Ele era exatamente isso. O Negão do bairro. Todo mundo sabia quem era. O tipo que chega no bar e todo mundo abre espaço. Sarado, tatuagem no braço, boné aba reta, casado. Eu olhava de canto, fingindo que não, mas sentia o olhar dele me atravessando. Sempre aquele olhar curto, certeiro, como quem já tinha me desnudado por dentro.
Naquela noite, no bar, ele entrou como se fosse dono do lugar. Pediu cerveja, acendeu cigarro, ficou encostado no balcão. E eu? Fingindo ver o jogo na TV, mas com um frio na barriga e a nuca queimando de tanto sentir o olhar dele.
No banheiro, quando a porta fechou atrás de mim, eu sabia. O cheiro dele tomou conta: cigarro, desodorante barato, suor fresco. O corpo dele chegou perto, quente, sem espaço pra fugir. Ele falou baixo, mas sem deixar margem:
— Já sei qual é a tua.
Fiquei mudo. Só respirei fundo. Minha respiração pesada já denunciava.
Ele riu de canto, aquele sorriso de malandro que não precisa provar nada.
— Essa tua bunda não engana, parceiro. Tu nasceu pra sentar numa rola de negão.
Na hora, senti um nó no estômago. Vergonha, tesão, raiva de mim mesmo. Mas minhas pernas tremeram. Eu não respondi. Baixei o olhar. E foi aí que ele entendeu tudo.
— Sabia… — ele soltou a fumaça devagar na minha cara. — Tu finge ser macho, mas vive sonhando em ser arrombado.
A mão dele pegou meu braço forte, seco, sem cerimônia. O toque quente, pesado, que me deixou sem reação.
— Bora, — ele disse, rosnado baixo. — Vou te mostrar o que tu procura.
Meu coração disparou. Eu podia ter dito não, mas não disse. Porque no fundo era tudo que eu queria. E sabia: dali pra frente, não tinha volta.
Ele me puxou pelo braço no bar como se fosse dono de mim. Não perguntou nada, não deu tempo de pensar. Eu só segui. O coração disparava, porque eu sabia o que significava dois caras sumirem juntos assim. O banheiro era pequeno, luz fraca, cheiro de mijo e desinfetante barato. Ele encostou na pia, tragou o cigarro e ficou me encarando, calado. O barulho da música vinha abafado pela porta, mas ali dentro parecia outro mundo.
— Achou que tu ia fingir até quando? — ele falou baixo, soltando a fumaça na minha cara.
Minha boca secou. Eu tentei disfarçar.
— Não sei do que cê tá falando.
Ele riu, aquele riso curto de quem já sabe a resposta.
— Sabe sim. — E balançou a cabeça. — Essa tua bunda grita, parceiro. Não nasceu assim à toa.
Meu rosto esquentou na hora. Tentei desviar o olhar, mas a vergonha só deixava mais óbvio. Eu me sentia exposto, nu, mesmo de roupa. Ele deu um passo à frente, o corpo sarado invadindo meu espaço. O cheiro dele me cercou: cigarro, suor fresco, desodorante simples. Pesado. Quente.
A mão dele foi direto na minha cintura e desceu até meu rabo. Apertou forte, como quem segura algo que já é dele.
— É isso que eu gosto. — disse com voz grossa. — Bunda de macho. Grande, carnuda, feita pra segurar tora de cavalo.
Engoli seco. O toque dele era firme, sem carinho, mas era exatamente isso que me desmontava. Eu tremia, mas não recuava.
Ele colou a boca no meu ouvido.
— Mulher nenhuma aguenta a rola que eu carrego. Só macho de verdade. Macho com rabo grande, igual o teu.
Meu coração batia descompassado. O sangue corria quente, o corpo inteiro em alerta. Meu pau pequeno, encolhido, latejava dentro da cueca, inútil, e eu sabia que não era isso que ele queria. Ele nem olhou. Nem tocou. Só me reduzia ao que importava pra ele: boca e bunda.
— Tu posa de heterozinho, mas eu vejo tua fome. — ele sussurrou. — Quer ser aberto. Quer engolir rola.
Meus olhos ardiam de vergonha, mas meu corpo respondia por mim. O silêncio era minha confissão.
De repente, ele me empurrou contra a parede. Não com brutalidade gratuita, mas com o peso de quem sabe que pode. Segurou meus pulsos acima da cabeça, prendeu. O cigarro caiu no chão, esquecido.
— Tu sabe o que me dá tesão? — perguntou, a voz rouca. — O fato de eu ser casado. Ter mulher em casa, filho pequeno. E tá aqui agora, com um macho normativo, rabo empinado, pronto pra ser usado.
Eu fechei os olhos. O corpo queimava, mas não de medo. Era a mistura proibida, o que eu sempre sonhei mas nunca disse em voz alta.
Ele soltou meus braços, recuou um passo, como se me desse escolha. Mas não era escolha nenhuma.
— Abaixa a calça. Quero ver essa bunda.
Meu corpo hesitou. Um segundo só. Depois obedeceu. Jeans descendo devagar até o meio da coxa. O ar do banheiro ficou pesado.
Ele assobiou baixo, um som curto, cheio de aprovação.
— Sabia… Olha isso. Rabo de macho, feito pra rola preta. Tu paga de homem, mas nasceu pra dar.
A mão dele voltou, apertando forte, marcando. Eu sentia os dedos afundarem na carne, me deixando em brasa.
— É isso que vai me dar prazer. — disse. — O que eu quero é tua boca e esse cu. Só isso.
Meu corpo tremeu inteiro. Era humilhação, era vergonha. Mas era justamente o que me deixava duro, o que fazia minha respiração falhar.
Ele tirou a mão de repente e me mandou vestir de novo.
— Hoje eu só quis provar que tu é meu.
E saiu. Simples assim. Me deixou sozinho, calça ainda meio caída, coração batendo descompassado, bunda ainda ardendo do aperto. Ele não precisou me foder naquela hora. Já tinha feito o suficiente: me deixou sabendo que não era mais dono de mim.
Continua no próximo capítulo...
OBS: Se for dotado e estiver afim de viver uma história parecida no sigilo, chama no pv.
Quando a gente tem a bunda grande é inevitável que um dia vamos acabar entrando na rola de algum macho!! Tesão de conto
Estou amando, vc escreve muito bem.
Há narrativas que tem o poder de mergulhar os leitores no âmago dos pensamentos e sensações do personagem, numa intensa transferência. Esse é o caso aqui... senti cada palavra! Absolutamente fantástico, que show!!