Um sábado, cerca de duas semanas depois, a oportunidade que eu tanto temia e desejava finalmente chegou. Meus tios tinham viajado para visitar uns parentes no interior, e meu primo estava na casa de um amigo, o que significava que a casa ficaria vazia por pelo menos um dia. Eu tinha planejado passar o fim de semana lá mesmo, como de costume, e Lívia, que também ficou, sugeriu que fizéssemos um “dia de preguiça” — só Netflix, pizza e relaxamento. O convite parecia inocente, mas o brilho nos olhos dela dizia outra coisa.
Cheguei à casa por volta do meio-dia, carregando uma mochila com roupas e meu laptop. Lívia já estava lá, descalça, vestindo um short de algodão que abraçava suas coxas grossas e uma regata solta que deixava à mostra a curva dos seios. Seus cabelos cacheados estavam soltos, e ela me recebeu com um sorriso que era metade acolhedor, metade desafiador.
— Tô pronta pra maratona, priminho. Escolhi uns filmes, mas se você quiser jogar aquele FIFA horrível, eu deixo — brincou, enquanto me guiava para a sala.
Eu ri, tentando ignorar o calor que já subia pelo meu corpo. — Netflix tá ótimo. Mas sem filme de terror, por favor.
Passamos a tarde no sofá, comendo pizza e assistindo uma série de comédia. O clima era leve, mas a proximidade dela — as pernas roçando nas minhas, o jeito como ela se inclinava para pegar a garrafa de refrigerante, deixando a regata deslizar um pouco — estava me deixando louco. Por volta das quatro da tarde, durante uma pausa na série, Lívia se virou para mim, os olhos castanhos fixos nos meus.
— Sabe, tava pensando na nossa conversa na garagem — disse ela, a voz suave, mas com um tom que fazia meu coração acelerar. — Você já pensou mais sobre... o que a gente falou? Sobre deixar as coisas fluírem?
Eu engoli em seco, sentindo o peso da pergunta. — Penso nisso todo dia, Lívia. Mas... sei lá, ainda fico com medo de bagunçar tudo.
Ela se aproximou, dobrando as pernas no sofá e ficando a poucos centímetros de mim. — Eu também. Mas, ó, a gente tá sozinho hoje. Ninguém vai aparecer, ninguém vai saber. Se a gente quiser... pode ser só nosso. — Ela passou a mão de leve pelo meu braço, o toque enviando uma onda de calor pelo meu corpo.
— O que você tá sentindo agora?
Eu respirei fundo, tentando organizar os pensamentos, mas a verdade era que meu corpo já tinha decidido. — Tô com vontade, Lívia. Muita. Mas... você tem certeza?
Ela sorriu, um misto de ternura e desejo. — Certeza. Mas a gente vai no nosso ritmo, tá? Se você quiser parar, é só falar. — Ela se inclinou, o rosto tão perto que eu podia sentir o calor da sua respiração. — Quer tentar?
Eu assenti, incapaz de resistir mais. Lívia tomou a iniciativa, fechando o espaço entre nós e me beijando. O beijo começou lento, quase hesitante, mas rapidamente ganhou intensidade, como se todo o desejo reprimido das últimas semanas estivesse se libertando. Suas mãos subiram pelo meu peito, enquanto as minhas encontraram a curva da cintura dela, puxando-a para mais perto. O corpo dela, quente e macio, era tudo o que eu tinha imaginado e mais.
— Vem — sussurrou ela, levantando-se e segurando minha mão, me guiando para o quarto dela.
Meu coração batia tão forte que eu mal ouvia meus próprios pensamentos. O quarto estava na penumbra, com a cortina filtrando a luz da tarde, e Lívia fechou a porta atrás de nós, o clique soando como um ponto final em qualquer hesitação.
Ela me puxou para a cama, sentando-se na minha frente e tirando a regata com um movimento lento, revelando os seios fartos que eu só tinha imaginado antes. Minha respiração ficou presa na garganta, e ela riu, claramente gostando da minha reação. — Tá gostando do que vê, priminho? — provocou, inclinando-se para me beijar novamente.
— Muito — consegui dizer, a voz rouca, enquanto minhas mãos exploravam a pele morena dela, descendo pela cintura até os quadris largos. Lívia gemeu baixinho quando meus dedos apertaram suas coxas, e o som me deixou ainda mais excitado. Ela puxou minha camiseta, jogando-a no chão, e começou a beijar meu pescoço, cada toque fazendo meu corpo inteiro reagir.
As coisas esquentaram rápido. Lívia deslizou o short e a calcinha, ficando completamente nua, a silhueta voluptuosa iluminada pela luz suave. Eu a puxei para mim, nossas bocas se encontrando em um beijo faminto enquanto ela se sentava no meu colo, as coxas grossas envolvendo minha cintura. Meus dedos traçaram cada curva do corpo dela, e quando ela começou a se mover contra mim, o atrito era quase insuportável.
— Calma, a gente tem tempo — sussurrou ela, mas o tom era tão provocador quanto excitado.
Ela desceu a mão até minha calça, desfazendo o botão com facilidade, e quando me tocou, soltei um gemido que não consegui segurar.
— Hmm, parece que você tá bem animado de novo — brincou, ecoando aquela manhã no colchão.
Eu ri, mas logo me perdi no ritmo dela. Lívia sabia exatamente o que estava fazendo, guiando cada movimento com uma confiança que só aumentava meu desejo. Quando finalmente estávamos completamente entregues, foi como se o mundo lá fora tivesse desaparecido. O calor dos nossos corpos, os sons abafados, a forma como ela se movia com uma mistura de urgência e controle — tudo era intenso, quase avassalador. Ela cravou as unhas nas minhas costas, sussurrando meu nome, e eu me deixei levar, cada toque nos puxando mais fundo.
Depois, deitamos exaustos, a respiração pesada, os corpos ainda entrelaçados. Lívia repousou a cabeça no meu peito, traçando círculos preguiçosos com os dedos.
— Então... valeu a espera? — perguntou, a voz rouca, mas com um toque de humor.
Eu ri, ainda tentando processar tudo.
— Valeu. Mas, Lívia... e agora? Como a gente lida com isso?
Ela levantou a cabeça, os olhos castanhos me encarando com uma mistura de carinho e determinação.
— A gente continua sendo nós. Isso é só nosso, tá? Ninguém precisa saber. Mas... se você quiser, pode rolar de novo. — Ela sorriu, mordendo o lábio. — Porque, ó, eu gostei bastante.
Eu sorri de volta, sentindo uma mistura de alívio e excitação.
— Também gostei. E, tá, vamos com calma, mas... quero mais.
Lívia riu, aconchegando-se contra mim.
— Combinado, priminho. Agora descansa, que a gente tem a casa inteira pra aproveitar até amanhã.
Naquela noite, enquanto dormíamos abraçados, eu sabia que tínhamos cruzado uma linha perigosa, mas com Lívia ao meu lado, parecia que valia o risco. O que viria depois, eu não sabia — mas, por enquanto, estávamos juntos, e isso era o suficiente.