O tempo parou. Eu estava ali, sentada no colo de um ex-presidiário, dentro do meu carro de luxo, numa rua deserta, com a rola dele ainda dentro de mim, mole, mas presa pela sucção do meu gozo e do dele. O vidro estava branco de vapor. O cheiro de sexo era uma nuvem tóxica e deliciosa. E do lado de fora, a lei. O policial mais velho, o do bigode, se abaixou um pouco, encostando o rosto no vidro embaçado, como se tentasse ver através da neblina do nosso pecado. Eu entrei em estado de choque absoluto. Minhas mãos, que segundos antes agarravam os ombros de Jonas em êxtase, agora tremiam incontrolavelmente no ar. Jonas estava paralisado embaixo de mim, a respiração presa, os olhos arregalados de terror fixos na luzinha verde da tornozeleira que piscava no escuro do painel. TAP. TAP. O cassetete bateu no vidro de novo. Com força. "Sai do carro! OS DOIS! AGORA!" O pânico me fez mover. Eu tentei sair de cima dele, mas foi desajeitado, horrível. Eu senti a rola dele escorregar para fora de mim com um som molhado, alto, schlock, que pareceu um trovão naquele silêncio. O sêmen dele, misturado com o meu, escorreu quente pelas minhas coxas, pingando no banco de couro caramelo, sujando tudo. "Rápido, porra!" Eu me joguei para o banco do motorista, tateando desesperadamente pelo meu vestido. Ele estava rasgado na alça. Eu o enfiei pela cabeça de qualquer jeito, sem calcinha, meu corpo pegajoso, sujo, exposto. Jonas, no banco do passageiro, lutava com o zíper da calça, as mãos trêmulas, tentando esconder o pau que segundos antes me arrombava. Eu destravei as portas. "SAIAM! MÃOS NA CABEÇA!" Nós saímos. O sol nos atingiu como um holofote de interrogatório. O ar fresco chocou minha pele suada. Eu estava descalça no asfalto quente. O vestido torto, mal cobrindo meus seios. O gozo escorrendo pela minha perna, brilhando na luz do dia. Jonas estava ao meu lado, a camisa polo do uniforme para fora, a braguilha meio aberta, e a tornozeleira... a maldita tornozeleira... exposta para todo mundo ver. Os dois policiais nos encaravam. O mais velho, sargento pelo jeito, tinha um olhar de nojo e diversão. O mais novo, um soldado forte, de braços cruzados, varria meu corpo com os olhos, parando na mancha molhada no meu vestido, na altura da virilha. Eles nem piscavam. A voz dele veio, mas clara como um tiro. "Então a madame gosta é de bandido ne…” "Bonito, hein?" o sargento disse, balançando a cabeça. "Carro de duzentos mil reais... parado no mato... servindo de motel pra vagabundo." "Pelo amor de Deus, senhor..." eu comecei, com a voz estrangulada, as lágrimas já escorrendo. "Eu posso explicar..." "Explicar o quê, minha senhora?" o sargento cortou, duro. "Isso aqui é atentado violento ao pudor. Artigo 233. Ato obsceno em via pública. Vocês tavam se esfregando que nem dois cachorros à luz do dia." Ele deu um passo à frente, invadindo meu espaço. O cheiro dele era de café e cigarro barato. "E a senhora sabe que isso dá cadeia, né? Pros dois." "Não! Por favor!" eu gritei, juntando as mãos em súplica. "Eu sou casada! Por favor, não me prendam! Meu marido... ele não pode saber!" A menção do marido foi gasolina no fogo. O soldado mais novo soltou uma risada seca, cruel. "Ah, ela é casada," ele disse, olhando para o parceiro. "O marido dela deve ser um santo. Trabalhando uma hora dessas, né, madame? Ralando pra pagar esse carrão, pra pagar as contas, pra bancar a vida boa da patroa..." Ele chegou mais perto, olhando para Jonas com desprezo. "... e a senhora aqui, dando pro bandido. Pro pé-de-chinelo. E pelo cheiro..." ele torceu o nariz, "...foi no pêlo, né? Sem camisinha. A madame gosta de sentir o leite do marginal dentro, é?" A humilhação era física. Eu sentia meu rosto pegar fogo. Eu queria cavar um buraco no asfalto e morrer. "Eu... eu errei... foi um momento de fraqueza..." eu soluçava. O sargento se virou para o Jonas. Jonas estava de cabeça baixa, tremendo. "E você, malandro?" o sargento chutou a bota de Jonas, de leve, mas o suficiente para assustar. "Tornozeleira, é? Semiaberto?" "Sim, senhor," Jonas sussurrou. "Tá descumprindo as regras, hein? Desvio de rota. Parado em local suspeito. E cometendo crime de ato obsceno. Sabe o que isso significa?" Jonas não respondeu. Ele sabia. "Significa que a sua liberdade acabou, moleque. Eu vou chamar outra viatura agora. A gente te leva pra delegacia, comunica o juiz, e você volta pro fechado. Hoje mesmo." "NÃO!" eu gritei. Foi instintivo. "Pelo amor de Deus, não façam isso com ele!" Os policiais me olharam, surpresos. "Ele só estava fazendo o serviço dele... eu que... eu que forcei... eu que chamei..." eu menti, tentando salvar o homem que eu tinha acabado de usar. "Não prendam ele. Ele vai perder o emprego. Ele tá tentando se recuperar." O sargento me olhou com curiosidade. "A senhora defende o bandido com unhas e dentes, hein? Deve foder bem mesmo." Houve um silêncio tenso. O sargento trocou um olhar com o soldado. Aquele olhar. O mesmo sorriso de canto de boca que eu vi no vidro. "A gente não tá aqui pra atrapalhar a vida de ninguém," o sargento disse, a voz mudando de tom. Ficou mais baixa. Mais... suja. "Mas a lei é a lei. Alguém tem que pagar." Ele olhou para Jonas. Com nojo. "Vaza," o sargento disse. Jonas levantou a cabeça, sem acreditar. "O quê?" "Vaza daqui, moleque. Agora. Antes que eu mude de ideia e te jogue na caçamba da viatura. Pega tuas ferramentas, entra nessa tua lata velha e some da minha vista." "Mas... e a senhora...?" Jonas gaguejou, olhando para mim. "A madame fica," o soldado disse, dando um passo para bloquear o caminho entre mim e Jonas. "A gente tem que... verificar a documentação dela. Conversar sobre esse atentado ao pudor." "VAI, JONAS!" eu gritei, desesperada. "VAI EMBORA!" Jonas me olhou uma última vez. O olhar dele era de gratidão e culpa. Ele correu. Saiu dali correndo e olhando para trás, eu só vi quando ele virou sumindo na curva. Eu fiquei sozinha. Sozinha numa rua deserta. Descalça. Com um vestido rasgado. Sem calcinha. Suja de esperma. E com dois policiais parados na minha frente, me olhando como se eu fosse a sobremesa. O sargento sorriu. "Pronto, Dona. O bandido foi embora. Agora... sobrou a gente. E a gente precisa resolver essa sua... situação.”
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