Confissão de um Marido Liberal



Meu nome é Christian, tenho cinquenta e dois anos, e vou começar esta história sem rodeios: eu sou broxa. Broxa de verdade, daqueles que o pintinho nao sobe nem com pílulas azuis, massagens ou meditações. Fiquei broxa de mansinho, pelas mãos frias da diabetes, e quando percebi, já não havia volta. No início, tentei negar, disfarçar, enganar a mim mesmo e à minha esposa. Mas com o tempo, ficou impossível esconder o óbvio: o meu pinto já não respondia.

A primeira vez que falhei com Wanda, lembro como se fosse ontem. Estávamos em viagem, num hotel de praia. Ela usava uma camisola branca, leve, quase transparente. Eu quis abraçá-la, quis fazer o que um homem faz com sua mulher, mas nada aconteceu. Fiquei suando, tremendo, inventei desculpas. Disse que estava cansado, que tinha bebido demais. Ela apenas me olhou em silêncio.
Naquele instante, algo morreu dentro de mim.

Os meses seguintes foram um inferno. Eu evitava o toque dela, o olhar, o cheiro. Não suportava o espelho. Um homem, quando perde o vigor, perde também o eixo. Eu ficava irritado por qualquer coisa, no trabalho, no trânsito, em casa. Wanda, ao contrário, foi paciente no começo. Tentava conversar, dizia que me amava, que tudo bem se não fosse como antes. Mas aos poucos, percebi o afastamento. Os beijos rarearam, os abraços ficaram protocolares, e o quarto virou apenas um espaço de sono.

Um dia, depois do jantar, ela falou o que vinha guardando havia meses.
— Christian, a gente precisa conversar — disse, com aquela voz firme que só ela tem.
Eu já sabia.
— Você não me procura mais. E eu entendo... eu entendo que você tem um problema físico. Mas eu ainda sou mulher. Eu ainda tenho desejos, necessidades.
Senti um nó no estômago.
— Wanda, eu...
— Eu pensei muito — interrompeu — e acho que a melhor solução seria abrirmos o casamento.

Demorei alguns segundos para entender o que ela queria dizer.
— Abrir o casamento?
Ela respirou fundo:
— Sim. Eu quero poder me envolver com outras pessoas. Não estou falando de te deixar, nem de esconder. Quero fazer isso de forma aberta, honesta.

Aquela frase caiu sobre mim como uma sentença. Eu queria gritar, mas não saiu som. No fundo, sabia que não tinha moral para impedi-la. Eu não podia mais dar o que ela precisava, e o amor, por si só, não sustenta o desejo. Depois de alguns dias de silêncio, concordei. Disse que aceitava, mesmo sem aceitar de verdade.

Os primeiros meses foram humilhantes. Eu via Wanda se arrumando para sair — vestidos justos, batom vermelho, perfume novo — e me dizia que ia “encontrar um amigo”.
Eu fingia acreditar, mas sabia.
Ficava sozinho em casa, imaginando o que ela fazia, com quem estava, o que sentia.
No início, aquilo me corroía. Sentia raiva, vergonha, ciúme, tudo misturado. Mas o tempo, esse alquimista cruel, transforma até o sofrimento em costume.

Um dia, ela foi direta:
— Christian, eu quero que você saiba com quem estou me encontrando.
Sentei-me na poltrona, resignado.
— É um homem que conheci no trabalho.
Ela me mostrou uma foto. Um sujeito bonito, alto, uns quarenta anos.
— Eu não quero mentir pra você. Achei que você preferiria saber.
E eu realmente preferi. Curiosamente, aquilo me acalmou. Talvez por sentir que não havia mais segredos.

Com o tempo, Wanda começou a me contar mais. Descrevia os encontros, os lugares, as conversas. Às vezes, eu ouvia em silêncio; outras, fazia perguntas, como quem tenta entender um idioma novo.
O mais estranho é que, depois de um tempo, comecei a sentir algo diferente.
Não era mais raiva. Era curiosidade. Uma espécie de fascínio. Ver o desejo dela vivo, pulsante, me fazia lembrar de quando eu ainda era homem, no sentido físico.
Acabei confessando a ela que não me importava de saber, que podia continuar me contando.

A partir daí, tudo mudou.
Houve noites em que ela me deixava assistir.
Sim, assistir. Eu ficava ali, quieto, como um espectador de um filme que me pertencia e não me pertencia. No começo, foi um golpe no orgulho, mas depois... não sei explicar. Comecei a sentir prazer em ver Wanda sendo comida por homens, feliz, viva, desejada. Parecia que o amor, que antes era posse, virou contemplação.
E, estranhamente, isso nos aproximou. Ela voltou a ser doce comigo, carinhosa, atenciosa. O riso dela voltou a ecoar pela casa.

Durante alguns anos, essa foi a nossa nova normalidade. Eu aceitei meu papel de marido liberal, ela viveu o dela de mulher livre.
Até que, algumas semanas atrás, Wanda chegou em casa com uma novidade que, confesso, me tirou o chão.

Era uma tarde comum. Eu estava lendo no sofá quando ela entrou, animada.
— Christian, preciso te contar uma coisa — disse, com aquele brilho nos olhos que eu já conhecia.
— O que foi agora? — perguntei, tentando soar tranquilo.
Ela se sentou ao meu lado.
— Conheci dois rapazes incríveis.
Sorri de canto.
— Mais dois?
— Calma — disse ela, rindo — são gêmeos, Christian. Têm dezenove anos.
Fechei o livro lentamente.
— Dezenove anos?
— Sim. São filhos do porteiro do nosso prédio.
Fiquei mudo por alguns segundos, tentando processar.
— Espera... os filhos do porteiro? Do João?
Ela assentiu, como se fosse a coisa mais natural do mundo.

- Eles já te comeram?

- Sim, os dois de uma vez.....um pela frente e o outro por trás!

Senti o sangue subir ao rosto.
— Wanda, você enlouqueceu? — levantei-me, gesticulando. — Você quer se envolver com os filhos do porteiro? O prédio inteiro vai saber! Eu vou virar motivo de piada!
Ela me olhou, serena, como quem fala com uma criança.
— Christian, por favor.
— Os porteiros vão rir de mim, Wanda! Vão cochichar quando eu passar!
Ela cruzou as pernas e suspirou.
— Amor, os porteiros já sabem que você é corno há muito tempo.
Aquilo me acertou como um soco.
— O quê?
— Claro que sabem. Eles me vêem entrando em carros de homens há anos, bem na frente do prédio. Achava mesmo que ninguém percebeu?

Não soube o que dizer.
Ela continuou:
— E não só eles. Minhas amigas sabem. Minha irmã sabe. Todo mundo sabe que você é broxa e corno. E quer saber? Você devia sentir orgulho disso.
— Orgulho? — perguntei, incrédulo.
— Sim. Orgulho de ser um marido que ama de verdade, que aceita, que não finge. Você é mais homem por isso do que muita gente por aí.

Sentei-me de novo, em silêncio. Ela tinha uma estranha capacidade de inverter tudo, de transformar humilhação em filosofia. E o pior é que, de algum modo, fazia sentido.
— Eles são legais, Christian. — Ela continuou. — Educados, discretos, carinhosos. E estão encantados comigo.
Fiquei olhando para ela, tentando encontrar algum traço de culpa. Não havia. Havia apenas sinceridade e uma espécie de orgulho sereno.
— Eu só quero que você não se sinta mal — disse, tocando minha mão. — Eu te amo. Mas eu também preciso viver.

Fiquei pensando naquela frase por dias.
Na portaria, eu passei a evitar o olhar dos porteiros. Cumprimentava rápido, meio sem jeito. Eles, por sua vez, pareciam saber de tudo e ao mesmo tempo me tratavam com um respeito quase excessivo.
No começo, aquilo doía. Mas, como sempre acontece comigo, o desconforto foi se transformando em aceitação.

Comecei a me lembrar do tempo em que eu era o homem forte, confiante, cheio de energia. Hoje sou outro. Mais quieto, mais observador. E talvez, paradoxalmente, mais humano.
Percebi que parte da minha dor vinha do que os outros poderiam pensar de mim — e não do que eu realmente sentia.
Quando parei para ouvir meu próprio coração, percebi que não havia ódio, nem rancor. Só uma estranha paz.

Na semana seguinte, Wanda me contou que os gêmeos tinham lhe comido em nosso apartamento enquanto eu estava no trabalho.
— Foram muito gentis, educados — disse ela, sorrindo. — Um deles até me ajudou a trocar uma lâmpada.
Tentei sorrir também.
— E... você pretende continuar vendo eles?
— Sim, claro.
Assenti. Não havia mais nada a discutir.

Naquela noite, fiquei pensando em tudo que vivi ao lado de Wanda.
Foram anos juntos. Ela me viu forte e me viu fraco, me viu homem e me viu broxa. E continuou comigo.
Talvez, no fundo, o amor dela tenha se transformado — deixou de ser físico e virou algo mais complexo, mais livre.

Passei a compreender que o que chamamos de “honra masculina” é, muitas vezes, só medo do olhar alheio. Eu tinha medo de ser motivo de riso. Mas agora, olhando para trás, percebo que o riso dos outros não muda nada.
O que importa é a paz que há dentro de casa.
E a minha casa, curiosamente, voltou a ser leve. Wanda está radiante, e eu me sinto parte disso, mesmo sem participar diretamente.

Outro dia, voltando do mercado, encontrei os gêmeos na portaria.
— Boa tarde, senhor Christian — disseram em coro.
Senti o rosto esquentar.
— Boa tarde — respondi, tentando parecer natural.

À noite, quando Wanda voltou para a sala, perguntei:
— Você gosta mesmo deles?
Ela sorriu.
— Gosto. Mas não é como você pensa. Eles me fazem sentir viva, só isso.
— E eu? — perguntei, sem saber por que.
Ela se aproximou, passou a mão no meu rosto.
— Você é a minha base. O meu lar. O homem que me permite ser quem eu sou.

Senti alívio. Pela primeira vez em muitos anos, senti que já não precisava provar nada a ninguém.

Hoje, quando olho no espelho, não vejo mais o homem frustrado de antes. Vejo alguém que aprendeu a amar sem posse, a desejar o bem da mulher que ama, mesmo quando o desejo dela não o inclui.
Sim, sou broxa. Sim, sou corno. Mas sou também o homem que Wanda escolheu para dividir a vida, a casa, as conversas, o café da manhã.

Os gêmeos continuam aparecendo de vez em quando. Wanda os recebe toda alegrinha e eles cumprimentam-me com respeito. Depois seguem os tres para o quarto. Eu não me incomodo mais. Às vezes até preparo café para eles. Enquanto os gemeos comem a minha esposa eu fico lendo, tranquilo, sabendo que logo ela volta sorrindo, leve, e me beija no rosto como quem agradece por eu existir.

Há quem diga que isso é humilhação.
Eu prefiro chamar de liberdade.
Porque aprendi que o amor verdadeiro não é o que prende — é o que permite.


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Comentários


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morenopa Comentou em 01/11/2025

Parabéns pelo conto.

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edumanso Comentou em 01/11/2025

Caralho que relato hein ! Amo ser corno manso e incentivo minha esposa ter amantes fixo, daqueles que comem toda semana e gozem dentro, mas eu aproveito e chupo ela, brinco junto. Ela me chama de corno viado. Funciona muito bem e todo mundo fica feliz !

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vivianecd Comentou em 01/11/2025

Amei seu conto, bjnhos

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rolasuculenta Comentou em 01/11/2025

ótimo depoimento, parabéns

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pmdivi Comentou em 01/11/2025

Um dos poucos contos que realmente me fascinou! Parabéns! Se for fato real, tenho uma inveja de vc, pois propus pra minha esposa de termos casamento aberto, mas ela não aceitou. Não sou brocha, mas tenha ejaculação precoce e isso muitas vezes a deixa frustrada, porem ela não abre mão da fidelidade!




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Ficha do conto

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viscondepintomole

Nome do conto:
Confissão de um Marido Liberal

Codigo do conto:
246109

Categoria:
Traição/Corno

Data da Publicação:
01/11/2025

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