Na praia com relatos anônimos de uma.mulher

Tudo começou de um jeito simples demais para imaginar onde ia dar. Eles me chamaram para ir à praia como quem não quer nada, numa conversa casual, cheia de risadas. “Vai ser tranquilo”, disseram. E eu aceitei sem pensar muito, achando que seria só mais um dia comum.
No fundo, porém, alguma coisa já tinha mudado no instante do convite. Talvez pelo jeito que me olharam, talvez pelo tom leve demais, confiante demais. Eu senti um arrepio estranho, uma curiosidade que não era só sobre o passeio.
No dia marcado, quando encontrei os dois, percebi que tinha algo diferente no ar. A conversa fluía fácil, os olhares se cruzavam mais do que o normal, e eu me sentia no centro de uma atenção que me deixava inquieta. No caminho até a praia, eu ria, brincava, mas por dentro minha cabeça já não estava tão inocente assim.
Chegando lá, tudo pareceu se intensificar. O sol, o mar, o corpo relaxado… e eu entre eles dois. Às vezes um se aproximava mais, depois o outro. Nada explícito, nada dito, mas tudo sentido. Eu me pegava desejando aquela situação, querendo ficar ali, naquele meio, naquela confusão gostosa de sensações.
Eu sabia que estava passando dos meus próprios limites por dentro, mesmo sem fazer nada por fora. Era vontade contida, pensamento solto, imaginação trabalhando sem freio. E o mais louco era que eles pareciam perceber. Um sorriso mais demorado, um comentário que me deixava sem resposta, um silêncio carregado de intenção.
No fim do dia, nada aconteceu de verdade. Nenhum passo foi dado além do permitido. Mas eu voltei diferente. Porque, às vezes, não é o que se faz que marca — é o que se quer fazer e não faz.
E agora, no final desse conto, vou postar uma foto daquele dia. Nós três juntos, como se fosse só amizade. Mas vou preservar a identidade. Porque fora desse instante, eu tenho minha vida particular, minha história, meus segredos. E certas vontades… só quem viveu é que sabe.