A aposta



Esse dia eu não esqueço, não pelo que vi, mas pelo que neguei a ver.
?Amarildo e eu éramos unha e carne desde a infância, e ele sempre teve aquela franqueza que, às vezes, machucava, mas que eu sabia que vinha de um lugar de pura lealdade. Um dia, ele me puxou de lado no bar, a voz baixa e a testa franzida.
?“Eliezer, meu irmão, chega aqui , preciso falar um negócio sério contigo sobre a Rosa.”
?Eu ri, acendendo um cigarro. “Lá vem. O que a minha esposa aprontou, Amarildo?”
?Ele engoliu em seco. “Eu a vi, Zé. Ontem, na saída do mercado,.Ela entrou num carro preto, com um cara que definitivamente não era eu, nem você, nem o vizinho. Eles riram, e eles pareciam… bem íntimos.”
?Senti um calor subir pela minha nuca, mas o afastei com uma gargalhada forçada. “Tá vendo assombração, Amarelo. Rosa é uma santa, meu chapa. Minha esposa é a honestidade em pessoa. Deve ter sido um mal-entendido, um colega de trabalho, sei lá!”
?Amarildo me olhou com uma tristeza que me irritou. “Pode ser, mas só te conto porque me importo.”
?A conversa me remoeu. Não pela desconfiança em Rosa, que era nula, mas pela teimosia do meu amigo.
Entre mais alguns goles de conhaque, e para provar que ele estava errado e, quem sabe, dar uma lição de moral nele, bolei uma aposta estúpida, dessas que só a cachaça e a masculinidade ferida concebem.
?“Beleza,” eu disse, batendo na mesa. “Vamos fazer um teste. Domingo que vem, churrasco lá em casa. Você vai dar em cima dela, Amarelo. Se a Rosa ceder, se ela der trela para você, eu pago uma rodada de cerveja na hora, e você estava certo. Se ela te der um fora, um coice, você me paga , e me deve um pedido de desculpas por ter duvidado da minha mulher.”
?Amarildo hesitou: Que isso cara, que loucura! Eu sou teu amigo. mas sob meu olhar provocador logo aceitou. Aquele era o meu erro capital. Eu estava tão seguro da santidade de Rosa que apostei meu casamento num jogo de azar.
?O domingo chegou com cheiro de picanha e cerveja gelada. Eu bebi como se fosse a última ceia, enchendo a cara para criar o cenário perfeito para o meu triunfo. Por volta das seis, o mundo começou a girar, as vozes ficaram abafadas, e a última coisa que lembro foi Amarildo e Rosa, juntos, me apoiando até o quarto. "Perdeu de novo pro álcool, Eu disse a ele pra pegar leve, mas não aprende." ouvi Rosa murmurar, e então, o breu.
?Acordei com uma sede de rachar a boca e a bexiga explodindo. A luz do corredor estava acesa, e um sussurro estranho vinha da sala. Meu cérebro, lento e dolorido, processou a informação: a sala ficava logo ali.
?Levantei devagar, o corpo pesado, o mundo ainda balançando. Abri a porta do quarto apenas o suficiente para que meus olhos alcançassem a fechadura. Através daquele minúsculo buraco, meu mundo desabou.
?A cena era iluminada pela luz fraca da sala. Amarildo estava com Rosa. Eles estavam agarrados no meu sofá, a centímetros de distância de onde eu passava todas as noites vendo TV. Rosa, que momentos antes era a "santa", estava com os cabelos bagunçados, a respiração ofegante, desinibida . Não era só a bebida que havia deixado assim; era o desejo. Eram as mãos dele na cintura dela, as mãos dela afundadas na nuca dele. Eram beijos longos, desesperados, de quem não precisava de desculpa para se encontrar. Ele estava fodendo minha Rosa, não precisava tanto! Ele podia ter parado em algum momento, mas lá estava ele , deixando ser chupado por ela, sem nenhum pudor. Rosa chupava o pau de Amarildo sem nenhuma vergonha, percorria com maestria todo o perímetro, desceu até o saco dele, colocava suas bolas na boca, babava. Amarildo sempre cochichava algo em seu ouvido, então Rosa se colocava em alguma posição diferente , e ele indiferente doida minha Rosa, na minha sala. Já está prestes a gozar, e eu não estava preparado para aquela cena. Voltei para a cama e me sentei.
?Meu estômago se revirou, e a única coisa que me salvou de vomitar e dar o flagra foi o choque. a aposta, a lealdade, tudo explodiu. A dor não era de raiva, era de humilhação e de uma cegueira autoimposta. Eu defendi a mentira com todas as minhas forças. Eu forcei o meu amigo a provar que eu estava errado, e ele o fez, com a minha esposa, na minha casa.
Voltei até a porta.
?Fiquei ali, imóvel, até eles se afastarem, Rosa limpando o canto da boca e ajeitando a blusa, Amarildo se limpando com um lenço umedecido. Vi a cumplicidade nos olhares deles, a química que o meu alcoolismo tinha ignorado por anos.
?Voltei novamente para a cama, e fechei os olhos. Deixei o silêncio da noite engolir os sons da traição. O bêbado da sala havia desvendado o segredo que o marido sóbrio se recusava a enxergar.
?Eu enviei um valor e o comprovante bancário a Amarildo, pra pagar a rodada de cerveja e claro, que está era a forma de eu dizer a ele que eu tinha assistido tudo e que ele tinha razão, minha doce Rosa nao era quem eu imaginava. Não houve brigas, nem gritos naquela manhã. Houve apenas a certeza fria de que a Rosa era tudo, menos santa, e que eu era apenas mais um corno, que precisava de um buraco de fechadura para ver o que estava acontecendo na minha própria sala, e me manter calado.
Amarildo, tentou me ligar várias vezes durante o dia. Rosa havia saído bem cedinho para o trabalho, deixando apenas o aroma de sua loção, e eu, eu só que ria ficar só, e em silêncio, observando a sala, agora vazia!

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Ficha do conto

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Nome do conto:
A aposta

Codigo do conto:
246593

Categoria:
Traição/Corno

Data da Publicação:
07/11/2025

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3

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