O Ex-Presidiário



A minha vida tinha entrado num ritmo perigoso e delicioso. Eu tinha me tornado uma equilibrista de tesão. De um lado, a corda bamba do meu casamento, com o Ricardo, que me garantia a vida de "Dona Luana" e me deixava com uma fome de dias. Do outro, o meu abismo particular.
E que abismo.
O Cadu, meu Rei do Morro, estava perfeito. Aquele churrasco no sítio, a punição na despensa e a redenção no freezer... aquilo mudou nossa relação. Ele estava mais carinhoso, me ligava, queria saber de mim. Mas o "carinho" era só o tempero. Na hora de me pegar, ele continuava sendo o mestre da batida, firme, dono, me afinando sem piedade.
E a Gisele... ah, a Gisele. Ela tinha deixado de ser minha empregada para ser minha sacerdotisa. Nossa relação era o meu segredo mais sujo e, talvez, o mais íntimo. De vez em quando, quando Ricardo viajava, ela "dormia" no serviço. A gente transava por horas, e ela, com aquela boca mágica, me levava a lugares que homem nenhum, com pau nenhum, conseguiria sequer encontrar.
Eu estava no céu. Um harém particular de um rei, uma rainha e um bando de peões.
Mas o problema, como eu já disse, sou eu.
Eu não gosto de me prender. Eu não sei ser de um só. Eu sou viciada na caça, na oportunidade, no gosto novo. E a vida, essa minha cafetina particular, sempre me traz uma nova oportunidade.
Aconteceu numa terça-feira. Um calor infernal em BH. O ar parecia uma sopa quente. E, claro, o ar condicionado da minha sala, o aparelho central, decidiu morrer. De novo.
"Porra," eu praguejei, de robe de seda, suando.
Eu liguei para a empresa de sempre. "Dona Luana? De novo? Aquele aparelho seu tá pedindo arrego, hein?"
"Eu sei, Marcos. Manda alguém. Rápido. Eu tô derretendo."
Era sempre assim. Eu conhecia a empresa, mas não os funcionários. Vez ou outra, sempre dava defeito, e eles sempre mandavam rapazes diferentes. Um loirinho novo, um coroa barrigudo, um rapaz sério... eu nunca dei muita bola. Eram só... funcionários.
A campainha tocou. Área de serviço.
Eu abri. E lá estava ele. O "rapaz diferente" da vez.
Alto. Bem alto. E negro. A pele escura brilhava com o suor da manhã. Ele usava o uniforme padrão da empresa, uma camisa polo cinza e uma calça de brim azul. Carregava a maleta de ferramentas.
"Bom dia, senhora. Dona Luana? Eu vim ver o ar."
A voz dele era grave. E ele não me olhou nos olhos. Parecia... tímido. Ou só cansado.
"Bom dia. É na sala. Por aqui."
Eu o guiei, o perfume caro do meu robe se misturando com o cheiro fraco de suor que vinha dele. Eu me sentei no sofá, fingindo ler um livro, enquanto ele abria a maleta e pegava a escada de alumínio.
Eu o observei. Eu sempre observo.
Ele era forte. Não o forte do Cadu, que era um rei. Nem o do Damião, que era uma montanha. Era um forte... contido. Músculos definidos, mas magros. Os braços que apertavam os parafusos da carcaça do ar eram longos, as mãos grandes.
Ele estava concentrado. Subiu na escada, e a barra da calça dele subiu alguns centímetros.
Eu estava prestes a oferecer uma água, meu movimento clássico de "patroa", quando eu vi.
Na canela esquerda dele, logo acima da bota de segurança suja, havia uma faixa preta. Grossa. De plástico. E nela, uma caixinha com uma luz verde que piscava.
Blink.
Blink.
Meu coração não acelerou. Ele parou. E depois bateu com uma força surda no meu peito.
Eu conhecia aquilo. De filmes. De reportagens.
Uma tornozeleira eletrônica.
Eu olhei de novo. Sim. Sem dúvida. O "rapaz diferente" era um prisioneiro.
Eu me levantei. O livro caiu no chão. Eu não me importei.
Fui até a cozinha, peguei um copo d'água com gelo. Minhas mãos estavam perfeitamente calmas. Mas a minha buceta... a minha buceta deu um pulo.
O Cadu era o rei da favela. Perigoso. O Damião, o peão da obra. Bruto. O Robson, o mecânico. Sujo.
Mas isso... isso era outro nível. Isso era o Estado. Isso era crime. Isso era real.
Eu voltei para a sala. Ele estava de costas, mexendo nos fios.
"Moço," eu disse. Minha voz saiu suave.
Ele se virou na escada, assustado. "Senhora?"
"Uma água. Tá muito quente hoje."
Ele desceu um degrau, pegou o copo. As mãos dele eram grandes, mas os dedos tremiam um pouco.
"Obrigado, senhora. Desculpa o barulho."
"Não é nada." Eu parei, e fingi olhar para o tornozelo dele. "Me desculpa a pergunta. Eu sou... muito curiosa. Isso... na sua perna."
O corpo dele inteiro enrijeceu. Ele desceu da escada, rápido, e puxou a barra da calça para baixo, cobrindo o aparelho. O rosto dele se fechou. Ele parecia... com medo.
"Não é nada, senhora. É só... um aparelho da firma."
"Da firma?" eu sorri. Um sorriso calmo, de "Dona Luana", de quem sabe das coisas. "Não mente pra mim, moço. Eu não sou polícia. Eu não vou te denunciar."
Ele me olhou. Os olhos dele eram fundos. E tristes. Ele viu minha cobertura, meu robe de seda, meu mundo. Ele era um rato no meu palácio.
Ele suspirou. Um suspiro que parecia vir de anos de cansaço.
"É uma tornozeleira, sim, senhora," ele disse, com a voz baixa, derrotada. "Eu tô no semiaberto."
Eu me aproximei. Eu não estava com medo. Eu estava... fascinada.
"Semiaberto?"
"É. Fiz... fiz coisa errada, um tempo atrás," ele disse, olhando para o chão. "Fiquei uns anos preso. Saí agora. Tô tentando me recuperar. A firma... a firma me deu essa chance. Mas eu tenho que usar isso. Pra eles saberem onde eu tô."
Fiz coisa errada. Anos preso.
Um criminoso. Um ex-presidiário. Aqui. No meu tapete persa.
Não sei o porquê.
Quer dizer... eu sabia exatamente o porquê.
O Cadu era o rei, mas ele tinha as leis dele. Esse homem... ele quebrou as nossas. Ele foi enjaulado. Ele era um animal que o sistema tentou domar.
E não sei porquê... mas aquilo me excitou de um jeito que eu não sabia explicar.
Era o perigo. O tabu absoluto. A "Dona Luana", a esposa do Doutor, e o ex-presidiário. Era a minha próxima caça.
"Qual o seu nome?" eu perguntei, com a voz baixa, suave.
"Jonas, senhora."
"Pois é, Jonas," eu disse, e dei um passo para trás, voltando a ser a patroa. "Acho que essa placa aí... vai demorar pra consertar, não vai?"
Ele me olhou, confuso. "Vai, senhora. Eu vou ter que... voltar na empresa, pegar outra."
"Ótimo," eu sorri. "Então... você vai ter que voltar aqui amanhã, não é?"
Jonas me olhou. E pela primeira vez, eu vi algo nos olhos dele. Ele entendeu. Ele não entendeu o quê, mas ele entendeu que o jogo tinha mudado.
"Vou, senhora. Amanhã. De manhã."
"Estarei esperando, Jonas," eu disse. "E... fica tranquilo. Seu segredo... tá guardado comigo."
Ele subiu na escada, e eu voltei para o sofá. O ar da sala continuava quente, abafado. Mas o meu corpo... meu corpo estava pegando fogo.
Foto 1 do Conto erotico: O Ex-Presidiário


Faca o seu login para poder votar neste conto.


Faca o seu login para poder recomendar esse conto para seus amigos.


Faca o seu login para adicionar esse conto como seu favorito.


Twitter Facebook

Comentários


foto perfil usuario lozo

lozo Comentou em 17/11/2025

Que maravilha de conto, uma verdadeira loba, uma faminta loba a caça de um cordeiro, mesmo sendo já experiente e vivido, mas sempre um cordeirinho pronto pra ser abatido e devorado pela felina. Que maravilha. Tem continuação? Votado e aprovado

foto perfil usuario olavandre53

olavandre53 Comentou em 17/11/2025

Adoraria ver e sentir o mijo saindo dessa sua bucetinha linda e me molhando todinho. Bjs




Atenção! Faca o seu login para poder comentar este conto.


Ultimos 30 Contos enviados pelo mesmo autor


247249 - Gisele, Passei a noite transando com minha empregada pela casa toda - Categoria: Lésbicas - Votos: 8
247194 - Gisele, A Minha Empregada Me Chupou - Categoria: Traição/Corno - Votos: 12
247117 - O Morro Desce pro Asfalto - A Declaração de Cadu - Categoria: Traição/Corno - Votos: 11
247041 - O Morro Desce pro Asfalto - A Punição da Patroa - Categoria: Traição/Corno - Votos: 8
246977 - A Patroa sobe o Morro - O Morro vai pro Asfalto, o Pagode foi pro sítio da familia - Categoria: Traição/Corno - Votos: 7
246888 - A Patroa sobe o Morro - Dando junto com minha irmã na favela - Categoria: Traição/Corno - Votos: 5
246805 - A Patroa sobe o Morro - Levando Minha Irmã Para a Favela - Categoria: Grupal e Orgias - Votos: 6
246737 - A Patroa Sobe o Morro - Sendo Devorada na Favela - Categoria: Traição/Corno - Votos: 6
246674 - A Patroa sobe o Morro - Eu virei o Assunto principal da favela - Categoria: Traição/Corno - Votos: 6
246585 - Revisão Completa: A Lubrificação da Patroa - Categoria: Traição/Corno - Votos: 5
246508 - A Patroa sobe o Morro - Dando em cima da laje - Categoria: Traição/Corno - Votos: 9
246432 - A Patroa sobe o Morro - Categoria: Traição/Corno - Votos: 8
246349 - Serviço Completo: A Inspeção do Mecânico - Categoria: Traição/Corno - Votos: 13
246255 - O Dono da Obra - O Pião me comeu no quartinho da construção - Categoria: Traição/Corno - Votos: 12
246140 - O Dono da Obra - Dando para o Pião no quartinho da construção - Categoria: Traição/Corno - Votos: 5
246087 - Me despedindo do Peão, me comeu a buceta e o cuzinho. - Categoria: Traição/Corno - Votos: 9
245999 - Fui pra Roça e conheçi a Pegada do Peão - Categoria: Traição/Corno - Votos: 14
245934 - Duplamente Usada, Duramente Punida - Categoria: Traição/Corno - Votos: 12
245845 - O Novinho comeu minha irmã e eu juntas - Categoria: Traição/Corno - Votos: 17
245742 - O Prazer Inesperado: A Rola do Coronel da Rua de Trás - Categoria: Traição/Corno - Votos: 14
245648 - O Inferno na Arara: O Harém das Vadias Aumenta - Categoria: Traição/Corno - Votos: 10
245596 - O Provador das Vadias: A Noite na minha Loja de roupas - Categoria: Traição/Corno - Votos: 14
245539 - Iniciando a Minha Irmã Na Putaria, Agora são 4 novinhos - Categoria: Traição/Corno - Votos: 19
245458 - Iniciando a Minha Irmã Na Putaria - Levamos os novinhos pra casa - Categoria: Traição/Corno - Votos: 17
245374 - Iniciando a Minha Irmã Na Putaria, Fomos Devoradas - Categoria: Traição/Corno - Votos: 18
245302 - Iniciando a Minha Irmã Na Putaria (Com Dois Novinhos) - Categoria: Traição/Corno - Votos: 22
245205 - O Ajudante de Pedreiro Negão, Me comeu no Banheiro de Casa - Categoria: Traição/Corno - Votos: 17
245183 - O Ajudante de Pedreiro Negão "Voltou para arrumar o portão" - Categoria: Traição/Corno - Votos: 10
214691 - O Ajudante de Pedreiro Negão - Categoria: Traição/Corno - Votos: 24
214546 - Virei Puta de Beira de Estrada - Categoria: Traição/Corno - Votos: 10

Ficha do conto

Foto Perfil morenabh45
morenabh45

Nome do conto:
O Ex-Presidiário

Codigo do conto:
247304

Categoria:
Heterosexual

Data da Publicação:
17/11/2025

Quant.de Votos:
8

Quant.de Fotos:
1