Ana estava ao meu lado, silenciosa, olhando pela janela. O brilho do neon se refletia no rosto dela, e eu sabia que seria impossível esquecer aquela imagem.
Pedi a melhor suíte. Queria que fosse bonito, que tivesse algo de inesquecível. O quarto era todo espelhado; a luz, suave; o ar, quente e levemente perfumado. Havia uma hidromassagem borbulhando e uma sauna de vidro, soltando vapor. Tudo parecia preparado para o que, até aquele instante, era apenas uma fantasia.
Abri duas cervejas. Entreguei uma a ela, e nossas mãos se tocaram. Por um segundo, o gesto mais banal do mundo ganhou peso, como se a eletricidade que vinha da pele pudesse incendiar o quarto inteiro.
Começamos a nos despir. Não houve pressa, nem vergonha. Cada movimento dela era uma espécie de hipnose — e os espelhos, multiplicando tudo, faziam o desejo parecer infinito. Quando Ana ficou nua, senti algo difícil de nomear: não apenas atração, mas reverência. Ela parecia um ser feito de luz e calma, e eu, um intruso tentando aprender a respirar.
Aproximei-me. Toquei seus ombros, o pescoço, os braços. O corpo dela respondia ao meu toque, e o meu coração batia rápido demais. Beijei-lhe a pele devagar, sentindo o calor subir.
Ela me olhou então, e aquele olhar dizia tudo. Não havia dúvida: ela me queria. E eu também a queria, mais do que qualquer coisa, embora pretendendo algo que não fosse invasivo, sabendo que o que tínhamos era maior do que qualquer ato sexual.
Afastei-me um pouco, procurando fôlego.
— "Quero te ver" — disse, quase sem pensar. — "Quero te ver sentindo".
Ela hesitou por um segundo, depois me entendeu. O que se seguiu foi um silêncio denso, cheio de gestos e respiração. Vi Ana se descobrir, se entregar a si nesma, e percebi que o corpo humano é capaz de dizer muito mais do que a voz. Eu a tocava nos lugares que não pediam pressa, acompanhando o ritmo dela, deixando o tempo desaparecer.
O quarto se transformou num espelho vivo: vapor, luz, sombra, e o som de nossa respiração misturado ao da água. Havia beleza naquele controle, uma espécie de paz dentro do caos do ardente desejo que se materializou em múltiplos orgasmos femininos que nenhum homem seria capaz de alcançar.
Quando o momento passou, ela me olhou com o rosto ainda aceso e me chamou para dentro de si com um sorriso. Quis ir, mas não fui. Não porque não desejasse uma mulher — mas porque não pretendia praticar algo que fosse invasivo.
Ela pareceu entender a seu modo como não fosse a minha vontade cruzar antecipadamente uma linha do relacionamento, embora desconhecendo a minha opção pessoal por relacionamentos não penetrativos.
Toquei em meu sexo diante de seus olhos ao mesmo tempo em que elogiava sua beleza até que gozei lançando jarros do líquido da vida ao ar. Ana observava rito com muito desejo, com os seios duros e podia perceber o quanto estava preparada para um ato de penetração.
Ficamos em silêncio por um tempo. Então a vi abrir a bolsa, tirar um pequeno estojo prateado que iria introduzir no seu lindo corpo em substituição ao meu órgão viril.
Meu corpo reagiu ao gesto, mas o olhar dela não pedia permissão — pedia continuidade. Fiquei apenas observando, respeitando e admirando aquele instante como quem assiste a um rito íntimo e sagrado.
Aproximei-me e a abracei por trás. Ficamos assim, respirando juntos, até o som da chuva desaparecer.
Quando amanheceu, ela dormia com a cabeça sobre o meu peito. E eu, acordado, olhava o teto espelhado, entendendo que o amor às vezes é isso: querer muito e, mesmo assim, saber parar, tendo cada um as suas próprias opções.


Acho lindo ver uma mulher gozando
Delicia de conto, sempre vai existir um medo, um receio e ao mesmo tempo um carga maior de tesão, de vontades e desejos pelo novo, inusitado, mas no final o importante é gozar bem gostoso. votado e aprovado