Confissões de um Hetero Rabudo - CAPÍTULO 10: VIRANDO CADELA



Depois do último encontro, o silêncio dele me corroeu. Não havia mensagens, nem recados. Mas era um silêncio cheio de intenção. Eu sabia: quando o Negão sumia, não era descaso, era cálculo. Ele me deixava no vácuo até o corpo pedir sozinho. Até eu me descobrir tremendo só de lembrar do cheiro da pele dele misturado ao suor da obra.

Eu tentava viver a vida de marido normal, mas cada gesto banal denunciava: quando eu me abaixava pra pegar algo, lembrava da tora cavalar enterrada em mim; quando tirava a camisa, imaginava a mão pesada dele me empurrando contra a parede. A vergonha vinha junto com o tesão, e eu sabia que estava preso, mesmo sem coleira.

A mensagem chegou no fim de um dia comum, como se fosse nada:

“Sai agora. Tô te esperando.”

Inventei uma desculpa rápida em casa, coração batendo forte, e saí a pé. Ele não vinha me buscar como num encontro marcado. O risco era outro: eu teria que atravessar ruas conhecidas, cumprimentar vizinhos, com a mentira estampada na cara, até chegar ao ponto onde ele me aguardava.

Quando vi a caminhonete encostada discretamente numa rua lateral pouco iluminada, a pele se arrepiou. Ele estava lá dentro, braço forte apoiado no volante, boné puxado baixo, uma sacola preta sobre suas pernas. Nada de sorrisos. Nada de perguntas. Só o olhar duro.

Entrei. O silêncio entre nós não era desconforto. Era domínio. Eu sabia que perguntar “onde vamos” seria ridículo. Ele não respondia a dúvidas. Só dava ordens.

A cidade passava pelos vidros como se não existisse. Luzes de postes, sombras de casas, gente caminhando distraída. Do lado de fora, tudo parecia normal. Do lado de dentro, cada metro percorrido aumentava minha tensão. O risco estava sempre à espreita: um conhecido me ver dentro do carro dele, alguém reconhecer a placa, qualquer detalhe bastaria pra destruir a fachada de normalidade que eu fingia sustentar.

Eu sentia a excitação nascer justamente desse perigo. A cada esquina, a possibilidade do flagrante.

Ele estacionou sem dizer nada em frente a um prédio em reforma, discreto por fora, mas ainda com placas de aviso presas na entrada: “Não entre. Área restrita.” O tipo de lugar banal, onde à noite ninguém daria atenção, mas onde bastava um vigia, um curioso, ou um trabalhador atrasado para a verdade vir à tona.

O portão lateral estava destrancado. Entramos. O eco dos nossos passos no piso nu do térreo já deixava claro: aquele espaço não era feito para intimidade. Era espaço de risco.

Foi só lá dentro que ele abriu a sacola. Puxou devagar o couro negro, grosso, pesado, com a argola metálica que brilhou sob a luz fraca de um refletor. Eu não respirei. Não esperava que fosse real. Não daquela forma.

Ele segurou a coleira na frente do meu rosto, deixando o silêncio pesar. Eu só ouvia meu coração batendo. E aí, a ordem:

— Ajoelha.

Prontamente, obedeci: me ajoelhei no cimento frio. Ele passou o couro em volta do meu pescoço devagar, apertou firme. O clique da fivela ecoou no prédio vazio como disparo. Era mais que som. Era sentença.

A argola encostou na minha garganta, fria, pesada. A cada respiração, eu sentia o metal lembrar quem mandava. Ele testou a guia com um puxão rápido, me fazendo tombar pra frente. Riu de leve, como quem testa a força de um animal novo.

— Agora tu não é marido. Não é homem. É minha cadela.

Mandou eu andar de quatro. As mãos no chão áspero, os joelhos doendo, a guia puxando meu pescoço a cada movimento. O som metálico tilintava e ecoava pelo espaço vazio. Eu sabia que, se alguém entrasse, não teria como negar. Não pareceria jogo. Seria evidente: eu era cachorro guiado.

Ele me fez contornar colunas, passar por baixo de andaimes, obedecer cada puxão. O prédio inteiro parecia me assistir, mesmo vazio. O risco de uma porta abrir era constante, e justamente isso me incendiava.

Me encostou contra uma parede crua. Uma mão segurava a guia curta, me mantendo dobrado. A outra já abria o jeans. A tora cavalar saiu pesada, negra, grossa, cuspida. O contraste me quebrou: o prédio em obra, inacabado, vazio de móveis, agora sendo preenchido por uma cena suja, inegável.

Ele encostou a glande e, sem aviso, socou fundo. O choque arrancou um gemido que reverberou pelas paredes. Ele riu, grave, rosnado:

— Se fizer barulho, eles descem. E aí tu explica por que tá de coleira, empinado pra pau de cavalo.

Cada estocada ecoava como batida de marreta. O som da corrente contra o piso marcava o ritmo. E eu entendi: não era só foda. Era treinamento. Era submissão total.

Ele alternava ordens com humilhações. Mandava eu rastejar mais rápido, depois parar e lamber a palma da mão dele, áspera de trabalho. Mandava eu olhar pro reflexo no vidro quebrado e repetir baixinho: “Sou tua cadela.” Se eu demorava, vinha puxão seco na coleira, queimando o pescoço.

— Mais alto. — exigiu.
— S-sou tua cadela… — a voz saiu falhada.
— Mais forte, porra! Quero ouvir ecoar nesse prédio.

Quando gritei, o som se espalhou pelos andares vazios. Ele riu satisfeito.

— Isso. Assim que eu gosto: tu te entregando na frente de qualquer um que possa ouvir.

Ele encostou a tora grossa de novo na entrada e foi falando, cada palavra marcada por um roçar lento:

— Esse rabo é meu. Não interessa tua mulher, tua vida lá fora. Aqui dentro, tu não manda em nada.
— …
— Vai ser usado como cadela de negão. Sempre que eu quiser. Onde eu quiser.

De repente, enfiou seco, brutal. O grito me escapou sem controle.

— Cala a boca! — ele rosnou, a mão apertando minha boca enquanto a outra puxava a coleira. — Se gritar, vão ouvir. E aí tu explica por que tá de quatro, de coleira, empalado por pau de cavalo.

Cada socada era acompanhada de insultos:

— Rebola, cachorrinha. Quero ver tu implorando por mais.
— Isso, geme baixo, como boa cadela treinada.
— Tua mulher nunca vai te dar o que eu te dou. Ela nunca vai te abrir desse jeito.

E enquanto falava, a tora batia fundo, o corpo dele esmagava o meu contra a parede de concreto. A cada puxão, a guia esticava, e o som da corrente se misturava ao dos gemidos abafados.

Do lado de fora, passos. Risadas. O arrastar de algo pesado. Eu congelei. Ele não parou. Ao contrário: acelerou, rindo baixo.

— Agora é que é bom. Quero ver tu gozar sabendo que podem entrar e ver tudo.
— Tu ia adorar, né? Ser descoberto. Mostrar pra todo mundo que teu rabo é depósito de porra de negão.

O gozo ainda escorria quente dentro de mim quando ele soltou a guia. O pescoço tombou pra frente, pesado, mas a coleira continuava apertada, lembrando que eu não tinha voltado a ser “livre”. Ele recuou a tora devagar, deixando meu corpo aberto, mole, arfando. Eu tremia nos quatro apoios, respiração curta, suando como se tivesse corrido quilômetros.

Ele não falou nada. Só ajeitou a calça, subiu o zíper. A presença dele já era comando suficiente. Eu continuava de quatro, bunda exposta, coleira brilhando, sem coragem de me mover.

O ar do depósito bateu diferente quando ele se afastou. O calor da pele dele tinha sumido, e agora só restava o silêncio enorme, cortado pelo tilintar ocasional da argola no meu pescoço. O corpo ainda pulsava, o rabo ainda doía, e ao mesmo tempo, eu queria mais.

Eu tentava pensar no que dizer, mas a voz não saía. A garganta arranhava onde a guia tinha puxado.

Ele acendeu um cigarro, tragou fundo, e só então falou, olhando sem pressa:

— Tu volta pra tua vida agora. Mas lembra: quem manda no teu rabo sou eu.

Jogou a fumaça no ar, riu de canto, e saiu primeiro. Não me ajudou a levantar, não perguntou nada. Deixou a porta ranger atrás dele.

Fiquei no chão por alguns segundos, até ter forças pra me erguer. O pescoço queimava. A calça suja, o chão respingado, o corpo latejando. A coleira ainda presa, fria. Tirei devagar, mas era inútil. O couro podia sair, mas a marca já estava dentro.

Quando voltei pra casa, tudo parecia igual: luzes acesas, cheiro de comida, rotina. Mas eu sabia que não era. Caminhava, falava, sorria, mas sentia ainda a coleira invisível apertada. O risco, a vergonha, o prazer — tudo misturado, queimando como cicatriz nova.

Eu era marido. Eu era “normativo”. Mas a verdade era outra: eu tinha dono.

Foto 1 do Conto erotico: Confissões de um Hetero Rabudo - CAPÍTULO 10: VIRANDO CADELA


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Comentários


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kzdopass48es Comentou em 02/10/2025

A M I G O, para um negão maravilhoso pauzudo e safado desses, eu diria pra ela mil vezes “Sou tua cadela.” S2 Betto o admirador do que é belo S2

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engmen Comentou em 03/09/2025

Essa saga é categórica! Vontades, desejos, prazer, entrega. A realidade pode se moldar as fantasias. Magnífica sequência!




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Ficha do conto

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Nome do conto:
Confissões de um Hetero Rabudo - CAPÍTULO 10: VIRANDO CADELA

Codigo do conto:
241501

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
03/09/2025

Quant.de Votos:
3

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