncio como um tiro de arma de saída.

Lali se virou da janela. Ele olhou para ele. A luz dourada do pôr do sol a banhava por trás, criando um halo ao redor de sua silhueta. Parecia... porra. Parecia uma aparição. Uma fantasia materializada.

Vicente ficou perto da porta. Mãos para os lados. Coração descontrolado.

"Você ainda pode parar isso. Você ainda pode dizer que foi um mal-entendido. Que...»

Mas Lali já estava caminhando em sua direção.

Não com pressa. Com passos medidos. Deliberados. Como um predador se aproximando de uma presa que sabe que não vai fugir.

Ela parou na frente dele. Ela teve que olhar para cima - ela era tão baixa pra caralho - para olhá-lo nos olhos.

—Se você mudou de ideia, diga. —Sua voz era suave, mas firme. Não acontece nada. Posso ir embora e esquecer que isso...

—Não. —Vicente a interrompeu. Não mudei de ideia.

—Tem certeza?

—Completamente.

Lali sorriu. Lento. Satisfeita.

—Bem.

Mas quando Vicente se inclinou para beijá-la novamente, ela colocou a mão em seu peito. Firme. Parando-o.

—Espere.

Vicente congelou. Confusão substituindo certeza.

—O quê?

Lali deu um passo para trás. Criando distância. Seus olhos nunca deixaram os dele.

—Antes de começarmos, quero que você entenda uma coisa.

—O quê?

—Você passa o dia todo tomando decisões. —Não foi uma pergunta. Foi uma afirmação. Dirigindo seu povo. Sendo o responsável. Dizendo a todos o que fazer e como fazê-lo. Verdade?

Vicente assentiu lentamente, ainda sem entender para onde isso estava indo.

—E eu... —Lali continuou, a voz descendo para aquele tom grave que fazia coisas em sua virilha— ...eu passo o dia todo recebendo ordens. "Limpe isso." "Faça o outro." "Mais rápido." "Você deixou uma mancha." Como se fosse invisível. Como se eu não tivesse cérebro próprio.

Pausa.

Seus olhos se fixando nos de Vicente com uma intensidade que o atravessou.

—Então aqui, agora, nesta sala... vamos mudar as regras.

O coração de Vicente deu um salto.

"Você está me dizendo que ela quer... controlar isso? Porra."

Seu pau bateu contra suas calças. Interessado. Muito fodidamente interessado.

— Que regras? — perguntou, sua voz saindo ligeiramente estrangulada.

O sorriso de Lali se alargou. Lento. Como um gato que acabou de pegar o rato.

—Eu vou te dizer o que fazer. —Cada palavra articulada com precisão. E você vai obedecer. Você acha?

Silêncio.

Vicente processando. Seu cérebro disparando avisos, alarmes, sinais de perigo.

"Isso não é o que você faz. Você é quem seduz. Aquele que controla. Aquele que define o ritmo. Sempre. Com todos. É seu... porra. É a sua marca. Sua maneira de operar."

Mas outra parte dele — uma parte que eu nunca tinha realmente ouvido, que eu tinha ignorado por quarenta e dois anos de ser o homem responsável, o líder, aquele que sustentava tudo — sussurrava algo diferente.

"E se você não tiver que controlar? E se por uma vez você puder simplesmente... desistir?»

Lali viu a luta interna refletindo em seu rosto. Sua expressão se suavizou ligeiramente.

—A não ser que você prefira ser o único a ter o controle. — Ela apontou para a porta. Nesse caso... eu me visto e vou embora. Sem drama. Sem ressentimentos.

Pausa.

—Você decide, Vicente.

E lá estava. A decisão. Clara como cristal.

Ser quem sempre foi. Ou descobrir quem poderia ser.

Vicente respirou fundo. Uma vez. Duas vezes.

—Ok. —Sua voz saiu mais rouca do que pretendia. Você manda.

A transformação no rosto de Lali foi instantânea.

Pura satisfação iluminando suas feições. Olhos brilhando com algo que se aproximava perigosamente do triunfo. Sorriso se ampliando para mostrar dentes ligeiramente desiguais que nunca havia sido consertado com ortodontia porque para quê? Para quem?

—Bom. —Deu um passo em sua direção. Eu gosto que você seja inteligente.

E então, algo mudou em sua postura. Sutil. Mas inconfundível.

Suas costas se endireitaram. Ombros para trás. Queixo ligeiramente para leve.

Lali não era mais a faxineira. A mulher invisível que passava despercebida enquanto esfregava o chão e esvaziava as lixeiras.

Era... outra coisa. Algo que estava escondido sob anos de submissão ao trabalho e domesticidade murcha.

Poder.

Lali irradiava poder de repente.

E Vicente, surpreendentemente, sentiu sua própria postura mudar em resposta. Relaxando. Cedendo.

—Tire a jaqueta. —A primeira ordem foi suave. Quase um pedido. Devagar.

Vicente obedeceu.

Ele deslizou o paletó sobre os ombros. O tecido sussurrando contra a camisa. Ele a deixou cair no encosto de sua cadeira ergonômica de mil euros.

Lali observava. Como falcão. Sem piscar.

—Agora a gravata.

Suas mãos subiram até seu pescoço. Ele afrouxou o nó. Windsor perfeito desfeito em três movimentos. A gravata - seda italiana, azul escuro com listras diagonais cinza - deslizou livremente. Ele a deixou sobre a mesa, ao lado de uma maquete iluminada de um projeto.

— Os sapatos também.

Vicente se encostou na mesa. Ele tirou os sapatos Oxford de couro marrom. Primeiro o direito. Depois o esquerdo. Deixou-os alinhados ao lado da cadeira.

Ficou em meias executivas pretas. Ele sentiu o chão sob seus pés. O tapete persa macio através da lã fina.

—É assim que eu gosto. —Lali caminhou ao redor dele, avaliando-o. Veja o grande arquiteto seguindo ordens da faxineira.

Não foi cruel. Não foi vingativo. Foi... brincalhão. Emocionante de forma completamente inesperada.

Vicente abriu a boca para responder. Para dizer... algo.

—Shh. —Lali levantou um dedo. Eu não disse que você pode falar ainda.

"Foda-se. Isso é real. Ela está realmente... me dominando. E meu pau está tão duro que dói.»

Lali se aproximou. Seus dedos alcançaram o segundo botão de sua camisa - o primeiro já estava desabotoado da cozinha.

Ele o desabotoou.

Devagar.

Seus nós dos dedos roçaram seu peito com o movimento. Contato deliberado. Calculado.

Terceiro botão. Seus dedos demorando mais desta vez. Acariciando a pele exposta.

Quarto botão. Quinto. Sexto.

A camisa totalmente aberta agora. Revelando o peito de Vicente. Pelo escuro espalhado. Músculos de academia definidos, mas não excessivos. Pele bronzeada para fins de semana na piscina do chalé.

Lali deslizou a camisa pelos ombros. Por seus braços. Ele a deixou cair no chão sem escrúpulos. Armani se enrugando no tapete persa de três mil euros.

Suas mãos exploraram seu peito nu. Palmas planas. Movendo-se devagar. Sentindo. Aprendendo.

— Porra. — Murmurou, e foi a primeira vez que a ouvia soltar um palavrão tão natural, sem o filtro de cortesia que normalmente mantinha. Você está muito bem para passar o dia sentado em um escritório.

Vicente sorriu apesar de tudo.

—Vou para a academia. Três vezes por semana.

— Dá para ver. — Seus dedos encontraram seus mamilos. Ele os beliscou levemente. Vicente inalou bruscamente. Sensível?

—Um pouco.

—Bem. —Ele beliscou mais forte. Eu gosto de saber o que te faz reagir.

O pau de Vicente pulsou violentamente. Uma gota de líquido pré-seminal encharcou seus boxers.

"Se continuar assim, vou gozar sem tocar meu pau. Como a porra de um adolescente.»

Lali deve ter notado sua tensão crescente porque sorriu. Ele se afastou um passo.

—Sente-se em sua cadeira. — Ele apontou para a cadeira ergonômica. Aquela cadeira cara executiva.

Vicente obedeceu. Ele deu os três passos até sua cadeira. Sentou-se. O couro fresco contra suas costas nuas.

Lali se posicionou na frente dele. De pé. Olhando para ele de cima pela primeira vez em seu relacionamento de três anos.

A inversão visual foi... foda-se. Foi erótico de uma forma completamente inesperada.

— Você gosta de me olhar lá de baixo? — ela perguntou, e havia diversão em sua voz.

—Sim.

—Bom. Porque agora você vai ver algo melhor.

Suas mãos alcançaram a bainha de sua camisa pólo. Ele o agarrou. E começou a carregá-lo.

Devagar.

Centímetro a centímetro.

Revelando seu abdômen primeiro. Plano. Tonificado. Com aquelas linhas que marcavam músculos oblíquos. Pele bronzeada com algumas marcas de idade - pequenas manchas, pintas - mas bonita em sua autenticidade.

Mais acima. A borda inferior do seu sutiã esportivo preto. Marca Nike. Básico. Funcional.

Lali parou por aí. A camisa pólo subiu logo abaixo de seus seios.

— Quer ver mais? — Pura provocação em sua voz.

— Porra, sim.

— Peça corretamente.

"O quê?"

Mas Vicente entendeu. O jogo. As novas regras.

— Por favor. — Ele engoliu em seco. Me ensine mais.

—É assim que eu gosto. —Satisfação em seu sorriso—. Educado.

Ele subiu o pólo completamente. Acima de seus seios. Acima de sua cabeça. Ele o deixou cair no chão.

O sutiã esportivo preto ajustado. Comprimindo seus seios pequenos. Revelando braços tonificados, ombros definidos, clavículas marcadas.

Vicente observava hipnotizado. Seu pau pulsando. Pré-sêmen pingando mais agora. Encharcando completamente seus boxers.

— Você gosta do que vê, Dr. Vicente? — perguntou Lali, e desta vez o "Dr" foi claramente zombeteiro.

— Porra, sim.

—Bom. —Suas mãos foram para o botão de sua calça de uniforme. Mas as mãos paradas. Você ainda não pode me tocar.

Desabotoou. Ela abaixou o zíper. Ela deslizou a calça azul marinho por seus quadris, suas coxas, suas panturrilhas. Ele saiu dele com movimentos que falavam de prática. De consciência corporal.

Calcinha preta. Algodão. Básicas. Mas nela...

"Foda-se."

Pernas tonificadas totalmente reveladas. Músculos de coxa marcados. Panturrilhas definidas. Pele bronzeada uniformemente.

Lali ficou lá. Sutiã esportivo preto e calcinha preta. Descalço. Completamente confortável em sua semi-nudez.

—Decepcionado? —perguntou. Você esperava lingerie cara? Tangas de renda?

—Não. —Vicente balançou a cabeça. Você está... porra. Você está perfeita assim.

—Mentiroso. —Mas sorriu. Mas mentiroso mais.

Ela tirou o sutiã esportivo. Um movimento. Braços cruzados, agarrando a bainha, puxando para cima e para fora.

Seus seios liberados.

Pequenos. Firme. Muito mais firme do que Vicente havia previsto. Mamilos escuros. Grandes. Já duro.

Vicente gemeu involuntariamente.

Lali olhou para baixo, avaliando sua própria nudez com olhos críticos.

—Sessenta e dois anos. —Disse—. Não são os peitos de uma mulher de vinte e poucos anos.

— São perfeitas. — Vicente se inclinou para frente em sua cadeira, mas Lali deu um passo para trás.

—Ah-ah. —Ele negou com o dedo. Eu disse que você não pode me tocar ainda.

«Essa mulher vai me matar. Ele vai me matar e eu vou morrer feliz.»

Lali enganchou os polegares na cintura de sua calcinha preta. Ele as baixou. Devagar. Revelando o osso de seu quadril. Seu monte de Vênus. E finalmente...

Seus pelos pubianos.

Branco como neve recém-caída. Brilhando sob as luzes do escritório. Recortado com precisão geométrica. Não totalmente barbeado - foda-se as modas modernas de depilação total - mas mantido curto, limpo, em forma de triângulo perfeito que apontava para seu sexo.

Era... porra. Foi a coisa mais erótica que Vicente já tinha visto em sua vida.

E eu tinha visto muito.

Lali saiu de sua calcinha. Ele os pegou do chão junto com o resto de suas roupas. Ele as dobrou — porra, ele as dobrou — com movimentos automáticos de alguém que havia passado décadas dobrando roupas. Ele os colocou no sofá de couro preto em uma pilha arrumada.

Então ele se virou para Vicente.

Completamente nua, exceto tênis brancos. De pé na frente dele com as mãos nos quadris. Queixo para ar. Olhos desafiadores.

—Agora você vai se despir. —Ordem clara—. Mas devagar. Quero curtir o show.

Vicente se levantou da cadeira. Pernas levemente trêmulas.

"Eu nunca fiz isso. Nenhuma mulher me ordenou que me despir para ela. Sempre sou eu quem... porra.»

Mas suas mãos foram para o cinto. Ele o desabotoou. O couro estalando. Ele puxou o zíper de sua calça de terno para baixo. O som metálico ecoando no silêncio carregado.

Ela deslizou as calças pelos quadris. Por suas coxas. Saiu dele.

Ficou em boxers pretos da Calvin Klein.

Sua ereção era obscenamente visível. O tecido se tensionando em seu pau duro. O contorno da glande claramente marcado. A mancha úmida de pré-sêmen escurecendo o tecido na ponta.

Lali olhou. Avaliou. Ele sorriu com aprovação.

— Esses também. — Ele apontou para seus boxers com um aceno de cabeça.

Vicente enganchou os polegares na cintura. Desceu.

Seu pau saltou livre. Completamente ereto. Dezenove centímetros de comprimento. Espessura respeitável. Glande inchada e brilhante com líquido pré-seminal pingando em um fio fino.

Lali o estudou com olhos de especialista. Como se estivesse avaliando a qualidade dos materiais em uma obra.

—Não é ruim. —Murmurou. Nada mal.

Ele caminhou ao redor dele. Círculo completo. Observando-o de todos os ângulos.

Vicente ficou parado. Deixando-a olhar. Sentindo seu olhar como contato físico.

Quando ele completou o círculo e voltou para a frente dele, ele acenou com a cabeça com satisfação.

—Muito bem. Agora... —caminhou até sua cadeira, a cadeira de Vicente, e sentou-se nela—. Venha aqui. Ajoelhe-se.

"O quê?"

Vicente olhou para ela, certo de que ouviu errado.

—O quê?

—Que você se ajoelhe. —Lali cruzou as pernas, postura de completo controle. Na minha frente. Quero te ver de joelhos.

"Foda-se. Porra. Nenhuma mulher nunca me pediu isso. Ajoelhar-me. Eu. Na frente dela.»

Mas seu pau pulsava com interesse renovado. Pingando mais líquido pré-seminal que escorregou pela glande, desceu pelo tronco, pingou no chão de seu próprio escritório.

—Lali, eu não...

— É demais? — Sua voz se suavizou momentaneamente. Se for demais, é só dizer. Paramos e esquecemos...

—Não. —Vicente a interrompeu. Não é muito.

E se ajoelhou.

O chão — madeira de carvalho envernizada até brilhar — frio contra seus joelhos. O tapete persa a um metro de distância, mas Lali havia escolhido este local deliberadamente. Onde não havia suavidade. Onde eu sentiria a dureza.

Olhou para cima.

Lali sentada em sua cadeira. Pernas cruzadas. Completamente nua, exceto os tênis. Olhando para ele de cima.

A inversão visual foi...

"Foda-se. Isso é... porra.»

Não tinha palavras.

Lali descruzou as pernas com uma lentidão deliberada e calculada. Cada movimento uma revelação progressiva. As coxas se separando centímetro a centímetro enquanto Vicente observava de baixo, hipnotizado pela dança de carne que se desdobrava diante dele.

O som suave da pele roçando a pele quando as coxas se separaram completamente. Seus joelhos se abrindo como pétalas florescendo sob o sol da manhã que filtrava pelas janelas do escritório.

E finalmente, lá estava ele. Seu sexo completamente exposto. Revelado em toda a sua glória úmida e latejante.

"Meu Deus", pensou de algum canto perdido da mente de Vicente. "É assim que um homem deve se sentir quando uma deusa decide abençoá-lo com sua nudez."

A vulva de Lali foi exibida sem pudor ou desculpas. Emoldurado por um cabelo pubiano grisalho, desgrenhado, crescendo selvagem e abundante sem as concessões às modas depilatórias modernas. Branco como a neve, sim, mas sem domar completamente - cortado com cuidado, mas deixando aquela abundância natural que falava de uma mulher que não se desculpava por seu corpo, que não modificava sua essência para satisfazer as expectativas dos outros.

E foda-se.

Vicente gostou. Mais do que deveria. Mais do que eu esperava.

Essa selvaria controlada. Essa honestidade primitiva. Tão diferente das vulvas completamente depiladas, artificialmente macias, das mulheres com quem ele costumava dormir.

Isso era real. Autêntico. Feminino em sua forma mais básica.

Os grandes lábios ligeiramente separados, convidando. O clitóris saindo de seu capuz de carne rosa, já inchado de antecipação.

— Você sabe o que vou fazer agora? — perguntou, a voz descendo para ronronar.

Vicente balançou a cabeça, incapaz de confiar em sua voz.

—Vou fazer você comer minha buceta. —Direta. Sem eufemismos. E você vai se sair bem. Porque se não...

Ele apontou para a porta.

—...eu me visto e vou embora. Entendido?

Vicente engoliu saliva. Garganta seca como uma lixa.

«Vou fazer isso. Porra. Vou me ajoelhar e comer sua buceta. E eu vou fazer isso pra caralho. Porque se eu não fizer direito, você vai embora. E a ideia de você ir embora agora... de não poder saborear, de não poder enfiar minha língua dentro de você, de não poder fazer exatamente o que está me ordenando... não cabe na porra da minha cabeça.»

Uma parte distante de si mesmo - a parte que ainda tentava se agarrar a alguma dignidade profissional - gritava alarmes. Isso foi insano. Desistir assim. Obedecer a uma funcionária. Deixe-o controlar completamente a situação.

Mas essa voz estava abafada sob uma necessidade muito mais primitiva.

A necessidade de experimentá-lo. Para mostrar a ela que poderia agradá-la. De ser, por uma vez em sua vida, aquele que recebia ordens em vez de quem as dava.

E descobrir que isso o excitava mais do que qualquer conquista que ele teria alcançado com seu charme habitual.

—Entendido. —Sua voz saiu rouca, carregada de promessa.

—Bem. —Ele se acomodou mais na cadeira, separando mais as pernas. Vá em frente. Mostre-me o que você sabe fazer com essa língua.

Vicente se aproximou. Ainda de joelhos. Avançando sobre a madeira dura. Suas mãos alcançaram as coxas de Lali.

A carne cedeu ligeiramente sob seus dedos. Não a firmeza da pele jovem, mas a suavidade de uma mulher madura. Os músculos tonificados por baixo — evidência de academia — mas a pele com aquela textura menos elástica, apenas pendurada na parte inferior. Honesta. Despretensioso.

—Sem mãos. —Ordem imediata—. Só boca.

"Como diabos é suposto...?"

Mas ele retirou as mãos. Ele as colocou em suas próprias coxas. Imitando a postura que Lali tinha tido minutos antes.

Ele se inclinou para frente. Cabeça entre as pernas de Lali. Nariz a centímetros de seu sexo.

O cheiro o atingiu como uma onda primitiva. Almiscarado. Intenso. Profundamente feminino. Um aroma que encheu suas narinas e se espalhou até sua garganta, fazendo-o salivar involuntariamente. Completamente diferente das clientes que tomavam banho três vezes ao dia e cheiravam a perfumes caros e sabonetes neutros, daquela assepsia artificial que mascarava qualquer vestígio de humanidade real.

Este era o cheiro autêntico de uma mulher excitada. Sem fantasias. Sem produtos. Apenas Lali em seu estado mais natural, com o aroma acre e inebriante que seu corpo produzia quando desejava. Mulher em sua forma mais básica.

Ele gostou. Ele estendeu a língua. Primeiro contato contra o lábio externo direito.

Lali inalou bruscamente.

—Mmm...

Sabor salgado. Ligeiramente amargo. Umidade se acumulando. Vicente lameu. Devagar. Da base para cima.

—Assim... —Lali. Segue...

Ele repetiu com o lábio esquerdo. Mesmo movimento. Mesma pressão.

Lali gemeu mais alto.

Suas mãos encontraram o cabelo de Vicente. Dedos afundando. Não puxando. Apenas... segurando-se.

Vicente continuou. Alternando entre lábios. Lambendo-a completamente. Encharcando-se com sua umidade.

A umidade era esmagadora. Completamente encharcada. Fluxos que transbordavam por suas dobras íntimas, pingando em direção ao assento da cadeira. Uma excitação tão intensa que parecia impossível para qualquer mulher, muito menos para alguém de sua idade. Mas Lali desafiou todas as expectativas que Vicente tinha sobre o corpo feminino maduro.

"Ela está mais molhada do que clientes de trinta anos", pensou, surpreso com a resposta tão visceral de seu corpo. "Quando foi a última vez que encontrei alguém tão... receptivo?"

Sua língua deslizava sem nenhuma resistência. Cada movimento facilitado por aquela lubrificação natural abundante que transformava cada carícia em puro deslizamento sedoso. Era como se seu corpo estivesse esperando por esse momento há décadas, acumulando desejo reprimido que agora se manifestava nessa resposta física tão generosa.

"Ele está sem isso há dez anos. Porra. Dez anos. Claro que está encharcada.»

—Mais acima. —Lali guiou com sua voz rouca. O clitóris. Lá.

Vicente ajustou. Língua encontrando o pequeno botão inchado no topo de seu sexo. Lambeu diretamente nele.

Lali sacudiu-se na cadeira.

— Porra! Sim... aí...

Continuou. Pequenos círculos ao redor de seu clitóris. Tentando pressões diferentes. Velocidades diferentes. Aprendendo o que a fazia gemer mais alto.

—Mais devagar. —Instrução clara—. Não tenha tanta pressa.

Desacelerou. Lambidas longas. Lento. Deliberados.

—Sim. Exatamente assim. —Sua respiração acelerando—. Agora... coloque sua língua dentro.

Vicente obedeceu. Língua penetrando-a. Sentindo suas paredes vaginais apertando. Saboreando-a mais profundamente.

Lali gemeu. Longo. Gutural.

—Ai, cabra... eta pega... —Ele escapou—. Així... não pare...

Seus quadris começaram a se mover. Empurrando contra o rosto de Vicente. Procurando mais contato. Mais pressão.

Uma mão de Lali em seu cabelo, direcionando-o para onde ele queria. O outro segurando o apoio de braço da cadeira com nós dos dedos brancos.

—T'ishishhh... —sua voz saiu trêmula, quebrada por suspiros entrecortados— ...você gosta do sabor... da minha buceta?

Ele não esperou resposta. Não precisava dela. Ele podia sentir a resposta na maneira como a língua de Vicente se movia com urgência renovada.

—ainnnm... —gemeu, quadris empurrando mais forte contra sua boca— ...fica a língua... ai, sim... vai... mais rápido...

Sua respiração acelerando, palavras saindo atropeladas entre gemidos.

uhmmmmm... —quase um grito afogado— Engula tudo... todos os meus sucos... porra...

—Agora volte para o clitóris... —ofegou—. Mas chupa... chupa um pouco...

Vicente fechou os lábios em torno de seu clitóris inchado. Chupou.

Lali gritou.

—FODA-SE! Sim... assim... assim, desgraçado, assim...

Ele continuou a chupar. Língua se movendo simultaneamente. Estimulação dupla.

—Vou... porra, Vicente... vou gozar...

Sua voz quebrando. Pernas tremendo contra as bochechas de Vicente.

—Não pare... por favor, não pare... així... ai, sim, vai vai...

Suas palavras fluindo livremente agora em sua excitação. Controle de fala perdido assim como controle corporal.

Vicente intensificou seus esforços. Sugando mais forte. Língua mais rápida.

E Lali explodiu.

—FODA-SE! SIM!

Sua vagina convulsionando em espasmos intensos, cada contração espremendo mais umidade contra a boca faminta de Vicente. Sucos jorrando, encharcando completamente seus lábios, seu queixo, pingando de seu pescoço até a gola de sua camisa. O sabor inundando suas papilas gustativas: doce como mel, mas com aquele toque salgado e almiscarado que o deixava louco de desejo.

Suas pernas fortes, aqueles músculos tonificados por anos de exercício, apertando sua cabeça como um torno, segurando-o exatamente onde ela precisava que estivesse. A mão de Lali puxando seu cabelo com mais força agora, não dolorosamente, mas com uma urgência primitiva que enviava ondas de prazer direto para seu pau já dolorido de excitação.

—Ai, uhummmm... —gemeu, corpo tremendo—. Que porra é essa... foda-se, que uhmmm...

As contrações continuaram. Onda após onda. Vicente continuou lambendo, mais suave agora, prolongando seu orgasmo o máximo que podia.

Finalmente, as pernas de Lali relaxaram. Sua mão soltou seu cabelo. Ofegando. Tremendo.

Vicente se separou. Ele se sentou em seus calcanhares. Rosto brilhante com os fluidos de Lali. Olhando para ela de baixo.

Ela olhou para ele. Olhos vidrados, escurecidos pelo prazer recente, emoldurados por linhas de expressão que se aprofundaram com a intensidade do orgasmo. As rugas nos cantos estavam mais marcadas agora, e abaixo, olheiras pronunciadas.

Cabelo — alguns fios haviam escapado do rabo de cavalo — completamente desgrenhado, os fios brancos brilhando contra os castanhos em uma bagunça que era pura evidência do que acabara de acontecer.

Seu rosto estava encarado. Vermelho intenso da testa ao pescoço. O rubor do orgasmo se espalhando por seus ombros nus, descendo até seu peito que subia e descia com respirações profundas e laboriosas.

Peito pequeno também avermelhado, pele salpicada com aquele tom rosado que vinha do esforço e do prazer combinados. Mamilos escuros ainda duros, destacando-se contra a carne queimada.

Desejável. Desejável pra caralho. Mas inegavelmente amadurece. Sem filtros. Sem desculpas. E Vicente nunca a achou mais atraente.

—Muito bem. —Sua voz rouca, exausta. Muito bem feito.

Pausa enquanto recuperava o fôlego.

—Levante-se. Agora vamos para a parte que eu realmente quero.

Vicente se levantou. Pernas dormentes por estar ajoelhado. Pau duro até o ponto da dor. Ainda pingando.

Lali também se levantou. Ele olhou ao redor do escritório. Avaliando.

A mesa estava cheia. Planos enrolados. Maquetes. Amostras de materiais. Impossível usá-lo sem jogar tudo no chão.

O sofá de couro preto... possibilidade. Mas não.

Seu olhar pousou no tapete persa sob a janela da janela. Três metros quadrados de seda e lã. Vermelho com padrões dourados. Comprado no Grande Bazar de Istambul há cinco anos.

Três mil euros de artesanato turco.

—Aí. —Apontou.

Vicente seguiu seu dedo. O tapete.

—No chão?

— Eu não sou de vidro. — Lali caminhou até o tapete. E eu limpo o chão há anos. Eu sei quais são limpos.

Ele parou no centro do tapete. Ela se virou para ele.

—Além disso... —Sorriso malicioso—. Eu gosto da ideia de te foder no seu tapete caro.

«Foda-se. Não "fazer amor". Não "estar juntos". Foda-se. Porra, que direto.»

Mas em vez de ofendê-lo ou parecer vulgar, a crueza o excitou mais.

Lali se deitou.

Mas não de costas como Vicente esperava.

De cabeça para baixo.

Bochecha contra o tapete. Braços estendidos acima de sua cabeça. Pernas ligeiramente separadas.

Bunda perfeita —pequena, firme, tonificada— levantando-se ligeiramente.

Vicente ficou de pé, olhando para ela. Confuso.

—Lali?

—Venha aqui. —Sua voz abafada contra o tapete. Deite-se em cima de mim.

—Assim? Em cima de você?

—Quero sentir seu peso. —Ele se virou levemente para olhar para ele. Todo o seu peso. Você tem sido aquele que segura tudo o dia todo. Aquele que aguenta. O responsável.

Pausa.

—Agora deixe-me segurar.

Algo se mexeu no peito de Vicente. Algo que não era apenas excitação sexual.

"Entenda. Porra. Ela entende.»

Ele se ajoelhou ao lado dele. Então ele se deitou sobre ela.

Seu peito contra as costas de Lali. Seu pau pressionando entre as nádegas dela. Seu peso afundando-a contra o tapete.

Lali exalou. Longo. Satisfeito.

—Sim. Assim. —Sua voz vibrando contra o tapete. Me esmague um pouco. Não tenha medo.

Vicente relaxou. Deixando todo o seu peso descansar sobre ela.

Oitenta e cinco quilos de músculo e osso pressionando contra cinquenta quilos de mulher.

Esperava que ele protestasse. Que ele dissesse que era demais.

Em vez disso, ele gemeu.

—Ain sim que está bem... — gemia—. Porra, sim...

Suas nádegas se moveram contra o pau de Vicente. Esfregando. Procurando atrito.

—Foda-me assim. —Ordem clara até amortecida. De cima. Quero sentir você pesado em mim.

"Como diabos é suposto...?"

Mas Vicente ajustou sua posição com determinação primitiva, suas pernas poderosas se abrindo para se enquadrar entre as coxas trêmulas de Lali. Deliberadamente devagar, ele as separou mais, os joelhos pressionando contra a carne macia dentro de suas pernas até que ele a expôs completamente sob seu peso dominante.

Sua mão direita deslizou entre seus corpos suados, dedos experientes navegando pelo território de pele sedosa e músculos tensos até encontrar seu pau inchado, latejando de necessidade. Ele a envolveu com firmeza, direcionando-a para o tesouro úmido que esperava entre as coxas abertas de Lali.

O primeiro contato foi elétrico. Sua glande encontrou um mar de umidade ardente, uma piscina de desejo líquido que ele estava esperando há muito tempo. Calor intenso que parecia queimar sua pele, uma temperatura que desafiava toda a lógica.

"Foda-se, é como um forno."

Com movimentos calculados e tortuosamente lentos, ele deslizou a glande inchada entre os lábios vaginais encharcados de Lali, para cima e para baixo, para cima e para baixo. A cada passagem ele coletava mais de seus sucos cristalinos, lubrificando-se com a essência pura de sua excitação enquanto ela gemia desesperadamente contra o tapete.

Lali gemeu mais alto.

—Dentro... coloque-a dentro... já...

Vicente se posicionou com precisão cirúrgica, o peso de seu torso mantendo Lali imóvel contra o tapete do escritório. A glande inchada e latejante pressionou contra sua entrada, encontrando a umidade que derramava dela como mel morno.

"Foda-se, ela está encharcada. Dez anos sem isso e seu corpo responde como se fosse ontem.»

Ele empurrou com controle deliberado, sentindo a resistência inicial de músculos que haviam permanecido por muito tempo sem uso. Seus lábios vaginais se separaram lentamente, cedendo milímetro a milímetro diante da invasão de sua glande.

—Meu painho .. —Lali gemeu contra o tapete, sua voz rouca vibrando contra as fibras—. Como você é grande...

A resistência se transformou em rendição líquida. Seu pau deslizou para dentro com uma facilidade que surpreendeu os dois, as paredes vaginais de Lali se abrindo como pétalas molhadas, envolvendo cada centímetro com calor desesperado.

Centímetro a centímetro, Vicente afundava no túnel apertado e sedoso que o recebia com contrações involuntárias. O calor era sufocante, a umidade obscena, e o som de sua carne penetrando a dela ressoava no escritório como uma sinfonia carnal.

Lali ofegando a cada centímetro ganho.

— Porra... sim... mais... me dê tudo...

Vicente afundou completamente. Até que seus ovos pressionaram contra ela. Até que não ficou nada de fora.

Pausa. Ambos se ajustando.

A sensação foi...

Calor líquido. Apertado. Mais apertado do que eu esperava. Suas paredes vaginais envolvendo seu pau como uma luva de veludo molhado.

«Dez anos sem sexo. Porra. Ela é tão apertada quanto uma mulher vinte anos mais nova."

Lali o agarrou pelo pescoço, puxando-o para baixo, seus lábios procurando os dela com uma urgência que beirava o desespero. O beijo foi faminto, voraz, suas bocas colidindo com uma intensidade que falava de anos de necessidade acumulada.

Seu hálito era quente, ligeiramente entrecortado, com um traço doce do café que haviam compartilhado na cozinha minutos antes. Mas abaixo disso, algo mais primitivo. O cheiro de sua excitação, de seu suor, de seu desejo cru se misturando com o ar espesso entre eles.

Sua língua invadiu a boca de Vicente com uma necessidade palpável, explorando, reclamando, enredando-se com a dele em uma dança úmida e desesperada. Não era o beijo educado de uma mulher que procurava romance. Era o beijo de alguém que estava com fome há muito tempo e finalmente encontrou sustento.

Vicente podia saboreá-la completamente agora: o café, sim, mas também algo levemente salgado - o rastro de seu próprio sexo que ainda permeava os lábios dele -, a saliva espessa e quente que se misturava com a dele, criando um fio escorregadio entre suas bocas quando se separavam milímetros para respirar antes de se devorar novamente.

Quando finalmente quebraram o beijo, ambos ofegantes, Lali olhou para ele com olhos vidrados, escurecidos pelo prazer.

—Aimmm... —Sua voz saiu quebrada, rouca, misturando valenciano e castelhano sem perceber—. Aimmmm é exatamente o que precisava... sentir-se tão dentro... tão cheio... foda-se, Vicente... mais mais mais...

Seus quadris se moveram experimentalmente, ajustando-se à espessura que a preenchia, testando o ângulo. Quando ele encontrou o ponto perfeito, seus olhos se fecharam e ele gemeu por muito tempo.

—Així, sim... exatamente ainnn... tão profundo... mai havia... porra...

Suas palavras se perderam em gemidos incoerentes, em uma torrente de necessidade verbalizada que falava de anos de solidão sexual finalmente se saciando.

— Mova-se. — Lali empurrou sua bunda para cima, procurando um ângulo melhor. Foda-me.

Vicente obedeceu.

Ele puxou seu pau até que apenas a glande permanecesse dentro, sentindo os lábios de Lali se agarrarem a ele como se não quisessem deixá-lo escapar. Ele empurrou novamente, afundando profundamente em seu calor líquido, cada centímetro uma revelação de puro prazer. Encontrando um ritmo que os fazia gemer em uníssono.

O peso de seu corpo pressionando para baixo a cada investida. Esmagando-a contra o tapete. Lali presa sob ele. Sem poder se mover.

Mas claramente gostando.

—Mais forte... puto! —chingou—. Use seu peso

Vicente obedeceu.

Empurrou com mais força. Usando a gravidade. Usando seus oitenta e cinco quilos para afundar mais fundo nela a cada investida.

O som de seus corpos colidindo encheu o escritório. Pele contra pele. Úmido. Obsceno.

Tapa. Tapa. Tapa.

Lali gemendo continuamente contra o tapete.

—Sim... així... mais forte...

Suas palavras fluindo sem filtro agora. Seu cérebro muito ocupado processando prazer para manter o controle.

—Você vê como eu aguento bem? —Jadeou, virando levemente a cabeça para olhar para ele. Você vê que eu não sou frágil?

Vicente rosnou uma resposta incoerente. Seu mundo reduzido a isso: o calor de Lali envolvendo-o, o som de seus gemidos, a sensação de finalmente poder se soltar, de não ter que pensar, apenas sentir.

—Foda-me como você fode suas clientes ricas... —Lali continuou, a voz quebrada por suspiros—. Não, melhor... me fode mais forte...

"Como diabos você sabe sobre...? Claro que sabe. Ele disse isso. Ele me viu com Patricia. Você provavelmente me viu com mais. Você provavelmente sabe exatamente que tipo de bastardo eu sou."

Mas em vez de irritar, o fato de que ela sabia e ainda o amava...

Porra.

Isso o excitou mais.

Ele acelerou o ritmo descontroladamente, perdendo todo o controle. Mais forte, mais brutal, mais profundo, empalando-a até as bolas a cada investida desesperada.

—Quero sentir isso amanhã... —Lali gemeu—. Quero ter resquícios do seu pau... quero lembrar de cada investida quando você me senta...

— Porra, Lali...

—Ai, sim, puto, foda-me ... foda-me mais forte...

O som de sua voz rouca dizendo obscenidades era demais. Vicente sentiu seu orgasmo se aproximando. Muito cedo. Muito rápido.

"Não. Porra. Aguente. Você não pode gozar agora. Ela nem sequer tem...»

Mas Lali deve ter sentido sua tensão mudando porque ela o empurrou.

—Para. —Ordem clara—. Saia.

Vicente se retirou. Seu pau deslizando para fora com um som molhado. Brilhante com os fluidos de Lali.

Ela se virou. Rápido. Ágil. De costas agora. Olhando para ele.

—Agora eu quero te ver. —Ele abriu as pernas, as mãos agarrando suas próprias coxas, se expondo completamente. Quero ver seu rosto quando você goza dentro de mim.

Seu sexo completamente visível agora, exposto diante dele como uma flor carnuda e proibida. Lábios inchados e avermelhados pela fricção, obscenamente separados, revelando a carne rosada e úmida por dentro. Abertos em um convite silencioso que fez o sangue de Vicente rugir em seus ouvidos. Gotejando umidade espessa e brilhante no tapete caro do estúdio, cada gota um testemunho visceral de sua excitação descontrolada.

O aroma almiscarado de seu sexo enchia o ar entre eles, misturando-se com o cheiro de madeira de balsa das maquetes e sua colônia cara, criando uma sinfonia olfativa que enlouqueceu seus sentidos. Vicente podia ver como ele pulsava suavemente, se contraindo a cada respiração ofegante de Lali, como se todo o seu corpo fosse uma súplica silenciosa por mais.

—Venha. —Ordenou—. Foda-me olhando nos olhos.

Vicente se posicionou entre suas pernas. Mãos plantadas em ambos os lados de sua cabeça. Seu pau encontrando sua entrada automaticamente.

Penetrou novamente.

Desta vez mais lento. Deliberadamente pausado. Olhando diretamente nos olhos dela enquanto ela afundava centímetro a centímetro em seu calor escorregadio. Vendo cada micro-expressão que cruzou seu rosto enquanto a enchia completamente. As pálpebras de Lali se entreabriram, revelando aqueles olhos castanhos que agora brilhavam com uma mistura de luxúria e satisfação. Sua boca se abriu em um suspiro silencioso quando ele atingiu o fundo, suas paredes internas se contraindo em torno de sua espessura como veludo úmido que se encaixava perfeitamente em sua forma.

—Mmmm... —gemeu.

Vicente podia sentir cada pulsação do sexo da mulher contra seu pau, cada contração involuntária que enviava ondas de prazer líquido por toda a sua coluna.

O calor que irradiava do corpo de Lali o envolvia como uma carícia íntima, e a maneira como suas feições se suavizavam a cada investida lenta o hipnotizava completamente.

Deus, que expressão. Os olhos de Lali não se desviavam dos dele, estabelecendo uma conexão íntima que ia além do puramente físico. Era como se ele pudesse ler cada pensamento lascivo que passava por sua mente, cada impulso primitivo que o levava a se mover dentro dela com aquela cadência tortuosamente perfeita. Seus lábios se separaram em um gemido.

—Sim... assim... devagar agora... profundo mas devagar...

Vicente afundou até o fundo. Pausa. Então retirada lenta. E de novo dentro.

Ritmo lento. Deliberado. Cada investida completa.

—Beije-me. —Lali puxou seu pescoço. Quero saborear você.

Suas bocas se encontraram. Línguas dançando. Lali podia sentir o gosto nos lábios de Vicente. Ele parecia gostar porque gemeu em sua boca.

As mãos de Lali desceram por suas costas. Mãos calejadas de trabalhador, ásperas por anos de produtos de limpeza e trabalho duro. Nada a ver com as palmas suaves e bem cuidadas das clientes que frequentava. E porra, aquela aspereza contra sua pele o excitou mais do que qualquer carícia delicada que ele teria recebido antes.

Elas agarraram sua bunda. Dedos fortes afundando na carne sem delicadeza. Sem pedir permissão.

E começou a marcar o ritmo.

Puxando quando queria que ele empurrasse. Pressionando quando queria que ele se retirasse.

Controlando completamente o ritmo.

—Assim. —Ardeou entre beijos—. Exatamente assim. Bom garoto.

"Bom menino."

As palavras chocaram Vicente como um tapa. Nenhuma mulher o chamou assim. Nunca.

"Querida", sim. "Amor", frequentemente. "Papai", de algumas mais jovens que faziam papéis que o aborreciam.

Mas "bom menino"...

Implicava que ela estava no comando. Que ele estava obedecendo. Que ela o estava guiando.

E foda-se... Foda-se se isso não o excitou mais do que qualquer coisa que ele já tivesse ouvido antes.

Seu pau pulsava violentamente dentro de Lali. Mais pré-sêmen pingando.

Ela sentiu isso. Ele sorriu contra seus lábios.

— Você gosta disso, hein? Que eu te chame assim.

Vicente não respondeu. Não podia.

— Você vai ser meu bom menino. — Lali continuou, as mãos ainda marcando o ritmo em sua bunda. Você vai me foder exatamente do jeite que eu quero. Quando eu quiser. Verdade?

— Sim. — A palavra saiu como um gemido.

—Diga completo.

—Sim, eu vou... porra... eu vou fazer o que você disser...

—Bom. —Ele beliscou suas nádegas, fazendo-o empurrar mais fundo. Agora mais rápido. Quero sentir você perder o controle.

Vicente acelerou. Seguindo suas instruções. Suas mãos. Sua voz.

Deixando-a dirigir completamente.

E foi... Libertador. Pela primeira vez em... quanto? Anos? Décadas? Não precisava pensar. Eu não tinha que decidir. Não precisava ser aquele que controlava todos os aspectos da interação. Eu só tinha que sentir. E obedecer.

— Toque meus peitos. — Lali ordenou. Aperte os mamilos.

Sua mão direita deixou sua posição ao lado da cabeça de Lali. Ele encontrou seu peito pequeno. Ele o cobriu completamente com a palma da mão. Ele beliscou o mamilo entre o polegar e o indicador.

Lali arqueou.

—Mais forte, porra... não vou quebrar...

Ele beliscou mais forte. Puxando. Torcendo levemente.

—Sim! Assim... ai, putão,, així...

Sua outra mão encontrou o outro peito. Estimulação dupla agora. Enquanto seu pau continuava batendo. Seguindo o ritmo que as mãos de Lali marcavam em sua bunda.

—Vou gozar de novo... —Lali ofegou—. Continue... não mude o ritmo... vamos bem assim...

Sua mão direita deixou a posição na bunda de Vicente, deslizando com urgência entre seus corpos suados. Os dedos encontraram seu clitóris inchado, já latejante de necessidade, e começou a esfregá-lo com movimentos circulares rápidos e desesperados.

O toque de seus próprios dedos combinado com o pau de Vicente batendo dentro dela criou uma sinfonia de sensações que a fez tremer. Seus dedos sabiam exatamente a pressão, o ritmo, o ângulo que seu corpo precisava. Círculos pequenos e precisos sobre o botão de carne que já vibrava de prazer.

—Continue... não pare... —ofogou, dirigindo-se tanto a Vicente quanto à sua própria mão.

Seus dedos se moviam freneticamente, escorregadios com sua própria umidade escorrendo de onde Vicente a penetrava. O som úmido e obsceno de sua masturbação se misturava com os gemidos que escapavam de sua garganta.

—Sim... sim... porra...

Vicente a observou. Fascinado. Vendo seu rosto se decompor em prazer. Vendo como ela se tocava enquanto ele a fodia.

Era a coisa mais erótica que ele já tinha visto.

—Vicente... —gemeu seu nome—. Vicente, eu gozo... eu gozo...

E explodiu novamente.

—FODA-SE! SIM! VICENTE!!

Gritando seu nome sem vergonha. Sem se importar se alguém no prédio podia ouvir.

Sua vagina se convulsionou ao redor do pau de Vicente. Apertando. Ordenhando. Tentando espremer.

Quase o fez gozar. Quase.

Vicente respirou fundo. Ele pensou no projeto do Carmen. Em orçamentos. Em cálculos estruturais. Qualquer coisa menos o prazer que sentia.

Aguentou.

As contrações de Lali diminuíram gradualmente. Seu corpo relaxando. Mão caindo de seu clitóris. Esgotado.

Vicente diminuiu a velocidade. Parando completamente. Ainda dentro. Esperando.

Lali abriu os olhos. Ele olhou para ele. Ele sorriu fracamente.

— Você ainda não gozou.

—Não.

—Bom menino. —Acariciou sua bochecha—. Segurando para mim.

Deu-lhe um beijo. Suave. Terno. Completamente diferente da ferocidade de antes.

Então ele o empurrou.

—Saia. Deite-se.

Vicente obedeceu. Ele se retirou — Lali gemendo de perda — e se deitou no tapete. De costas.

Seu pau ereto. Brilhante com os sucos de Lali. Pulsando.

Lali se juntou. Ele se virou. Ele se posicionou sobre ele.

—Agora quero montar em você. —Sorriso predatório—. E você vai me deixar usar seu pau exatamente como eu quiser. Entendido?

—Entendido.

Ele se ergueu sobre ele. Mão guiando seu pau em direção à sua entrada. Ele se deixou cair.

Devagar.

Levando-o centímetro por centímetro. Cabeça jogada para trás. Boca aberta em gemido contínuo.

—Ai... porra... tão grande... tão profundo...

Quando ela estava completamente sentada sobre ele, ela fez uma pausa. Ajustando-se. Acostumando-se.

Vicente olhou para cima. Vendo-a banhada na luz horizontal do sol que afundava sobre São Paulo, entrando pela janela em raios oblíquos que tingeram tudo de laranja brilhante e vermelho sangue. Sua pele brilhava com uma película de suor que capturava aqueles tons quentes, transformando seu corpo em bronze líquido.

O ar condicionado estava desligado há horas - economia de energia fora do horário de trabalho - e o calor do final de junho havia se acumulado no escritório como se fosse um forno. A umidade era quase tangível, espessa, fazendo com que cada respiração custasse esforço.

Ambos estavam encharcados.

Suor escorrendo pelas têmporas de Lali, deslizando por seu pescoço, pelo vale entre seus seios pequenos. Sua pele brilhava como se tivesse sido envernizada, cada músculo de seu abdômen tonificado se destacando sob aquela camada líquida e salgada.

Vicente podia sentir seu próprio suor encharcando o tapete sob suas costas, pingando por seus lados. O cabelo grudado na testa. A camisa descartada ao lado deles completamente molhada.

O cabelo de Lali - mechas brancas brilhando como prata derretida naquela luz laranja - completamente desgrenhado, alguns fios grudados em seu rosto suado. Seios pequenos com mamilos duros escurecidos pelo calor e excitação. Abdômen tonificado se movendo a cada respiração difícil.

E onde seus corpos se uniam... porra.

Ela podia ver seu pau desaparecendo dentro dela. Pelos pubianos brancos de Lali se misturando com o seu mais escuro. Todo brilhante de suor e fluidos, escorregadio, obsceno.

Era pornográfico. E perfeito.

Lali começou a se mexer.

Acima. Para baixo. Cavalgando.

Lento no começo. Experimentando. Encontrando um ângulo que a fazia gemer mais alto.

O calor tornava cada movimento mais trabalhoso, mais esforçado. Mais suor pingando. Mais pele escorregando contra a pele. O som úmido de seus corpos colidindo amplificado pela película de transpiração que os cobria completamente.

Quando encontrou o ritmo certo, acelerou.

Quadris se movendo em círculos enquanto ele subia e descia. Usando seu pau para seu próprio prazer. Sem se preocupar se ele estava gostando - embora claramente estivesse, seu rosto dizia tudo.

Seus seios saltavam a cada movimento. Hipnóticos.

Vicente não resistiu. Mãos para cima. Agarrando. Apertando.

Lali não o impediu desta vez. Ele permitiu.

—Sim... toca... belisca...

Ele beliscou os mamilos. Mais forte do que eu tinha feito antes. Lali gritou.

—AI! Porra... sim... mais...

Ele continuou cavalgando. Mais rápido agora. Perseguindo outro orgasmo.

Sua mão direita desceu entre seus corpos novamente. Ele encontrou seu clitóris. Esfregando furiosamente.

—Vou... de novo... porra, vou gozar de novo...

Seu ritmo se tornando errático. Urgente. Desesperado. Cada movimento de seus quadris mais frenético do que o anterior, como se ele estivesse perseguindo algo que constantemente escapava dele, apenas para pegá-lo novamente com a próxima investida.

O calor sufocante da garagem havia transformado sua pele em uma superfície escorregadia e brilhante, cada gota de suor que caía de seus seios batendo no torso de Vicente criando pequenas explosões de sensação que se somavam ao turbilhão de prazer que os consumia.

"Foda-se, ela está completamente perdida nisso. Olhe para ela... usando meu pau como se fosse seu brinquedo pessoal, tomando exatamente o que ela precisa...»

Vicente podia sentir os músculos internos de Lali se contraírem ao seu redor a cada movimento, apertando-o, ordenhando-o, arrastando-o inexoravelmente para o abismo. Seu corpo não pertencia mais a ele; cada terminação nervosa estava pegando fogo, cada célula gritava por liberação.

«Não posso... não aguento mais...»

Vicente sentiu seu próprio orgasmo se aproximando como uma locomotiva descontrolada. Inevitável agora. Muito perto para detê-lo. Sua respiração ficou entrecortada, suas mãos tremeram onde ele agarrou os seios de Lali, e seus testículos se apertaram dolorosamente contra seu corpo, carregados e prontos para explodir.

«Vai ser... porra, vai ser brutal...»

—Lali... eu também... vou...

—Goza comigo. —Lali olhou diretamente para ele. Quero sentir você.

Mas então, quando Vicente estava à beira do precipício, ela acrescentou:

— Mas me peça primeiro. Peça-me permissão.

"O quê?"

Vicente piscou, atordoado, tão perto do orgasmo que quase doeu.

—O quê?

—Peça-me permissão para gozar dentro de mim. —Sua voz era firme apesar de seus próprios suspiros. Diga.

"Ele está... ele está me pedindo para implorar. Que eu desista completamente.»

E foda-se. Foda-se se não era exatamente o que eu precisava.

—Por favor, Lali... —As palavras saíram quebradas, desesperadas—. Posso gozar? Posso gozar dentro de você?

Satisfação absoluta iluminou o rosto de Lali.

—Sim. —Sorriso triunfal—. Você pode. Corra, Vicente. Encha-me.

Mais três cavalgadas. Frenéticas. Ela esfregando seu clitóris. Ele apertando seus seios.

E explodiram juntos.

Lali primeiro. Sua vagina convulsionando violentamente ao redor do pau de Vicente. Apertando. Ordenhando.

—FODA-SE! SIM! VICENTE!

E isso empurrou Vicente para o limite.

Seu orgasmo detonou da base de sua coluna. Ondas de prazer tão intensas que ele viu estrelas. Seu pau pulsava violentamente, disparando jato após jato de sêmen diretamente dentro de Lali.

—LALI! PORRA!

Um. Dois. Três. Quatro. Cinco tiros. Esvaziando completamente.

Lali desabou em seu peito. Ambos tremendo. Ofegando. Suados.

Eles permaneceram assim. Tempo indeterminado. Poderiam ser segundos. Poderiam ser minutos.

O mundo exterior deixou de existir. Havia apenas isso: dois corpos entrelaçados em um tapete caro, encharcados de suor e fluidos, respirando o mesmo ar espesso.

Finalmente, Lali ergueu a cabeça. Ele olhou para ele. Mechas de cabelo grudadas em sua testa suada. Olhos brilhantes. Sorriso saciado.

—Bom garoto. —Beijou seu peito. Muito bom garoto. Solte tudo...

E Vicente, surpreendendo-se, descobriu que aquelas duas palavras — "bom menino"— ditas com aquela voz rouca exausta, significavam mais do que qualquer elogio elaborado que tivesse recebido de qualquer outra mulher.

O sêmen de Vicente pingou de Lali quando eles finalmente se separaram. Ela rolou para o lado, deitando-se ao lado dele no tapete. Ambos olhando para o teto. Respirações sincronizando gradualmente.

—Oxi. —Lali exalou longamente. Eu precisava disso mais do que sabia.

Vicente virou a cabeça para olhar para ela. Perfil iluminado pelo pôr do sol que se filtrava pela janela. Linhas de expressão ao redor dos olhos. Queixo ligeiramente caído. Pescoço com rugas que nenhum creme poderia apagar completamente.

Amadureça. Visível. Inegável. E atraente pra caralho.

— Você é sempre tão... direta? — perguntou, riso em sua voz exausta.

Lali virou a cabeça para ele. Sorriu.

— NA minha idade, não há tempo para besteiras.

Silêncio confortável. Compartilhado.

Então Lali se juntou. Com energia que surpreendeu Vicente considerando a intensidade do que tinham acabado de fazer.

—Espere aí. —Apontou—. Vou atrás de algo.

Ele se levantou. Completamente nua. Ele caminhou até a porta do escritório.

«Que porra...? Ela vai sair nua para o corredor?

Mas claro. Seu carrinho de limpeza estava lá. Com todas as suas coisas. Seus produtos. Seus lenços.

Lali abriu a porta. Ele olhou para os dois lados do corredor. Vazio, obviamente. Saiu.

Vicente ouviu o som de seu carro se movendo. Algo sendo rebuscado. Então seus passos voltando. Ele voltou para dentro com lenços umedecidos na mão. Ele fechou a porta. Ele se ajoelhou ao lado de Vicente. Ele começou a limpar seu pau. Suavemente. Com cuidado quase profissional.

—Não precisa... —começou Vicente.

— Shh. — Lali o interrompeu. Deixe-me fazer meu trabalho.

Ele limpou seu pau completamente. Depois suas coxas. Seu abdômen onde um pouco de sêmen havia espirrado.

Quando ela terminou, ela se limpou. Entre as pernas. Removendo o excesso de fluidos. Então ele se virou para o tapete.

— Não se preocupe com isso. — Ele apontou para a mancha molhada. Tenho um produto especial. Para... esse tipo de manchas.

Ele a viu trabalhar. Ele tirou um spray de seu carro. Ele aplicou sobre a mancha. Deixou agir por alguns segundos. Em seguida, esfregou com um lenço diferente.

A mancha desapareceu. Completamente.

—Pronto. —Sentou-se sobre os calcanhares, satisfeita. Ninguém vai notar nada. Confie em mim. Há três anos que limpo as consequências do que vocês executivos fazem em seus escritórios.

Vicente piscou.

—O quê?

Lali riu enquanto se levantava, caminhando até o sofá onde havia deixado suas roupas dobradas.

— Você acha que é o primeiro a foder no prédio? — Ele começou a se vestir. Por favor. Encontrei de tudo. Preservativos usados. Calcinha. Uma vez encontrei um vibrador na gaveta de um advogado do terceiro.

Ela vestiu a calcinha. Em seguida, o sutiã esportivo.

— O mundo corporativo é mais sujo do que as pessoas pensam. — Calças azuis marinhos subindo por suas pernas. Literalmente.

Vicente também se levantou. Ele procurou seus boxers. Ele os colocou. A sensação de tecido contra seu pau ainda sensível o fez estremecer.

—Lali, isso... —começou enquanto vestia as calças de terno.

Ela olhou para ele por cima do ombro enquanto abotoava a camisa pólo.

—Sim?

—Não pode se repetir. —Vicente terminou a frase enquanto apertava o cinto. É muito arriscado.

Lali se virou completamente para ele, já vestida, exceto os tênis que estava calçando. Sua expressão não mudou. Nem decepção nem surpresa. Apenas... aceitação.

—Claro. —Assentiu, amarrando os cadarços. Eu entendo. Foi... uma vez. Pronto.

Ele se levantou. Ele pegou seu rabo de cavalo, alisando os fios escapados com movimentos automáticos. Então ele foi até seu carrinho de limpeza, verificando se tudo estava em ordem.

Pausa.

Ele se virou para Vicente com aquele sorriso que já começava a reconhecer. A que dizia "sei algo que você não sabe".

—A menos que você queira repetir.

Ele olhou por cima do ombro enquanto colocava o spray de limpeza de volta no lugar.

O coração de Vicente deu uma volta estúpida.

"Claro que quero repetir. Porra. Claro que quero.»

—Sextas-feiras. —As palavras saíram antes que eu pudesse vazá-las. Você sempre trabalha até tarde às sextas-feiras?

Lali se virou completamente. Sorriso se ampliando.

—Sempre. Toda sexta-feira até as oito. —Cruzou os braços sob os seios. Por precaução.

—Por precaução o quê?

— No caso de acontecer... isso. — Ele apontou entre eles. O resto da equipe de limpeza sai às seis. Eu fico sozinha no prédio das seis às oito. Toda sexta-feira.

Pausa significativa. Seus olhos se fixando nos de Vicente.

—Estou fazendo isso há três anos.

«Treis anos. Porra. Ele vem criando essa oportunidade há três anos. Desde que começou a trabalhar aqui. Esperando. Planejando."

— Nunca soube exatamente por quê. — Lali continuou, a voz descendo para aquele tom rouco íntimo. Até hoje.

Vicente terminou de se vestir. Camisa abotoada desajeitadamente. Gravata esquecida sobre a mesa. Jaqueta na mão.

Ele olhou para ela. Ele realmente olhou para ela.

Esta mulher que havia limpado seu escritório por três anos. Que sempre sorria. Que se lembrava de como gostava de café. Que eu tinha esperado pacientemente, sexta-feira após sexta-feira, criando a oportunidade perfeita.

"Não é só sexo para ela. É... poder. Recuperação de algo que ele perdeu décadas atrás. E eu... porra. Eu faço parte disso.»

— Então... na próxima sexta-feira? — perguntou, sabendo que estava ferrado, sabendo que voltaria, sabendo que este era o começo de algo que não poderia controlar.

Lali pegou seu carrinho de limpeza. Ele verificou se tudo estava em ordem. Então ele olhou para ele.

—Se você quiser voltar, eu estarei aqui.

Ele começou a empurrar o carrinho em direção à porta. Então ele parou. Ele se virou.

— Mas com uma condição.

—Qual?

Sua expressão mudou. Menos brincalhona. Mais sério. Olhando diretamente para ele com aqueles olhos que pareciam ver demais.

—Aqui, eu mando. —Sem desculpas. Sem suavizar—. Fora deste escritório, você é o arquiteto de sucesso e eu sou a faxineira. Você é Don Vicente e eu sou Lali que limpa os vidros.

Pausa.

—Mas dentro... —apontou para o espaço que os cercava— ...os papéis são invertidos. Eu decido. Eu dirijo. Você obedece. Parece justo para você?

Vicente processou a proposta.

"Ele está me pedindo para desistir. Completamente. Toda sexta-feira. Que deixe de ser o arquiteto, o líder, o responsável. Que seja só... cara. Que sinta sem pensar. Que obedeça sem questionar.»

A ideia deveria tê-lo aterrorizado.

Em vez disso...

Ele o libertou.

— Parece justo. — Ele assentiu lentamente.

Lali sorriu. Genuíno. Quente.

—Bom. Então temos um acordo.

Ele estendeu a mão. Gesto formal. Profissional. Absurdo depois do que tinham acabado de fazer.

Vicente a apertou. Sua mão pequena e caleada na sua maior e mais bem cuidada.

Ambos sorriram com o ridículo do gesto.

Lali soltou sua mão. Ele empurrou o carrinho em direção à porta.

—Ah, e Vicente...

Ele se virou antes de abrir.

—Sim?

— Da próxima vez traga camisinha. — Prática. Direta—. Hoje tem sido bom, mas melhor prevenir.

Vicente piscou.

—Pensei que você tinha dito que não podia...

—Não posso engravidar. —Lali o interrompeu. Mas as DSTs não discriminam por idade. E você...

Ela olhou para cima e para baixo.

— Bem, você tem histórico, não é?

Piscadela.

Não havia acusação em seu tom. Apenas afirmação da realidade.

—Você tem razão. —Vicente assentiu. Preservativos. Vou trazê-lo.

—Bom. —Ele abriu a porta. Vejo você na sexta-feira, então.

Pausa no limiar.

— Durma bem, Vicente. Se você puder.

E saiu. Empurrando seu carro. O som das rodas no chão se afastando pelo corredor.

Vicente ficou sozinho em seu escritório.

By Lucas Garcia -


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Ficha do conto

Foto Perfil ksadupasscps
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Nome do conto:
A faxineira dominadora e o belo arquiteto

Codigo do conto:
246854

Categoria:
Coroas

Data da Publicação:
10/11/2025

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1

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