Eu me lembrava de tudo: de como ela me acolhera quando meus pais morreram, ainda criança; das noites em que ela me contava histórias até eu dormir; do jeito carinhoso com que me corrigia, me orientava, me abraçava. Ela fora mais do que madrinha — fora mãe, confidente, e agora… agora era o meu desejo mais proibido. Tudo aquilo só aumentava o tesão. Eu queria retribuir, queria possuí-la como forma de gratidão, de entrega total.
Finalmente, o dia chegou. Tarcísio partiu cedo para o aeroporto, mala na mão, beijando Ângela na testa como se fosse uma viagem qualquer de negócios.
— Se comportem, hein? — brincou ele, com aquele tom que eu já conhecia, mas que na época ainda achava normal.
— Claro, amor. Aproveite a viagem — respondeu ela, sorrindo docemente.
Assim que a porta se fechou e o carro dele sumiu na rua, o ar da casa mudou. Ficou mais pesado. Eu desci para o café da manhã tentando parecer casual, mas o coração já batia forte.
E lá estava ela.
Ângela na cozinha, de costas para mim, preparando o café. Mas não estava de robe ou pijama como de costume. Não. Ela usava um biquíni vermelho minúsculo — daqueles que mal cobrem o essencial —, com uma saída de praia transparente por cima que não escondia absolutamente nada.
O tecido fino colava no corpo ainda úmido do banho matinal, marcando os seios fartos, os mamilos endurecidos pelo ar condicionado, a curva da cintura, o volume da bunda empinada enquanto ela se inclinava para pegar algo na geladeira.
Eu parei na porta, sentindo o pau endurecer na mesma hora.
— Bom dia, meu afilhado — disse ela, virando-se com um sorriso inocente, como se estivesse vestida para uma missa. — Dormiu bem?
— B-bom dia… dormi sim — gaguejei, sentando-me rápido à mesa para esconder a ereção crescente.
Ela se aproximou trazendo a jarra de suco, e a saída de praia se abriu um pouco mais. Eu via tudo: as laterais dos seios quase escapando do top, a barriga, a parte de baixo do biquíni afundando entre as coxas grossas, marcando o contorno da buceta que eu conhecia tão bem. O cheiro do protetor solar misturado com o perfume dela invadiu minhas narinas.
Ela se sentou à minha frente, cruzando as pernas devagar, e começou a comer uma fatia de mamão como se nada estivesse acontecendo. Mas eu sabia que era de propósito. Cada movimento era calculado: o jeito como lambia o suco que escorria dos lábios, como se inclinava para frente fazendo os seios quase saltarem, como passava a mão distraidamente na coxa, subindo perigosamente perto da virilha.
Eu fingia olhar para o celular, para o jornal na mesa, para qualquer coisa que não fosse ela. Mas meus olhos traíam, desviando a cada segundo. Via os mamilos pontudos roçando no tecido, via o tecido fino da calcinha marcando os lábios inchados, via gotinhas de suor escorrendo pelo decote. Meu pau latejava tanto que doía.
— Tá quente hoje, né? — comentou ela, casualmente, abanando-se com a mão. — Acho que vou aproveitar a piscina depois do café. Você vem comigo, Cláudio?
Eu engoli em seco, a voz saindo rouca:
— Claro… por que não?
Ela sorriu de canto, aquele sorriso que prometia tudo.
As primeiras horas da nossa “liberdade” tinham começado, e eu já sabia que não ia aguentar muito tempo fingindo que não via nada.