Confissões de um Hetero Rabudo - CAPÍTULO 12: O SILÊNCIO E A FOME



Ele sumiu.

Não sumiu de vez, mas do jeito mais cruel: sem explicações, sem promessa de volta. Nenhum encontro, nenhuma buzina discreta numa esquina escura, nenhum olhar que me desmontasse. Só o silêncio.

Era esse silêncio que me desmontava.

Porque eu nunca sabia se aquilo tinha acabado ou se era apenas o jogo dele. E, no fundo, eu sabia: era jogo. Jogo de domínio. O Negão me fazia sofrer só pra me lembrar que não era eu quem decidia quando, nem como.

A ausência dele era a pior forma de presença.

De repente, vez em quando, o celular vibrava. Um som seco, único. Meu coração parava. As palmas das mãos ficavam molhadas antes mesmo de eu olhar.

“De quatro. Agora.”

A ordem não vinha com ponto de interrogação. Era um fato. Uma verdade absoluta. Meu cérebro desligou. Meu corpo já estava se movendo, obediente, derrubado no chão frio do quarto. Empinei a bunda pro alto, oferecendo o cu que já não era meu há muito tempo. A carne arrepiou, o cu pulsou, esperando o peso, a dor gostosa, o preenchimento brutal. Nada. Só o som da minha própria respiração ofegante e o vazio doendo no meu cu. A humilhação queimava mais que qualquer tapinha. Eu estava ali, sozinho, fazendo pose de cadela pra um mestre fantasma.

Outra vibração. Um trovejo no silêncio.

“Sem gozar por uma semana.”

A ordem entrou nos meus nervos, trancou a base do meu pau como um cadeado. Cada ereção virou uma sessão de tortura. Eu me punhetava, a mão no meu cacete latejante, a cabeça quase explodindo, até o momento do inevitável. E então, parava. Soltava um gemido rouco de frustração. Porque não era meu direito. O meu gozo pertencia a ele. A privação era a prova final da sua posse.

A mais desafiadora veio numa terça-feira chuvosa.

“Compra um plug anal GRANDE e fica plugado a semana inteira com ele. Me manda foto.”

Meu cu latejava num compasso indecente e impaciente. Precisava me preencher. Precisava de algo enorme dentro de mim agora. O pensamento não era um pensamento, era um comando, uma ordem que tinha vindo direto do meu celular, daquela voz anônima e grave que agora governava a minha mente.

A fome no meu rabo era uma coisa viva e exigente, e tinha memória. Lembrava do estiramento brutal, da tora preta que me abria, do som das bolas batendo contra a minha pele. O vazio era uma agonia física. Um apetite profundo, irrefreável, que nenhum dedo conseguiria saciar.

Foi essa fome que me levou à loja. Discreto, com capuz cobrindo parte do meu rosto, óculos escuros, o coração na garganta. Uma pulsação implacável que ditava o ritmo dos meus passos enquanto eu cruzava o corredor estreito da sex shop.

O atendente era um armário de tatuagens até o pulso, sorriso de quem já viu de tudo.

— Em que posso ajudar, chefe?

Minha voz saiu áspera, quebrada.

— Um plug. Grande. Do tipo que… se faça presente.

Ele assentiu como quem reconhece um código.

— Silicone maciço. Macio por fora, firme por dentro. Quem gosta de sentir, gosta desses. Vai levar lubrificante também, né?

Só consegui acenar. Ele me conduziu até a vitrine. Ao lado dos plugs, consolos realistas desfilavam curvas exageradas. Um, em especial, me prendeu: silicone negro, grosso, veias salientes marcadas sob a luz, do tamanho do meu pulso. Tocar o vidro foi como admitir em voz alta o que eu queria.

— Esse também.

O atendente assobiou baixo, embalou tudo num pacote discreto e me entregou um segredo com peso de sentença.

No carro, antes de dar partida, rompi a caixa do plug. Silicone denso, uma frieza breve na ponta dos dedos, depois aquela maciez elástica que promete entrega. Encostei na língua, senti um quase-nada do material e imaginei o resto. Foi o suficiente para me lembrar que eu já não estava no comando.

Em casa, ela me recebeu na sala com um beijo; virei o rosto e dei o cumprimento na bochecha, como quem tenta esconder um perfume de intenção.

— Tudo bem?

— Tudo. Vou correr pro banho, o dia foi puxado — e a mentira saiu fácil, o que doeu ainda mais.

Tranquei o banheiro com mãos trêmulas. O gigante de silicone me encarou na pia, brilhando sob a luz fria. Passei lubrificante nos dedos e respirei fundo, preparando o corpo com cuidado, sem pressa — parecia pouco, sempre pouco. O plug esperava. Quando finalmente encostei, o mundo se resumiu a um “agora” que me atravessou — um misto de pressão e rendição, dor breve que virou calor, um encaixe que organizou o caos. Minhas pernas fraquejaram. Eu entendi o que “estar preenchido” queria dizer.

A câmera. Apoiei o celular no azulejo, me alinhei de lado, captei o reflexo no espelho: Clique. Enviei.

A resposta veio em segundos: outro comando, mais fundo, o tipo de provocação que atravessa a pele e aguça a vergonha. Não descrevo. Basta dizer que passava de uma fronteira íntima. E que não foi preciso obedecer. O corpo tomou a frente; o resto virou ruído. Tentei parecer normal. Do outro lado da porta, a voz dela, sonolenta:

— Você tá bem?

— Escorreguei no sabonete! — a desculpa boba, dita ofegante, enquanto eu tentava juntar os pedaços de mim.

Depois disso, os dias viraram um borrão organizado por um segredo. O plug de silicone virou companhia silenciosa em almoços de família e reuniões de trabalho; uma presença que me lembrava que eu podia ser dois sem que ninguém notasse. À noite, quando ela apagava, eu me levantava. O outro acessório me aguardava — e eu o tratava com o respeito de um ritual: água morna, mãos firmes, silêncio de igreja vazia. O silicone brilhava liso de lubrificante, e eu me posicionava no chão frio. Sem bravatas. Sem pressa. A cabeça larga exigia paciência; quando cedia, um grito abafado pelo meu antebraço e a certeza de ter conseguido algo impossível. Eu me movia em cadência, enchendo e esvaziando aquele espaço como quem ensaia um papel que já é seu.

— É isso, continua — eu sussurrava para mim, cínico e devoto ao mesmo tempo. — Você nasceu pra esse papel.

A cada noite, um pouco mais. A sensação de estar aberto e seguro, possuído e lúcido, me deixava num estado de atenção que beirava o sagrado. Às vezes, o clímax vinha em ondas, mais de uma, como se o corpo descobrisse botões novos e apertasse todos de uma vez — e eu apenas segurava o impulso de dizer palavras que não deviam atravessar a porta do quarto ao lado.

Escondia os brinquedos no fundo do armário, enrolado em meias velhas. O medo constante de que ela encontrasse era um choque quente na minha nuca. E esse medo, essa tensão, era o que mais me excitava. Cada vez que eu fechava a gaveta, meu pau ficava duro instantaneamente. Eu me traía sozinho e a adrenalina do possível castigo era o meu maior afrodisíaco.

A fome só aumentava, alimentada pelo silêncio dele. Eu sabia que ele voltaria. E quando voltasse, não viria só para foder. Viria pra cobrar. Viria pra me fazer confessar cada gozada proibida, cada centímetro do consolo que eu tinha enfiado no cu, cada segundo da minha humilhação solitária. E ele transformaria tudo isso em mais dor, mais domínio, mais possessão.

A última mensagem chegou às 3h da manhã. Um horário morto. O barulho do celular pareceu um tiro no silêncio do quarto. Eu agarrei o aparelho, as mãos trêmulas, uma tensão e tesão ainda maior subindo na minha garganta.

Não era um texto.

Era uma foto.

Uma close do cacete dele. Aquele monstro preto, duro, as veias saltadas, a cabeça roxa e pingando pré-gozo. A luz era baixa, mas dava pra ver perfeitamente a espessura, o comprimento, a promessa de destruição. Era uma arma apontada para a câmera.

Debaixo da foto, uma única palavra, uma ordem final que fez meu cu se contrair de imediato, tomado de desejo e medo.

“Amanhã.”

Foto 1 do Conto erotico: Confissões de um Hetero Rabudo - CAPÍTULO 12: O SILÊNCIO E A FOME


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Ficha do conto

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Nome do conto:
Confissões de um Hetero Rabudo - CAPÍTULO 12: O SILÊNCIO E A FOME

Codigo do conto:
241726

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
05/09/2025

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