Pedro continuava o mesmo — contido, gentil, distante.
Mas, agora, havia uma sombra em seu olhar, algo que revelava que ele também sentia o peso do silêncio entre eles.
Numa sexta-feira chuvosa, dona Letícia viajou para visitar uma amiga em Campinas.
Larissa e Pedro ficaram sozinhos no apartamento. A chuva caía grossa contra as janelas, e o som da cidade se misturava ao do vento. Era uma noite morna e lenta, dessas em que o tempo parece se esticar.
Larissa estudava sentada no sofá vestindo uma camisola, com o cabelo solto e os pés descalços. Pedro apareceu na sala com uma xícara de café, ofereceu-lhe, e sentou-se ao lado.
Durante alguns minutos, ficaram em silêncio. A televisão ligada em volume baixo, as luzes reduzidas.
— Estranho ficar só nós dois aqui — comentou ela, quase num sussurro.
— É… — respondeu ele, olhando para frente. — Mas é tranquilo.
Ela sorriu.
O jeito dele dizer “tranquilo” tinha algo de provocador, mesmo sem intenção.
Houve um breve silêncio, denso. Ela o observou de soslaio — o perfil firme, a expressão calma. Um fio de cabelo caiu sobre o rosto dela, e Pedro, num gesto automático, estendeu a mão e afastou-o.
O toque foi breve, mas o suficiente para acender algo.
Os olhos de Larissa se encontraram com os dele. Por um instante, o tempo parou.
Pedro desviou o olhar, pigarreou e se levantou.
— Vou dormir. Amanhã acordo cedo.
Ela apenas acenou, sem conseguir dizer nada.
Mas, quando ele entrou no quarto, Larissa permaneceu ali, sentindo o coração bater rápido, os dedos trêmulos. Começou a se acariciar tocando em seus seios durinhos enquanto a outra mão foi descendo até a calcinha e sentiu sua buceta já molhada. Não aguentou e foi ao banheiro na tentativa de aliviar seu tesão pelo primo.
Mais tarde, entrou no quarto em silêncio. As luzes estavam apagadas.
Pedro dormia virado para o outro lado, o som da respiração dele preenchendo o espaço. Larissa deitou-se com cuidado, tentando não fazer barulho.
Entretanto, o sono não vinha. A jovem tornou a acariciar seus corpos sob as cobertas. Tirou a calcinha e voltou a se masturbar.
A chuva continuava lá fora, agora mais leve.
No meio da escuridão, ela ouvia apenas a respiração dele imaginando estar envolta em seus braços. Cada movimento era um convite silencioso para que os dois concretizassem o desejo.
Virou-se na cama, e por um instante, surpreendeu-se quando as mãos dele tocou o braço dela.
Um toque mínimo, mas que atravessou o corpo inteiro de Larissa como uma corrente. Ela ficou imóvel, com o coração disparado.
Por um instante, não disseram nada. Apenas ficaram ali, respirando o mesmo ar, no mesmo ritmo.
— Larissa… — murmurou ele, quase sem voz.
Ela não respondeu, apenas manteve o olhar fixo na penumbra, esperando algo que não sabia nomear.
Pedro se afastou um pouco, como quem luta contra si mesmo.
— É melhor dormir — disse, baixo.
E ela entendeu.
Não era recusa — era contenção. O tipo de limite que não vem da indiferença, mas do medo de atravessar um ponto sem volta.
Larissa virou-se de costas, com o corpo ainda em chamas, e fechou os olhos.
O silêncio da madrugada foi tomando conta, misturando o som da chuva, o calor dos corpos e o desejo não dito. Os dedos saciavam incessantemente a busca daquela bela jovem de 18 anos pelo prazer.
Pedro discretamente se masturbava em sua cama ao ouvir os gemidos de Larissa, os quais conseguia perceber mesmo com a chuva caindo forte.
Quando acordou na manhã seguinte, Pedro já havia saído.
Mas, sobre a escrivaninha, havia um bilhete:
> “Fiz café. Volto à tarde.
— P.”
Larissa sorriu. O bilhete era simples, mas a caligrafia dele tremia — e isso bastava para saber que o que acontecera na noite anterior não tinha sido imaginação.

