Minha vida era um carrossel delicioso de perversões. Os garotos da loja eram meus brinquedos selvagens. O Coronel era minha dominação disciplinada. O peão da obra, Damião, e o mecânico, Robson, tinham me viciado em um tesão novo: o tesão do homem bruto, do cheiro de trabalho, da mão grossa que me sujava e me marcava. Eu era a "Dona Luana", a patroa, mas minha buceta clamava pela pegada do peão. E no meio dessa minha vida dupla, Gisele apareceu. Contratei-a há uns dois meses. Uma morena jovem, bonita, de sorriso fácil e uma energia que eu não via há muito tempo. Gisele morava no morro, na favela que eu via de longe da minha cobertura. Mas ela era de uma honestidade e de uma dedicação que me impressionavam. A casa nunca esteve tão limpa. Nós criamos um laço. Eu não era só a "patroa" para ela. Eu era a "Dona Luana", sim, mas de um jeito... cúmplice. A gente conversava muito. De manhã, enquanto eu tomava meu café e ela passava um pano na bancada, ou à noite, quando ela "agarrava" no serviço e eu chegava doida para tirar os saltos. "Bom dia, Dona Luana! Dormiu bem? Seu café tá na mesa," ela dizia com aquele sorriso largo. "Bom dia, Gi. Você é um anjo. Não sei o que seria de mim sem você." "Que isso, patroa," ela ria, sem jeito. "A senhora que é boa demais pra mim. Onde que eu ia arrumar um trampo desse?" Gisele era meu pé na realidade. Ela me contava as fofocas do morro, os problemas com o "movimento", as festas. E eu, que vim de baixo, que gostava de samba, ouvia tudo com uma nostalgia que se misturava com tesão. O "povo", a "comunidade"... era um universo que eu tinha deixado para trás, mas que agora, depois de Bento e Damião, me parecia terrivelmente excitante. Foi numa quinta-feira que o convite veio. "Dona Luana," ela disse, meio sem jeito, enquanto eu pagava a diária dela. "A senhora... bom, a senhora sempre diz que gosta de samba... e tal." "Eu amo samba, Gi. Por quê?" "É que... esse sábado vai ter um pagode lá na comunidade. Na laje do Bar do Zé. É bom demais! E depois, pra quem aguentar, vira baile funk lá na quadra." Eu parei, a nota de cem reais na mão. Um pagode. Na favela. "A senhora... não queria ir? Pra conhecer? Eu te apresento pra todo mundo. É minha convidada. Ninguém mexe com a senhora, eu garanto." Meu coração deu um salto. A ideia era um absurdo. Eu, "Dona Luana", a mulher do Coronel (como ele gostava de pensar), a "Mamãe Puta" dos garotos da Zona Sul, no meio de um pagode no morro. O risco. O cheiro. O perigo. "Ah, Gisele... não sei," eu menti. "Um baile funk? Na favela? Deve ser... perigoso, não?" "Que perigoso, patroa! É maior paz! E a gente fica no samba primeiro. É mais de família. O baile é só depois, se a senhora animar. Mas o samba... ah, o samba a senhora ia amar. É de verdade, sabe?" Ela insistiu. E a minha mente vadia já estava lá. Eu imaginava o cheiro de cerveja barata, de churrasquinho no espeto. Eu imaginava os homens. Homens como Damião, como Bento. Homens com "cheiro de povo". "Tudo bem, Gisele," eu disse, fingindo uma concessão. "Eu vou. Mas só no samba. E eu vou embora cedo." "AÍ SIM, PATROA!" ela gritou, me dando um abraço desajeitado. "A senhora não vai se arrepender! Me encontra na entrada da comunidade, às oito. Não vai de carrão, não. Pega um uber e desce no posto de gasolina. Eu te espero lá." Sábado. Eu estava uma pilha de nervos e tesão. O que eu vestiria? Eu não podia ir como "Dona Luana". Mas eu também não era de lá. Escolhi meu melhor jeans, um que marcava minha bunda até a alma. Uma sandália de salto grosso, não muito alta. E uma blusinha de seda, preta, um pouco decotada, sem sutiã. Eu estava arrumada, mas não "rica". Eu era a "patroa visita". Peguei o uber. Meu coração batia na boca. Quando desci no posto, a realidade me atingiu. A entrada da comunidade era um formigueiro. Motos subindo e descendo, o "tum-tum-tum" do funk vindo de longe, o cheiro de fritura e esgoto. Gisele estava lá, linda, de shortinho e um top brilhante. "PATROA! Você veio!" ela me abraçou, e eu senti que ela era meu passaporte. "Vamos," ela disse, me puxando pela mão. Nós subimos. Era um labirinto de becos e escadarias. Eu estava de salto, me sentindo uma idiota, mas Gisele me guiava. E eu via. Os olhares. Os homens sentados nos bares, os "vapores" nos cantos. Todos olhavam para a "branca", a "madame" que estava ali. Mas Gisele ia cumprimentando todo mundo: "E aí, beleza? É minha patroa, gente!" E os olhares de cobiça se tornavam olhares de respeito. Eu estava segura. Chegamos na laje do Bar do Zé. E foi como entrar em outro mundo. Estava lotado. Uma laje enorme, coberta por uma lona, luzes de Natal penduradas. O cheiro era glorioso: cerveja gelada, fumaça de churrasquinho e suor. Muito suor. E o som. No centro, uma roda. Um cavaquinho chorava, um pandeiro batia, e um surdo marcava o ritmo. Era samba de raiz, quente, pulsante. Gisele pegou duas cervejas em garrafa, "litrão", e me deu uma. Estava estupidamente gelada. "Gostou, Dona Luana?" "Eu amei, Gi," eu disse, e era verdade. Nós ficamos num canto, e eu comecei a observar. Era isso. Era o "povo". Mulheres lindas, de shortinhos e corpos reais, sambando como se não houvesse amanhã. Homens de camiseta de time, copo na mão, cantando alto. E eu, a "patroa", ali no meio, com minha cerveja gelada na mão e um fogo subindo pelas pernas. Meu radar estava ligado. Eu estava caçando. Eu queria o meu "peão" dali. E então, eu o vi. Ele estava no coração da roda. Sentado num banquinho, comandando a batida. Ele estava no tantã. Ele era exatamente o que a minha mente pervertida tinha desenhado. Um negão. Alto, mesmo sentado. A pele escura brilhava com o suor, parecia óleo. Ele usava uma regata branca, simples, que estava colada no corpo, marcando os músculos dos braços. Braços fortes, de quem tocava com alma, com força. A barba era cheia, desenhada, e um cordão de prata grosso brilhava no pescoço dele. Eu não conseguia parar de olhar. Ele não estava tocando. Ele estava fazendo amor com o tambor. As mãos dele – grandes, fortes – batiam no couro com uma mistura de ritmo e agressividade. TUM... TUM-TUM... TUM. A batida entrava em mim. Eu sentia o som do tantã dele vibrando direto na minha buceta. Ele estava concentrado, de olhos fechados, cantando junto. Ele era o dono dali. Ele era o pulso da festa. Eu fiquei seca. Eu precisava daquele homem. Eu fiquei encarando. Descaradamente. Eu queria que ele me visse. Na pausa entre uma música e outra, enquanto o cara do cavaco afinava uma corda, ele pegou a cerveja do chão, virou um gole e passou a mão suada na cabeça. E então, ele me viu. Ele me viu encarando. Nossos olhos se cruzaram por cima da multidão suada. Eu não desviei. Ele não sorriu. Ele me olhou. Um olhar que durou um segundo, mas que pareceu uma hora. Ele me analisou de cima a baixo. Ele viu o jeans caro. Viu a blusa de seda. Viu o cabelo bem tratado. Ele viu a "patroa". A "madame". A "branca" que não era dali. E então, ele sorriu. Não foi o sorriso sem vergonha do Robson. Foi um sorriso lento, de canto de boca. Um sorriso que dizia: "Eu sei o que você quer. E eu sei que você não aguenta." Gisele, alheia à minha crise de tesão, me cutucou. "Aquele ali," ela disse, apontando com o queixo. "É o Carlos. Gente boa demais. É ele que organiza o samba. É o coração do morro." Eu mal conseguia falar. "Ele... é incrível." A música recomeçou. Mas agora, ele tocava para mim. Ele olhava para mim, e batia no tantã. TUM... TUM-TUM... TUM. Era um convite. Uma foda à distância. Eu estava perdida. Eu era a "Dona Luana". E eu estava prestes a ser devorada pelo coração do morro. A música recomeçou, e Gisele, já animada pelas duas cervejas, me puxou. "Vem, patroa! Vamos soltar o esqueleto!" Normalmente, eu seria a "Dona Luana", recatada, tomando minha bebida no canto. Mas o TUM... TUM-TUM... TUM do tantã dele estava me chamando. E aquele olhar... aquele sorriso lento dele... foi uma permissão. Eu sabia sambar. Eu não tinha a ginga das meninas do morro, que pareciam ter nascido com molas nos pés, mas eu tinha ritmo. Eu vim de baixo, o samba estava no meu sangue, mesmo que escondido sob camadas de linho e seda. Eu me soltei. A cerveja quente, o calor dos corpos ao meu redor, a fumaça do churrasquinho... tudo isso me embriagou. Gisele sambava na minha frente, rindo, e eu a acompanhava. Mas eu não estava dançando para a Gisele. Eu estava dançando para ele. Eu mantive meus olhos fixos no Carlos. Ele não perdia uma batida. As mãos fortes subiam e desciam no couro do tambor com uma precisão hipnótica. Mas os olhos dele não saíam de mim. Ele me via. Ele me assistia rebolar, me assistia jogar o cabelo, me assistia morder o lábio. Eu estava dando mole. Descaradamente, mas com a minha classe de "patroa". Eu não rebolava até o chão; eu ondulava. Eu não mostrava a língua; eu sorria de canto, um sorriso que era um convite. E ele sorria de volta, enquanto batucava. TUM... TUM-TUM... TUM. Cada batida era para mim. Era ele me fodendo com o som. Aquele set de músicas pareceu durar uma eternidade e um segundo. Quando a música parou para o intervalo, eu estava ofegante, o suor escorrendo entre meus seios, por baixo da blusa de seda. A laje inteira aplaudiu. Eu fingi conversar com Gisele, pegando fôlego, o coração na boca. "Ele vem? Ele tem que vir." Eu o vi se levantar. Alto. Mais alto do que eu imaginava. A regata branca estava transparente de suor, colada no peitoral forte e nos braços definidos pelo esforço. Ele falou algo com o cara do cavaco, riu, e pegou uma cerveja no balcão do Zé. Ele era o rei ali, cumprimentando a todos, um aceno de cabeça aqui, um aperto de mão ali. Ele não tinha pressa. E então, ele veio na nossa direção. Meu corpo inteiro gelou. Ele parou, mas parou na frente de Gisele. Esperto. Ele não veio direto em mim. "E aí, Gisele! Beleza, minha querida?" a voz dele era grave, mas suave. Um veludo rouco. Não tinha a brutalidade do Damião, nem a marra do Robson. Tinha... autoridade. "Beleza, Carlos! Pô, vocês arrebentaram! O som tá foda!" Gisele disse, animada. "Quero te apresentar uma pessoa. Essa aqui é a Dona Luana, minha patroa. Patroa, esse é o Carlos, que eu te falei." Ele se virou para mim. De perto, o cheiro dele me atingiu. E não era o que eu esperava. Não era só suor. Era suor, cerveja, e um cheiro de perfume amadeirado por baixo de tudo. Um cheiro de macho, sim, mas um macho que se cuidava. Ele estendeu a mão. A mão que batia no tantã. Era grande, forte, com calos visíveis nas juntas dos dedos, mas estava limpa. "Prazer, Dona Luana," ele disse, e o sorriso de canto de boca voltou. O aperto de mão dele foi firme, quente, e demorou um segundo a mais do que o necessário. Um choque elétrico subiu pelo meu braço. "O prazer é meu, Carlos," eu disse, tentando manter minha voz de "Dona Luana". "Você toca demais. De verdade. E, por favor, me chame só de Luana." "Combinado, Luana," ele disse, e o jeito que meu nome soou na voz dele foi quase obsceno. "Mas eu que agradeço. A senhora... quer dizer, você... também dança demais." Ele me elogiou. Ele estava me olhando nos olhos, mas eu senti o olhar dele descendo, avaliando meu corpo suado. "Ah, eu só arranho," eu sorri. "Vou ali buscar mais cerveja pra gente, patroa! E uma água! Já volto!" Gisele disse, piscando para mim. Ela era minha anja da guarda, ou minha diabinha da guarda. Ela nos deixou sozinhos. Um silêncio constrangedor de um segundo caiu entre nós, mesmo com o falatório alto da laje. "Primeira vez no morro, Luana?" ele perguntou, a voz baixa, se inclinando um pouco para que eu o ouvisse. "Aqui... sim," eu disse. "Gisele me trouxe. Eu cresci ouvindo samba, mas... a vida leva a gente para outros cantos." "Eu sei como é," ele disse, tomando um gole da cerveja, os olhos ainda nos meus. "Mas aqui é diferente. Aqui o samba é de verdade. Não é pra turista ver." "Eu percebi. A energia... é incrível." "É," ele disse. "E você também tem uma energia boa. Não é essas madames de nariz em pé que às vezes sobem aqui. Você tem... balanço." Balanço. Minha bucetinha molhou. Ele estava flertando. Com classe, mas estava. "Eu tento," eu disse, mordendo o lábio inferior. "Gostei da sua batida." O sorriso dele se alargou. Ele sabia exatamente o que eu estava dizendo. "A batida é tudo," ele respondeu, no mesmo tom. "Tem que ter a pegada certa, senão o couro não responde." Eu quase engasguei com a minha própria cerveja. "Bom," ele disse, dando um passo para trás. "Tenho que... ajeitar o couro ali com os meninos pro próximo set." O duplo sentido foi tão claro que eu corei. "Espero que você fique," ele continuou. "Acho que agora, no segundo tempo, o som vai ficar ainda melhor." Ele estava me dizendo que ia tocar para mim. "Eu fico," eu disse, a voz mais alta do que eu pretendia. "Ótimo." Ele me deu um último aceno de cabeça, virou-se e foi embora, andando com aquela confiança de quem era o dono do chão, o dono do som, o dono do morro. Eu fiquei ali, tremendo, vendo ele se afastar. E eu sabia, com toda a certeza da minha alma de puta, que eu não ia embora cedo. E que o couro que ele precisava "ajeitar" não era só o do tantã. Gisele voltou com as cervejas, rindo, alheia à corrente elétrica que tinha acabado de passar entre mim e o dono do tantã. "Patroa, você tá vermelha! É o calor ou a cerveja?" ela brincou, me entregando a garrafa suada. "Os dois, Gi. O lugar é... quente," eu disse, e meus olhos encontraram os de Carlos, que voltava para o seu banquinho no centro da roda. Ele me viu. Ele me viu vermelha. Ele me viu ofegante. E aquele sorriso de canto de boca, lento e cheio de promessas, voltou. O intervalo acabou. O cara do cavaco deu a nota. Carlos ajeitou o tantã entre as pernas. Ele bateu no couro uma vez. TUM. O som atravessou a laje e me atingiu como um soco no estômago. Ele bateu de novo, os olhos fixos nos meus. TUM... TUM-TUM. Eu fechei os meus olhos. Aquele som. Era primal. Era sexo. A música recomeçou, mas agora era diferente. Gisele me puxou para dançar, mas eu mal a sentia. Eu estava em transe. Carlos não estava mais tocando para a laje; ele estava tocando para mim. A batida dele estava mais agressiva, mais complexa. As mãos fortes dele eram um borrão no couro escuro, e o suor escorria pelo pescoço, pingando da barba, molhando a regata branca até ela ficar transparente, colada no peitoral definido. Eu sambava, mas não era mais a "Dona Luana". Eu estava rebolando. Eu movia meus quadris no ritmo dele. Cada TUM fundo do tambor era uma estocada imaginária. Eu sentia na minha buceta. Ele estava me fodendo com o som, na frente de todo mundo, e ninguém ali, exceto eu e ele, sabia. Eu ondulava, jogava o cabelo, olhava para ele por cima do ombro, com meus olhos de puta em chamas. E ele... ele não desviava o olhar. Ele batucava, a boca entreaberta, concentrado, me possuindo com cada batida. O clima na laje esquentou. O samba estava no auge. Gisele, animada, aceitou o convite de um rapaz para dançar mais no meio. "Patroa, eu já volto! Vou só ali dar uma quebrada!" "Vai, Gi. Eu tô bem," eu disse, grata. Eu estava sozinha. Um alvo. Mas eu não era uma presa; eu era a caçadora que tinha sido escolhida pelo rei da selva. O set acabou. O último acorde do cavaco morreu, e a laje explodiu em aplausos e gritos. Eram quase onze da noite. O pagode estava dando lugar ao próximo evento. No fundo da laje, perto da quadra que eu não via, uma batida diferente começou a pulsar. O tum-tum-tum grave e digital do funk. O samba estava acabando. Meu tempo estava acabando. Carlos se levantou, secando o suor do rosto com uma toalha pequena. Ele era o centro das atenções, rindo, recebendo tapinhas nas costas. Meu coração batia descontrolado. Vem. Vem agora. Ele veio. Ele atravessou a multidão como se abrisse o mar. O cheiro dele me atingiu antes que ele chegasse. Suor, cerveja e aquele perfume amadeirado. Era o cheiro de macho alfa. Ele parou na minha frente. Tão perto que eu sentia o calor irradiando do peito dele. "E aí?" ele disse, a voz grave e rouca do esforço. "Gostou da 'ajeitada' no couro?" Eu tive que me segurar para não gemer. "Eu... eu tô sem fôlego," eu disse, o que era a mais pura verdade. "Foi... muito intenso." "Isso?" ele riu baixo. "Isso foi só o aquecimento." O sorriso dele sumiu. Ele me olhou com uma seriedade que me fez prender a respiração. A batida do funk lá no fundo parecia sincronizar com meu coração. "Gisele foi dançar," ele constatou, olhando para onde ela tinha sumido. "Parece que sim," eu sussurrei. "O samba acabou, Luana. Agora é o baile. É mais... pesado. Não sei se é a sua praia." Eu olhei nos olhos dele. "E o que você acha que é a minha praia, Carlos?" Ele deu um passo. Agora eu podia sentir o tecido úmido da regata dele roçando na minha blusa de seda. "Eu acho," ele disse, a voz tão baixa que eu tive que me inclinar, "que você gosta da batida. Da pegada. Mas você gosta de... exclusividade. Você não é de dividir a atenção." Ele me leu. Completamente. "O baile é pra molecada," ele continuou. "Vem comigo." Meu corpo inteiro se arrepiou. "Com você? Pra onde? A Gisele..." "A Gisele é minha amiga. Ela sabe que você tá comigo," ele me cortou, com uma autoridade suave. "E comigo," ele disse, e o tom dele mudou, ficou mais duro, mais firme, "ninguém mexe. Aqui dentro, você é minha convidada." Ele estendeu a mão. Aquela mão forte, calejada pelo tantã. "Eu vou te levar num lugar pra você ver a vista de verdade. Minha laje. É aqui perto. Mais... privado." Minha laje. O covil dele. O trono do rei do morro. A "Dona Luana" sendo levada para os aposentos do dono do samba. Eu não pensei no Coronel. Não pensei nos garotos. Não pensei em nada. Eu olhei para a mão dele. E eu a segurei. "Eu vou," eu disse. O sorriso dele voltou. "Eu sabia." Ele não soltou minha mão. Ele apenas entrelaçou seus dedos nos meus e começou a andar. "Vem, patroa.”
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