Confissões de um Hetero Rabudo - CAPÍTULO 7: DESAFIANDO OS RISCOS



A campainha tocou no meio da tarde. Eu estava em casa, chinelo, camiseta velha. Minha mulher no quarto, escolhendo roupa pra sair com as amigas. Eu abri meio distraído.

Era ele.

Boné, camiseta justa, aliança brilhando. O sorriso curto de sempre, aquele que diz “eu mando”. Não pediu licença: entrou, fechou a porta devagar, me empurrou pelo ombro até a área de serviço. A máquina de lavar ronronava, a porta de correr abafava os sons da casa.

— Senti tua falta, rabudo — ele disse, baixo, colado no meu ouvido. — Ajoelha.

Eu obedeci. De joelhos no azulejo frio, mãos atrás do corpo. O coração batia no pescoço porque minha mulher estava ali, a poucos passos, e eu não sabia quanto tempo tinha. Ele baixou o zíper, tirou a tora. Pesada, imensa. Minha boca abriu sozinha.

— Silêncio — ele murmurou, a mão na minha nuca. — Se tua mulher ouvir, tu aprende o que é vergonha de verdade.

Empurrou. Fundo. Eu engasguei, os olhos arderam, mas segurei. A máquina batia água, o som mascarava meu gemido preso. Ele segurava minha cabeça como quem guia, ritmo dele, sem pressa.

— Boca de macho — ele rosnou. — É isso que me serve. Boca e rabo.

“Amor, onde tá meu cinto?”, ela gritou do quarto. Minha espinha gelou. Ele encostou o dedo nos próprios lábios, sem tirar a rola da minha garganta. Eu levantei os olhos pra ele. O olhar dele dizia tudo: continua.

— Tá na gaveta de cima! — respondi, a voz falhando. Ele riu baixo, satisfeito com o meu desespero, e empurrou mais.

O tempo esticou. Eu só sentia o peso, o calor, o gosto. A máquina virou de ciclo; o barulho aumentou. Ele aproveitou, me puxou pelo cabelo e sussurrou:

— Vira.

Me pôs de pé, me tombou sobre a tampa da máquina, segurou minha cintura e baixou meu short até a metade da coxa. A palma dele veio seca na minha bunda. Outra. Outra. Eu mordi o lábio pra não soltar som. Ele abriu meu rabo com a mão, devagar, como quem confere posse. A cabeça grossa encostou. Eu arfei.

— Não hoje — ele disse, cruel, tirando a glande da entrada. — Hoje tu vai sair pingando vontade. Quero teu cu pensando em mim a tarde inteira.

Me virou de volta e socou a rola na minha boca outra vez, um estalo molhado. O mundo sumiu. Só ele. Só a pressão na nuca, a garganta se moldando, o joelho ardendo no piso. Ele alternava: segurava, soltava, empurrava, pausava — tortura calculada.

— Lembra disso quando tu sair de mãos dadas com ela — sussurrou. — Quem manda no teu cofre sou eu.

— Amor, achei! — ela gritou, rindo, abrindo e fechando portas.

Ele sorriu, malandro, e começou a acelerar. A mão direita apertou minha nuca, a esquerda segurou minha mandíbula aberta pra ele entrar mais fundo. Meus olhos lacrimejavam, mas eu não recuei. A respiração virou ruído. O corpo todo vibrava entre pânico e tesão.

— Engole, porra. — O tom dele baixou mais um ponto, grave, possessivo. — Engole quieto.

O jato veio quente, fundo, num tremor que subiu pelo braço dele e explodiu na minha garganta. Eu travei, engoli, segurei o som. Ele não soltou minha cabeça até a última contração. Depois tirou devagar, encostou a testa na minha e disse, quase sem voz:

— Sábado. Mesmo lugar da mesa. Trago outra surpresa.

Subiu o zíper, endireitou a camiseta, deu dois passos pra trás. Eu passei o antebraço no queixo, respirei fundo, levantei. Ele encostou a mão aberta na minha bunda por um segundo — leve, como um carimbo — e saiu pelo corredor como se nada tivesse acontecido.

— Quem era na porta? — minha mulher perguntou, surgindo no batente, rímel na mão.

— Entrega errada — respondi, engolindo seco, o coração ainda batendo no ouvido.

Ela sorriu, me deu um beijo rápido e voltou pro quarto. Fiquei sozinho na área de serviço, joelhos formigando, garganta quente, a marca da mão dele ardendo na minha bunda. E uma certeza simples, indecente, ocupando tudo: sábado, eu já estava prometido.

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Ficha do conto

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Nome do conto:
Confissões de um Hetero Rabudo - CAPÍTULO 7: DESAFIANDO OS RISCOS

Codigo do conto:
241345

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
01/09/2025

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