?O Padre Miguel sentou-se no confessionário, mas não era a fé que o dominava, e sim a luxúria e a memória do pecado. A pequena cabine escura, que deveria ser um portal para o perdão, havia se tornado o centro de sua perdição.
?Tudo começou com Lúcia.
?A voz dela havia sido um sussurro quente contra a grade, carregando a exaustão de um prazer proibido. Lúcia confessou a luxúria, a masturbação solitária, e o Padre Miguel tentou, em vão, manter a formalidade. Sua falha veio quando ele a pressionou por detalhes.
?"Foi com a mente em alguém que eu vejo todo dia, Padre. Alguém que é santo. E a cada toque... eu sussurrava o seu nome..."
?A revelação — que ele era o objeto do pecado dela — rompeu o último voto de Miguel. Ele abriu a portinhola, rompendo o sigilo e a santidade, e confrontou Lúcia na penumbra da igreja. Lúcia, com um sorriso de posse, não pediu redenção, mas a cumplicidade.
?"Eu quero que o Senhor me ajude a carregar a penitência, Padre," ela sussurrou. "A luxúria é pesada demais para eu carregar sozinha. Eu sou fraca. O Senhor é forte. Ajude-me a expiar."
?A chantagem funcionou. O beijo do Padre Miguel foi o som de um templo caindo. Ele a seguiu para a sacristia, o cômodo cheiroso a linho limpo e cera de vela, onde o hábito de Miguel caiu no chão, tornando-se a cama escura para o seu pecado. A transgressão foi consumada ali, entre as vestes litúrgicas dobradas. A penitência de Lúcia tornou-se a danação de Miguel.
?O Vício da Autoridade
?Lúcia partiu, satisfeita, deixando o Padre Miguel nu sob o hábito, mas ele não buscou a absolvição. Ele havia descoberto um vício duplo: o prazer da carne e o prazer do poder sobre a fé. O confessionário virou sua armadilha, e ele passou a ouvir as confissões com desejo voraz.
?A segunda penitente, uma moça jovem e assustada, não demorou a chegar.
?"Eu cometi atos... indecorosos, Padre. Com o meu namorado," ela confessou, constrangida.
?O Padre Miguel sentiu a decepção, mas também a oportunidade. Com uma voz suave e insistente, ele manipulou o terror da moça, forçando-a a dar detalhes explícitos de sua queda. Ele a fez descrever a sodomia e a desonra da boca que é feita para a oração. Ele não estava ali para salvar, mas para se excitar com o relato.
?Ao final, a moça estava em lágrimas de terror, mas o Padre Miguel não podia lhe dar o perdão.
?"Eu não posso lhe conceder a absolvição neste momento," ele declarou. "A penitência será aplicada por mim mesmo, minha filha. Você virá à sacristia após o anoitecer para que a tentação não nos encontre. Eu farei a penitência com você."
?A moça, aterrorizada pela condenação eterna e coagida pela autoridade do sacerdote, obedeceu.
?Ela voltou, silenciosa e trêmula, e o Padre Miguel a fez se despir na escuridão da sacristia, ordenando que ela se submetesse à "penitência" que era, na verdade, uma repetição dos atos de luxúria que ela havia confessado. Desta vez, ele não sentiu o desespero de Lúcia, mas o domínio absoluto sobre uma alma.
?O Padre Miguel estava agora em uma queda irreversível. Ele se via como um homem dominado pelo desejo, usando sua batina e o confessionário como um filtro para encontrar suas vítimas. A igreja era seu local de caça, e cada nova penitente que se ajoelhava na grade trazia consigo a terrível promessa da sua própria condenação.
?Ele havia se tornado o próprio pecado que jurou combater.
?O que você achou do desfecho? Ele estabelece o Padre Miguel como um predador e encerra o ciclo de forma sombria ....
Lendo seu conto, lembro da vez que me confessei ao padre, dizendo que gostava de mulheres, que era bissexual. Muito bom Thadeu, quero ler o próximo capítulo. Beijos
Como um predador.