Tudo começou nos churrascos de domingo. você sempre esteve lá, uma presença constante e barulhenta ao lado do meu pai, rindo das mesmas piadas velhas com uma cerveja na mão. para mim, você era só o “tio”, o amigo engraçado. mas algo mudou depois que fiz 26 anos. ou talvez eu que tenha mudado e comecei a notar.
Seus olhos não passavam mais por mim; eles paravam. demoravam-se nas minhas pernas quando eu usava um short mais curto, na curva do meu pescoço quando eu prendia o cabelo. seus abraços de “oi” e “tchau” ficaram mais longos, as mãos descendo um pouco mais nas minhas costas a cada vez.
Num sábado, meus pais saíram e você apareceu com a desculpa de que tinha esquecido o carregador na última visita. eu sabia que era mentira. a casa estava silenciosa, apenas nós dois. você me encontrou na cozinha, bebendo um copo d’água.
- Amanda!
Sua voz era mais grave sem o barulho da família ao redor. você se aproximou, me encurralando contra a pia. não de forma agressiva, mas definitiva. o cheiro do seu perfume amadeirado me invadiu.
- Você cresceu, hein? virou um mulherão. seu pai deve ter trabalho pra espantar os urubus
Ele sorriu, mas o sorriso não chegou aos olhos. o olhar dele estava fixo na minha boca. meu coração martelava contra as costelas, uma mistura de pânico e uma excitação que me fez sentir suja. e eu adorei.
- Não sei do que você está falando.
Minha voz saiu como um sussurro. foi a coisa mais estúpida que eu poderia ter dito.
- Sabe sim
Ele levantou a mão e, com as costas dos dedos, traçou uma linha do meu queixo até a base do meu pescoço. o toque era leve, mas queimava como fogo.
- Você sabe exatamente o que eu penso quando olho pra você. e sei que você também pensa nisso.
A sua confiança era irritante. e excitante. meu corpo inteiro estava tenso, uma corda de violino prestes a arrebentar. eu deveria ter empurrado você, gritado, corrido. mas eu fiquei ali, paralisada contra a pia fria, sentindo o calor do seu corpo na minha frente. sua respiração quente bateu no meu rosto, o cheiro de homem, de loção pós-barba barata e de algo mais… perigoso.
- Não minta pra mim, Amanda.
Ele disse, a voz baixa, quase um rosnado. sua mão que estava no meu pescoço deslizou para a minha nuca, os dedos se enroscando no meu cabelo e puxando minha cabeça levemente para trás, expondo minha garganta. um gesto de puro domínio.
- Nem pra você mesma.
E então sua boca esmagou a minha. não foi um beijo, foi uma tomada de posse. seus lábios eram firmes, exigentes. por um segundo, eu fiquei rígida, o choque percorrendo meu corpo. mas então sua língua invadiu minha boca, e foi como se um dique se rompesse dentro de mim. todo o medo, toda a negação, tudo se dissolveu em uma onda de puro desejo. uma mão subiu pela minha cintura, por baixo da blusa, a pele áspera dos seus dedos contra a minha. e eu não fiz nada para impedir. pelo contrário. eu me inclinei contra você, minha boca se abrindo para a sua, devolvendo o beijo com uma fome que eu nem sabia que existia. naquele momento, na cozinha dos meus pais, eu não era mais a filhinha do amigo do meu pai. eu era sua, estava entregue.
O beijo terminou tão abruptamente quanto começou. ele se afastou, apenas o suficiente para me olhar. seus olhos estavam escuros, famintos. minha respiração era um caos, meus lábios inchados e molhados dos seus. a mão que estava no meu cabelo apertou, não com dor, mas com uma possessividade que enviava um arrepio direto para o centro do meu ser.
- Chega de brincar na cozinha.
Não foi uma pergunta. foi uma ordem. Ele me puxou pela mão, me arrastando para fora da cozinha, através do corredor silencioso. eu tropecei nos meus próprios pés, a mente uma névoa de luxúria e adrenalina. cada passo era uma confirmação do que estava prestes a acontecer, um passo para longe da “boa menina” que meu pai pensava que eu era.
Ele me empurrou para o sofá da sala, me fazendo cair sentada. Ele não se sentou ao meu lado. ficou de pé, na minha frente, um predador avaliando sua presa. o controle na sua postura era absoluto. Ele me olhava de cima, um sorriso lento e malicioso se formando em seus lábios.
- Tire a blusa.
A ordem foi dita em voz baixa, quase casual. mas havia um fio de aço nela. meu cérebro gritou “não”, mas meus dedos, traidores, foram para a barra da minha blusa. eu hesitei por um segundo, olhando para você, buscando… não sei o quê. permissão? misericórdia? Ele apenas levantou uma sobrancelha, esperando. lentamente, eu puxei a blusa pela cabeça, o tecido raspando na minha pele sensível. o ar frio da sala atingiu meu sutiã, e eu me senti completamente exposta sob seu olhar.
- Boa menina!
Ele murmurou, e o elogio soou como a coisa mais suja e maravilhosa que eu já tinha ouvido.
Continua na próxima parte meus amores!
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Beijinhos
Sempre putinha...