A Patroa sobe o Morro - Dando em cima da laje



Ele segurou minha mão. Não foi um toque gentil. Foi uma posse. Os dedos dele, calejados de bater no couro, se fecharam em torno dos meus, e eu senti a força e o calor. "Vem, patroa."
Eu fui.
Sair da laje do Bar do Zé foi como atravessar uma fronteira. O som do samba, quente e acústico, foi engolido instantaneamente pelo pulsar digital e grave do funk. O TUM-TUM-TUM-TUM agora era outro, mais jovem, mais agressivo.
Carlos me guiava pelos becos. O caminho era um labirinto escuro, iluminado apenas por lâmpadas fracas penduradas em postes tortos e pelo brilho azulado das telas de celular. O cheiro de cerveja e churrasco deu lugar a um cheiro mais íntimo, de casa: feijão cozinhando, gás, e o cheiro úmido do esgoto que corria na vala ao lado.
Eu estava de salto. Eu, a "Dona Luana", uma idiota completa, tropeçando nas pedras irregulares.
"Calma," ele disse, a voz grave me tranquilizando. Ele passou o braço forte pela minha cintura, me puxando para o lado dele. "Pisa aqui, ó. É mais firme."
Ele não estava mais segurando minha mão. Ele estava me carregando com o braço, me colando ao corpo dele. Eu podia sentir o calor do peito dele através da regata suada. Eu estava sendo protegida. E eu estava sendo exibida.
Em cada esquina, uma sombra. Um grupo de rapazes. Eles nos viam. "E aí, Cadu! Beleza?" "Firmeza."
Os olhos deles, duros, passavam por mim. A "branca". A "madame". A "de fora". Eu via a cobiça, a desconfiança. Mas ninguém abriu a boca. Um único olhar de Carlos, um aceno de cabeça, e os olhares baixavam. Ele era o rei. E eu... eu era a sua conquista da noite, e isso me dava um salvo-conduto. O perigo era o meu maior afrodisíaco.
Subimos uma escadaria de cimento, estreita e sem fim. Minhas coxas queimavam. Eu arfava.
"Tá cansada, patroa?" ele riu baixo, a voz vibrando no meu ouvido. "Acostumada com elevador, né?"
"Eu... aguento o tranco," eu disse, ofegante.
"Eu sei que aguenta," ele respondeu, e me deu um aperto na cintura que quase me fez gemer.
Chegamos ao topo. Era a casa dele. Diferente dos barracos de madeira que eu vi mais abaixo, era uma casa sólida, de três andares, de tijolo à vista. A casa de alguém que mandava.
"É aqui," ele disse. "Mas a vista é lá em cima."
Uma escada de concreto, na lateral, nos levou ao terceiro andar. E então... eu vi.
Eu parei.
A laje dele.
Não era a laje lotada do Zé. Era o seu trono. E a vista... meu Deus, a vista. O morro inteiro se derramava abaixo de nós, um mar de luzinhas amarelas, e lá no fundo, o oceano de luzes frias de Belo Horizonte. A minha cidade. O meu mundo "rico". Eu via o bairro da minha loja. E eu estava ali, no topo do mundo oposto, com o dono do samba.
"Impressionante," eu sussurrei.
A laje dele era arrumada. Não tinha luxo, mas tinha... qualidade. Algumas cadeiras de vime, uma churrasqueira de tijolinho limpa. E, num canto, um sistema de som profissional e uma estante com seus instrumentos: pandeiros, cavaquinhos e, no centro, outro tantã.
"É aqui que eu crio," ele disse, finalmente me soltando. "Aqui eu vejo tudo. Vejo quem é de verdade... e quem tá de mentira."
Ele caminhou até uma pequena geladeira de cerveja num canto e a abriu. "Aceita uma cerveja? Ou você é mais de vinho?"
"Eu aceito o que você estiver tomando."
Ele riu. Não pegou uma cerveja de garrafa. Ele tirou de lá uma garrafa de cachaça artesanal escura, reserva. Ele pegou dois copinhos pequenos. Ele era um homem de gosto.
Ele me entregou o copo, e nossos dedos se tocaram. "À sua visita, Luana."
Nós viramos. A cachaça desceu quente, aveludada, completamente diferente da pinga da roça. Tinha gosto de... poder.
Ele colocou o copo na mureta. O silêncio se instalou, quebrado apenas pelo tum-tum-tum abafado do baile, lá embaixo.
Ele se aproximou. Ele era alto. Eu tive que levantar a cabeça. O cheiro dele me envolveu. Suor, o perfume amadeirado, e agora, cachaça.
"Você dança pra caralho, sabia?" ele disse, a voz baixa.
"Você toca pra caralho," eu respondi.
"Você tava dançando pra mim, lá embaixo," ele afirmou. Não foi uma pergunta.
"E você estava tocando pra mim," eu afirmei de volta.
Ele sorriu. "Eu vi você me olhando. Me comendo com os olhos. Com essa sua cara de santa, de patroa... mas o olho... o olho é de puta."
Meu corpo inteiro se acendeu. O Coronel me chamava de vadia. Os garotos me chamavam de "mamãe puta". Mas vindo dele, com aquela voz grave, naquele lugar... foi a coisa mais excitante que eu já ouvi.
"Você gosta de ser olhada," ele continuou, sua mão forte subindo e tocando meu rosto. A mão calejada do tantã. Não estava suja de graxa, mas era áspera, quente. "Você gosta de provocar."
"E você?" eu sussurrei. "Gosta de quê, Carlos?"
Ele inclinou a cabeça. A barba dele roçou na minha bochecha.
"Eu gosto de tomar o que é meu," ele disse. "E desde a hora que eu te vi sambando, olhando pra mim daquele jeito... você é minha."
Eu não tive tempo de responder. A boca dele tomou a minha.
Não foi um beijo de ataque, como o do peão da obra. Foi uma posse. Foi um samba. Começou lento, profundo. A língua dele provou a minha, com gosto de cachaça e desejo. Ele não tinha pressa. Ele era o mestre do ritmo.
E então, o ritmo mudou. O beijo ficou mais rápido, mais fundo. A mão dele desceu do meu rosto para o meu cabelo, segurando minha nuca com firmeza, me prendendo a ele. A outra mão desceu pela minha coluna e agarrou minha bunda, por cima do jeans, me puxando com força contra ele.
E eu senti. O pau dele. Duro como pedra, grosso, pulsando contra a minha barriga. Eu gemi dentro da boca dele.
Ele quebrou o beijo, ofegante. Nossas testas coladas. A vista da cidade inteira brilhava atrás dele.
"Eu te falei," ele sussurrou.
"Que a pegada tem que ser certa. Senão o couro não responde."
Ele me virou. Com uma facilidade que me assustou, ele me colocou de frente para a mureta da laje. De frente para a cidade. Para o meu mundo.
"Olha pra lá," ele ordenou. "Olha pra tua casa. Pro teu mundo de madame. E sente “o dono do morro” te pegar."
Eu obedeci. Apoiei minhas mãos na mureta fria, tremendo. Eu estava olhando para a minha vida de "Dona Luana", enquanto o rei da favela estava atrás de mim.
Senti as mãos dele na minha cintura. Ele não rasgou minha roupa. Ele levantou minha blusa de seda com uma delicadeza inesperada, expondo minhas costas ao vento frio da noite. Ele beijou minha nuca, a barba me fazendo arrepiar.
"Tão cheirosa," ele falou. "Tão... limpa."
As mãos dele desceram. Abriram o zíper do meu jeans. Ele puxou o tecido caro para baixo, junto com a minha calcinha de renda, que eu nem lembrava que estava usando. Meu jeans caiu nos meus tornozelos, me prendendo. Minha bunda estava nua, exposta ao ar da noite.
Ele não me penetrou. Eu senti a mão dele, a mão do tantã, na minha bunda. Ele me deu um tapa. Um tapa estalado, que ecoou na noite.
"AH!"
"Isso. Grita," ele disse. E me deu outro. "TAPA!" "E outro." "TAPA!"
Minha bunda estava ardendo.
"Agora," ele disse.
Ouvi o barulho do zíper dele. Eu estava tão molhada que pingava.
Ele cuspiu na mão e passou na minha buceta. "Só pra garantir que desliza."
E então, ele me penetrou.
"PUTA MERDA!"
Eu gritei, mordendo meu próprio punho. Ele era enorme. Um negão. Do jeito que eu gostava. Ele era grosso como o Damião, mas parecia mais longo. Ele me preencheu. Ele me rasgou. Ele me tomou.
Ele ficou parado por um segundo, me deixando sentir ele todo dentro de mim.
"Isso... aguenta," ele sussurrou. "Você queria a batida... agora você vai ter."
E ele começou. TUM... TUM-TUM. O ritmo. O ritmo dele.
Ele não me fodia com selvageria. Ele me fodia com cadência. Fundo, preciso, me puxando para trás e me batendo na rola dele. Era uma foda musical. Eu era o instrumento dele. E o som... o som era o barulho da minha bunda batendo na pélvis dele, misturado com os meus gemidos.
"Isso, Luana... rebola pro teu macho... rebola pro dono do samba..."
Ele me fodia e olhava a cidade por cima do meu ombro. "Olha que lindo, patroa... A gente fudendo, e a cidade inteira lá embaixo, dormindo. Eles nem sabem... que a madame deles tá aqui em cima, tomando pau no morro."
Eu estava louca. A humilhação, a posse, a dor, o prazer. Eu gozei. Um orgasmo forte, que fez minhas pernas tremerem, meus joelhos quase cedendo contra o jeans nos meus tornozelos.
"Isso... goza..." ele disse, e acelerou, me fodendocom mais força.
Ele não parou. Ele me fodeu junto do meu orgasmo, e então eu o senti. Ele ia gozar. Ele me puxou para trás com tanta força que eu quase caí, e ele explodiu dentro de mim. Um jato quente, grosso, que parecia não ter fim. Ele gemeu no meu ouvido, um som animal.
Ele ficou ali, me segurando, a rola ainda pulsando dentro de mim, enquanto nós dois tremíamos, ofegantes.
"Porra..." ele sussurrou.
Eu achei que tinha acabado. Eu estava destruída.
"Não," ele disse, como se lesse minha mente. Ele saiu de mim.
Eu me virei, as pernas bambas, tentando puxar o jeans.
"Deixa essa porra aí," ele ordenou. "A gente não acabou."
Ele me pegou no colo. Como se eu não pesasse nada. A blusa de seda ainda estava levantada, meus seios expostos. Ele me carregou para dentro do quarto dele.
O quarto dele se abria para a laje. E era limpo. Uma cama de casal enorme, lençóis escuros, limpos. Ele era o rei.
Ele me jogou na cama. E eu o vi. Inteiro. Nu. A pele escura brilhando de suor, a rola colossal, preta e pulsando, ainda molhada de mim.
"Eu te vi lá embaixo," ele disse, subindo na cama, se colocando sobre mim. "Comendo com os olhos. Agora você vai comer de verdade."
Eu não esperava o que veio a seguir.
Ele se abaixou. E me chupou.
O rei do morro. O dono do tantã. Me chupando.
Não foi um chupar selvagem. Foi... técnico. Foi rítmico. A língua dele era forte, e encontrou meu clitóris com a mesma precisão que a mão dele encontrava o couro do tambor. Ele me chupou com vontade, com fome, as mãos dele segurando minhas coxas, abrindo-as para ele.
Eu gozei de novo, gritando, me contorcendo nos lençóis dele, meu gozo enchendo a boca e a barba dele.
Ele subiu, o rosto molhado. "O couro tá ajeitado," ele sorriu.
"Agora... de frente."
Ele abriu minhas pernas e me penetrou de novo. E dessa vez, ele olhou nos meus olhos.
"Você é a Dona Luana, né?" ele disse, começando o ritmo. Fundo. Lento. "A patroa. Que dá ordem."
TUM...
"A madame... que paga a conta."
TUM...
"Gosta de mandar, né?"
TUM-TUM...
Ele acelerou. "Mas aqui... quem manda sou eu. Quem bate o tambor sou eu. Quem te fode sou eu. E você... você só dança, vadia. Você só goza."
Ele me fodeu. Ele me fodeu com a alma. Ele me fodeu com a força de cada homem daquela favela. Ele me fodeu como o Coronel nunca me dominou, como os garotos nunca me selvagerizaram, como os peões nunca me sujaram. Ele me... possuiu.
Eu gritei. Eu implorei. Eu o chamei de "meu dono", de "meu rei". E ele ria, e me fodia mais forte.
"EU VOU GOZAR, CARLOS! DE NOVO!"
"VEM! VEM, MINHA PUTA DE LUXO! GOZA PRO TEU REI!"
Eu explodi. E ele explodiu junto. Ele gemeu, um som que veio do fundo do peito, e caiu sobre mim, me enchendo de novo.
Ficamos ali, mortos. O cheiro de sexo, suor e cachaça era o ar do quarto.
Ele não saiu de mim. Ele rolou de lado, me levando junto, a rola dele ainda dentro de mim, me mantendo presa.
Ele beijou meu ombro, a barba roçando minha pele. A brutalidade tinha sumido. A voz dele era suave de novo.
"E aí, patroa... aguentou o tranco do morro?"
Eu só consegui assentir, minha cara enfiada no peito suado dele.
"Gisele vai te achar amanhã," ele disse, com a voz sonolenta. "Ela dorme aqui perto."
Ele me abraçou. "Mas você... você agora tem meu número." Ele apontou para o celular dele na cômoda. "Quando você cansar dos teus 'playboys' lá de baixo... quando você quiser uma batida de verdade... você me liga."
Eu fechei os olhos, sentindo o pulsar da rola dele dentro de mim. Eu não era mais a Dona Luana. Eu não era a Mamãe Puta.
Eu era a mulher do dono do tantã. E eu sabia, com toda a certeza do mundo, que aquela tinha sido apenas a primeira música.

Faca o seu login para poder votar neste conto.


Faca o seu login para poder recomendar esse conto para seus amigos.


Faca o seu login para adicionar esse conto como seu favorito.


Twitter Facebook

Comentários


foto perfil usuario negrosolitario

negrosolitario Comentou em 06/11/2025

Este seu relato,sem dúvida foi o melhor até este momento. Não foi somente um relato, talvez ouve quimica e interação de ambos os personagem, parabéns. Vontade.




Atenção! Faca o seu login para poder comentar este conto.


Ultimos 30 Contos enviados pelo mesmo autor


246432 - A Patroa sobe o Morro - Categoria: Traição/Corno - Votos: 5
246349 - Serviço Completo: A Inspeção do Mecânico - Categoria: Traição/Corno - Votos: 12
246255 - O Dono da Obra - O Pião me comeu no quartinho da construção - Categoria: Traição/Corno - Votos: 12
246140 - O Dono da Obra - Dando para o Pião no quartinho da construção - Categoria: Traição/Corno - Votos: 5
246087 - Me despedindo do Peão, me comeu a buceta e o cuzinho. - Categoria: Traição/Corno - Votos: 9
245999 - Fui pra Roça e conheçi a Pegada do Peão - Categoria: Traição/Corno - Votos: 14
245934 - Duplamente Usada, Duramente Punida - Categoria: Traição/Corno - Votos: 12
245845 - O Novinho comeu minha irmã e eu juntas - Categoria: Traição/Corno - Votos: 17
245742 - O Prazer Inesperado: A Rola do Coronel da Rua de Trás - Categoria: Traição/Corno - Votos: 14
245648 - O Inferno na Arara: O Harém das Vadias Aumenta - Categoria: Traição/Corno - Votos: 10
245596 - O Provador das Vadias: A Noite na minha Loja de roupas - Categoria: Traição/Corno - Votos: 14
245539 - Iniciando a Minha Irmã Na Putaria, Agora são 4 novinhos - Categoria: Traição/Corno - Votos: 17
245458 - Iniciando a Minha Irmã Na Putaria - Levamos os novinhos pra casa - Categoria: Traição/Corno - Votos: 16
245374 - Iniciando a Minha Irmã Na Putaria, Fomos Devoradas - Categoria: Traição/Corno - Votos: 17
245302 - Iniciando a Minha Irmã Na Putaria (Com Dois Novinhos) - Categoria: Traição/Corno - Votos: 21
245205 - O Ajudante de Pedreiro Negão, Me comeu no Banheiro de Casa - Categoria: Traição/Corno - Votos: 17
245183 - O Ajudante de Pedreiro Negão "Voltou para arrumar o portão" - Categoria: Traição/Corno - Votos: 10
214691 - O Ajudante de Pedreiro Negão - Categoria: Traição/Corno - Votos: 24
214546 - Virei Puta de Beira de Estrada - Categoria: Traição/Corno - Votos: 10
171073 - O Caminhoneiro - Categoria: Traição/Corno - Votos: 48
170934 - O Lixeiro Negão - Categoria: Traição/Corno - Votos: 38
159750 - Matando a Saudades do Meu Afilhado - Categoria: Traição/Corno - Votos: 42
158887 - Meu Primeiro Gang Bang Foi No Último Domingo - Categoria: Traição/Corno - Votos: 50
158780 - Meu Afilhado Me Comeu Na Cama do Meu Marido - Categoria: Traição/Corno - Votos: 54
158452 - Meu Afilhado Me Comeu Escondido na Festa em Família, e Ainda Teve Uma Surpresinha No Quarto Escuro. - Categoria: Traição/Corno - Votos: 72
157906 - Meus Dois Motoboys Voltaram a Me Comer - Categoria: Traição/Corno - Votos: 25
157842 - Meu Afilhado Me Comeu de Novo - Categoria: Traição/Corno - Votos: 57
157506 - Dando Para Três Moleques Novinhos - Categoria: Traição/Corno - Votos: 67
157296 - O Garçom Haitiano me Comeu - Categoria: Traição/Corno - Votos: 32
157096 - Meu Afilhado me Comeu nas Férias em Família - Categoria: Traição/Corno - Votos: 95

Ficha do conto

Foto Perfil morenabh45
morenabh45

Nome do conto:
A Patroa sobe o Morro - Dando em cima da laje

Codigo do conto:
246508

Categoria:
Traição/Corno

Data da Publicação:
06/11/2025

Quant.de Votos:
2

Quant.de Fotos:
0