Eu andava sem rumo, só curtindo o dia, quando a vi.
Sentada sozinha num banco de madeira sob uma árvore larga, pernas cruzadas, vestido floral curto, óculos escuros, um copo de água na mão. Pele dourada pelo sol, coxas largas à mostra, e aquele jeito relaxado de quem domina o próprio tempo. Devia ter uns 38, talvez 40. Olhar tranquilo, mas com algo na boca que chamava. E chamava.
Fingi que estava olhando o celular e sentei no banco ao lado, de frente pra trilha de terra batida. O espaço era estreito, e nossos joelhos se encostaram de leve. Ela não afastou. Cruzou e descruzou as pernas devagar, deixando o vestido subir só o suficiente pra eu ver que não usava nada por baixo.
O calor aumentou.
Ela tirou os óculos, me olhou de lado e disse num tom leve:
— Quente hoje, né?
— Muito — respondi, encarando suas coxas abertas. Ela percebeu. Sorriu.
— Mas tem sombra aqui…
Aquela frase ficou no ar como convite. Me aproximei, e nossas pernas se tocaram mais. Minha mão escorregou até a dela, e ela deixou. O toque se firmou, e logo nossos dedos estavam entrelaçados.
Ela soltou a mão e puxou o meu braço, guiando minha mão direto pra dentro do vestido, entre as pernas abertas. Não havia calcinha. E a pele ali estava quente, molhada, latejando.
— Tô com fogo desde que cheguei aqui — sussurrou, encostando os lábios no meu ouvido.
Comecei a acariciá-la com os dedos, devagar. A textura da pele, os lábios encharcados, o clitóris duro. Ela segurava a borda do banco com força, tentando disfarçar a respiração pesada.
— Me fode com os dedos — pediu.
Me ajoelhei entre suas pernas, ali mesmo, sob a sombra da árvore. Ninguém nos via. O mato ao lado, o ângulo da trilha, tudo nos protegia. Enfiei dois dedos de uma vez, fundo, com força. Ela jogou o quadril pra frente e mordeu o punho pra conter o gemido. Os olhos fechados, o corpo tenso, rebolando contra meus dedos como se buscasse mais, mais, mais.
Gozo rápido. Forte. Silencioso.
Ela tremeu inteira, apoiada no encosto do banco, sem conseguir falar por alguns segundos.
Quando se recuperou, me puxou pela gola da camiseta e disse com um olhar cheio de promessas:
— Isso foi só o aquecimento… amanhã eu venho cedo. E trago a canga.
E me deixou ali, de pau duro, dedos molhados e cabeça em chamas, no meio do Ibirapuera, entre a sombra e o desejo.