O sol mal tinha atravessado as cortinas quando encontrei Lorena já acordada. Estava no sofá, de shortinho curto e camisa listrada, cabelo caindo nos ombros. Tinha um ar diferente, meio enigmático. Eu tentei disfarçar, mas a frase escapou antes que eu pudesse segurar:
— Já tá toda arrumada… tem ensaio hoje?
Ela riu baixo, sacudindo a cabeça.
— Na verdade, não… nem tava esperando por isso.
Eu já estava com a câmera pendurada no pescoço, como se fosse um reflexo. Lorena percebeu, e sem dizer mais nada, foi abrindo a camisa devagar. O coração disparou.
A primeira foto foi quase inocente: ainda de camisa, sorrindo como uma menina. Não contive o elogio:
— Você tá linda assim, natural… parece que nasceu pra isso.
Na segunda, de costas, o shortinho subia revelando o bumbum empinado. Eu respirei fundo e soltei:
— Essa roupa… parece feita sob medida.
Ela girou, mordendo o lábio, e deixou a camisa cair. Os seios pequenos apareceram, duros, e eu falei sem pensar:
— Você é uma mulher linda, Lorena.
Ela me encarou, séria, e perguntou baixinho:
— Você gosta assim?
Engasguei. Não tive coragem de responder com palavras. O clique da câmera foi minha resposta.
Na foto seguinte, ela puxava a calcinha estampada, quase infantil. Ri nervoso, mas confessei:
— Essa calcinha é de adolescente… combina tanto com você.
Ela sorriu, maliciosa, sabendo exatamente o que fazia comigo.
O clima ficou pesado, tenso. Eu não sabia mais se clicava por técnica ou por desejo. Foi então que ela olhou o relógio, e num pulo se levantou.
— Ai, vou perder o horário no salão!
Pegou a camisa e o short jogados no sofá, vestindo às pressas, ainda com a calcinha à mostra. Correu até a porta, ajeitando o cabelo com uma das mãos. Antes de sair, virou-se e disse, num tom quase de intimidade doméstica:
— Deixei comida no fogão. Se quiser, pode se servir. Sinta-se em casa.
E foi embora, deixando um rastro de perfume leve no ar.
Fiquei sozinho, câmera nas mãos, revendo as imagens. A casa parecia maior sem ela, mas cada canto estava impregnado de sua presença. A cada clique, eu me perdia mais. Era Lorena. Só Lorena. E eu já não sabia se aquilo ainda era amizade… ou o início de algo que eu não teria como frear.