A Psicóloga



Uma mensagem por e-mail me surpreendeu na noite de quinta-feira.

Assunto: Assuntos a Resolver
Mensagem: Me encontre no lugar de sempre, no horário de sempre. É importante.
Att., Sara

Eu não queria ir até o seu apartamento. Sabia que era apenas mais uma armadilha, um pretexto para nos encontrarmos. Sentia falta de Sara — dos seus beijos, do seu carinho — e, por mais que negasse a mim mesmo, gostava do conforto do seu apartamento de luxo. Gostava dos móveis, da maneira como ela me recebia.
Sara era uma mulher sofisticada, de gostos refinados. Ela sabia como agradar.

Na noite de sexta-feira, lá estava eu, em seu apartamento.
Sara me recebeu com uma camisa e um short curto. Diferente dos outros dias, não estava bem arrumada, nem imponente. Ela parecia uma mulher comum — ou ao menos era essa a imagem que queria passar.
Eu caí feito um patinho. Não demorou muito e já estávamos no sofá.

Sara, deitada com as pernas sobre as minhas enquanto eu permanecia sentado, olhava para o quadro de um gato na parede: um gato preto, com olhos dourados, expressão confiante. A graça do retrato estava no gesto — o gato fazia um sinal de joia com a pata.

— Você gosta desse quadro, não é? — ela disse, sem tirar os olhos do gato na parede.
— É curioso… — respondi, tentando desviar o foco da conversa.

Sara sorriu de canto, daquele jeito que sempre me desarmava.
— Curioso é você vir aqui achando que vai resistir.

Desviou o olhar do quadro e pousou os olhos em mim, como quem já sabia a resposta antes mesmo de ouvir a pergunta. Suas pernas ainda estavam sobre as minhas, e agora ela começava a mover o pé, lentamente, subindo da minha canela até a coxa. Era um toque sutil, mas cheio de intenção.

— Cláudio… — ela disse, arrastando meu nome com uma lentidão calculada — você sabe muito bem o que veio buscar aqui.
Mordeu levemente o lábio inferior e inclinou o corpo para a frente, aproximando o rosto do meu.
— E eu sei exatamente o que você quer.

Engoli em seco. O apartamento parecia silencioso demais, como se o mundo lá fora tivesse parado.E ela continuava ali, pernas cruzadas sobre mim, dona do tempo e da situação.

— Fala a verdade — sussurrou — você não veio aqui só para me olhar, veio?

Me encarava com os olhos semicerrados, como se estivesse se divertindo com o meu desconforto.

Ela gostava de provocar, de me deixar no limite entre o controle e a rendição. E eu… eu acabei me rendendo.

Eu segurei o tornozelo dela com firmeza, mas sem brutalidade, e mantive o olhar fixo no dela.
— Não, Sara… não foi só para te olhar.
Puxei devagar suas pernas para o lado, libertando meu corpo daquelas armadilhas macias. Me inclinei para frente e fiquei a poucos centímetros do seu rosto.
— Foi por você. Mas hoje… quem dita o jogo sou eu.

Os olhos dela piscaram uma vez, surpresa. Um silêncio denso pairou no ar. Sara, aquela mulher que sempre soube manipular cada gesto, cada palavra, agora me observava com algo novo no olhar: expectativa.

Ela recostou-se no sofá com um leve sorriso, mas não disse nada. Era como se estivesse testando meus limites, mas ao mesmo tempo... entregando-se a eles.

— Você joga bem, Sara — continuei, deslizando os dedos lentamente pela lateral de sua coxa, sentindo sua pele quente sob o tecido leve do short. — Mas até os melhores precisam descansar de vez em quando. Deixar alguém conduzir.

Ela arqueou a sobrancelha, o sorriso sumiu, substituído por uma expressão séria, quase reverente.
— Está dizendo que posso confiar em você pra isso? — a voz dela, antes imponente, agora vinha suave, quase baixa.

— Não — respondi. — Estou dizendo que você quer confiar.

Ela respirou fundo. Era como se aquela mulher forte, de pele negra como a noite e corpo esculpido pelo tempo e pela experiência, finalmente deixasse cair a armadura. Seus ombros relaxaram. Seus olhos, antes escudos, agora eram janelas abertas.

Ela se inclinou, roçando os lábios no meu pescoço, e sussurrou:
— Então me mostra do que é capaz, Cláudio.

A partir dali, já não era mais o conforto do apartamento ou o quadro do gato que prendiam minha atenção. Era ela. Inteira. Poderosa até quando se rendia. E eu… estava completamente à mercê daquela entrega.

Me senti um homem livre naquele momento, onde eu podia ser eu mesmo e liberar as minhas vontades e desejos com quem me conhecia por inteiro. O beijo na boca de Sara foi demorado, apaixonado e quente.

Deslizei meus dedos até a sua vagina buquê estava completamente molhada, ela segurava no meu braço enquanto eu a acariciava lentamente, os seus olhos se fecharam e ela passava seus dedos pelo meu braço no mesmo ritmo que eu fazia movimentos circulares no seu clitóris.

Ela gemia baixo

-Eu sei que você só está brincando comigo, Sara, está tudo bem, mas saiba que eu não sou o homem indefeso que você pensa que eu sou - continuava a masturbá-la, agora com mais força.

Sara subiu no meu colo em seu sofá luxuoso, ela cavalgou sobre a minha rola, suas mãos arranhando meus ombros.

-Cláudio, isso não é certo - Ela falava enquanto gemia, ela pressionava seu corpo pra baixo com força e eu pra cima, podia sentir toda a minha extensão dentro de seu corpo.

Passamos a noite inteira juntos, algo que ela nunca fazia, ela sempre ia embora antes, mas o relacionamento dela parecia estar com problemas maiores do que no passado.

O silêncio que veio depois era espesso, confortável. O tipo de silêncio que só existe entre dois corpos que se conhecem demais.

Sara estava deitada sobre meu peito, os dedos traçando círculos preguiçosos na minha pele. O quarto estava penumbroso, iluminado apenas pelas luzes da cidade que entravam pela janela. Por um instante, pensei que ela havia adormecido. Mas então, sem se mover, ela disse:

— Eu vou me separar.

Minha respiração vacilou por um segundo. Ela não olhou para mim, apenas continuou com os dedos sobre meu peito, como se a frase fosse algo trivial. Como se dissesse que ia trocar as cortinas.

— É sério? — perguntei, com a voz baixa.

— Sim. Já tomei a decisão. Não faz mais sentido manter as aparências. Ele vive em outra realidade, e eu… estou cansada.

Agora ela me olhava. Os olhos escuros, intensos, carregados de uma sinceridade ensaiada.
— E eu quero você, Cláudio. Quero você mais presente. Cansamos de brincar de esconder, não é?

Assenti com um leve sorriso, passei a mão pelo cabelo dela.
— Você sabe onde me encontrar.

Ela sorriu de volta, satisfeita com minha resposta. Mas dentro de mim, o sorriso era outro. Eu conhecia Sara. Conhecia o tom calculado em sua voz, o tempo exato das palavras. Aquilo era mais uma peça do jogo.
Ela não ia se separar. Não ainda. Talvez nunca.

Sara precisava de mim naquele momento, como uma peça num tabuleiro que ela mesma organizava. E eu… eu fingia que acreditava, porque era mais fácil assim. Porque, no fundo, mesmo com todas as mentiras, eu também precisava dela.

Por agora, os dois estavam satisfeitos com a mentira bem contada.


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Ficha do conto

Foto Perfil raskcs
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Nome do conto:
A Psicóloga

Codigo do conto:
235105

Categoria:
Coroas

Data da Publicação:
07/05/2025

Quant.de Votos:
3

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