Fernando passou a ponta dos dedos pelo rosto da esposa, ainda em êxtase, e então olhou para Rafael. Ambos estavam em silêncio, os olhos dizendo mais do que qualquer palavra. Não havia disputa, nem ciúme. Havia respeito e tesão mútuo. Eles eram dois homens diferentes, unidos pelo desejo de fazer aquela mulher se sentir completamente entregue.
Rafael retirou a camisa com movimentos lentos. Seu corpo era firme, o abdômen levemente marcado. Fernando o observava com atenção, e quando o outro homem baixou a calça de linho e ficou nu, não desviou o olhar. O membro ereto de Rafael surgiu com naturalidade — grosso, pulsante, com veias salientes. Era como Marina imaginara… ou melhor.
Ela se ergueu sobre os cotovelos, ainda ofegante.
— Quero tocar vocês dois… — disse, com um sorriso leve, os olhos úmidos de desejo.
Fernando se deitou ao lado dela, e Marina o beijou com intensidade, sentindo o gosto do próprio prazer em seus lábios. Depois virou-se para Rafael e o puxou para junto de si. Com uma mão, acariciava o peito do marido; com a outra, envolvia o membro do convidado.
— Quero vocês em mim… os dois.
Rafael a deitou de costas e se posicionou entre suas pernas. Passou a glande pela entrada úmida e quente, sem apressar. Marina gemeu e puxou Fernando para junto de si, beijando-o enquanto sentia o outro homem deslizar para dentro dela com uma lentidão deliciosa.
A penetração era profunda, compassada. Rafael a olhava nos olhos, com cuidado e intensidade. Fernando, ao lado, beijava seu pescoço, seus seios, e então desceu os beijos até chegar à barriga e depois à virilha. Seus lábios encontraram a base do membro de Rafael enquanto este penetrava sua esposa — e ali, naquele ponto de encontro entre os dois, Fernando ousou mais.
Passou a língua suavemente pela junção dos corpos. Marina arfou. Rafael também. Fernando estava excitado — e não só pelo prazer da esposa. Havia algo novo ali… algo masculino, cru, e, ao mesmo tempo, íntimo.
Rafael diminuiu o ritmo e se inclinou para trás. Marina se sentou e ficou de joelhos na cama, entre os dois homens. Seus olhos dançavam de um para o outro. Ela os tocava alternadamente, beijava, acariciava, guiando-os com a firmeza de quem finalmente entendia o poder que tinha.
Fernando a deitou de lado e se posicionou atrás dela, enquanto Rafael ficou à sua frente. Eles a envolviam como num abraço, dois corpos unidos pelo prazer de dar prazer.
O momento seguinte foi um pacto silencioso. Fernando segurou o quadril da esposa e a penetrou por trás, devagar, enquanto Rafael se posicionava à sua frente, e Marina o recebia com a boca, faminta, entregue. O vai e vem dos corpos, o som da pele, os gemidos abafados, criavam uma dança erótica e perfeita.
Fernando, tomado por uma coragem inesperada, passou a mão pelas coxas de Rafael. Primeiro como um gesto de apoio… depois como curiosidade. Tocou o quadril, a pele quente, e seus dedos roçaram o saco escrotal do outro homem. Rafael retribuiu com um gemido rouco.
Marina, no meio dos dois, sentia-se como um altar de desejo. Ela sabia que havia cruzado um portal. E não queria mais voltar.
Fernando olhou para Rafael e murmurou:
— Quero te sentir também.
Os olhos do massagista se acenderam. Marina os observava, a boca entreaberta, os seios arfando. Viu Fernando ajoelhar-se diante de Rafael e, pela primeira vez, envolver o membro dele com a boca. Não era apenas curiosidade — era entrega. Era liberdade.
Rafael apoiou a mão na nuca de Fernando e o guiou com delicadeza, enquanto Marina se tocava, assistindo à cena com os olhos arregalados, o corpo pulsando de novo.
Aquela noite já não tinha dono. Era dos três. E o prazer não seguia mais roteiro algum.