Para sempre: Meu pai, meu homem ( Parte 3)



Depois daquela noite, passei a cuidar mais da casa e dele, como um pedido de perdão silencioso por ter ido embora, alias, não era por eu ter ido,até porque era o que ele queria que eu fizesse,mas por não ter sido mais presente.

Resolvi sair na manhã seguinte, coloquei um vestido salmão para ir na cidade alta, na parte da cidade onde tinha o comércio,escolas, posto. Meu pai morava numa parte mais afastada da cidade. A cada esquina, uma lembrança. A cada voz, um pedaço da minha juventude.

Na vendinha de seu Nestor, o cheiro de café torrado se misturava ao das prateleiras de madeira antiga.Entrei devagar, cumprimentando a todos que passavam por mim, até ser reconhecida.

— Mas não é a filha de Berto, lá do sítio dos Pereiros? — disse seu Nestor, abrindo um sorriso sem dentes.
— Oi, seu Nestor!! sou eu mesma
— Faz tempo que não vem, hein? — disse seu Nestor
— Pois é… — respondi, um pouco constrangida.
— Vim passar uns dias com meu pai

Enquanto falamos de amenidades, eu puxei um assunto com cuidado:

— Seu Nestor… o senhor conheceu uma mulher chamada Alzira?

O velho parou, ajeitou o chapéu.

— Alzira… a costureira? Conheci, sim. Boa mulher. Teu pai e ela foram uma coisa bonita de ver. Pena que o destino… — ele coçou o queixo — ou a teimosia, os separou né?

.Me aproximei, curiosa.

— Como assim? perguntei
— Seu pai era homem direito demais. Ficou viúvo, novo ainda, e aquela moça gostava dele. O povo comentava, aquela fofoca de esquinaEle podia ter sido feliz.Mas preferiu a solidão, disse que não queria confundir a sua cabeça, que tinha o dever de cuidar de você. Alzira esperou um tempo, depois foi embora pra alguma cidadezinha daqui das redondezas e nunca mais voltou.

Deixei a venda, e no caminho passei pela minha antiga escola, onde estudei na juventude. O portão de ferro ainda rangia igual. Entrei e encontrei dona Clementina, a antiga diretora, agora com os cabelos totalmente brancos e um olhar doce de quem já vira muitas gerações passarem.

— Rosana, que surpresa, menina! — disse ela, emocionada. — Quanto tempo!
— Pois é, dona Clementina. Tô de visita. Vim ver meu pai.
— Ah… seu Roberto. Homem bom, sofrido. Deus conserve.
— Me diga uma coisa, teu pai ainda guarda aquelas mãos calejadas?

Sorri e respondi:
— Mais do que nunca.
— Pois eu nunca esqueci… foi ele quem consertou a cerca do colégio numa época de seca brava, lembra?

Foi aquele ano em que faltava tudo.

— Mais ou menos. Faz muito tempo. respondi
— A gente fazia o que podia, mandava lanche pros alunos, mas ele… — ela fez uma pausa, o olhar perdido.
— Depois eu soube, por um vizinho, que ele ficava sem comer pra deixar sobrar feijão pra você e sua mãe.

Baixei o olhar, sentindo o ar rarefeito.A diretora continuou, num tom leve, como quem não percebe o impacto das palavras:

— Nunca esqueço disso. Um homem que tinha pouco, mas dava o melhor pedaço da vida dele pra ver a filha estudar. Isso é amor, minha menina. Do tipo que a gente quase não vê mais.

As palavras ficaram vibrando dentro de mim como o som distante de um sino. Na memória, flashes de infância e adolescência começaram a ganhar novo significado: O prato de comida que parecia mais cheio do que o do pai, o rádio que “pifara” de repente, o jeito como ele dizia “não precisa se preocupar comigo” toda vez que o almoço era curto.

Voltei para casa, arrumei a casa, preparei a janta, e depois fui me trocar, tirei a roupa, coloquei um roupão branco pra ir tomar meu banho. Antes de ir, fui procura-lo para avisar que já tinha comida na mesa.

Encontrei ele sentado no alpendre, o rádio desligado, as mãos cruzadas sobre o joelho.

— Pai!!?

Ele virou de lado, me olhou e perguntou o que eu queria

— Só pra avisar o senhor que a comida ta pronta. Vou tomar meu banho, ta bom!?
— Hum..ta certo.

Após meu banho, de jantar e conversar com meu marido pelo telefone, volto a procurar meu pai. Ele estava no mesmo lugar.Agora sentado na cadeira de madeira. Eu puxo uma outra cadeira, sento ao lado dele.

Eu já estava vestida com roupa de dormir, uma camisola marrom de renda.E ele com uma camisa branca da prefeitura e bermuda jeans azul.O céu da cidade estava largo, cheio de estrelas.

Me aproximei, cruzei as pernas colocando minhas mãos sobre a coxa.

— Fui à cidade hoje — disse.
— É, eu percebi? — ele respondeu, sem olhar.
— Encontrei seu Nestor. E dona Clementina

Ele se mexeu na cadeira.
— E o que é que esse povo andou dizendo?
— Que o senhor vendeu o rádio pra comprar coisa pra casa
— Besteira, menina. Aquilo nem prestava mais.
— E que ficou sem comer na seca pra sobrar pra gente.

Ele respirou fundo.Não respondeu.Apenas olhou pra frente, pros montes escuros, e disse, depois de um longo silêncio:


— A gente faz o que tem que fazer. O resto… o resto não precisa ser contado.

Eu segurei o choro, mas minha voz veio leve, trêmula:


— Pai… o senhor devia ter contado.
— Contar pra quê, filha?
— Pra eu saber pelo o que o senhor passou

Ele virou o rosto na minha direção — os olhos marejados, brilhando na penumbra.

— Eu não queria que você me visse como um coitado.

Pousei a minha mão sobre a dele, num gesto simples, mas cheio de significado.

Naquele toque, vi o velho estremecer — como se uma rachadura se abrisse, devagar, dentro dele

— Coitado!? Como o senhor é bobo, nunca pensaria algo assim.

Tentei trazer algum conforto a ele e assim a noite seguiu em silêncio com nós dois ali, sozinhos, abraçados. Só queria que ele sentisse que eu estava ali, com ele e pra ele.

Repousei minha cabeça no peito dele enquanto seus braços me envolviam. Com uma das mãos ele massageava minha cabeça. Os dedos dele iam se entrelaçando lentamente pelos fios do meu cabelo e aquilo me fazia sentir relaxada e protegida.

Aos poucos os olhos foram pesando, o cheiro do peito dele agia como um sonífero e não me furtei de elogiá-lo

— Que cheiro gostoso o senhor tem pai, ta me dando sono rsrs
— Só não dorme, porque não sei se consigo te levar pra cama como fazia antigamente
— Espera ai!? será se eu entendi bem? O senhor não ta me chamando de gorda não né pai!? falei brincando
— Claro que não minha filha. É que você cresceu, ta um mulherão.

Eu dei um leve sorriso

— É eu cresci um “pouco” nesses ultimos dez, quinze anos rsrs
— Um pouco é!?..nem parece aquela menina mirradinha que saiu daqui. Olha o tamanho dessas coxas!?

Ele disse aquilo enquanto dava uma apertadinha nas minhas coxas.Olhei aquela mão pesada sobre minha coxa e depois levantei minha cabeça levemente o suficiente para afastar do peito dele e olhar para o rosto dele e falei:

— Isso é fruto de uma boa alimentação e academia

Ele me olhou e só disse: “hum”

— Quem sabe eu não leve o senhor um dia pra uma!?
— Eu!? não, tou bem aqui.
— Bem é!?

Então comecei a apalpar o antebraço dele, e fui subindo até a região do biceps.

— Olha ai, os braços moles rsrs
— Será se tem jeito isso!? perguntou
— É claro que tem. O senhor só precisa ser cuidado.

De repente algo ficou estranho, ficamos nos encarando, eu com a mão no braço dele, quase na altura do ombro. E ele ainda segurando minha coxa enquanto me olhava profundamente, parecia até que queria me dizer algo. Então para aliviar o clima brinquei novamente, agora colocando a mão sobre a barriga dele.

— Vamos dar um jeito nessa barriguinha rsrs

Ele olhou para minha mão e colocou a dele sobre ela dizendo

— Também ta assim por que comi sua comida a pouco tempo
— Não vem não. Minha comida não tem nada a ver com isso rsrs
— É sério! desde que você veio morar aqui que eu me acabo de comer bem
— Pai, deixa de conversa que o senhor já tinha essa barriga antes disso.

O clima estranho se dissipou, ficamos rindo até perceber que já era tarde da noite e resolvemos entrar. Fui dormir lembrando daquele momento. Adormeci com sorriso no rosto lembrando do elogio que ele fez sobre ta comendo bem desde minha chegada. Era isso que eu queria, que ele se sentisse bem novamente.

Foto 1 do Conto erotico: Para sempre: Meu pai, meu homem ( Parte 3)


Faca o seu login para poder votar neste conto.


Faca o seu login para poder recomendar esse conto para seus amigos.


Faca o seu login para adicionar esse conto como seu favorito.


Twitter Facebook



Atenção! Faca o seu login para poder comentar este conto.


Contos enviados pelo mesmo autor


249426 - Meu pai, meu homem ( Parte 2) - Categoria: Incesto - Votos: 10
249420 - Para sempre: Meu pai, meu homem ( Parte 1) - Categoria: Incesto - Votos: 12

Ficha do conto

Foto Perfil h2felix
h2felix

Nome do conto:
Para sempre: Meu pai, meu homem ( Parte 3)

Codigo do conto:
249464

Categoria:
Incesto

Data da Publicação:
17/12/2025

Quant.de Votos:
3

Quant.de Fotos:
1