— Sua vagabunda inconsequente, depravada! Arrastando sua filha para essas perversões insanas? — A voz na minha cabeça rugia, um eco cruel de autocondenação, enquanto o consultório se tornava um palco de tensões proibidas, o ar saturado pelo perfume almiscarado de Déborah. Cada nota daquele aroma doce e sedutor penetrava meu âmago, misturando-se ao calor que subia do meu baixo ventre, onde meus dedos, traidores, imitavam os dela. Déborah, com sua habilidade sáfica e dissimulada, regia o corpo de Camila, seus dedos longos explorando a intimidade jovem de minha filha, arrancando gemidos que ecoavam como punhais em meu peito. O corpo de Camila se arqueava na maca, os músculos pélvicos contraindo-se em espasmos, a lubrificação brilhando como néctar. Meu clitóris pulsava sob meu toque, o prazer colidindo com a culpa em ondas que me faziam tremer, enquanto eu lutava para silenciar a voz que me acusava, sabendo que o desejo, mais forte que minha vontade, nos levaria ao abismo
(...)
A tensão no carro naquela tarde desastrosa marcou o início de dias ainda mais confusos. O silêncio de Camila, carregado de ressentimento, parecia um abismo entre nós, e eu não sabia como atravessá-lo. Nos dias que se seguiram, percebi que ela começou a se esconder de mim. Antes, seus momentos de prazer eram quase descuidados, como se quisesse que eu a visse no banheiro ou na sala, mas agora ela se trancava no quarto, a porta fechada com firmeza, o som abafado de gemidos escapando pelas frestas. Certa noite, ao passar pelo corredor, ouvi o ranger da cama e um suspiro baixo, quase inaudível, que me fez parar. Meu coração disparou, e, por um instante, quis abrir a porta, mas me contive, sentindo o calor subir pelo meu corpo, a umidade familiar entre minhas pernas. Não sabia se era o pensamento de Camila se tocando ou a lembrança dos dedos de Déborah em mim que me deixava assim, mas o desejo era avassalador, uma chama que eu não conseguia apagar.
Eu sentia Camila se afastando. Ela respondia com monossílabos, desviava o olhar quando eu tentava falar, e, mesmo nas nossas conversas costumeiras, havia uma frieza que me cortava. Ao mesmo tempo, meu próprio tesão crescia, uma inquietação que me dominava. À noite, sozinha no meu quarto, eu me tocava pensando em Déborah – no perfume dela, no toque firme e ao mesmo tempo suave, no jeito que ela parecia desvendar cada segredo do meu corpo. Mas, às vezes, minha mente traidora escorregava para Camila – a curva do seu quadril, a pele morena brilhando sob a luz do consultório, o jeito que ela se entregava às mãos de Déborah. Eu afastava esses pensamentos, horrorizada, mas eles voltavam, mais fortes, misturando culpa e prazer em um ciclo que me deixava exausta.
Uma manhã, enquanto tomávamos café, decidi tentar romper aquele muro. Camila mexia o cereal na tigela, os olhos fixos no prato, distante.
— Mila, tá tudo bem com você? — perguntei, a voz hesitante, tentando soar casual. — Você tá tão quieta…
Ela ergueu o olhar por um instante, os olhos castanhos brilhando com algo que eu não conseguia decifrar – raiva, talvez, ou desejo reprimido.
— Tô de boa, mãe — respondeu, seca, voltando ao cereal, a colher batendo no prato com mais força do que o necessário.
— Se tiver alguma coisa, você sabe que pode falar comigo, né? — insisti, sentindo o peso da distância entre nós. — Sobre qualquer coisa… até sobre a doutora Déborah, se quiser.
O nome dela pairou no ar como uma faísca. Camila parou, a colher suspensa, e seus olhos encontraram os meus por um segundo, uma mistura de curiosidade e ressentimento.
— Por que você foi sozinha? — perguntou, a voz baixa, quase um sussurro, mas carregada de emoção. — Eu queria ter ido.
Eu engoli em seco, sentindo o rubor subir ao meu rosto. Sabia que não podia contar a verdade, não podia confessar o que acontecera naquele consultório, o prazer que ainda ecoava em mim. Mas, naquele momento, percebi que a única maneira de recuperar Camila, de trazer de volta a cumplicidade que sempre tivemos, era ceder ao que ela queria – ao que nós duas queríamos, mesmo que doesse admitir.
— Tá bem, filha — disse, as palavras insistindo para não sair. — Vou marcar outra consulta com a Déborah.
Os olhos dela se iluminaram, um sorriso tímido surgindo nos lábios, e pela primeira vez em dias, senti um alívio. Camila assentiu, o rosto suavizando, e algo dentro de mim se acalmou, como se eu tivesse encontrado a chave para desfazer aquele nó. Naquela mesma tarde, liguei para o consultório, meu coração disparado enquanto marcava a consulta para a semana seguinte. Quando contei a Camila, ela sorriu de um jeito que misturava ansiedade e alívio, e, por um momento, era como se a antiga leveza entre nós tivesse voltado.
— Valeu, mãe — disse ela, a voz mais leve, quase carinhosa, antes de subir para o quarto, a porta se fechando com um clique suave.
(...)
Cresci numa família onde os limites eram difusos, um emaranhado de afeto e segredos que moldou quem eu sou. Minha irmã Maryanne, foi quem primeiro abriu as portas de um mundo que eu não entendia. Eu era ingênua, mas curiosa, e Mary, um pouco mais velha que eu, tinha uma segurança que me fascinava. Me lembro perfeitamente da primeira vez: Certa noite, em nosso quarto compartilhado, enquanto a casa dormia, ela se aproximou de mim na cama, o cabelo negro caindo sobre meu rosto, os olhos brilhando sob a luz fraca do abajur. “Você já se tocou, Ju?” perguntou, a voz baixa, quase um sussurro. Neguei, envergonhada, mas ela sorriu, pegando minha mão e guiando-a pelo meu próprio corpo, ensinando-me a sentir o calor que crescia entre minhas pernas. Seus dedos, tão gentis, deslizaram sobre minha pele enquanto me apresentavam um mundo completamente novo, que explodia em prazeres. E logo estávamos entrelaçadas, os gemidos abafados pelo travesseiro, nossos corpos adolescentes descobrindo o amor em segredo.
Aquela não foi a única noite. Durante anos, Mary e eu compartilhamos momentos assim, sempre com o peso da culpa misturado ao êxtase. Uma vez, flagrei nossa mãe nos observando pela fresta da porta. Seus olhos, tão parecidos com os meus, não mostravam reprovação, mas uma curiosidade silenciosa, quase cúmplice. Ela nunca falou nada, mas, dias depois, a vi abraçando Mary de um jeito que parecia íntimo demais, as mãos demorando-se na cintura dela, os rostos próximos como se compartilhassem um segredo. Percebi, então, que minha mãe e irmã tinham uma proximidade que ia além do normal – risadas abafadas à noite, toques que pareciam carregar algo mais. Era como se nossa família carregasse uma herança de desejos proibidos, um traço que confundia amor com paixão, e eu temi que esse mesmo traço estivesse agora entre mim e Camila, uma herança incestuosa pulsando como uma corrente que eu não sabia como romper.
As memórias voltaram como fantasmas, especialmente agora, no dia da consulta, e o ar parecia eletrizado enquanto dirigíamos até o consultório. Camila estava ao meu lado, os dedos tamborilando no painel do carro, o corpo inquieto, como se mal pudesse esperar. Eu, por outro lado, sentia um misto de ansiedade e culpa, o desejo pulsando em mim de um jeito que eu tentava ignorar.
Ao entrarmos na sala de espera, o mesmo aroma suave de Déborah me envolveu, e meu corpo respondeu imediatamente, o calor subindo pelo meu pescoço. O ar condicionado gelado e o aroma suave que parecia me chamar. Camila, ao meu lado, folheava uma revista, a saia rodada subindo levemente pelas coxas grossas e rosadas, o rosto sereno, mas apresentando aquele mesmo brilho nos olhos que Mary sempre teve. Eu, no meu vestidinho florido, curto, sentia o tecido colar na pele lambuzada de loção, o coração acelerado enquanto tentava afastar as imagens do passado e o medo do que poderia acontecer ali, com Déborah e seus olhos esverdeados que pareciam enxergar através de mim.
E, como da última vez, aquela porta branca parecia ser um abismo sem volta. Enquanto eu lia a descrição na placa: “Dra. Déborah”, se abriu de repente, me assustando, e ela apareceu, com aquele sorriso gigantesco e os olhos verdes que pareciam ler meus pensamentos. Senti as pernas fraquejarem.
— Minhas meninas! Que bom ver vocês duas aqui — disse Déborah, a voz aveludada, enquanto nos conduzia para dentro da sala. O ambiente era o mesmo: sofisticado, fresco, com aquele perfume que parecia me envolver como um abraço. Ela fechou a porta com um clique que ecoou como um aviso apocalíptico, e o jogo começou.
No consultório, Déborah distribuía seu sorriso, que misturava acolhimento e provocação, o jaleco branco impecável sobre um vestido justo que delineava suas curvas. “Juliana, Camila, que bom revê-las!” disse, os olhos esverdeados brilhando sob a luz suave. “Como você tá, minha pequena? Algum desconforto?” perguntou a Camila, que respondeu com a voz doce, quase tímida, “Acho que um pouco, doutora, mas… quis voltar pra garantir.” Déborah, mais uma vez, a guiou atrás da sala, as mãos firmes e delicadas, enquanto me olhava de soslaio, dizendo: “assente-se, Juliana, que já, já te devolvo sua princesa”. Sentei-me na cadeira, o vestido subindo pelas coxas, e tentei controlar a respiração enquanto via Camila se despir na frente daquela loba.
— Camila, minha pequena, vamos fazer um exame completo hoje — disse ela, guiando cada movimento da minha menina, com uma calma que parecia calculada. — Juliana, fica aqui pertinho, tá? Quero você acompanhando tudo.
Camila, começou a se despir, os movimentos tímidos, mas menos hesitantes do que da primeira vez. Eu a observei de onde estava, vendo o contorno do seu corpo jovem e perfeito enquanto tirava a blusa, o sutiã, o shorts, até ficar só de calcinha. Como da primeira vez, Déborah, com um olhar que parecia devorar cada detalhe, pegou a camisola e se aproximou, ajudando Camila a vesti-la com gestos lentos, quase carinhosos, os dedos roçando a pele dela de um jeito que fez meu coração disparar.
— Tira tudo, minha pequena — murmurou a doutora, a voz hipnótica, enquanto descia a calcinha de Mila com uma lentidão que parecia prolongar o momento, os olhos, verdes, fixos na intimidade vistosa da minha filha.
Os movimentos eram hesitantes, mas, novamente, revelavam um corpo que me cortava o fôlego: os seios delicados, os mamilos rosados endurecidos, a pele morena clara brilhando com um leve suor. Ao tirar a saia e a calcinha, revelou os pelos pubianos bem aparados, emoldurando seu sexo rosado, os lábios entreabertos, úmidos, como pétalas brilhando sob o orvalho. Era tão parecida com Mary, que senti um aperto no peito, a culpa lutando contra o calor que crescia entre minhas pernas. Déborah vestiu a camisola em Camila, os dedos roçando sua pele com uma lentidão que parecia proposital. “Que corpo lindo, minha pequena”, murmurou, enquanto Camila se deitava na maca, buscando meu olhar em busca de aprovação.
— Tudo bem, Camila? — perguntou a doutora, levantando a camisola para expor, mais uma vez, os seios da minha filha. Seus dedos longos deslizaram pela pele macia, apertando com firmeza, os polegares roçando os mamilos, que tremiam em resposta. — Tô vendo que tá tudo saudável… mas vamos olhar direitinho.
Camila suspirou, os olhos semicerrados, e eu senti minha calcinha ficar úmida, colando na pele. Minha mão, quase por instinto, deslizou por baixo do vestido, por cima da calcinha, mas parei, os dedos pairando sobre o tecido. “Não, Juliana, ela é sua filha”, pensei, — a imagem de Mary me tocando invadiu minha mente repentinamente. — Eu não podia repetir o passado, não com Camila. Mas o desejo era uma corrente, e cada gemido baixo dela, cada movimento dos dedos de Déborah, me faziam fraquejar. Déborah abriu as pernas de Camila, expondo aquela florzinha brilhante, os lábios entumecidos, o clitóris vermelhinho e pulsante. Seus dedos deslizaram por fora, contornando a entrada, e Camila arqueou o quadril, a respiração ofegante, o cheiro doce do prazer dela enchendo o ar.
— Olha, Juliana, como ela tá perfeita… tão melada, tão viva — disse Déborah, os olhos gateados me desafiando. — Você tá vendo daí? — Me perguntou enquanto penetrava minha boceta apenas com seu olhar lancinante.
Eu não respondi, mas meu silêncio era uma confissão. Minha mão voltou a se mover, encontrando meu clitóris sob a calcinha encharcada, e comecei a me tocar, devagar, a culpa lutando contra o prazer. Cada círculo que eu fazia ecoava o toque de Déborah em Camila, e eu me odiava por sentir tanto tesão. Minha filha gemia baixinho, o peito subindo e descendo, os seios tremendo, e eu imaginava, por um instante, que era eu ali, na maca. Mas então olhava para Camila – sua pele arrepiada, os lábios entreabertos, a expressão de prazer inocente – e a culpa me engolia.
Meus dedos correram sob o tecido úmido da minha calcinha, a ponta do médio roçando o inchaço do clitóris sem pressionar—só o suficiente para fazer o corpo trepidar. Eu não queria isso. Não com Mila ali, de pernas abertas, gemendo sob os dedos de Déborah como eu já gemera sob os de Mary. Mas o cheiro adocicado de Camila no ar, misturado ao aroma de loção e ao gel do consultório, era um convite que meu corpo não sabia recusar. A umidade entre minhas pernas crescia, escorria em fios quentes pelas coxas, e eu pressionei os músculos da vagina, tentando conter a pulsação que batia em sincronia com os movimentos da doutora em minha filha.
Déborah, percebendo minha luta, deixou Camila por um instante e caminhou até mim, os dedos úmidos do prazer de Mila. “Juliana, você é tão linda… tão parecida com ela”, sussurrou pertinho do meu ouvido, me arrancando arrepios. Ela levantou meu vestido, expondo minha calcinha branca, manchada de umidade, e puxou-a para o lado. Seus dedos, melados de minha filha, deslizaram pela minha boceta, encontrando meu clitóris inchado, e eu gemi, o corpo se arrepiando. Ela me penetrou com dois dedos, o polegar roçando meu clitóris em círculos, e o prazer era elétrico, mas a culpa me fazia hesitar.
— Assim, Ju... não se prenda... — disse ela, bem pertinho do meu ouvido, enquanto seus dedos se moviam dentro de mim com uma habilidade impossível, o cheiro de Camila misturando-se ao meu.
— Doutora… por favor… — murmurei, dividida entre o desejo e a vergonha, tentando me afastar, mas meu corpo se recusava. O prazer era intenso, meu clitóris pulsando, minha vagina contraindo. Olhei para Mila, que nos observava, os olhos vidrados, uma mão tocando os próprios seios, a bocetinha brilhando com uma umidade que escorria até o cuzinho. E eu senti lágrimas quentes escorrerem pelo meu rosto quando Déborah se desvencilhou de meu corpo, me fazendo arrepiar por inteira enquanto caminhava de volta até Camila.
Déborah afastou os pequenos lábios da minha menina com os dedos, expondo o interior cor-de-rosa, brilhante de excitação. "Olha como ela está perfeita, Juliana", murmurou, e eu engoli seco. O clitóris de Camila estava vermelho, saliente, latejando a cada toque—igual ao meu. Minha língua passou pelos lábios ressecados enquanto imaginava como seria sentir aquela umidade na minha boca, os sabores salgados e doces que eu conhecia tão bem, tanto do meu corpo como do de Mary. Mas então Camila arqueou as costas, um gemido escapando, e eu me lembrei da primeira vez que minha irmã me ensinou a fazer isso: os mesmos sons, a mesma pele arrepiada. Deus, o que estou fazendo?
Minha mão afundou na calcinha, o dedo indicador encontrando a entrada da vagina já dilatada, quente—mas parei antes de penetrar. A culpa queimava no peito, mas o corpo não mentia: os mamilos estavam rijos sob o vestido, esfregando contra o tecido com cada respiração ofegante. Déborah me observava pelo canto do olho, os dedos ainda trabalhando em Camila, e eu sabia que ela via tudo: minha pele corada, as veias saltadas nos pulsos, a contração involuntária do abdômen quando o prazer subia. "Juliana…" ela chamou, voz rouca, e eu senti o orgasmo se aproximando só de ouvir.
Camila virou a cabeça para mim, os olhos vidrados, a boca entreaberta. "Mãe…", ela suspirou, e aquela palavra—mãe—deveria ter me parado. A sensação era deliciosamente familiar, me fazendo lembrar de cada detalhe com Mary, o mesmo jeito de apertar os lábios, os olhos fechadinhos, exatamente como a tia dela fazia antes do clímax. Mas meu dedo médio, quase que sozinho, começou a circular meu clitóris com mais pressão, a palma da mão esquentando contra os pelos pubianos.
Eu queria chorar. Queria parar. Mas o corpo é mais forte que a vergonha, e os músculos da coxa tremiam, puxando-me para mais perto do abismo.
Quando o orgasmo veio, foi com um soluço abafado—um gemido que prendi nos dentes, mas que ecoou na minha cabeça como um grito. Minha boceta contraiu-se em ondas, os dedos de Déborah em Camila pareciam agora dentro de mim, e por um segundo, tudo se confundiu: passado e presente, irmã e filha, amor e pecado. Abri os olhos e vi Camila gozando também, o corpo curvado, os dedos da doutora saindo melados dela. O cheiro de sexo enchia o ar. E eu, com a calcinha encharcada e o coração batendo como um pássaro preso, soube que aquela herança de desejo proibido ainda me pertencia.
Déborah limpou as mãos com um papel-toalha, o sorriso satisfeito, e falou como se nada tivesse acontecido. “Tá tudo perfeito com você, Camila. E com você, Juliana”, disse, os olhos coloridos me encarando. “Voltem se precisarem, tá?”
Déborah limpou as mãos com um papel-toalha, o sorriso satisfeito curvando seus lábios como se o que acabara de acontecer fosse apenas rotina. “Tá tudo perfeito com você, Camila. E com você, Juliana,” disse ela, os olhos coloridos fixos em mim com uma intensidade que parecia esconder algo mais. “Voltem se precisarem, tá?” Suas palavras pairaram no ar como um convite enigmático, e saímos do consultório em um silêncio opressivo, o peso do que vivemos nos separando como uma barreira invisível. Camila caminhava à minha frente, o corpo leve, mas eu carregava um conflito interno que me sufocava, as memórias de Mary dançando em minha mente como sombras, e o medo de que esse ciclo familiar estivesse destinado a se repetir com Camila queimando em meu peito.
Ao entrar no carro, o ar parecia mais denso, e Camila virou-se para mim, seus olhos castanhos me encarando com uma profundidade que me desarmou. Por um instante, pensei que as lágrimas iriam escapar, o peso da culpa e do desejo ameaçando me quebrar. Então, ela estendeu a mão, os dedos suaves roçando meu rosto em um gesto inesperado, e com um olhar terno e meigo que atravessou minha alma, murmurou palavras que ecoaram como um bálsamo: “Mãe, você é a melhor mãe do mundo.”
E antes que me permitisse qualquer reação, senti seus lábios selando os meus.