Verão com meu primo



O verão na casa da vovó tinha um cheiro específico: de terra molhada, de café sempre fresco e do perfume envelhecido das rosas do jardim. Era também a época em que eu via Henrique, meu primo. Três anos mais velho, ele era a epítome de tudo que eu, um garoto magricela de dezoito anos, admirava em segredo. Ele tinha os ombros largos de quem trabalhava na roça com o tio, um bronzeado que contrastava com o branco dos meus dias na biblioteca da faculdade, e um sorriso fácil que sempre me deixava sem ar.

Naquele ano, porém, algo era diferente. Eu notava seus olhos em mim, um olhar mais demorado, mais pesado, que não era apenas de cumplicidade entre primos. Era um olhar que me dissecava, que percorria minha nuca quando eu me virava, que parava na curva dos meus lábios por um segundo a mais do que o normal.

A tensão sexual pairou sobre aquela semana como a umidade antes da chuva. Pesada, promissora, eletrizante. Até que veio a tarde abafada em que a vovó foi visitar uma amiga e nos deixou sozinhos.

A casa ficou em silêncio, só o zumbido monótono do ventilador no corredor. Henrique estava deitado no sofá da varanda, vestindo apenas um short surrado, lendo uma revista. Eu me sentei na poltrona oposta, tentando me concentrar no meu livro, mas cada movimento dele, cada respiração, era um ruído alto demais para minha concentração.

De repente, ele falou, a voz um pouco rouca pelo calor ou por outra coisa.

“Cê fica me olhando desse jeito, primo, que até eu fico nervoso.”

Meu coração deu um salto violento contra as costelas. “Eu… eu não tô olhando.”

Ele riu baixo, uma risada quente e knowing. Fechou a revista e se sentou, apoiando os cotovelos nos joelhos. Seus olhos, da cor do mel, encontraram os meus sem nenhum pudor.

“Mentira. E eu também tô te olhando. Faz tempo.”

O ar saiu dos meus pulmões. Aquela admissão, tão crua, tão direta, foi como um choque. Não havia mais onde se esconder.

Ele se levantou e veio até mim. Não com pressa, mas com uma determinação que me prendeu à poltrona. Parou na minha frente, e eu pude ver as gotas de suor escorrendo pelo seu peito delineado, o caminho fino de pelos que desaparecia dentro do short.

“Posso?” ele perguntou, a voz um sussurro áspero.

Eu só consegui acenar com a cabeça, minha boca absurdamente seca.

Ele se ajoelhou, colocando as mãos nos braços da poltora, me enjaulando. Seu cheiro era um mistura de protetor solar, suor masculino e algo doce, uniquely him. Ele se inclinou e seu rosto ficou a centímetros do meu. Seu hálito quente bateu em meus lábios.

“Só avisa se não quiser”, ele murmurou, e então fechou a distância.

O primeiro beijo não foi gentil. Foi faminto, úmido, desesperado. Seus lábios eram mais grossos que os meus e sabiam exatamente o que fazer. Sua língua invadiu minha boca com uma posse que me fez gemer baixo, minhas mãos subindo instintivamente para seus ombros, sentindo a pele quente e os músculos duros sob meus dedos.

Ele quebrou o beijo, ofegante, e seus olhos ardiam. “Quero te ver. Aqui. Agora.”

Sem esperar minha resposta, ele me puxou pela mão e me levou para o quarto dele. A porta se fechou com um baque surdo que ecoou como um trovão naquele silêncio sagrado da casa. Lá, a luz do fim de tarde entrava fraca pelas frestas da persiana, cortando seu corpo em listas de luz e sombra.

Ele me puxou contra ele de novo, e nossas bocas se encontraram com ainda mais urgência. Suas mãos percorreram minhas costas, minha nuca, meus cabelos, puxando com uma força que me deixou tonto. Eu o toquei também, explorando a geografia nova e proibida do seu torso, sentindo as costelas, os abdomens definidos, a pulsação acelerada na base do seu pescoço.

Ele desabotoou minha bermuda e a empurrou para baixo, junto com minha cueca. Seus dedos fecharam em torno do meu membro, já latejante e encharcado de desejo. Um gemido escapou da minha garganta.

“Quieto, primo”, ele ordenou suavemente, enquanto se ajoelhava novamente. “Deixa eu te provar.”

E então sua boca, aquela boca que eu observava há anos, se fechou em torno de mim. Foi quente, molhada e tão habilidosa que minhas pernas tremeram. Eu me apoiei nos seus ombros, olhando para baixo, vendo a cabeça dele se mover entre minhas pernas, seus olhos fechados em concentração. A visão era tão obscena e perfeita que eu jurei que ia explodir ali mesmo.

“Para… para, Henrique. Eu vou…”

Ele parou, um sorriso de satisfação nos lábios. Ergueu-se e beijou minha boca novamente, e eu pude sentir meu próprio gosto nele. Então, ele se virou e deitou de costas na cama, puxando-me para cima dele.

“Então vem”, ele sussurrou, guiando meu quadril. “Me come, primo. Mostra que você me quer tanto quanto eu te quero.”

A posse foi lenta e dolorosamente deliciosa. Um gemito gutural escapou dele quando eu entrei completamente, e seus olhos se arregalaram por um segundo, cheios de um prazer surpreso. Ele se envolveu em torno de mim, suas pernas prendendo minha cintura, seus braços me puxando para mais fundo ainda.

O ritmo começou devagar, um balé hesitante de corpos que se descobriam. Mas logo a hesitação deu lugar a uma fúria primal. Os gemidos abafados, o suor que fazia nossas peles grudarem, o cheiro intenso de sexo enchendo o quarto – era tudo intoxicante. Ele me puxava pelo cabelo, arranhava minhas costas, sussurrava obscenidades no meu ouvido que me faziam perder o pouco de racionalidade que me restava.

Eu o observei debaixo de mim, seu rosto transtornado de prazer, a boca entreaberta, os olhos vidrados no meu. Aquele era meu primo. O menino que eu admirava de longe. O homem que agora se entregava para mim com uma vulnerabilidade brutal. Foi a visão mais erótica da minha vida.

O orgasmo nos atingiu quase ao mesmo tempo, um climax violento e silencioso, só interrompido pelos nossos gritos abafados nos travesseiros e nos ombros um do outro. Meu corpo tremeu uncontrollably sobre o dele, e eu desabei, exausto, sobre seu peito, sentindo o coração dele bater descompassado contra o meu.

Ficamos assim por um longo tempo, entrelaçados, ofegantes, o suor esfriando sobre nossas peles. O mundo lá fora continuava, mas dentro daquela casa, dentro daquele quarto, uma linha havia sido cruzada para nunca mais voltar.

Ele virou a cabeça e plantou um beijo molhado na minha têmpora.

“A vovó vai voltar logo”, ele disse, a voz grossa de satisfação.

Eu me deitei ao seu lado, e ele me puxou para um abraço, meu rosto encostado no seu pescoço. Não era apenas sexo. Era algo muito mais perigoso e profundo.

E eu sabia, naquele instante, olhando para o perfil dele contra a luz dourada do entardecer, que aquele verão, e todos os que viessem depois, nunca mais seriam os mesmos.


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Comentários


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alda Comentou em 02/09/2025

Essas histórias com Primos são antigas e sempre muito boas, Eu mesmo comecei com meu Primo e durou um bom tempo, e hoje meu Primo filho dele se assumiu e ele não aceitou, vai entender esses heteros que não podem ver um cuzinho.

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olavandre53 Comentou em 02/09/2025

Lindo e gostoso demais, me segurei pra não gozar.

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engmen Comentou em 01/09/2025

Intensa descoberta e entrega da profunda intimidade e desejos. Belo conto.

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putinhonociio Comentou em 01/09/2025

Que delicia de conto parabéns fiquei meladinho

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edumanso Comentou em 01/09/2025

Primos são a melhor coisa pra iniciar nossa vida... fui enrabado pelos primos e viciei !




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Ficha do conto

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taradenhum

Nome do conto:
Verão com meu primo

Codigo do conto:
241347

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
01/09/2025

Quant.de Votos:
12

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