Na penumbra do quarto, em uma noite de outono, Álvaro tomou a mão de Marta, os olhos dizendo mais que as palavras:
— Eu penso nisso há tempos — disse ele, num tom baixo, quase confessional. — Ver você explorando algo novo… comigo do seu lado. Dirigindo. Participando.
Marta sorriu. Havia algo libertador na proposta. Por anos, ela guardara fantasias em silêncio. Agora, sentia que era tempo de vivê-las.
Com cuidado, escolheram juntos um homem mais jovem — maduro o suficiente para compreender, novo o bastante para trazer intensidade. O nome dele era Daniel. Corpo atlético, olhar firme, sorriso que misturava respeito e malícia. A química entre os três foi imediata. Mas não se tratava de uma transgressão sem alma. Era uma dança com regras, combinada, consentida, desejada.
No fim de semana marcado, o ambiente era sutilmente preparado. Velas, vinho tinto, música em volume baixo. Marta vestia uma lingerie que misturava rendas e segurança — não para parecer jovem, mas para ser desejada como mulher inteira.
Daniel chegou e foi recebido com um olhar cúmplice de Álvaro, que dizia: “Ela é minha. Mas hoje, eu divido. Porque quero vê-la inteira.” Marta sentiu-se o centro de um ritual antigo, como se todos os seus anos de vida a tivessem preparado para aquela entrega.
Os corpos se aproximaram, primeiro com leveza. Beijos, toques, olhares. Álvaro guiava, com mãos firmes e voz baixa, sussurrando ao ouvido de Marta, incentivando-a, encorajando-a. Daniel a tocava com reverência, como quem decifra um segredo. Não havia pressa. Apenas tensão — aquela que faz o tempo desacelerar.
Naquela noite, Marta não apenas viveu suas fantasias. Ela se reencontrou. Descobriu que a maturidade não é o fim do desejo, mas seu auge. Que o prazer não se mede em juventude, mas em entrega.
E Álvaro, com olhos brilhando, soube que jamais amara sua esposa com tamanha intensidade