O silêncio que se seguiu no quarto era pesado, mas não era vazio. Era elétrico. Eu ainda sentia o gosto dele na minha boca — salgado, vivo. Lucas estava deitado, o peito subindo e descendo violentamente, tentando recuperar o fôlego. Ele passou a mão pelo rosto, limpando o suor, e então se virou para mim. Os olhos dele estavam escuros, dilatados, focados em mim com uma intensidade que quase me fez recuar. Mas eu não recuei. Eu era a mulher que tinha acabado de deixá-lo naquele estado. Ele estendeu a mão e tocou meu lábio inferior com o polegar, limpando um restinho de umidade que tinha escapado. — Você não existe, Clara... — ele sussurrou. Ele se puxou para cima e me beijou. O beijo tinha gosto dele mesmo. Era uma mistura narcótica do meu próprio sabor e do dele, e isso pareceu acender um fusível que ainda não tinha queimado totalmente. O meu orgasmo anterior tinha me deixado relaxada, mas o dele... ver ele gozar na minha boca tinha acordado uma fome nova. Uma fome de mais. Eu senti o pau dele, que tinha amolecido um pouco depois do orgasmo, começar a endurecer de novo contra a minha coxa. A recuperação dele foi rápida. A juventude e o desejo estavam do nosso lado. — Eu quero você — ele disse contra a minha boca, mordendo meu lábio. — Quero você inteira. Agora. Meu coração disparou. Eu sabia o que isso significava. Não eram mais mãos, não eram mais bocas. Era aquilo. O ato final. A fronteira que eu nunca tinha cruzado. — Eu também — eu respondi, e fiquei surpresa com a firmeza da minha voz. — Eu quero sentir você dentro de mim. Lucas não perdeu tempo. Ele se esticou até a mesa de cabeceira, abriu a gaveta e tirou um pacotinho quadrado e prateado. A visão da camisinha trouxe um pingo de realidade para a névoa de luxúria, mas também trouxe segurança. Ele estava preparado. Ele ia cuidar de mim. Ele rasgou a embalagem com os dentes — um gesto que eu achei incrivelmente sexy — e vestiu o preservativo rápido. Eu me deitei de costas na cama, afundando no travesseiro dele. Olhei para o meu corpo esticado ali. Minhas pernas finas, meus quadris ossudos, meus seios pequenos subindo e descendo com a respiração. Por um segundo, a insegurança tentou voltar. Serei boa o suficiente? Vou saber o que fazer? Vai doer? Mas então Lucas se posicionou entre as minhas pernas. Ele não olhou para as minhas "falhas". Ele olhou para mim como se eu fosse a oitava maravilha do mundo. Ele segurou meus joelhos e os empurrou para cima, abrindo-me ainda mais. A visão dele ali, pairando sobre mim, os ombros largos, o rosto contorcido de desejo, apagou qualquer medo. — Tá pronta? — ele perguntou, segurando meu rosto com uma mão enquanto a outra guiava a ponta dele para a minha entrada. — Tô. Vai, Lucas. Por favor. Eu senti a pressão. A cabeça dele, protegida pelo látex, tocou minha abertura. Eu estava molhada — Deus, eu estava encharcada —, mas ele era grande. Ele empurrou devagar. A primeira sensação foi de alongamento. Uma pressão interna que eu nunca tinha sentido. Não era como os dedos. Era algo que preenchia tudo, que empurrava as paredes de um lugar que nunca tinha sido habitado. — Relaxa, princesa... — ele sussurrou no meu ouvido, beijando meu pescoço. Eu respirei fundo e tentei relaxar os músculos. Ele empurrou mais um pouco. Uma pontada de dor aguda me fez prender a respiração e cravar as unhas nas costas dele. Ele parou imediatamente. Ficou imóvel, apenas me sustentando, esperando. — Machucou? Eu paro. A gente pode parar — ele disse, preocupado. — Não! — Eu o puxei para baixo pelo pescoço. A dor estava lá, mas era uma dor... boa? Era uma dor de abertura, de rompimento. — Não para. Só... vai devagar. Ele assentiu. Ele me beijou, um beijo profundo e lento, e aproveitou a distração para empurrar o resto. Eu senti meu corpo se esticar ao limite. E então, ele estava todo dentro. Foi uma sensação avassaladora de plenitude. Eu me senti cheia, completa. O vazio que eu sentia, aquela sensação de ser "pouca coisa", sumiu. Agora eu tinha ele dentro de mim, ocupando cada milímetro. Ele ficou parado por um momento, deixando meu corpo se acostumar com a invasão. Ele estava apoiado nos antebraços para não jogar o peso em cima de mim, e nossos olhos se encontraram. — Você tá dentro de mim — eu sussurrei, maravilhada. — Todo — ele respondeu, com um sorriso tenso. Então, ele começou a se mover. No começo, foi lento. Ele recuava quase tudo e depois empurrava de volta, fundo. A cada estocada, a dor ia diminuindo e dando lugar a uma fricção elétrica. Eu comecei a entender o ritmo. Comecei a mover meu quadril ao encontro do dele. A cama começou a ranger. O som da nossa pele batendo — clap, clap, clap — começou a preencher o quarto. Aos poucos, o ritmo aumentou. A gentileza do Lucas foi dando lugar à necessidade. E a minha passividade deu lugar à loucura. Eu envolvi as pernas na cintura dele, puxando-o para mais fundo. Eu queria que ele batesse no meu útero. Eu queria sentir aquela força bruta. — Lucas! — eu gemia alto, esquecendo completamente a mãe dele, os vizinhos, o mundo. — Clara... você é tão apertada... tão gostosa... — ele falava, o rosto enterrado no meu pescoço, mordendo minha pele, deixando marcas. A sensação do pau dele roçando nas minhas paredes internas, combinado com o peso do corpo dele esfregando no meu clitóris a cada empurrão, estava me levando para a beira do abismo de novo. Mas dessa vez era diferente. Era mais profundo. Era visceral. O quarto ficou quente. O cheiro de suor e sexo estava insuportavelmente bom. Lucas se ergueu, ficando de joelhos enquanto ainda estava dentro de mim. Ele segurou minhas pernas e as jogou sobre os ombros dele. Aquilo me dobrou ao meio, me deixando completamente exposta, e permitiu que ele entrasse ainda mais fundo. A visão dele de cima... os músculos do abdômen contraindo, o suor escorrendo pelo peito, os olhos fechados enquanto ele bombeara com força... aquilo gravou na minha mente. — Eu vou gozar, Clara! Eu não vou aguentar! — ele avisou. — Goza! Goza dentro de mim! — eu gritei, sem filtro, sem vergonha. Aquele comando foi o fim dele. E o meu também. Ele acelerou, deu mais algumas estocadas brutais, fundas, rápidas. Eu senti meu clitóris ser esmagado entre nossos corpos num atrito perfeito. O orgasmo me atingiu como um trem. Eu gritei. Um grito longo, agudo, enquanto meu interior se contraía violentamente ao redor dele, apertando-o, ordenhando-o. Sentir minhas contrações fez ele perder o controle final. Ele deu um último empurrão, enterrando-se até a base, e travou o corpo. Ele jogou a cabeça para trás, a boca aberta num grito silencioso, e eu senti ele pulsar dentro de mim. Mesmo com a camisinha, eu podia sentir os jatos de vida dele, a vibração, a entrega total. Ficamos assim por um minuto inteiro. Ele tremendo em cima de mim, eu tremendo embaixo dele, nossos corpos colados pelo suor, corações batendo tão forte que parecia um só. Lentamente, a força saiu dos braços dele e ele desabou em cima de mim. Mas não pesava. Parecia um cobertor. Ele escondeu o rosto no meu cabelo, a respiração quente na minha orelha. — Uau... — ele soprou. — É... — eu concordei, sem fôlego. Ele levantou a cabeça e me olhou. O cabelo dele estava grudado na testa. Ele sorriu, e não era um sorriso de amigo. Era um sorriso de homem. De amante. — Você tá bem? — ele perguntou, passando a mão no meu rosto. Eu olhei para o teto do quarto, depois para ele. Eu sentia meu corpo dolorido, suado, "usado" no melhor sentido da palavra. Eu não me sentia magrinha, frágil ou incompleta. Eu me sentia uma mulher. — Eu nunca estive melhor — eu disse, e puxei o rosto dele para um beijo salgado e doce. — Nunca.
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