Ali, eu aprimorava meu Muay Thai, MMA e o Boxe cubano que me fascinava — pés leves como sussurros, mãos rápidas como chicotes, sempre planejando dois golpes à frente. Ultimamente, porém, o espaço vibrava com a energia de Ana, minha namorada, que, impulsionada por sua dedicação à academia, começou a treinar em casa com meu mestre, Capoeira. Sua competitividade ardente transformava cada sessão em um espetáculo. Ana era uma tempestade. Seu corpo — braços e abdômen definidos, pernas grossas, bunda empinada — refletia anos de musculação, e agora ela queria dominar a luta. Duas vezes por semana, Capoeira, um baiano de dreads longos, músculos esculpidos sob a pele escura e cicatrizes que contavam histórias de velhas lutas, vinha ao nosso apartamento. Sua voz grave, suave como melaço, carregava autoridade enquanto guiava Ana por posturas e golpes no tatame.
O caso deles não era segredo. Ana, com um sorriso malicioso, contava tudo: “No tatame, ele me ensina a lutar. Fora, ele me pega com força.” A ideia dela dominando os dois terrenos fazia meu pulso acelerar, uma onda de excitação subindo pelo peito. O progresso dela era eletrizante. Em poucas semanas, os jabs de Ana cortavam o ar com um zuuum afiado, suas esquivas fluidas como as de uma dançarina. O quarto ecoava com o tac das luvas contra os alvos e os grunhidos baixos de aprovação de Capoeira. Eu observava, às vezes treinando junto, outras apenas absorvendo o ar carregado — seus sparrings uma dança de poder e desejo contido, o suor dela refletindo a luz fraca como orvalho, os dreads dele balançando enquanto corrigia sua forma com mãos calejadas. Numa noite abafada, Raul, um amigo de trabalho da Ana, que já havia comido ela, como descrevi em outro relato, apareceu. Lutador amador, alto, ombros largos e um jeito confiante forjado em sparrings. Agora, segurando uma cerveja gelada, a condensação pingando no tatame, ele se encostou na parede, os olhos brilhando de curiosidade sobre os treinos dela com Capoeira.
— Então, Ana, tá virando lutadora profissional? — provocou Raul, a voz grave, os lábios curvados num sorriso desafiador enquanto girava a garrafa.
— Quer descobrir? — retrucou ela, já amarrando as luvas, o som do velcro rasgando o ar.
Seus olhos faiscavam, a pele corada de um banho recente, exalando um leve aroma de loção de coco.
— Não chora quando eu te derrubar.
Eu ri, afundando num banquinho no canto já sabendo onde aquilo ia dar.
— Mostra pra ele, amor. Raul, se prepara pra apanhar.
Eles se posicionaram no centro, o tatame rangendo sob o peso. Ana ergueu a guarda, perfeita como Capoeira ensinava — alta, cotovelos colados —, o top e a legging abraçando cada curva, suor já brilhando na clavícula. Raul, sem camisa, a pele reluzindo sob a lâmpada, mantinha os braços soltos, instigando-a. Ana atacou primeiro, o jab cortando o ar com um sibilo, raspando a bochecha de Raul. Ele recuou, sobrancelhas erguidas, soltando um assobio baixo.
— Caramba, linda, tá afiada! — disse, revidando com um jab duplo, o ar estalando enquanto os punhos voavam.
Ana levantou os antebraços, absorvendo os golpes com um tum abafado. O quarto pulsava com o ritmo deles. Os golpes de Ana acertavam com estalos nítidos, a respiração saindo em arquejos curtos, enquanto o alcance maior de Raul a forçava a se esquivar, o rabo de cavalo chicoteando como um pêndulo. Ela cravou um direto no peito dele, o impacto ecoando com um som alto, arrancando um grunhido de Raul. Eu bati palmas, o som cortante no ar úmido, a garganta seca de empolgação.
— Isso, amor! Bota ele no chão! — gritei, a voz rouca.
Raul sorriu, reposicionando os pés, os músculos das costas flexionando como molas.
— Tá bom, agora é sério.
Ele avançou, os jabs um borrão, cada um zumbindo ao passar pela guarda de Ana. Ela se esquivava, mas Raul era experiente. Desviou de um cruzado, agarrou o braço dela e, com um giro suave, a fez tropeçar, caindo de joelhos no tatame com um chiado do material. Ele ofereceu a mão, o peito arfando, suor escorrendo pelas têmporas como riachos.
— Boa, Ana. Capoeira tá te deixando perigosa — disse, o tom mesclando respeito e um toque provocador, a respiração quente e pesada.
Ana se levantou, o peito subindo e descendo, o top colado à pele suada, delineando os mamilos endurecidos. Seus olhos ardiam de desafio, passando de Raul para mim, e o ar engrossou, pesado com um calor novo — como o instante antes de um trovão. O cheiro do suor dela se misturava ao perfume almiscarado de Raul, e meu pulso latejava nos ouvidos.
— Que tal uma aposta pra fechar? — disse Ana, com uma voz aveludada. — Se eu acertar um golpe bom na próxima, você me deve. Se eu perder, você escolhe a prenda.
Raul olhou para mim, buscando permissão. Eu assenti, recostando-me, o banquinho rangendo, a pele formigando de expectativa. Nossa dinâmica cuckold/hotwife vivia desses momentos, e eu já podia sentir o gosto da eletricidade.
— Fechado — disse Raul, a voz áspera. — Já vou pensando no que quero.
O segundo round foi uma fornalha. Ana atacava como um incêndio, os punhos rasgando o ar, cada erro sibilando de frustração. A legging grudava nas coxas, o suor escurecendo o tecido, os grunhidos dela crus e primitivos. Raul recuava, os pés descalços arranhando o tatame, bloqueando a enxurrada de golpes com facilidade, mas deixando brechas para provocá-la. De repente, Ana avançou e cravou um uppercut, a luva estalando contra o queixo dele com um crac seco. Não o derrubou, mas a cabeça dele pendeu, e ele riu, surpreso.
— Calma, calma! Já ganhou! — cedeu, rindo e esfregando o queixo, suor pingando no tatame como chuva.
O sorriso de Ana era selvagem.
— Quero minha prenda — perguntou, aproximando-se enquanto arrancava as luvas e jogava-as no chão, a respiração quente e entrecortada.
Sem esperar resposta, agarrou o pescoço de Raul e o puxou para um beijo, os lábios colidindo com um desejo úmido e faminto. As mãos de Raul encontraram a cintura dela, dedos cravando na pele escorregadia, puxando-a contra si. O quarto se encheu com o som das respirações pesadas e o leve ranger do tatame sob seus movimentos. Eu observava, a boca seca, o ar com gosto de sal e desejo. Ana interrompeu o beijo, os olhos travados nos meus, aquele brilho prometendo caos. Ela arrancou o top, o tecido se descolando com um farfalhar suave, revelando os seios reluzindo de suor, mamilos rijos como cerejas escuras. Raul prendeu a respiração e mergulhou, os lábios roçando o pescoço dela, deixando um rastro de calor enquanto chupava e mordiscava, os sons úmidos se misturando aos gemidos baixos de Ana.
— Vem mais perto, amor — murmurou ela, a voz densa de luxúria, enquanto os dedos de Raul lutavam com a legging ao descer pelas coxas, expondo a calcinha preta.
Ana caiu de joelhos no tatame, depois se inclinou para a frente, as mãos afundando no material, o cheiro de borracha subindo com o movimento. Raul se ajoelhou atrás, enganchando um dedo na calcinha e puxando-a para o lado, o tecido estalando de leve. Ele enterrou o rosto entre as nádegas dela, a língua trabalhando em lambidas lentas e deliberadas, os sons molhados e chupados ecoando obscenamente no silêncio.
Os gemidos de Ana ficaram mais agudos, os quadris se mexendo de prazer.
— Raul… porra… — ela arquejou, a voz falhando, os dedos arranhando o tatame.
Ele se levantou, arrancando os shorts e a cueca num só movimento, as roupas caindo com um tum abafado. O pau dele saltou livre, grosso e venoso, brilhando com pré-gozo sob a luz crua. Ana olhou para trás, os lábios entreabertos num sorriso faminto, e rastejou até ele, engolindo-o. Os sons molhados e rítmicos do boquete enchiam o quarto, a língua dela estalando audivelmente, os grunhidos graves de Raul vibrando no ar. Ela me olhou, olhos semicerrados, saliva reluzindo no queixo, me puxando para o momento como sempre fazia.Raul a guiou de volta para a posição de quatro, alinhando-se atrás dela. Cuspiu nos dedos, esfregando-os contra o cuzinho dela, o som escorregadio cortando os gemidos dela. Ele entrou devagar, o estiramento arrancando um arquejo agudo de Ana, o rosto se contorcendo entre dor e prazer. O tatame rangia enquanto ele começava a meter, cada estocada um tapa constante de pele contra pele, os gemidos dela subindo em tom, crus e sem freio, como uma música que eu já conhecia das vezes com Capoeira.
— Tá gostando, amor? — perguntei, a voz rouca, o ar com gosto de sexo e suor enquanto eu ficava sentado, o pau latejando contra os shorts.
— Tô amando… — ela ofegou, as palavras embolando enquanto Raul acelerava, as coxas flexionando, suor pingando nas costas dela como cera quente.
Ele a fodeu pelo que pareceram horas, a resistência de lutador incansável, o quarto uma sinfonia de tapas molhados, rangidos do tatame e os gritos de Ana. O corpo dela tremeu em um orgasmo, depois outro, os berros abafados enquanto mordia o lábio, o cheiro metálico do esforço denso ao nosso redor. Raul finalmente grunhiu, puxando o pau, gozando nas nádegas dela, os jatos quentes e pegajosos reluzindo na pele. Ana desabou, rindo ofegante, e rastejou até mim, a bochecha suada roçando meu colo, manchando meus shorts com o cheiro misturado dela e de Raul.
— Capoeira me ensinou a lutar, mas Raul… puta merda — disse ela, a voz crua, a risada borbulhando enquanto Raul se vestia, a respiração ainda pesada.
— Você é um perigo, Ana — disse ele, sorrindo, dando um tapa leve na bunda dela, o som nítido e familiar, como os gestos descontraídos de Capoeira pós-sessão.
Na porta, Raul apertou minha mão, o aperto firme, a pele ainda quente.
— Da próxima, quero ver ela me nocautear.
— Só com aposta — retruquei, rindo, enquanto os braços de Ana me envolviam, o corpo dela exalando calor.
Os treinos com Capoeira seguiram em casa, com Ana “participando” do jeito dela, sempre finalizando o mestre de formas que nenhum sparring podia igualar. Raul virou figurinha carimbada, desafiando Ana a provar suas habilidades, no tatame e fora dele. Ela nunca o derrubou, mas as noites de prenda — densas com os cheiros de suor, sexo e vitória — eram vitórias para todos nós. O tatame continuava sendo nossa arena, vivo com lutas, apostas e o caos sensorial que só Ana sabia incendiar. Justificativa do título "Fogo no Tatame": O título reflete a intensidade e a paixão que permeiam o conto, tanto na competitividade das lutas quanto na sensualidade das interações. “Fogo” captura a energia ardente de Ana, sua competitividade e desejo, enquanto “Tatame” ancora a narrativa no espaço central do treino e dos encontros, que é tanto literal quanto metafórico para as dinâmicas do casal.