Eu e Daniel estávamos no meio do oceano de gente, nossos corações cheios de fé e alegria, mas também de um tesão que crescia a cada passo, um desejo que parecia tão intenso quanto a própria energia do evento.
Nossas mãos estavam dadas, e o aperto dele dizia tudo: estávamos conectados em corpo e espírito, mesmo ali, em meio a milhares de pessoas.
A cada aceno, cada glória, eu sentia o corpo de Daniel perto do meu, e o calor da nossa intimidade se acendia.
Meu olhar encontrou o dele, e a cumplicidade era um convite mudo. A ideia me atingiu de repente, ousada e inusitada.
"Amor," sussurrei, puxando-o para mais perto em meio à massa humana. "Preciso ir ao banheiro. E você vem comigo." Meu tom não deixava dúvidas sobre a urgência que me consumia.
Ele sorriu, aquele sorriso que sabia todos os meus segredos, e me guiou habilmente para fora da multidão, em direção à fileira de banheiros químicos.
O cheiro não era dos melhores, a luz era pouca, mas para nós, naquele momento, seria um santuário. Encontramos um vago e entramos, fechando a porta com um "clac" que abafou o som da marcha.
A escuridão e o espaço apertado só aumentavam a adrenalina. Mal cabíamos ali dentro. Nossos corpos se chocaram, e a risada nervosa escapou dos meus lábios, misturada com o desejo incontrolável.
Daniel me olhou com olhos famintos, e eu sabia que não havia tempo a perder.
"Senta no vaso," pedi, já me apressando em me livrar da minha roupa e do meu short. O banco sanitário, um tanto instável, seria nosso altar.
Ele obedeceu, e eu, sem hesitar, subi em seu colo, virando-me de costas para ele, minhas pernas envolvendo sua cintura, sentindo sua ereção dura contra minha intimidade.
Com um suspiro que foi um misto de alívio e urgência, o recebi dentro de mim.
O pênis pulsando preencheu-me por completo. Aquele ato, tão físico e urgente em um lugar tão improvável, parecia amplificar a nossa conexão. O balanço do banheiro químico, o som abafado da música lá fora, tudo se misturava à nossa própria sinfonia de paixão.
Comecei a me mover sobre ele, sentindo a profundidade e o calor de cada estocada. Meus gemidos eram contidos, mas a cada movimento do meu corpo, a cada suspiro abafado de Daniel, a certeza da nossa entrega se tornava mais forte.
Ele agarrava minha cintura, me puxando para mais perto, o ritmo se tornando frenético. Meus músculos se contraíam ao redor dele, e eu sentia a tensão em seu corpo, a iminência do seu clímax.
O prazer se acumulava, uma onda que me arrebatava. Eu senti o corpo de Daniel tensionar, um gemido rouco escapando de sua garganta, e então, a explosão. A onda quente e espessa da sua ejaculação profunda e abundante encheu o meu interior.
Era a entrega total, o selo da nossa paixão, a prova de que em nosso casamento, não havia fronteiras para o amor, mesmo no mais inusitado dos lugares.
Ele me apertou forte, nossos corpos ainda conectados, o prazer reverberando em cada célula. Ficamos assim por um momento, a respiração ainda ofegante, sentindo a plenitude daquele instante roubado. Não havia culpa, apenas a certeza de que a intimidade do casamento é um presente divino, a ser celebrado em todas as suas formas.
Ajustamos nossas roupas rapidamente, um sorriso secreto em nossos lábios. Saímos do banheiro químico, voltando para o meio da multidão como se nada tivesse acontecido.
Mas, por dentro, carregávamos um segredo doce e sagrado, a lembrança daquela benção escondida na Marcha para Jesus, que nos uniu ainda mais em corpo, alma e espírito. Aquele louvor agora soava ainda mais poderoso, preenchido com o eco da nossa paixão.
Meu senhor...