Leonardo sempre foi o cara. Rico, bonito, descolado. O tipo de garoto que todo mundo queria ser ou estar por perto. As meninas se jogavam nele, os moleques copiavam o jeito de falar, de andar, de se vestir. Ele pegava todas.
Tinha cabelos negros bem curtos, sempre muito bem aparados, daquele jeito de quem vivia no barbeiro. O rosto era de traços finos, boca carnuda, sobrancelhas fortes, olhos escuros que carregavam uma malícia natural. A pele clara, limpa, sem uma marca sequer. O corpo atlético, com ombros largos, peito firme e abdômen marcado do esporte. Vestia roupas de marca, tênis importado e usava sempre perfume caro, que deixava seu rastro pelo corredor.
Eu era diferente. Mais velho, pé no chão, sem luxo nenhum. Talvez fosse por isso que nossa amizade funcionava. Eu não puxava o saco, não precisava andar na sombra dele. Era o escudeiro, o amigo fiel, o que segurava as broncas. Ele confiava em mim de um jeito que não confiava em mais ninguém.
A gente tinha um segredo só nosso: trocar filmes pornôs. Eu emprestava um, ele devolvia outro, e depois comentávamos, rindo, como se fosse uma coisa séria. Essa cumplicidade nos deixava próximos de um jeito que ninguém mais entendia.
Foi nessa época que começamos juntos no jiu-jítsu. Um dia, Leonardo sugeriu:
— Bora treinar na tua casa.
Afastamos os móveis da sala, improvisamos um tatame e começamos a rolar no chão. Risada, força, disputa. Até que percebi. Ele estava excitado. Encostou em mim mais de uma vez. Fingi que não vi, tentei inventar movimento, mas o detalhe ficou.
Depois do treino, subimos pro meu quarto. Leonardo tirou um DVD da mochila, me mostrou o CD arranhado:
— Foi mal… risquei teu filme.
Reclamei, falei que ele tinha que me devolver outro. Ele respirou fundo, me encarou sério e disse:
— E se eu chupar teu pau, você me perdoa?
Achei que fosse piada. Ri, querendo zoar de volta:
— Tá louco? Eu prefiro é que você me dê o cu!
Não pensei que ele fosse levar a sério. Mas levou. Abriu a bermuda pela frente, sem tirar tudo, e virou de quatro na beira da cama. Olhou por cima do ombro e falou firme:
— Então vem.
Fiquei paralisado. O garanhão da escola, o cara que pegava todas, empinado pra mim. Cheguei perto, ainda sem acreditar. Foi quando senti o cheiro. Não era só suor, era perfume misturado com o cheiro dele, cheiro cru, forte, que me pegou em cheio. Meu pau endureceu na hora.
Baixei a calça, segurei meu pau, e encostei a cabecinha. As pregas dele. O coração disparado. Nunca tinha feito nada com ninguém. Antes mesmo de meter, gozei. O jato quente melou o cu dele por fora, escorrendo.
Leonardo virou a cabeça e disse baixo, quase mandando:
— Arruma algo pra eu me limpar.
Dei uma cueca que estava ali em cima da cômoda pra ele. Ele passou entre as bandas da bunda, se vestiu rápido, sem jeito, e saiu da minha casa sem olhar pra trás.
No dia seguinte, recebi a mensagem: “Ontem eu passei do ponto, esquece isso. Melhor não comentar.”
Mas eu não consegui esquecer. Passei noites lembrando do cheiro, da pele lisa, do cu empinado. Pensando que devia ter colocado camisinha, ter feito devagar, com jeitinho. Mas não tive coragem. Eu ainda era virgem. Diferente dele, que já tinha transado com tantas meninas.
Só depois percebi o detalhe que tinha passado batido: Leonardo estava completamente depilado. Liso, sem pelos. Preparado.
Talvez aquele já fosse o primeiro sinal de tudo que viria depois.