Os últimos dias na praia foram uma gincana deliciosa de "quem chega primeiro". Depois daquela noite no colchão da sala, a gente perdeu a vergonha — ou ganhou mais coragem. Qualquer ida ao mercado para comprar gelo virava uma desculpa. A gente parava o carro numa rua deserta de terra batida, com o ar-condicionado no máximo, e transava no banco de trás, rápido, suado e urgente. Ou então, no quarto da casa, uma rapidinha bem rápida mesmo, enquanto a família dele jogava baralho na varanda. Foi uma lua de mel antecipada. Mas a realidade, como sempre, nos esperava na nossa cidadezinha. Voltamos para casa com a pele bronzeada e o coração cheio, mas o calendário não perdoava. Era ano de vestibular. Ano de ENEM. A pressão caiu sobre nós como uma tonelada de tijolos. Eu decidi que queria cursar Veterinária. Sempre amei bichos, e cuidar deles parecia a única coisa pura num mundo complicado. O Lucas, com aquele senso de justiça e argumentação afiada, decidiu tentar Direito. Eram cursos concorridos. O segundo semestre virou um borrão de apostilas, simulados e olheiras. Nossos encontros, antes cheios de desejo e tempo livre, viraram intervalos cronometrados. A gente se via no colégio, trocava beijos rápidos no recreio com gosto de café e ansiedade. À tarde, cada um ia para o seu cursinho ou para a mesa de estudos. À noite, estávamos exaustos demais para qualquer coisa além de dormir. O sexo virou uma memória distante, algo que a gente "encaixava" nos fins de semana, mas sem aquela entrega total. Era mecânico, rápido, um alívio de estresse, não uma conexão. E eu sentia falta dele. Sentia falta de me sentir desejada, de me sentir mulher e não apenas uma estudante cansada. Até que o telefone tocou numa quarta-feira à noite. — Clara? — A voz do Lucas soava cansada. — Oi, amor. Aconteceu alguma coisa? — Aconteceu que eu estou com saudade. Muita saudade. — Ele suspirou. — Não aguento mais ler sobre Constituição Federal. Eu preciso ver você. Mas ver de verdade. Sem relógio, sem apostila. Meu coração deu um salto. — Eu também, Lucas. Eu tô subindo pelas paredes de saudade. — Domingo. Vamos tirar o domingo pra nós. Almoço no shopping, um cinema pra desligar o cérebro e depois... bom, depois eu quero te levar num lugar onde a gente possa fazer barulho. — Motel? — perguntei, sentindo meu rosto esquentar e aquela umidade familiar voltar entre as minhas pernas. — Motel. O melhor da cidade vizinha. A suíte com hidromassagem. Eu quero te namorar a tarde inteira, Clara. Aceitei na hora. Aqueles três dias até o domingo se arrastaram. Quando o domingo chegou, eu caprichei. Fiz uma depilação completa no sábado — sofri com a cera, mas queria estar lisa como uma boneca para ele. Escolhi uma um conjuntinho preto de renda, que contrastava com a minha pele pálida (o bronzeado da praia já tinha ido embora). Coloquei um vestido soltinho por cima. O almoço foi ótimo, o filme foi engraçado (eu acho, mal prestei atenção), mas a eletricidade entre nós era palpável. A cada toque de mão no balde de pipoca, a cada olhar no escuro do cinema, a promessa do que viria depois fazia meu estômago revirar. Chegamos ao motel às quatro da tarde. O quarto era enorme, frio pelo ar-condicionado, com espelhos no teto e uma cama redonda. Lucas trancou a porta, e foi como se o mundo lá fora — o ENEM, os pais, a pressão — tivesse deixado de existir. Ele me beijou com uma fome que eu não sentia há meses. Fomos tirando a roupa um do outro ali mesmo, na entrada, deixando um rastro de peças pelo chão atapetado. Quando fiquei nua na frente dele, com a lingerie preta, ele parou. — Você emagreceu estudando — ele observou, passando a mão nas minhas costelas. — Mas continua sendo a visão mais linda da minha vida. Fomos para a cama. O sexo começou carinhoso, tradicional. A gente precisava se reconectar. Ele me beijou inteira, me fez gozar com a boca de um jeito que me fez esquecer meu próprio nome. Mas, conforme a tarde avançava, percebi que o Lucas estava... diferente. Ele estava mais ousado. Ele explorava meu corpo com uma curiosidade nova. Depois de gozarmos uma vez, ficamos deitados, recuperando o fôlego. Ele começou a acariciar minhas costas, descendo pela coluna até chegar na minha bunda. Eu tenho a bunda pequena, mas o Lucas sempre disse que ela cabia perfeitamente na mão dele. Ele começou a massagear as nádegas, abrindo-as devagar, passando o dedo na linha entre elas. — Clara... — ele sussurrou no meu ouvido, a voz grave. — Eu estive pensando numa coisa. — Em quê? — perguntei, já sentindo um arrepio diferente, uma premonição. — Eu quero você toda. Cada pedacinho. — O dedo dele roçou na minha entrada proibida, lá atrás. — Eu quero tentar... aqui. Meu corpo retesou. O "cuzinho". A fronteira final. Eu nunca tinha feito. Ouvia as amigas falarem, algumas diziam que doía, outras que era incrível. mas eu nunca tinha ido lá atrás. Aquilo era território virgem. — Lucas... Eu nunca fiz você sabe — confessei, virando o rosto para olhar para ele. — Tenho medo de doer. — Eu sei, amor. Eu também nunca fiz. Mas eu prometo que vou ser devagar. Se doer, a gente para na hora. Eu só... eu tenho essa fantasia. De te ver se abrindo pra mim desse jeito. A sinceridade e o desejo nos olhos dele me desarmaram. E, sendo honesta, a curiosidade também estava ali. Eu queria dar isso a ele. Eu queria saber como era. — Tá bom — sussurrei. — Mas tem que ser devagar. Muito devagar. O sorriso que ele me deu valeu todo o medo. Ele não foi com o pau direto. Ele sabia o que estava fazendo, ou tinha pesquisado muito bem. Ele me virou de bruços, colocando um travesseiro debaixo do meu quadril para empinar minha bunda. — Relaxa, minha linda... — ele disse. Ele começou com a boca. Quando a língua quente dele tocou meu ânus pela primeira vez, eu dei um pulo na cama. Foi um choque. Era uma sensação totalmente nova, meio cócegas, meio invasiva, mas incrivelmente erótica. Lucas segurou meus quadris com firmeza e começou a lamber. Ele fazia círculos, pressionava a língua para dentro, chupava. Aos poucos, o medo foi dando lugar a um calor que irradiava dali para o resto do corpo. Eu relaxei. — Isso... solta pra mim... — ele pedia. Ele pegou o lubrificante que estava na mesa de cabeceira (ele tinha se preparado!). Senti o gel frio tocar minha pele, e logo em seguida, o dedo dele. Um dedo. Escorregadio, cuidadoso. Ele entrou devagar. A sensação de preenchimento era estranha. Parecia que eu estava indo ao banheiro "ao contrário". Mas ele começou a massagear lá dentro, achando pontos que eu nem sabia que existiam, e o prazer começou a se misturar com o desconforto. — Tá tudo bem? — ele perguntou. — Tá... tá sim. É estranho, mas é bom. Ele colocou o segundo dedo. Alargou. Eu gemi no travesseiro. Eu estava me sentindo incrivelmente suja e devassa, deitada de quatro num motel, deixando meu namorado "certinho" me arrombar devagar. — Você tá pronta — ele decidiu, a voz tremendo de excitação. Ele se ajoelhou atrás de mim. Senti a cabeça do pau dele, quente e dura, encostar na minha entrada, besuntada de gel. — Vou entrar, Clara. Me avisa. Ele empurrou. A primeira barreira foi difícil. Ardeu. Eu fechei os olhos e apertei o lençol. — Aiii... espera... Ele parou na hora. Não saiu, mas parou. — Respira, amor. Faz força como se fosse expulsar. Relaxa o músculo. Eu fiz o que ele disse. Respirei fundo, tentei soltar aquele nó de tensão na minha bunda. Quando relaxei, ele empurrou mais um milímetro. E depois outro. De repente, a cabeça passou. Foi uma sensação de plenitude absurda. Eu me senti esticada ao máximo, invadida, preenchida. — Entrou... — eu sussurrei, ofegante. — Só a cabeça. Você quer que eu continue? — Vai. Vai devagar. Ele foi empurrando o resto. O corpo dele cobriu o meu, o peito dele colado nas minhas costas, me dando segurança. Quando ele entrou tudo, eu senti uma pressão intensa no baixo ventre, mas a dor aguda tinha passado. Agora era só uma pressão... gostosa. Ele ficou parado por um tempo, deixando meu corpo se acostumar com o tamanho dele naquele lugar apertado. Ele beijava meu pescoço, sussurrava o quanto eu era linda, o quanto eu era apertada. Então, ele começou a se mexer. Sair era estranho. Entrar de novo era intenso. Mas, depois de algumas estocadas, meu corpo entendeu. Comecei a rebolar devagar para trás, indo de encontro a ele. O atrito era muito maior do que na buceta. Ele roçava na parede interna de um jeito que estimulava tudo. E ele foi esperto: levou a mão para a frente e começou a brincar com meu clitóris. A combinação foi explosiva. A penetração anal profunda e pesada atrás, e o toque delicado e rápido na frente. — Lucas... Lucas, isso é muito bom! — eu gemia, esquecendo a vergonha, esquecendo o ENEM, esquecendo tudo. — Eu sabia... eu sabia que ia ser perfeito... — ele gemia de volta, e eu sentia que ele estava se segurando para não gozar rápido, porque a sensação para ele devia ser insana de tão apertado. Ele aumentou o ritmo. O som da pele batendo era diferente. O ritmo era diferente. Eu me sentia completamente dominada, aberta, entregue. O orgasmo veio varrendo tudo. Foi diferente dos outros. Pareceu mais profundo, mais interno. Eu tremi da cabeça aos pés, meu ânus contraiu ao redor dele, “chupando” o pau dele com força. Aquilo acabou com a resistência dele. — Clara! Ele se enterrou até as bolas em mim, segurou meus quadris com uma força bruta, mas com amor, e gozou. Eu senti ele pulsar dentro de mim. Desabamos na cama. Ele saiu de mim com cuidado e me virou. Me abraçou forte, me beijando a testa, o nariz, a boca. — Você tá bem? Doeu muito? — ele perguntou, preocupado, checando meu rosto. Eu sorri, exausta e feliz, sentindo meu corpo relaxado e aquela sensação estranha e boa de ainda estar "aberta". — Foi incrível, Lucas. Foi perfeito. Ficamos ali abraçados, o silêncio do quarto quebrado apenas pelo zumbido do ar-condicionado. Naquele domingo, no meio do caos dos estudos, descobrimos que sempre haveria algo novo para explorar, desde que tivéssemos a coragem e a confiança um no outro. E eu soube, com certeza absoluta, que veterinária e direito podiam esperar um pouco, porque a nossa "aula prática" de anatomia era muito mais interessante.
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