Nosso próximo encontro foi diferente. Rogério sugeriu um lugar mais afastado — uma casinha simples, perto da praia, que ele tinha numa vila quase abandonada. Disse que lá ninguém atrapalharia, que seria “só a gente, sem relógio, sem pressa”. Nos encontramos na rodoviária, como dois cúmplices discretos. Ele estava de bermuda larga e camiseta regata, carregando uma mochila nas costas.
— Pronto pra sumir do mapa um pouquinho? — perguntou, com aquele sorriso de canto de boca.
— Se for contigo, tô pronto até pra mudar de nome — respondi, meio brincando, meio falando sério.
Pegamos um ônibus velho e fomos até o bairro afastado onde ficava a tal casinha. O lugar era simples, de ruas estreitas e calçadas irregulares. A casa ficava num beco de vila, meio escondida, com a pintura descascando e um portão de ferro que rangia ao abrir.
— Aqui ninguém enche o saco. Fica à vontade — disse, empurrando o portão.
Lá dentro, ele me mostrou os cômodos. Tudo estava empoeirado, abandonado, cheio de entulho. Mas havia um quarto nos fundos com menos bagunça. O chão era de cimento cru, e ali mesmo ele puxou uns papelões grandes que estavam encostados na parede.
— Isso vai servir... — murmurou, enquanto ajeitava tudo com calma.
Tirou da mochila duas toalhas e as estendeu sobre os papelões. Criou um espaço improvisado, rústico, mas íntimo. Começamos a tirar as roupas, pendurando num varal improvisado feito com um fio de varal velho e dois pregos na parede.
— Vai ficar tudo limpinho... só sujo de putaria — disse ele, com um sorriso safado.
Nos deitamos sobre as toalhas, nus, e sem cerimônia caí de boca naquela rola que eu já conhecia bem, mas nunca deixava de impressionar. Chupei com vontade, sugando devagar, sentindo o peso, o gosto, a pele quente. Ele gemia baixo, a mão na minha nuca guiando meus movimentos.
— Porra... tua boca é melhor que de muita mulher — sussurrava, entre dentes.
Depois ficamos de pé. Pedi a camisinha, mas ele me puxou pra um beijo forte, profundo, e começou a descer, lambendo meu corpo até chegar na minha bunda. Ajoelhou-se, afastou minhas nádegas e começou a chupar meu cuzinho com a língua áspera e quente, sem pressa. Eu gemia, perdendo o controle, mole, entregue.
— Tá tão gostosinho hoje... — murmurava, esfregando o rosto ali, barba raspando minha pele sensível.
Me encoxou na parede fria e, sem aviso, encostou a cabeça do pau na minha entrada. Tentei reagir.
— Pera... sem capa, Rogério?
— Fica tranquilo... só confia — disse, pressionando devagar.
A rola foi entrando, centímetro por centímetro, me rasgando, me preenchendo. Eu gemia, ofegava, agarrado à parede úmida, sentindo o calor e o peso daquela jeba bruta me invadir.
— Isso... abre esse cuzinho pra mim, vai... deixa entrar tudo.
A dor inicial logo deu lugar ao prazer. Quando ele sentiu que meu corpo tinha cedido, me puxou e me fez sentar sobre ele, montado, com a rola toda enterrada. Eu cavalgava com gosto, gemendo, os olhos fechados, o corpo inteiro quente de desejo.
— Rebola nessa pica, novinho... isso... mostra que aprendeu.
Depois me deitou de lado e me segurou pela coxa, me comendo com força, no ritmo certo. Aquele ângulo me atingia fundo — cada estocada me arrancava um gemido novo.
Gozei ali mesmo, sem tocar no meu pau, gemendo alto, sentindo o prazer me atravessar. E pouco depois senti ele gozar dentro, quente, profundo, jorrando tudo dentro do meu cuzinho latejando.
Ficamos deitados um tempo, ofegantes, suados, com os corpos ainda colados. Depois nos levantamos, tomamos um banho rápido num chuveiro improvisado do quintal, e seguimos até um bar próximo dali.
Sentamos na calçada, pedimos uma cerveja gelada, e ficamos ali, rindo, jogando conversa fora. Eu mal conseguia sentar direito — o cu ainda aberto, marcado, ardido daquele sexo bruto.
Mas por dentro, só uma certeza: eu queria mais.
O fim da tarde foi chegando devagar, tingindo o céu de laranja enquanto a brisa vinda da praia deixava o ar mais fresco. Rogério e eu ainda estávamos sentados no bar, dividindo a última cerveja. Falávamos pouco agora, como se as palavras tivessem perdido espaço pra tudo o que os corpos já tinham dito mais cedo.
— Tá sentindo o quê aí? — ele perguntou, com um meio sorriso, virando a garrafa.
— Uma mistura de dor e saudade antecipada... — respondi, sincero.
Ele riu, coçando a barba.
— Tu é diferente mesmo. A maioria vai embora calado, como se não tivesse acontecido nada. Mas tu... carrega no olhar.
— E você? Vai lembrar disso?
Ele me encarou por um segundo mais longo.
— Novinho como tu... difícil esquecer.
Pagamos a conta e fomos embora.
Bom conto.