Capítulo 2: O Olhar Proibido Os dias no Convento de Santa Maria das Rosas desenrolavam-se com uma monotonia quase hipnótica. As horas eram pontuadas pelos sinos que chamavam à oração, pelas vozes monocórdicas dos cânticos em latim e pelo farfalhar das túnicas nos corredores de pedra fria. Marta, na sua cela espartana, tentava adaptar-se à nova vida, mas a rigidez do quotidiano e o silêncio opressor pareciam sufocar-lhe a alma. O seu corpo, acostumado à liberdade e à brisa do campo, ressentia-se da reclusão. Apesar da austeridade, havia algo que quebrava a uniformidade, algo que a Madre Superiora chamara de “ritual de purificação do corpo para a alma”. Eram os banhos comunitários, realizados uma vez por semana, na sexta-feira à tarde, num espaço afastado do claustro principal. A notícia causou em Marta uma mistura de apreensão e uma estranha, quase culpada, excitação. Nunca antes havia partilhado tamanha intimidade com outras mulheres, e a ideia de se despir diante de olhares desconhecidos provocava-lhe um rubor incontrolável. No dia marcado, uma fila silenciosa de noviças e freiras dirigiu-se ao balneário. O local era uma sala ampla, com paredes de azulejos frios e uma bacia central de pedra, da qual corria água morna. Um vapor denso preenchia o ambiente, misturando-se com o cheiro de sabão rústico e, surpreendentemente, de corpos femininos. Marta hesitou à entrada, observando as irmãs que já se despiam com uma naturalidade desarmante. Ali, naquele espaço sagrado e, ao mesmo tempo, tão profano, os véus e os hábitos que escondiam as formas femininas por baixo iam sendo retirados. Os corpos das mulheres, antes meras silhuetas escuras, revelavam-se na sua variedade surpreendente. Marta, com os olhos arregalados, sentiu um calor subir-lhe pelo pescoço, mas a curiosidade era mais forte que a vergonha. Começou a desatar as amarras de sua própria roupa, o coração batendo descompassado. Uma noviça mais jovem, Sofia, que parecia quase tão inexperiente quanto a Marta, já estava na bacia, a água cobrira até ao peito. Os seus seios pequenos e firmes flutuavam na superfície, e os poucos pelos a cobrir a sua vulva pareciam uma mancha tímida contra a pele clara. Marta sentiu uma pontada de reconhecimento: o seu próprio corpo não seria muito diferente. À medida que mais irmãs se despojavam, a visão tornou-se um espetáculo de formas, texturas e idades. Havia corpos jovens e bem torneados, com a pele lisa e os músculos definidos pelo trabalho. Os seios, alguns pequenos e pontudos, outros mais cheios e redondos, balançavam levemente enquanto as mulheres se moviam. Algumas exibiam ventres lisos, outras, a leve protuberância de anos de refeições modestas. Os pelos púbicos eram um capítulo à parte, um universo de diversidade que a vida reclusa e que a própria inexperiência de Marta jamais haviam permitido vislumbrar. Marta, que até então só conhecia a sua própria vulva pouco povoada e ainda imberbe, sentiu um calor crescer em seu ventre, uma curiosidade quase insuportável. Seus olhos, antes inocentes, agora devoravam cada detalhe, absorvendo a riqueza daquelas formas veladas por anos. Havia "cabeleiras vastas", como as de Irmã Clara, uma freira mais velha e robusta, cujos pelos negros e densos pareciam uma nuvem escura entre as coxas fartas, um ninho convidativo que a mente de Marta, sem que ela soubesse como, já associava a um prazer profundo e oculto. Em contraste, Beatriz, uma noviça de poucos anos a mais que Marta, exibia “poucos” pelos, quase uma penugem clara que mal cobria a vagina, uma delicadeza que convidava a um toque mais suave, a uma carícia mais tímida. E então, havia aquelas "sem nada", cuja vulva se mostrava lisa e desprotegida, um mistério a ser desvendado, uma promessa de inexplorado. Algumas já exibiam “grisalhos”, fios prateados entre os escuros, testemunho de uma vida mais longa e de um corpo que já conhecera o tempo, e talvez, em segredo, muitos prazeres. Mas foi Irmã Felícia que prendeu o olhar de Marta, fazendo-a prender a respiração. Felícia, uma mulher de quarenta e poucos anos, com um rosto que expressava uma serenidade quase sobrenatural, revelou-se dona de um corpo surpreendente. Enquanto ela se abaixava para pegar um sabonete, seu clitóris surgiu entre os lábios húmidos da sua vulva. Era grande, saliente, descomunal, um nódulo pulsante de carne viva, de um tom mais escuro que o resto da pele, que parecia desafiar a gravidade e a própria decência daquele lugar. Marta sentiu um choque elétrico percorrer o seu corpo. Os seus próprios dedos formigaram, um desejo primitivo de tocar, de pressionar, de descobrir o que aquela protuberância tão proeminente poderia significar. A visão daquele sexo tão evidentemente exposto, tão abertamente convidativo na sua diferença, despertou em Marta uma vertigem de sensações. A inquietação silenciosa transformou-se em um tremor incontrolável, a inocência cedia espaço a uma curiosidade febril, quase febril, que prometia rasgar o véu de sua ignorância para sempre. Os seus olhos foram atraídos para Letícia, que se despia com uma graciosidade quase felina. O seu corpo era curvilíneo, com seios médios e firmes que se elevavam em forma de pera, mamilos rosados. Os pelos escuros na sua virilha formavam um triângulo perfeito, uma moldura para a vulva que Marta sentia um impulso irresistível de explorar. Letícia parecia completamente à vontade na sua nudez, com os seus movimentos fluidos enquanto ela entrava na água. Os seus olhos, antes curiosos, agora brilhavam com uma cumplicidade que Marta não soube decifrar. — A água está boa, Marta — disse Letícia, com a voz baixa e um pouco rouca, rompendo o silêncio que se impusera. — Não tenhas vergonha. Deus fez-nos assim. Um sorriso fugaz, quase impercetível, curvou os seus lábios, e Marta sentiu o seu coração acelerar ainda mais. Enquanto se despia, Marta notou a marca de uma cicatriz antiga no ombro de Letícia, uma pequena linha branca que contava uma história silenciosa. Aquela imperfeição, em vez de diminuir a beleza, tornava-a mais real, mais humana, mais desejável. Mais à frente, Teresa, a freira de olhos intensos, estava de costas, imersa até os ombros. A sua pele, bronzeada pelo sol em algum tempo anterior à clausura, contrastava com os braços brancos que emergiam da água. Ao virar-se, revelou um corpo poderoso, com ombros largos e seios fartos, que flutuavam pesadamente na superfície da água. Os mamilos eram escuros e grandes, convidativos. Entre as pernas, a sua “cabeleira” era espessa e escura, um sinal de vigor e fertilidade. Os eus olhos encontraram os de Marta por um breve instante, e havia neles uma mistura de desafio e um conhecimento profundo que Marta ainda não possuía. Marta finalmente removeu a sua última peça de roupa. O ar frio tocou sua pele virgem, causando-lhe arrepios. Lentamente, ela entrou na bacia, a água morna envolvendo as suas pernas, depois a sua cintura. A sensação era estranha, libertadora e, ao mesmo tempo, profundamente perturbadora. Nunca antes seu corpo havia sido tão exposto, tão visível, tão vulnerável. Enquanto a água morna deslizava pela sua própria pele, Marta não conseguia desviar o olhar. Era uma tapeçaria de carne, ali, diante dela, a nudez feminina em toda a sua crueza e glória, desprovida das distorções dos tabus e das roupas que a sociedade impunha. Cada corpo, uma revelação, uma promessa silenciosa de prazeres desconhecidos. Havia uma beleza intrínseca em cada curva, em cada particularidade. A Irmã Gertrudes, uma freira de idade avançada, ensaboava-se com uma lentidão deliberada. Os seus seios, pequenos e flácidos, pendiam levemente, com as auréolas escuras, como coroas de uma vida vivida. A barriga macia, marcada por estrias antigas, contava histórias de ventres que geraram vida, de prazeres talvez esquecidos, mas que um dia pulsaram com intensidade. Os seus cabelos púbicos, ralos e já bem grisalhos, era um convite sutil à imaginação, um lembrete de que mesmo a velhice não apagava os vestígios da paixão. Os olhos de Gertrudes, enquanto ela se ensaboava, exalavam uma paz que Marta invejou, uma serenidade que parecia vir de um profundo conhecimento do próprio corpo e de suas experiências. Havia algo de maternal, de ancestral naqueles corpos, uma sabedoria sensual que ressoava com a própria feminilidade de Marta, despertando nela um desejo latente de explorar cada segredo, cada curva, cada pulsação da carne que a cercava. O olhar de Marta vagou novamente para Letícia, que estava a poucos passos dela, esfregando os braços com sabão. A água escorria pelos seus seios, delineando-os ainda mais. Marta sentiu uma atração magnética, um impulso de tocar, de sentir a maciez daquela pele. Uma curiosidade que ia além da inocência, um desejo nascente que a assustava e a fascinava em igual medida. — Nunca havia visto tantos corpos juntos — Marta sussurrou, com a voz quase inaudível devido à vergonha. Letícia virou-se, com um sorriso suave nos lábios. — É a forma de nos lembrarmos que somos todas filhas de Deus, criadas à sua imagem e semelhança. Sem os adornos do mundo, somos todas iguais. Os seus olhos, no entanto, contradiziam a pureza de suas palavras, carregando um brilho de conhecimento que Marta ainda não possuía. Teresa, que estava um pouco mais afastada, virou a cabeça e lançou um olhar penetrante para Marta. — E também é a forma de nos lembrarmos que somos carne — disse ela, com a voz um pouco mais grave, com uma ironia sutil. — Carne que sente, que deseja, que anseia. Havia um ar de desafio nas suas palavras, uma verdade crua que ressoava com algo profundo dentro de Marta. Marta sentiu as suas bochechas arderem. As palavras de Teresa, tão diretas, tão despudoradas em um ambiente de devoção, foram um choque. Mas, ao mesmo tempo, uma liberação. Sim, elas eram carne. E essa carne, agora exposta, despertava nela sensações novas, inquietantes. Os seus olhos, vorazes e proibidos, traçaram o caminho da água que escorria pelas pernas torneadas de Letícia. Cada gota parecia dançar sobre a pele lisa antes de mergulhar na escuridão húmida dos pelos negros da sua virilha, realçando a vagina sedutora que se escondia ali, um convite silencioso e profundo. Marta sentiu um formigamento elétrico percorrer cada fibra do seu próprio corpo, uma vibração ardente que nunca havia experimentado antes, um despertar selvagem. A sua vulva, ainda intocada e inocente para o mundo, parecia pulsar com uma vida própria, uma urgência febril. A nova sensibilidade que as carícias da água e o ar denso e carregado de vapor daquele balneário insuflavam nela era uma onda de prazer latente, uma promessa de descobertas carnais que a consumia por dentro. A inquietude silenciosa transformou-se num fascínio avassalador. Não era apenas a curiosidade pela forma, mas pelo que aqueles corpos representavam: vida, desejo, prazer, mistério. O olhar de Marta, antes inocente, tornou-se um olhar proibido, carregado de uma sensualidade latente. Ao sair da água, envolta numa toalha áspera, Marta sentiu o frio do ambiente novamente. Mas, desta vez, não era apenas o frio físico. Era o frio da consciência de que algo mudara dentro dela. O véu da inocência começava a rasgar-se, e por entre as frestas, vislumbrava um mundo de sensações e desejos que a Igreja proibia, mas que o seu corpo, agora mais desperto do que nunca, ansiava por explorar. Aquele banho não foi apenas uma purificação, mas uma iniciação silenciosa, um despertar para a complexidade da carne e da alma. (Continua)
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