Sou o Henrique, tenho 36 anos e sou técnico de informática desde os meus 14. Aprendi a profissão com meu pai, desde os 9 anos de idade. Sou natural de Alagoas, mas atualmente moro em São Paulo.
Pois bem, desde minha pré-adolescência sempre me virei sozinho em questões financeiras. Aprendi a profissão e comecei a trabalhar por conta própria para não incomodar meus pais financeiramente — até porque eles sempre fizeram tudo por mim.
Sempre atendi meus clientes em casa, porque não gosto muito de trabalhar em campo, por vários motivos. Geralmente, clientes com filhos acabam atrapalhando o serviço. Mas, caso não haja outra opção, eu vou até o local.
Num belo dia, recebi uma ligação de uma cliente, Dona Verônica — uma mulher natural, sem corpo de academia, seios grandes e normais, morena, cabelos na altura dos ombros, e um corpo bonito: gordinha, mas sem exageros. Uma mulher comum, de seus 35 anos na época, com um sorriso extremamente encantador.
Perguntei se ela poderia levar o equipamento até minha residência, mas ela disse que não conseguiria, pois o carro havia quebrado e ela, sendo enfermeira do SAMU, não podia ficar sem o computador por muito tempo, já que precisava dele para um curso da faculdade.
Atendi-a com atenção e disse que abriria uma exceção, indo até sua casa para realizar o serviço.
Chegando lá, ela me recebeu com muita gentileza. Fui verificar o computador e percebi que estava com uma memória queimada. Como a cidade era do interior, não conseguiria a peça de imediato — teria que encomendá-la.
Ela entrou em desespero, pois naquele dia precisava entregar um trabalho de extrema urgência. Começou a chorar, dizendo que era muito importante. Eu a acalmei e disse que faria o possível para resolver o problema.
Entrei em contato com vários amigos para tentar conseguir uma peça ou, pelo menos, retirar o HD para tentar recuperar o arquivo. Como não consegui a memória, levei meu computador pessoal, conectei o HD dela e deixei para que pudesse continuar o trabalho.
Ela ficou muito feliz e grata, me agradeceu bastante e disse que me recompensaria de alguma forma.
Alguns dias depois, a peça chegou. Resolvi o problema, tudo deu certo: troquei a memória, a máquina voltou a funcionar normalmente. Retirei meu equipamento e fiz a cobrança normal — R$150,00 na época.
Para minha surpresa, ela achou o valor baixo e disse:
— Menino, tá pouco! Você fez muito por mim. Deixou seu equipamento, correu atrás da peça... cobre a mais!
Eu respondi:
— Não, dona Verônica. Eu não faço meu trabalho apenas pelo dinheiro. Cobro um valor justo pelo meu serviço — esse é o meu diferencial.
Ela insistiu, mas eu não aceitei nada a mais. Recebi o valor, peguei o equipamento e fui embora.
Naquela época, não existiam smartphones — os telefones eram comuns, e as redes sociais se resumiam ao Orkut e ao MSN.
Cheguei em casa, liguei minha máquina e, ao entrar no MSN, vi uma mensagem dela, mais ou menos assim:
“Meu caro Henrique, você foi um anjo que caiu do céu. Graças a você consegui entregar meu trabalho da faculdade e ainda tirei nota máxima! Você foi maravilhoso comigo, e eu gostaria de comemorar com você, pois, graças a seu esforço e dedicação, eu conquistei minhas coisas.”