Ela chegou minutos depois.
Morena clara, uns 35, talvez 40 anos. Corpo encorpado, vestido leve, óculos escuros pendurados na gola da blusa. Trazia um refrigerante grande e uma pipoca pequena. Me notou no canto e, com a sala praticamente vazia, sentou duas poltronas ao lado da minha. Poderia ter ido pra longe. Não foi.
Luz apagou. O filme começou. E o silêncio ali dentro passou a vibrar de outra forma.
Aos poucos, percebi que ela olhava de lado. Primeiro rápido, depois com mais insistência. A tensão foi se instalando como fumaça. Cruzei as pernas, ajeitei o corpo, e senti quando ela deslizou discretamente pra poltrona ao lado.
Sem dizer nada, apenas ficou ali. Próxima. Quente. A respiração leve, o joelho roçando no meu.
Fingi que assistia ao filme, mas só pensava nela.
Minha mão, apoiada entre os assentos, tocou de leve o pano do vestido dela. Ela não recuou. Só descruzou as pernas, devagar, e deixou que minha mão deslizasse pela coxa macia. O tecido subiu. A pele dela estava quente, viva, arrepiada. Quando toquei com mais firmeza, ela soltou um suspiro curto. E abriu as pernas.
No escuro, minha mão encontrou a calcinha dela. Fina, úmida. O calor dali era quase sagrado. Deslizei os dedos por cima do tecido, sentindo o volume pulsando por baixo. Ela se contorcia de leve na poltrona, mordeu o dedo, e encostou o quadril em mim, num movimento claro de “continua”.
Sem tirar a calcinha, afastei o pano para o lado e enfiei dois dedos de uma vez. Ela travou o corpo, engoliu o gemido. Comecei um vai e vem lento, molhado, profundo. A vagina dela sugava meus dedos como se implorasse por mais. Meu pau já estava duro, latejando sob a bermuda, e ela logo levou a mão até ali, apertando com firmeza por cima do tecido.
Ela se inclinou, desabotoou a minha bermuda e puxou com cuidado, sem pressa. O som do filme abafava tudo. Meu pau ficou exposto no escuro. Ela o segurou com as duas mãos e começou a masturbar devagar, enquanto rebolava na minha mão.
A gente não falava. Só respirava junto, como se cada segundo fosse único.
Ela estava ofegante, o corpo todo se mexendo contra meus dedos. Quando gozou, mordeu o lábio com força, se inclinando sobre mim, e sussurrou rouca:
— Agora deixa eu cuidar de você...
Abaixou o rosto e abocanhou meu pau com firmeza, lábios quentes, língua girando com vontade. Me chupava ali, entre as poltronas, como se não houvesse mundo. E eu gozei em silêncio, com os olhos fechados, a mão na nuca dela, sentindo a boca me levar até o limite.
Quando o filme terminou, ela se ajeitou, limpou os cantos dos lábios com um lenço e disse, sorrindo:
— Às vezes, a melhor parte do filme... é o intervalo.
E saiu da sala sem olhar pra trás.