Esposa de Marombeiro - Projeto Gravidez - Um Plano e dois Garotos (Parte 26)

...CONTINUANDO:
    Vanessa se ajeitou na cama, os cabelos colados ao rosto pelo suor. Olhou pela janela e viu o breu da noite. Não sabia dizer quantas horas haviam se passado.
— Eu disse que é na cara dela. Bem na carinha de safada dela. — Lucas repetiu, com um sorriso mole, enquanto voltava ao meio das pernas da mulher.
    Ela mal conseguia raciocinar pois o pau do rapaz começava a latejar bem na frente do seu rosto. Ele havia acabado de tirar a camisinha. Não demorou e o ritmo da masturbação logo parou ele começou a despejar jatos generosos de porra em seu rosto. Vanessa piscava devagar, tentando impedir que o esperma fosse aos olhos. Estava cansada, mas viva. Viva como há muito tempo não se sentia. Era um gozo que queimava e gelava ao mesmo tempo. Um gozo permitido. Proposto. Estimulado pelo próprio Lucas.
    Tudo havia começado com a promessa dele: “Antes do dia acabar. Eu vou te provar que sou o homem certo para você” E cumpriu. Pela manhã, amor. À tarde, romance e cumplicidade. E agora, à noite, o ápice da entrega prazer luxurioso. Ela, sendo fodida e esporrada por um estranho enquanto seu amante jovem a assistia com tesão nos olhos.
    O motorista de Uber da outra noite, levantou-se da cama com as pernas bambas, indo ao banheiro bufando, ofegante. Vanessa estava toda suja, mas com um sorriso que não escondia: estava satisfeita. Gozada, usada e ainda assim amada, como há muito tempo não se sentia.
    Lucas a olhou e riu.
— Vai querer beijo agora também, igual ficou pedindo o dia todo? — provocou ela, limpando parte do rosto com a ponta dos dedos.
— Eu disse que te amo, mas não que sou louco — respondeu ele, entrando no clima, mas com aquele brilho nos olhos de quem faria qualquer loucura por ela.
    Ela riu, balançando a cabeça. O garoto era mesmo um caso à parte.
    O motorista saiu do banheiro já vestido, puxando a camisa pela cabeça. Lucas o dispensou com naturalidade, dizendo que ele podia pegar as roupas e se mandar, que eles acertariam a conta do motel depois. Vanessa, ainda nua, ouviu o som da porta batendo e sorriu sozinha: o tal do Uber parecia convencido de que tinha ganhado na loteria. Mal sabia ele que era apenas parte de um plano de prazer — e que o prêmio mesmo era o que Lucas estava fazendo com ela.
    No banheiro, ela esfregava o rosto diante do espelho, a água misturando-se ao cheiro da transa. Lucas entrou por trás dela, sem pressa.
— E então? — disse ele, encostando na moldura da porta, pelado e confiante. — Provei pra você meu ponto?
    Ela queria responder “sim”, queria dizer que estava completamente entregue, mas travou. Engoliu seco. Porque aquela noite não era só mais uma. Tinha sido um divisor. Pela primeira vez, tinha vivido um dia só dela. Sem Marcão. Apenas com o homem que a amava de verdade e profundamente.
    Era como se algo dentro dela tivesse virado uma chave. Lembrou-se do momento em que mostrou a foto de Lucas a Pedro, semanas antes, pedindo que o vizinho o chamasse para essa aventura. Na época, era apenas mais um plano de safadeza, mais uma peça no tabuleiro. Mas agora... agora era diferente. O jogo havia virado. Ela não estava mais no controle — e isso, ironicamente, mexia com ela profundamente.
— Você... me surpreendeu. — disse ela, por fim, com a voz baixa, quase sussurrada.
    Lucas se aproximou, abraçou por trás e beijou seu ombro com ternura. Ficaram em silêncio por alguns instantes, ouvindo apenas o som da água, do suspiro, da pulsação acelerada. Curtindo o momento como um casal normal e saudável.
    Depois da ducha, vestiram-se devagar, com aquela calma de quem não queria que o momento acabasse. Voltaram para o hotel de mãos dadas, como um casal clandestino em sua própria bolha de prazer. Haviam tido sua primeira aventura particular, um segredo como de um casal.
    Vanessa sentia o corpo cansado. Foi um dia marcado por muitos prazeres. Algo a mais pulsava por dentro da mulher, algo que ela não sabia explicar. Estava encantada por Lucas em todos os sentidos. Não queria admitir, mas era verdade. Será que algo mais estava nascendo?… Em suas entranhas, a semente de Lucas já estava plantada no seu ventre. Gostando ou não, o rapaz seria pai do seu bebê.
    Marcão e Pedro haviam passado o dia juntos, e o marombeiro parecia empenhado em uma missão: provar a todo momento que era “o cara”. O tom de voz, o jeito de andar, o modo como ajeitava os óculos escuros no rosto bronzeado — tudo nele gritava por atenção. Era como se quisesse reafirmar, o tempo inteiro, sua superioridade.
    E Pedro via. Via e engolia seco. Porque não dava pra negar que o homem chamava atenção. Casadas, solteiras, de maiô ou fio-dental — todas pareciam reparar nele. E o desgraçado sabia disso.
— Te garanto, moleque... quando você fica com o corpo em dia, as mulheres passam a te desejar caladas. Até as comprometidas. — disse Marcão, enquanto observava o movimento na praia, estufando o peito com orgulho.
    Pedro, por outro lado, sentia os músculos latejando. Cada passo doía como se tivesse sido atropelado por um caminhão. O treino puxado do corno fitness havia deixado marcas, estava todo dolorido.
      Ele torcia pra que o cara simplesmente achasse outro foco. Alguém pra impressionar, ou qualquer outra merda.
    Pensava em Lucas e Vanessa. “Será que ainda tão dormindo?”.
    E como se o universo tivesse escutado seus desejos, Marcão avistou uma mulher sozinha, de meia-idade, pele dourada pelo sol e curvas bem conservadas. Não demorou a se aproximar.
— Ó, moleque... melhor você ir andando. O papo aqui vai render — falou, com aquele sorrisinho de quem já estava de pau duro só de pensar.
    Pedro agradeceu aos céus, acenou qualquer coisa e caiu fora. Passou o resto do dia sozinho, andando pela praia, almoçou num restaurante à beira-mar e deixou o tempo correr, esperando a noite chegar como quem espera um alívio. Quando voltou pro hotel, o quarto estava iluminado por uma luz amarelada e aconchegante. E lá estavam eles: Vanessa e Lucas. No sofá, jogados um sobre o outro, rindo. Rindo como se fossem um casal.
    Rindo de um filme antigo que Pedro sequer reconhecia, provavelmente mais velho que ele.
    Rindo com intimidade.
    Pedro parou por um instante, observando.
      Sem dizer nada, foi direto para o banho. A água quente ajudou a limpar o suor, mas não os pensamentos. Quando voltou, secando os cabelos com a toalha, sugeriu:
— Vamos pedir alguma coisa? Tô faminto.
    Pediram jantar no quarto. Comeram juntos à mesa, como bons amigos — como se nada demais tivesse acontecido.
    Lucas e Vanessa se olhavam com cumplicidade discreta, e ela, fingindo inocência.
— Esse Marcão é um escroto... mulherengo do caralho. Ficou o dia inteiro querendo me dar lição de moral.
    Vanessa mordeu o canto da boca para não rir. Mexeu no suco com o canudo e respondeu com desdém:
— Ele é assim mesmo... adora bancar o alfa.
    A noite correu morna. O clima de pegação parecia ter ido dormir mais cedo. Pedro, esgotado, se jogou na cama. Apenas virou de lado e, em poucos minutos, apagou.
    Lucas, por sua vez, ainda com aquele sorriso tranquilo, inclinou-se devagar até o ouvido de sua amante e sussurrou com voz baixa, quente e íntima:
— Boa noite, meu amor. Te amo hoje e sempre.
    Vanessa fechou os olhos. Um arrepio percorreu sua pele, e ela respondeu com um beijo calmo, mas cheio de intenção.
    Um beijo que selava o segredo deles, debaixo do mesmo teto.
Um beijo silencioso, cheio de carinho e promessas ainda não ditas.
... CONTINUA...