Passei o dia inteiro no piloto automático. Atendi telefone, almocei, fingi rir de piadas de cliente. Por dentro, era só um buraco negro de fome e medo. A fachada de marido normativo, de macho padrão, estava intacta. Mas o meu cu não parava de latejar, como se já soubesse o destino que o aguardava.
E então, o som. O clique seco da fechadura da frente girando. Não houve mensagem. Nenhum aviso. Ele tinha chave. Sempre teve.
Meu coração disparou na mesma hora, as palmas das mãos ficaram molhadas, e o músculo inútil entre as minhas pernas deu um pulso fraco e patético. O ar ficou espesso, difícil de respirar. E então, a voz dele da porta do quarto:
— Fica de quatro.
E eu obedeci. Como a cadela que eu era.
Ouvi os passos dele, pesados e calmos, se aproximando. O cheiro dele veio primeiro, um mistura de tabaco e de um perfume amadeirado e barato. Ele parou atrás de mim. Não disse nada. O silêncio entre a gente era uma coisa viva, pesada, quebrada apenas pelo ruído suave do couro sendo ajustado. A coleira. A corrente fria tocou minha nuca antes do couro, e então veio o clique definitivo da fivela fechando na minha garganta.
Agora eu estava preso. Marcado. Eu não era mais marido. Não era homem. Era uma propriedade, uma coisa que estava sendo recolocada no seu lugar.
Ele abriu o zíper da calça. O som foi obscenamente alto no quarto silencioso. E então, eu senti. A ponta da rola dele, quente e dura, encostou na minha boca. O cheiro era intenso, cheiro pesado de homem, cheiro de puro poder.
— Beija.
A ordem foi sussurrada, mas tinha o peso de um tijolo. Eu abaixei a boca e pressionei os lábios contra a cabeça inchada do pau dele. Era quente, salgada, pulsante.
Ele riu, um som baixo e gutural, e puxou meu cabelo para trás, expondo minha garganta. — Isso, sua cadela. Mostra respeito pela pica que manda na tua vida. Enfia a língua e lambe. Limpa toda a porra de cavalo que tu já tomou hoje.
Eu obedeci, a língua lambendo frenética a glande, a textura macia e dura ao mesmo tempo, saboreando o gosto dele, a humilhação me excitando mais do que qualquer outra coisa na vida.
Ele me puxou pelo cabelo de novo, me virando de volta para a posição, e segurou a guia curta da coleira. — Agora, vou colocar isso onde você precisa.
Não houve preparação. Não houve carícia. Apenas a ponta daquela rola monstruosa pressionando contra o meu cu, que já estava pulsando, aberto e faminto. E então, com uma força brutal, ele socou tudo de uma vez.
Um grito rouco e cortado explodiu na minha garganta, mas foi abafado pelo travesseiro que ele enfiou na minha cara, esmagando meu rosto contra o chão.
— Cala a boca, porra! ele rosnou no meu ouvido, a voz um misto de raiva e prazer. — Quer acordar a princesa? Quer que ela suba aqui e veja o maridinho dela de quatro, com uma rola preta até o talo no cu? Quer?
Eu balbuciei um “não” abafado pelo travesseiro, minhas entranhas queimando com a dor deliciosa de ser aberto tão violentamente. Ele começou a foder, e era sádico. Socadas rápidas, brutais, que me faziam ver estrelas, seguidas por pausas longas e calculadas onde ele ficava completamente imóvel, enterrado até as bolas, e me obrigava a olhar para o espelho grande do armário.
— Olha. Ele ordenava, puxando minha cabeça pelos cabelos para que eu visse. — Olha pra essa merda. O maridão de fachada. O homem de família. Olha a cara de viciado, babando, a coleira no pescoço. Olha essa bunda arrombada levando rola como se fosse feita pra isso.
Cada palavra era uma facada na minha masculinidade, e cada facada me dava mais tesão. Um tapa estalou na minha bunda, deixando a pele ardendo. Outro. Outro. Cada um acompanhado de um comando.
— Rebola pra essa pica, cadela.
Eu balancei os quadris, me enfiando ainda mais fundo nele.
— Implora. Diz que é tua.
— É minha… minha pica, meu pau… por favor… minha voz estava falha, irreconhecível.
— Pede pra eu te encher de porra.
— Enche… enche meu cu de leite, por favor, meu dono…
Ele puxou a guia da coleira até o metal cortar minha garganta, me deixando sem ar. A rola dele parecia ter crescido ainda mais dentro de mim, atingindo um lugar que me fez tremer por completo.
— Sente? ele sussurrou, com a boca colada na minha orelha. — É assim que eu quero você. Sem ar. Sem pensar. Só servindo de depósito para minha porra. Sua função na vida é sentir essa pica destruindo seu cu.
Ele cuspiu. Na minha nuca, no meu rosto. A saliva escorreu pela minha bochecha.
— Limpa.
Eu levantei a mão trêmula e, com os dedos, recolhi o cuspe e levei à boca, lambendo os dedos como se fosse néctar. A vergonha era um combustível, me levando a um lugar de pura submissão.
O ritmo dele acelerou de novo, as socadas ficaram violentas, descontroladas. O som das nossas pelves se batendo, da minha pele sendo espancada, ecoava no quarto. A poucos metros, atrás de uma porta, minha mulher dormia profundamente. O risco, a possibilidade dela ouvir, de ela entrar… isso me incendiava por dentro, fazendo meu pauzinho impotente babar no chão.
Ele grunhiu, um som animal, e seu corpo ficou tenso contra o meu. — Vou gozar, sua puta. Vou encher esse cu arrombado até transbordar. E você vai ficar quieto e tomar tudinho.
Eu enterrei o rosto no travesseiro, meu corpo todo contraindo. — Goza, porra! Enche meu rabo! Me marca por dentro!
Seu corpo enrijeceu num espasmo final. Eu senti a pica dele pulsar violentamente dentro das minhas entranhas, e então o jato quente da primeira porra, queimando como ácido. Outro. Outro. Jatos intermináveis de sêmen quente, me preenchendo, marcando, possuindo. Eu gemi, um som rouco e abafado, e meu próprio corpo convulsionou numa gozada fraca e patética que respingou no chão, sem que ninguém sequer tivesse tocado no meu pau.
Ele não se moveu. Ficou lá, ofegante, com o peso do corpo sobre o meu, a pica ainda enterrada até o fundo, bombeando os últimos fios de porra dentro de mim. Eu conseguia sentir cada pulsação fraca, cada contração dele dentro de mim. Depois de um longo minuto, ele recuou devagar, e eu senti uma torrente quente escorria de dentro de mim, marcando o chão, colando na pele, como se fosse um selo que ele tinha deixado. O vazio da saída dele não era alívio, era vertigem. Eu tremia inteiro, os músculos das pernas falhando, o coração batendo no pescoço como se quisesse escapar da coleira.
Ele não disse nada por longos segundos. O silêncio era ainda mais esmagador do que a brutalidade de antes. Eu me sentia exposto, de quatro, respirando ofegante, com o corpo denunciando cada detalhe da humilhação.
Então, a guia puxou de novo. Minha cabeça levantou contra a vontade. O olhar dele refletido no espelho não era de prazer simples — era de posse. Um sorriso curto, quase cruel, como quem olha pra um objeto que foi usado exatamente da forma que devia ser.
— Olha pra você — murmurou, a voz grave e firme. — Uma cadela marcada. Nem precisa da minha mão no teu pauzinho pra gozar. Teu corpo já aprendeu sozinho.
A corrente sacudiu, fria na minha pele suada. Ele se afastou um passo, ainda arrumando a calça, mas os olhos nunca saíram de mim. A sensação era clara: eu não estava liberado. Aquela foda não era fim, era só o lembrete de quem mandava.
Quando ele finalmente soltou a guia, o couro da coleira continuou pesado no meu pescoço. Eu não tinha coragem de tirá-la. Levantei devagar, pernas bambas, sentindo a mistura dele em mim, descendo. O quarto parecia impregnado do cheiro dele, da respiração dele, do domínio dele.
Na porta, antes de sair, ele só disse:
— Isso foi só o começo. Amanhã… sempre.
E deixou o silêncio como corrente invisível.