MEMÓRIAS PÓS-GUERRA: LEMBRANÇAS JAMAIS SE PERDEM



Sessenta anos depois, lá estava eu na ilha de Oahu, em frente ao Memorial do USS Arizona prestando uma homenagem tardia para alguém inesquecível; eu estava cansado, triste e vazio, razão pela qual aquela peregrinação guardava uma espécie de redenção que eu procurara por muitos anos antes de concluir que ela me aguardava ali naquele mausoléu naufragado onde algumas centenas de almas encontraram seu refúgio final. Na companhia do meu único neto eu continha as lágrimas nos olhos marejados e engolia os soluços num esforço de esconder dele e talvez até de mim mesmo, a tristeza encruada em meu âmago por tanto tempo. Ele tinhas nas mãos uma orquídea que minha Dorothy havia cultivado … Tom adorava orquídeas.
Era o final das férias de verão do ano de 1941 e eu e Tom acabáramos de completar dezessete anos; nos sentíamos felizes e repletos de sonhos e expectativas, embora houvesse algo diferente acontecendo … há alguns anos eu sentia Tom mais que apenas um amigo, pois ele era também meu confidente, assim como eu era o dele e somente uma coisa eu não lhe revelara: a atração que sentia por ele e que eu mesmo não compreendia e muito menos tinha coragem de revelar e tudo teria ficado por aí mesmo não fosse a crueldade humana envenenando tudo. No segundo dia de aulas eu estava no vestiário do ginásio guardando minhas coisas no armário quando Lex e sua corja entraram com um dele trancando a porta.
Nem foi preciso que eu me virasse para saber quais eram as intenções daquele bando de brutamontes selvagens e antes que eu pudesse reagir Lex me empurrou contra a porta do armário colando seu rosto em meu pescoço proferindo ofensas e xingamentos que foram finalizados com ameaças caso eu não fizesse o que ele queria; naquele momento ele puxou meu calção metendo a mão dentro dele e enfiando o dedo no rego entre as nádegas bolinando o orifício protegido por elas; mais uma vez e com desmedida brutalidade ele e seus comparsas me despiram obrigando que eu me virasse ficando de joelhos diante deles.
Com gestos medidos eles abriram suas calças pondo para fora os membros enrijecidos que apontavam na minha direção; em ocasiões anteriores eu conseguira me safar daquele bando, só que agora eu estava indefeso e sem escapatória; sem cerimônia Lex se aproximou esfregando a glande em meus lábios exigindo que eu tomasse seu membro em minha boca e quando recusei levei uma vigorosa bofetada no rosto sentindo-o arder dolorosamente; eu já havia tomado o bruto em minha boca quando a porta do vestiário foi aberta com a maçaneta girando após o destravar da fechadura. Os parceiros de Lex partiram para cima dele, porém acabaram nocauteados … afinal, era o esperado já que Tom, além de musculoso era hábil em combates corporais.
Lex já se preparava para partir para cima dele, mas eu reagi mordendo o membro aprisionado em minha boca enquanto socava suas bolas; ele urrou como um animal selvagem ferido e em seguida chutou minha virilha obrigando libertar o membro; a luta entre ele e Tom foi feroz e um pouco sangrenta, mas ao final o valentão estava estatelado no chão sangrando pelo nariz e pela boca; eu vi Tom cambalear e corri até ele ajudando a se sentar em um dos bancos; voltei ao meu armário onde peguei uma toalha para estancar o sangramento em seu rosto e de tão preocupado com ele sequer notei que ainda estava nu. Naquele instante ele me fitou com uma expressão enigmática e eu permaneci imóvel fitando seus olhos; Tom então acariciou meu rosto perguntando se eu estava bem; sem saber muito bem a razão de meus atos respondi colando meus lábios aos dele temendo ser rechaçado …
O que aconteceu a seguir foi algo mágico com Tom aceitando meu beijo e sua mão acariciando meu rosto com um afeto tão emotivo e sincero que me senti tomado por uma excitação juvenil; entretanto, diferente de como havia começado o clima mudou bruscamente com ele me empurrando para longe enquanto se levantava saindo do vestiário; fiquei ali, imóvel, quase letárgico tomado por um temor de perda … achei que meu gesto fizera com que perdesse meu melhor e único amigo. Nos dias que se seguiram Tom me evitou discretamente, assim como Lex e seu bando se afastava de mim ainda com a lembrança da surra que tomara no vestiário. Por mais de um mês Tom se manteve distante e somente se aproximou novamente quando perguntou se podíamos estudar juntos para as provas.
É claro que eu aquiesci evitando rompantes de euforia, mas com o coração aos pulos; as tardes de outono se tornaram mais calorosas com ele e eu estudando na biblioteca ou em minha casa, e em uma delas ficamos sozinhos já que minha mãe precisara se ausentar para resolver alguns problemas na cidade; preparei um lanche para nós e enquanto comíamos sentados ao redor da mesa da cozinha Tom, evitando me encarar, perguntou o que eu sentira naquele dia no vestiário quando nos beijamos; eu respondi que me sentira feliz e ele retrucou querendo saber se eu não gostava de garotas … respirei fundo antes de dizer que há muito tempo eu me descobrira de um jeito diferente e ele quis saber de que jeito eu me sentia.
Em vez de responder preferir agir e me levantei e fui até ele; me inclinei e segurei seu rosto enquanto mais uma vez colava meus lábios aos dele; daquela vez tudo foi diferente, pois Tom reagiu de uma forma especial aceitando e retribuindo o beijo que já não era mais um beijo tímido; logo eu estava sentado em seu colo desfrutando de sua boca ávida e de suas mãos apertando minha cintura como se quisesse impedir que eu me afastasse; em dado momento ele me perguntou se podíamos ir para meu quarto e eu acenei com a cabeça sentindo meu corpo fremir e meu coração disparar. Subimos o lance de escada e entramos em meu quarto com ele fechando a porta sem trancá-la.
Com um jeito encabulado Tom pediu que eu lhe mostrasse meus sentimentos em relação a ele confessando que não tinha ideia do que fazer; eu sorri respondendo que também não sabia, mas que podia apenas me deixar levar pelo instinto que vibrava dentro de mim; Tom acenou com a cabeça sem esconder sua timidez. Tomei a iniciativa tirando minhas roupas exibindo minha nudez para ele cujo olhar era um amálgama de estupefação e também de hesitação, algo que me divertiu diante de seus gestos descompassados; me aproximei pedindo que ele me abraçasse enquanto eu fazia o mesmo; com aquelas mãos sempre firmes e fortes Tom apalpava meu corpo provocando arrepios que me faziam estremecer de uma forma gostosa.
Com os beijos se sucedendo um após o outro levei a mão até a braguilha da calça de Tom descobrindo um volume rijo e pulsante; dei um apertão e ele reagiu puxando ainda mais meu corpo para o dele tornando a atmosfera naquele quarto repleta de uma luxúria devassa … Tom então se afastou já se preparando para tirar a roupa quando ruídos vindos da parte de baixo da casa anunciaram que não estávamos mais a sós; eu corri para me vestir enquanto ele se recompunha já abrindo a porta do quarto gritando uma despedida açodada seguida de cumprimentos para minha mãe, me deixando sozinho mais uma vez com meu corpo e minha alma ardendo por ele. Durante o jantar naquela noite o olhar de mamãe e seu sorriso indecifrável me exploravam e enquanto eu a ajudava com a louça ela acariciou meu rosto beijando-me na testa.
Ela me conhecia mais do que eu imaginava e seu cuidado protetor comigo era a prova de que ela queria o melhor para mim; o outono estava chegando ao fim quando Tom me convidou para nadar no lago que ficava na propriedade rural de seu tio e eu aceitei combinando que iríamos no sábado para passar o fim de semana por lá. Estávamos debaixo de uma árvore frondosa, deitados sobre a relva após umas braçadas no lago quando Tom, sem me encarar, perguntou o que eu sentia por ele; senti receio em responder, porém algo dentro de mim me impeliu a declarar que meus sentimentos por ele eram afeto, carinho e também desejo; ouvindo minha resposta ele permaneceu em silêncio por algum tempo pousando sua mão sobre a minha num gesto afetuoso.
Quando tornou a falar ele disse que se sentia grato pelos meus sentimentos e que embora gostasse muito de mulher, ainda assim, experimentava algo diferente em relação a mim. Naquele momento eu não resisti me entregando ao desejo que consumia minhas entranhas e me voltei para ele perguntando se ele queria que eu o beijasse … com os corpos ainda úmidos das estripulias que fizéramos no lago eu e Tom nos beijamos várias vezes e coube e ele pegar minha mão e pousá-la sobre sua virilha onde um volume rijo e pulsante revelava que meu desejo por ele era correspondido. Ficamos nus e eu não contive o ímpeto de dobrar meu corpo sobre o dele até que seu membro lindo estivesse ao alcance de minha boca.
Tudo acontecia levado apenas pelo instinto e ao tomar o membro em minha boca procurei saboreá-lo como merecia desfrutando do enorme prazer na entrega; algumas vezes Tom me orientava sobre o que e como fazer e eu vibrava com sua mão acariciando minhas nádegas provocando arrepios deliciosos. A certa altura ele pediu para retribuir meu gesto me colocando sobre seu corpo em posição invertida possibilitando que também ele pudesse abocanhar meu membro cuja rigidez era alucinante. Permanecemos naquele idílio carnal por muito tempo até Tom pedir para nos abraçarmos ao que aceitei me pondo de costas para ele que colou seu corpo ao meu.
E mais arrepios me assolaram com a sensação do membro rijo dele roçando minhas nádegas e suas mãos beliscando meus mamilos intumescidos e também sua boca beijando meu pescoço; Tom me orientou para que erguesse e flexionasse uma das pernas permitindo que meu rego se escancarasse oferecendo-lhe o orifício em seu interior que piscava involuntariamente; Tom fez com que eu sugasse seus dedos para que pudesse explorar meu selo numa preparação para o que estava por vir. A primeira estocada me fez estremecer e quando ele obteve êxito no intento de me penetrar com a glande forçando e laceando o orifício eu contive um grito de dor resistindo diante do desejo que me consumia; Tom passou a socar vigorosamente me fazendo experimentar dores excruciantes, mas que eu mitigava a duras penas.
Finalmente Tom conseguira enterrar seu membro dentro de mim e se quedou imóvel por alguns minutos, beijando meu pescoço e sussurrando obscenidades em meu ouvido; a dor persistia e eu resistia mesmo quando ele deu início a movimentos pélvicos sacando e enfiando o bruto dentro de mim; eu estava a beira de implorar para que ele parasse com tudo aquilo quando lentamente a dor era suplantada por uma inexplicável sensação de prazer e excitação que tolhia corpo e mente numa experiência sensorial avassaladora; era uma espécie de cumplicidade combinada com pertencimento naquela entrega à pessoa que me cativara desde sempre e mesmo que fosse apenas por uma única vez ela permaneceria gravada dentro de mim. Enquanto mantinha o ritmo de suas estocadas Tom não hesitou em manipular meu membro com a intenção de me dar prazer.
Repentinamente o êxtase tomou conta de nós e ao mesmo tempo em que eu gozava de uma forma impressionante, sentia o gozo de Tom inundando minhas entranhas provocando um estremecimento involuntário seguido de espasmos e arrepios … desfrutando de pequenas e derradeiras ondas de prazer permanecemos engatados um ao outro como se desejássemos que nosso pecado jamais tivesse fim; e quando nos desvencilhamos Tom me fez girar o corpo para que ele pudesse colar seus lábios aos meus em uma nova onda de beijos ardentes. Um sopro de vento gelado nos fez acordar para a realidade e depois de nos vestirmos voltamos para a casa do tio de Tom onde almoçamos tardiamente.
Naquela noite fugimos para o celeiro onde nos amamos mais de uma vez; tínhamos a energia da juventude a nosso favor e o desejo à flor da pele; por mais de uma vez Tom insinuou com hesitação de que eu poderia possuí-lo, mas eu declinei afirmando que isso somente aconteceria no tempo certo; ele sorriu para mim e nos beijamos antes de sermos vencidos pela exaustão de nossos esforços … fui acordado de madrugada com Tom manipulando meu membro até conseguir deixá-lo apto mais uma vez e para minha surpresa ele o tomou em sua boca com tanto entusiasmo que não contive um gemido acariciando seus cabelos. Em questão de minutos estávamos nos saboreando mutuamente até obter um gozo profuso inundando nossas bocas e nos levando ao pleno êxtase.
Nos dias que se seguiram eu e Tom ficamos ainda mais próximos com ele me ensinando defesa pessoal e eu o ajudando com os estudos; todavia ambos temíamos que nosso envolvimento fosse descoberto e revelado o que causaria um dano irreparável; foi pensando nisso que ele veio me procurar numa noite de sexta-feira trazendo nas mãos folhetos de alistamento militar …, de início pensei que era loucura, mas logo fui convencido que seria a melhor alternativa para nós e assim tramamos um plano para nos alistarmos em segredo. Infelizmente em todas as ocasiões planejadas algo acontecia impedindo que prosseguíssemos em nosso intuito. Ao mesmo tempo o desejo de ficarmos juntos sempre que possível era um inimigo oculto que conspirava silenciosamente e que eclodiu quando menos esperávamos.
Fugimos na calada da noite e semanas depois ingressávamos na base naval de Norfolk como grumetes passando por um treinamento básico e convivendo no mesmo alojamento onde também éramos obrigados a ocultar de todos nossa relação; nas curtas licenças concedidas procurávamos hotéis baratos vestindo roupas comuns e pagando em dinheiro; eu e Tom desfrutávamos de uma relação afetiva tão intensa que era excruciante suportar os longos períodos de distanciamento e a perda de contato com a família, mas sabíamos que isso era o certo a fazer. Numa noite, instalados em um quarto rústico de um hotel decadente fizemos amor como se fosse a última vez e Tom insistiu em perguntar se poderíamos inverter nossos papéis …, deitado sobre seu corpo, afaguei seus cabelos beijei sua face e repeti que tudo aconteceria no tempo certo.
Dias depois, fiz um curso de paramédico e também de mecânica de aviação enquanto Tom se tornava piloto de caça; quando desembarcamos em Pearl Harbour olhamos um para o outro sem esconder a felicidade de nos sentir no paraíso mesmo que isso significasse um pouco mais de distanciamento cordial, ao mesmo tempo em que descobrimos outros companheiros que se identificavam com nossa opção proporcionando uma rede de apoio e segurança. Tudo parecia perfeito e nossa vida seguia tranquila e cheia de satisfação e plenitude …, isso até aquele dia fatídico …, manhã de sete de dezembro de 1941 um dia que jamais será esquecido … o dia em que pensei que perderia meu Tom para sempre! … (continua)
Foto 1 do Conto erotico: MEMÓRIAS PÓS-GUERRA: LEMBRANÇAS JAMAIS SE PERDEM

Foto 2 do Conto erotico: MEMÓRIAS PÓS-GUERRA: LEMBRANÇAS JAMAIS SE PERDEM


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Ficha do conto

Foto Perfil trovão
bemamado

Nome do conto:
MEMÓRIAS PÓS-GUERRA: LEMBRANÇAS JAMAIS SE PERDEM

Codigo do conto:
245989

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
30/10/2025

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